UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA WAYNE RODRIGUES DE LIMA “RECIFE É FESTA, RECIFOLIA”: Identidade, Mercado e Turismo na Cidade Alto-Astral (1993-2003) Recife 2018 WAYNE RODRIGUES DE LIMA “RECIFE É FESTA, RECIFOLIA”: Identidade, Mercado e Turismo na Cidade Alto-Astral (1993-2003) Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco como requisito para obtenção do título de Mestre em História. Orientadora: Profª. Drª Isabel Cristina Martins Guillen. Recife 2018 Catalogação na fonte Bibliotecária : Maria Janeide Pereira da Silva, CRB4-1262 L732r Lima, Wayne Rodrigues de. “Recife é festa, Recifolia” : Identidade, Mercado e Turismo na Cidade Alto-Astral (1993-2003) / Wayne Rodrigues de Lima. – 2018. 197 f. : il. ; 30 cm. Orientadora : Profª. Drª. Isabel Cristina Martins Guillen. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Pernambuco, CFCH. Programa de Pós-Graduação em História, Recife, 2018. Inclui referências. 1. História. 2. Festas folclóricas. 3. Carnaval. 4. Frevo. 5. Axé-music. 6. Micareta. 7. Identidade cultural. 8. Música – Pernambuco. I. Guillen, Isabel Cristina Martins (Orientadora). II. Título. 981 CDD (22. ed.) UFPE (BCFCH2018-238) WAYNE RODRIGUES DE LIMA “RECIFE É FESTA, RECIFOLIA”: Identidade, Mercado e Turismo na Cidade Alto-Astral (1993-2003) Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em História. Aprovada em: 31/08/2018. BANCA EXAMINADORA ________________________________________ Prof. Dr. Antonio Paulo de Morais Rezende (Presidente) Universidade Federal de Pernambuco _________________________________________ Prof. Dr. Flávio Weinstein Teixeira (Examinador Interno) Universidade Federal de Pernambuco _________________________________________ Prof. Dr. Lucas Victor Silva (Examinador Externo) Universidade Federal Rural de Pernambuco A Ivanildo e Rosemary, o abrigo quente, por serem a materialização do amor em minha vida. AGRADECIMENTOS Diante da concretização de um trabalho de mais de dois anos, é chegado o final do ciclo. Agradecer não parece ser algo difícil de realizar, mas de fato é. Mais que uma formalidade, trata-se de uma vontade. Vontade de abraçar com palavras todos aqueles que acompanharam o desenrolar deste processo em seu início, meio e no aguardado fim. A quem agradecer? Como o fazer? O que contar? Agradeço ao CNPQ, pois sem o apoio desta instituição o trabalho poderia não ter se materializado, ou não com a mesma tranquilidade e dedicação. A pesquisa brasileira é possível graças a fomentos como este, indispensáveis e que precisam ser fortalecidos. Agradeço à minha orientadora Isabel Guillen, por todo o suporte dado ao longo da pesquisa. Nossa relação começou ainda no final da Graduação. Desde a primeira vez que entrei em sua sala me recebeu com muita atenção e com muita receptividade também aceitou o projeto que tinha em mente, apesar de ainda rudimentar. Ao longo do Mestrado estabelecemos uma boa relação, baseada em autonomia e respeito. Agradeço à professora Tânya Brandão, pois foi também através de seus ensinamentos, ainda na Graduação em História da UFPE, que me ajudou a pensar a ideia deste trabalho como um projeto que poderia ser desenvolvido, fornecendo os primeiros meios de pensar a pesquisa científica. Agradeço ao Professor Antônio Paulo Rezende. Quando o trabalho ainda era um projeto identificou falhas, e as deixou claras da sua maneira muito cuidadosa, deixou a sensação de que era possível progredir. É muito importante esta postura e foi muito valiosa, além de estar guardada na memória. Além disso, por ter acompanhado fechamento deste ciclo. Aos professores Gustavo Alonso, Flávio Weinstein e Lucas Victor, meus agradecimentos pelos comentários valiosos que buscaram sempre o crescimento, o aperfeiçoamento do trabalho, a partir de suas experiências e competências. Aos colegas de Mestrado, Eduardo Castro, Leidson Ferraz e Mateus Melo, sobretudo pela convivência ao longo do curso das disciplinas cursadas, pelas trocas e pela alegria das brincadeiras que contrastavam com as por vezes ferozes dificuldades de prazos. Em especial, agradeço a Eduardo Castro, companheiro de Mestrado, que leu praticamente todas as páginas desta Dissertação e auxiliou no melhoramento da escrita, das discussões, sempre em tom de estímulo, algo que foi recíproco. Às funcionárias do PPGH Sandra e Patrícia, esta não mais na secretaria, pela maneira amigável com que é conduzia a secretaria da pós-graduação. Por terem sido a certeza de esclarecimentos e automaticamente fonte de confiança. A André, meus agradecimentos pela compreensão e também quando esta faltou. Sem estas duas dosagens distintas teria sido mais difícil conduzir o Mestrado e a vida. Agradeço a meus amigos Rafael Santana, Estevam Machado, Maria Clara Cavalcante, amigos da graduação, historiadores dos bons, por serem além de grandes amigos, importantes estimuladores. Do curso de História da UFPE para a vida em suas diversas faces. A acadêmica é uma delas. A Rodrigo Lemos e Anderson Rodrigues, obrigado por toda a amizade. A Lucimary, Nathalia e Nívia, meu muito obrigado pelo amor, presença e torcida. A meus avós, Zuleide e Heleno, Francisca e Francisco (in memoriam), sou grato, bem como a todos os familiares que torcem pelo meu sucesso. Agradeço por último, mas com a devida importância, a meus pais, Ivanildo e Rosemary, por desde cedo, quando eu ainda era criança, terem deixado sempre clara a importância dos estudos, da educação. Sou grato pelo estímulo e pela compreensão por tornar mais fácil o caminho de um jovem que seguiu pela vida acadêmica em um país que ainda luta para fornecer melhores condições a seus habitantes, aos jovens recém-formados, estudantes e pesquisadores. A eles este trabalho é dedicado. Obrigado. RESUMO Nesta Dissertação, busca-se a análise do evento Recifolia, realizado na cidade do Recife entre os anos de 1993 e 2003, a partir da identificação dos debates em torno de sua realização e seu desenrolar ao longo do período em que ocorreu. Organizado em um contexto de ascensão de eventos micareta, com modelo tributário das transformações dos carnavais de Salvador, o Recifolia era baseado em desfiles de trios elétricos e contava com grande presença de atrações identificadas como baianas, em momento no qual o gênero axé-music ocupou importantes espaços nos meios de comunicação e no mercado fonográfico brasileiro. O debate em torno do Recifolia, por sua vez, evidenciou a ideia de que a identidade cultural recifense e pernambucana estaria sofrendo uma agressão e uma descaracterização por ser a concepção do Recifolia um elemento exterior a ela. Dessa forma, a análise se desenvolve investigando como este modelo, bastante delimitado, foi recebido em Recife por jornalistas, músicos, intelectuais e mesmo leitores de jornais. Diante disso, a partir das publicações jornalísticas, bem como de entrevistas e produções fonográficas de artistas que participavam do evento, buscou-se analisar como se colocavam as atrações pernambucanas dentro deste modelo de festa “fora de época”, “trieletrizado”. Contudo, o debate em torno da cultura não engloba todas as possibilidades para um entendimento mais completo acerca do Recifolia. O evento se inseria em um momento no qual as ações políticas estavam muito ligadas ao setor turístico, tendo o Recifolia ocupado lugar central na concepção de turismo de eventos muito em evidência no início dos anos 1990 e observada na capital pernambucana. Desta forma, com o uso de documentos oficiais, como os Planos Orçamentários da Prefeitura do Recife, buscou-se expandir a análise para além da identidade cultural, posto que o Recifolia foi um evento público inserido nas ações municipais de diferentes gestões. O fato de sempre ocorrer em um espaço urbano que se dizia ser indissociável, a praia de Boa Viagem, revela sua íntima relação com o cotidiano – e sua eventual alteração - de um bairro de formação residencial, bem como com a política urbana da cidade e as negociações entre poder público e cidadãos. Palavras-chave: Recifolia. Micareta. Identidade cultural. Música pernambucana. Turismo. Década de 1990. ABSTRACT This study aims to analyze the event called Recifolia, which took place in Recife, beeween the years 1993 and 2003, from identifying debates about it's realization and it's development throughout the years. Organized in a period of increasing importance of events so-called "micaretas", wich were based on the Salvador's carnival model, the Recifolia had parades with "trios elétricos", in witch famous artists from Bahia used to sing. In this time, the musical genre "axé-music" ocupied an important space in the means of communication and in the Brazilian phonographic market. The debate that sorrounded Recifolia evidenced the idea that the local culture was suffering from an aggression and was being decharacterized, due to the idea that the Recifolia has came from outside. Thus, this analysis is developed by investigating how this model, too delimited, was recieved by Recife's journalists, musicians, intellectuals and even by the newspaper's readers. Facing this matters, it was seeked the analysis of how local artists had place in this "out of time" and "electric trio made" event, by using journalistic publications, as well as interviews and artist's phonographic productions. However, the debate about culture did not encompass the full understanding of this
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