Fauna De Camarões Do Estado Do Pará, Amazônia Oriental: Lista De Espécies

Fauna De Camarões Do Estado Do Pará, Amazônia Oriental: Lista De Espécies

Crossref 10 ANOS Similarity Check Powered by iThenticate ARTIGO DOI: http://dx.doi.org/10.18561/2179-5746/biotaamazonia.v10n3p1-6 Fauna de camarões do Estado do Pará, Amazônia Oriental: lista de espécies Miani Corrêa Quaresma1 e Jussara Moretto Martinelli-Lemos2 1. Bióloga e Mestre em Ecologia Aquática e Pesca (Universidade Federal do Pará, Brasil). [email protected] http://lattes.cnpq.br/1697237603989433 http://orcid.org/0000-0002-4961-4770 2. Bióloga (Universidade de São Paulo, Brasil). Doutora em Ciências Biológicas (Universidade Federal do Pará, Brasil). Professora da Universidade Federal do Pará, Brasil. [email protected] http://lattes.cnpq.br/5264841936875017 http://orcid.org/0000-0001-9646-4763 Este trabalho compila uma lista atualizada de espécies de camarões do Estado do Pará em ambiente dulcícola, estuarino e marinho, a partir de dados publicados em artigos científicos, notas taxonômicas e boletins científicos. Um total de 82 espécies foram relatadas, distribuídas em 17 famílias. As famílias com maior frequência de estudos foram: Palaemonidae (27 espécies; 32,93%), Penaeidae (12 espécies; 14,63%) incluindo uma espécie invasora (Penaeus RESUMO monodon), e Alpheidae (10 espécies; 12,19%). As famílias menos frequentes foram Psalidopodidae, Lysmatidae, Ogyrididae, Processidae e Glyphocrangonidae, todas com uma única espécie estudada. A maioria das espécies listadas possui hábito marinho ou ciclo de vida ligado aos estuários. As famílias com maior frequência de espécies estão listadas como risco de sobre-explotação pesqueira, o que demanda reordenamento da gestão dessa modalidade de pesca no estado do Pará. Palavras-Chave: Crustacea, Decapoda, Ocorrência, Riqueza, Recursos Pesqueiros. Shrimp fauna of the State of Pará, Eastern Amazonia: List of species This work compiles an updated list of shrimp species from the State of Pará in freshwater, estuarine and marine CT environments, based on data published in scientific articles, taxonomic notes and scientific bulletins. A total of 82 species were reported, distributed in 17 families. The families with the highest frequency of studies were: TRA Palaemonidae (27 species; 32.93%), Penaeidae (12 species; 14.63%) including an invasive species (Penaeus monodon), and Alpheidae (10 species; 12.19%). The least frequent families were Psalidopodidae, Lysmatidae, ABS Ogyrididae, Processidae and Glyphocrangonidae, all with a single species studied. Most of the listed species have a marine habit or life cycle linked to the estuaries. The families with the highest frequency of species are listed as at risk of overexploitation, which requires a reorganization of the management of this type of fishing in the state of Pará. Keywords: Crustacea, Decapoda, Occurrence, Richness, Fisheries. Introdução KENSLEY; WALKER, 1982). Porém, aqueles referentes à revisão A riqueza de espécies de camarões é a segunda maior extensiva dos táxons distribuıd́ os no estado com maior exten- dentre os Decapoda, uma vez que os Brachyura apresentam o são da Amazônia Oriental (1.284.042 km2), são os de Barros e maior número de espécies descritas para esta ordem. Essa Pimentel (2001), que elaboraram uma listagem preliminar de riqueza é representada principalmente pela abundância da espécies de Decapoda depositadas no Museu Paraense Emıĺ io Infraordem Caridea (DE GRAVE e FRANSEN, 2011). Apesar Goeldi, e, mais recentemente, Pimentel e Magalhães (2014), disso, concordamos com BARROS; PIMENTEL (2001), quando com enfoque para as famıĺ ias Palaemonidae, Euryrhynchidae e discorrem sobre o fato da fauna de decápodos, e consequente- Sergestidae, o qual destacam em seus resultados a escassez e mente de camarões, ainda não ter sido suficientemente estuda- subestimação de dados. da em águas paraenses. Além disso, os poucos estudos nessa Com isso, para planejamentos futuros de conservação de região priorizaram investigações em estuários e em mar aber- ecossistemas e também de gestão pesqueira, o objetivo deste to, pouco adentrando as águas interiores, hábitat em que estudo foi construir, com base na revisão de literatura, uma devem ser desenvolvidos trabalhos futuros. lista atualizada de espécies de camarões que se distribuem no O Programa para a Avaliação do Potencial Sustentável dos território paraense (com foco nas famıĺ ias e espécies). Deste Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva “REVIZEE” modo, os resultados desta pesquisa são ferramentas importan- (CABRAL et al., 2000; VIANA et al., 2003; COELHO FILHO, tes para auxiliar a conservação dos grupos de camarões. 2006) avaliou a diversidade de crustáceos decápodes para o norte e nordeste do Brasil, ao qual os resultados demonstraram Material e Métodos que os recursos pesqueiros encontram-se sobreexplotados ou estando próximos do limite máximo de explotação. Porém, Área de estudo sabe-se que é constante a mudança da distribuição espacial de A Amazônia brasileira regula, em conjunto com outros decápodes, tanto pela crescente introdução de espécies exóticas fatores, o ciclo hidrológico brasileiro. Ambientes de água doce, (TAVARES; AMOUROUX, 2003; TAVARES; MENDONÇA, 2004; como rios e lagos, abrigam grande diversidade de espécies, ALMEIDA et al., 2012), como pela descrição taxonômica de porém altamente vulneráveis a degradação ambiental (CAS- novos espécimes de crustáceos (BRANDAO et al., 2012; TELLO et al., 2013). Na Amazônia Oriental, especificamente no ALMEIDA et al., 2013, 2014; SOLEDADE et al., 2013). estado do Pará (Figura 1), os ecossistemas deste bioma apre- Para a região amazônica brasileira, estudos sobre biodiver- sentam clima equatorial, abrigando extensa vegetação de man- sidade de camarões são realizados desde o século passado gue e estuários que contribuem para a complexidade dos ecos- (HOLTHUIS, 1951, 1952; OMORI, 1975; TIEFENBACHER, 1978; sistemas costeiros da região. Biota Amazônia ISSN 2179-5746 Macapá, v. 10, n. 3, p. 1-6, 2020 Esta obra está licenciada sob uma Licença Disponível em http://periodicos.unifap.br/index.php/biota Creative Commons Attribution 4.0 Internacional Submetido em 29 de Maio de 2019 / Aceito em 22 de Setembro de 2020 (MELO, 2003; BARROS; PIMENTEL, 2001; PIMENTEL; MAGALHAES, 2014), quanto por meio de boletins técnicos- 2 Q F a U cientıf́ icos e manuscritos publicados em revistas indexadas. A u A n R a principal busca bibliográfica de bases de revistas indexadas E d S e ocorreu através da base Web of Science, utilizando as palavras- M c A a , m chaves: “Amazônia”, “Amazon”, “Checklist”, “Shrimp”, “Lista de M a . C Espécies” e “Prawn”. r õ . e e s A famıĺ ia Hippolytidae Christoffersen, 1987 foi definida M d A o como parafilética, com base exclusivamente em dados R E T s I t N filogenéticos sobre Lysmatidae (CHRISTOFFERSEN, 1990; a E d L o BAEZA, 2009). Na lista faunıś tica aqui apresentada adotamos L d I - o como Lysmatidae. L P E a M r O á S , A Resultados , J m . M Um total de 82 espécies, distribuıd́ as em 39 gêneros e 17 a . z ô famıĺ ias habitam as águas do estado do Pará. Há maior n i a frequência de famıĺ ias com algum tipo de dependência da O r i Figura 1. Localização do Estado do Pará, Amazônia Paraense, Brasil, América do Sul. / salinidade da água (82% aproximadamente), tanto para o e n Figure 1. Location of the State of Pará, Paraense Amazon, Brazil, South America. t desenvolvimento, a exemplo de Palaemonidae Rafinesque a l : l 1815, quanto aquelas que migram para ambientes estuarinos i s t Coleta dos dados onde completam seu ciclo de vida, como Penaeidae Rafinesque a d A lista das espécies de camarões foi obtida a partir da e 1815, Sicyoniidae Ortmann 1898 e Solenoceridae Wood- e s análise de literatura, tanto de listas taxonômicas anteriores p Mason em Wood-Mason e Alcock, 1891 (Tabela 1). é c i e s Tabela 1. Famıĺ ias com distribuição para o estado do Pará, com respectivo habitat na fase adulta de desenvolvimento. / Table 1. Families with distribution to the State of Pará, with their habitat in the adult phase of development. Família Habitat Referência Alpheidae Estuarino, marinho e raramente dulcıć olas Boltañ a e Thiel (2001), Bauer (2004), Anker et al. (2006) Aristeidae Estuarino e marinho Serejo et al. (2007), Tavares e Serejo (2007) Glyphocrangonidae Regiões oceânicas Alves Jú nior (2015) Acanthephyridae Marinho Smith (1884) Luciferidae Estuarino e marinho Fugimura et al. (2005) Lysmatidae Marinho Braga (2006) Ogyrididae Marinho Costello et al. (2001) Palaemonidae A gua doce, estuarina e marinho Mantelatto et al. (2016) Pandalidae Marinho Takeda (1983) Pasiphaeidae Marinho Tü rkay (2001) Penaeidae A gua doce, estuarina e marinha Costa et al. (2003), Boos et al. (2016) Processidae Marinho Tü rkay (2001) Psalidopodidae Marinho Tü rkay (2001) Sergestidae Estuarina e marinho Vereshchaka et al. (2014), Vereshchaka e Lunina (2015), Vereshchaka et al. (2016) Sicyoniidae Marinho D’Incao (1995), Pérez-Farfante e Kensley (1997), Costa et al. (2003), Costa e Simões (2016) Solenoceridae Marinho Boschi (1997), Dumont e D’Incao (2008), De Grave et al. (2009) Glyphocrangonidae Marinho Tü rkay (2001) As famıĺ ias com maiores frequências de espécies são: quando comparados à proporção de espécies catalogadas em Palaemonidae Rafinesque, 1815 (27 espécies; 32,93%), Pena- estudos anteriores. Com esta revisão, 17 espécies foram eidae Rafinesque, 1815 (12 espécies; 14,63%) e Alpheidae acrescidas, quais sejam: Palaemonidae com 5 espécies (Ma- Rafinesque, 1815 (10 espécies; 12,19%). A famıĺ ia Sicyonii- crobrachium olfersii, Palaemonetes ivonicus, Palaemonetes dae Ortmann, 1898 contempla 6 espécies relatadas (7,32%), mercedae, Pseudopalaemon

View Full Text

Details

  • File Type
    pdf
  • Upload Time
    -
  • Content Languages
    English
  • Upload User
    Anonymous/Not logged-in
  • File Pages
    6 Page
  • File Size
    -

Download

Channel Download Status
Express Download Enable

Copyright

We respect the copyrights and intellectual property rights of all users. All uploaded documents are either original works of the uploader or authorized works of the rightful owners.

  • Not to be reproduced or distributed without explicit permission.
  • Not used for commercial purposes outside of approved use cases.
  • Not used to infringe on the rights of the original creators.
  • If you believe any content infringes your copyright, please contact us immediately.

Support

For help with questions, suggestions, or problems, please contact us