UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE ECONOMIA AS RELAÇÕES DE TRABALHO NO SETOR AÉREO: ESTUDO SOBRE O IMPACTO DAS TRANSFORMAÇÕES NO TRANSPORTE AÉREO REGULAR NO BRASIL SOBRE OS TRABALHADORES ALTAIR DA SILVA GARCIA Dissertação de Mestrado apresentada ao Instituto de Economia da UNICAMP para obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento Econômico, área de concentração: Economia Social e do Trabalho, sob a orientação do Prof. Dr. Amilton José Moretto Este exemplar corresponde ao original da dissertação defendida por Altair da Silva Garcia, em 18/12/2009 e orientado pelo Prof. Dr. Amilton José Moretto. CPG, 18/12/2009 Campinas, 2009 i Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca do Instituto de Economia/UNICAMP Garcia, Altair da Silva. G165r As relações de trabalho no setor aéreo: estudo sobre o impacto das transformações no transporte aéreo regular no Brasil sobre os trabalhadores / Altair da Silva Garcia. – Campinas, SP : [s.n.], 2009. Orientador : Amilton José Moretto. Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Economia. 1. Aeronautica comercial – Brasil. 2. Aviadores. 3. Relações trabalhistas. I. Moretto, Amilton José. II. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Economia. III. Título. 10-006-BIE 07-006-BIE Título em Inglês: Labor relations in the transport sector: a study on the impact of changes in the airline in Brazil on workers Keywords: Brazilian Commercial Aviation ; Airline Pilots ; Labor Relations In The Airline Sectors Area de Concentração: Economia Social e do Trabalho Titulação: Mestre em Desenvolvimento Econômico Banca examinadora: Prof. Dr. Amilton Jose Moretto 07-001-BIE Prof. Dr. Marcio Pochmann Prof. Dr. Cassio da Silva Calvete Data da defesa: 18-12-2009 Programa de Pós-Graduação: Desenvolvimento Econômico ii DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Aluno: ALTAIR DA SILVA GARCIA “AS RELAÇÕES DE TRABALHO NO SETOR AÉREO: ESTUDO SOBRE O IMPACTO DAS TRANSFORMAÇÕES NO TRANSPORTE AÉREO REGULAR NO BRASIL SOBRE OS TRABALHADORES" Defendida em 18 / 12 / 2009 COMISSÃO JULGADORA Prof. Dr. Amilton José Moretto Orientador – Instituto de Economia / UNICAMP Prof. Dr. Marcio Pochmann Instituto de Economia / UNICAMP Prof. Dr. Cassio da Silva Calvete Pontifícia Universidade Católica / Rio Grande do Sul iii DEDICATÓRIA Dedico essa dissertação ao meu Filho Caetano Lisboa Garcia v AGRADECIMENTOS “Talvez não tenhamos conseguido fazer o melhor, mas lutamos para que o melhor fosse feito” Martin Luter King “Não sejas nunca de tal forma que não possas ser, também, de outra maneira.” Jorge Larrosa Aos meus pais, Ariano da Silva Garcia, Yolanda Conceição da Silva, a minha Vó Lúcia dos Santos (in memória), José Anísio, pelas lições de vida, e às minhas irmãs, Carla Beatriz e Eliane, pelo carinho e amizade. Não posso de deixar de registrar minha imensa gratidão a pessoas que me deram apoio moral e logístico, como Alice kozakevicius por ter plantado boas ideias e ter aberto outras possibilidades na vida. Agradeço aos amigos Gilberto Carneiro, Leandro de Nardi e Emerson pelo apoio, mesmo estando longe, em Porto Alegre. Ao Gilberto e ao Leandro, respectivamente Comunista e Anarquista de carteirinha, tenho que agradecer a convivência desde o ensino fundamental. Agradeço ao amigo Humberto de Alencar, pela paciência e pelos ensinamentos além do apoio nos momentos mais difíceis em Campinas. Agradeço a Adriana Almeida, pela convivência e carinho. Agradeço a Adriane Batata pela convivência, carinho e apoio incondicional. Agradeço a Marílis Lemos de Almeida que me recebeu com muito carinho e tranquilidade, amiga de primeira hora em Campinas; ao Guilherme Xavier e Naira Lisboa pela companhia em São Paulo, pelo apoio e ensinamentos. Agradeço a Mari e Guilherme também pela leitura atenta do meu trabalho e pelas sugestões. Para a presente versão, contei com a valiosa contribuição do meu orientador, professor Amilton Moretto, pela leitura cuidadosa das várias versões deste trabalho, pela amizade e rigor na orientação acadêmica. Ao Amilton tenho que agradecer por ter aceito a orientação num momento decisivo e por conseguir dosar compreensão e rigor. Agradeço o apoio em vários momentos do Professor Márcio Pochman que desde o primeiro momento me deu apoio e tentou colocar minhas ideias em ordem. vii Agradeço aos meus professores do CESIT e do Instituto de Economia da Unicamp, pelas lições. Sou grato em especial aos professores Cláudio Dedecca, José Dari, Marcelo Proni e Waldir Quadros, que fizeram importantes críticas e sugestões ao meu trabalho em momentos distintos desse percurso. Agradeço pelo aprendizado adquirido com o pessoal do GTA/ITA – Grupo de Discussão Transporte Aéreo do Instituto Tecnológico Aeroespacial. Que constitui a atual SBTA – Sociedade Brasileira de Pesquisa em Transporte Aéreo. Ao Instituto de Economia, que me proporcionou bolsa tão valiosa em momentos de sucateamento da Universidade pública e do fomento à pesquisa. Sem esse aporte, não teria conseguido. Aos incansáveis Licério, Ana Néri e Fátima Dias, pela disposição em ajudar em todos os momentos A toda a equipe da biblioteca e Secretaria do Instituto. Ao responsável pela disseminação dos dados da RAIS em São Paulo, Daniel Rocha, pelo seu interesse e disponibilidade. A todos os trabalhadores do setor aéreo, sejam eles pilotos, co-pilotos, comissários e trabalhadores em geral; aos representantes de classe que reservaram um tempinho para participar desse trabalho; ao Sindicato dos Aeronautas e Aeroviários, à Associação dos Pilotos da VARIG- APVAR., Associação dos Tripulantes da TAM – ATT (Comandante Zilves), Safety TAM (Comandante Marco A. Rocha - Rocky), Osvaldo Guilger (SNEA), Elnio Borgesn (Apvar), Marcelo Ventura(Apvar), Cláudio Toledo (SNA), CAE, Selma Balbino (Sindicato dos Aeroviários). À pesquisadora Cláudia Musa Fay, que gentilmente me enviou seus trabalhos de Mestrado e Doutorado. Agradeço a toda equipe do SAS – DIEESE pelos dados sobre Negociações Coletivas e ao Colega Airton dos Santos pelo apoio. Agradeço também ao Alexandre Eurico Kuhn, Márcia Oshiro e Fábio Goldenstein, grandes Aeronautas, amigos e incentivadores. Agradeço a todos os colegas de cursos: Carlos, Cátia, Marçal, Rodrigo, Regina, Sandra, Cleber, Thaiz. Otávio, Barroso e Carmem. Em especial agradeço a Eunice, Virginia e Ana Cris pela convivência fora de sala de aula. A Cris tenho que agradecer pelos momentos de alegria e carinho e por ter se revelado uma importante amiga. Todos que teceram sugestões e críticas ao trabalho ficam eximidos de possíveis imperfeições presentes no texto. viii RESUMO AS RELAÇÕES DE TRABALHO NO SETOR AÉREO: ESTUDO SOBRE O IMPACTO DAS TRANSFORMAÇÕES NO TRANSPORTE AÉREO REGULAR NO BRASIL SOBRE OS TRABALHADORES GARCIA, Altair Esta dissertação analisa as transformações ocorridas no transporte aéreo regular no Brasil entre os anos 1990 e 2006 e os principais impactos nas relações de trabalho no setor. Para dar conta dessas alterações procuramos, num primeiro momento, analisar o setor aéreo desde a criação das primeiras empresas, da constituição do seu marco regulatório, como também através dos movimentos de expansão e retração do setor. No período mais recente, buscamos traçar um paralelo entre os determinantes macroeconômicos, regulatórios, bem como das estratégias de gestão adotadas pela empresas aéreas. Com efeito, num segundo momento estabelecemos uma breve caracterização do emprego no setor, com ênfase na categoria aeronauta. Analisamos também a representação de classe da categoria e as negociações coletivas ocorridas nas entre 1990 e 2006. Foi possível constatar que tais mudanças afetaram o setor de forma decisiva. O desempenho, inferido pelo tráfego aéreo indicou taxas de crescimento superiores ao crescimento do PIB. Esse bom resultado foi puxado pela demanda no mercado doméstico (ass-km utilizados), que cresceu 174% no período. Essa expansão garantiu ao segmento doméstico maior participação em relação ao segmento internacional. Por outro lado, grandes empresas aéreas que atuavam no mercado doméstico na década de 1990, como Transbrasil, Vasp e Varig desapareceram. A Varig, após uma longa agonia, acabou sendo absorvida pelo Grupo GOL. Contudo, essa mudança radical não afetou a forte concentração do setor, que continuou com pelo menos duas grandes empresas aéreas, abocanhando aproximadamente 90% do mercado doméstico. Porém, é preciso destacar que esse período trouxe à baila uma profunda mudança, caracterizada pela redução generalizada de custos nas aéreas, lançamentos de novos produtos/serviços, segmentação de clientes, incrementos tecnológicos e aumento expressivo da produtividade. Os ajustes descritos acima atingiram os trabalhadores, precarizando as relações de trabalho. Nesse sentido foi possível verificar uma contração dos rendimentos reais, além da intensificação do trabalho e da alteração do perfil dos aeronautas, sobretudo na redução dos vínculos de trabalho de longa duração. Observamos que dentre os aeronautas, os comissários de bordo absorveram os maiores impactos, tanto pela elevação da rotatividade, como pela contração dos rendimentos reais e pelo aumento dos vínculos de trabalho de curta duração. Diante desse cenário, de forte instabilidade e de pesada ofensiva das empresas aéreas, buscando flexibilizar as relações de trabalho e reduzir custos, os trabalhadores conseguiram resistir, o Sindicato dos Aeronautas-SNA conseguiu preservar a regulamentação da categoria, bem como o padrão das negociações coletivas, ainda que esse período tenha-se notabilizado pela fragilidade sindical (baixa sindicalização e descolamento da base) e pela fragmentação
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