Margarida Da Silveira Corsi

Margarida Da Silveira Corsi

MARGARIDA DA SILVEIRA CORSI DA PENA EM PUNHO AO OLHO DA CÂMERA: a dialogia na (re)construção da identidade nacional em O Guarani ASSIS -2007 MARGARIDA DA SILVEIRA CORSI DA PENA EM PUNHO AO OLHO DA CÂMERA: a dialogia na (re)construção da identidade nacional em O Guarani Tese apresentada à Faculdade de Ciências e Letras de Assis – UNESP – Universidade Estadual Paulista, para a obtenção do título de Doutor em Letras (Área de Conhecimento: Literatura e Vida Social) Orientadora: Drª. Maria Lídia Lichtscheidl Maretti ASSIS -2007 Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) (Biblioteca Central - UEM, Maringá – PR., Brasil) Corsi, Margarida da Silveira C826d Da pena em punho ao olho da câmera : a dialogia na (re)construção da identidade nacional em O Guarani / Margarida da Silveira Corsi. -- Assis : [s.n.], 2007. 270 f. : il. color Orientadora : Profª. Drª. Maria Lídia Lichtscheidl Maretti. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, 2007. 1. O Guarani (romance) - Crítica e interpretação. 2. O Guarani (filme) - Crítica e interpretação. 3. Bengell, Norma, 1935-. O Guarani - Crítica e interpretação. 4. Alencar, José de, 1829-1877. O Guarani - Crítica e interpretação. 5. Identidade nacional e Alencar. 6. Dialogismo. I. Universidade Estadual Paulista. II. Título. CDD 21.ed. B869.3309 MARGARIDA DA SILVEIRA CORSI DA PENA EM PUNHO AO OLHO DA CÂMERA: A DIALOGIA NA (RE)CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL EM O GUARANI Tese apresentada à Faculdade de Ciências e Letras de Assis – UNESP – Universidade Estadual Paulista, para a obtenção do título de Doutor em Letras (Área de Conhecimento: Literatura e Vida Social) Aprovado em BANCA EXAMINADORA Prof. Dra. Nádea Regina Gaspar Universidade Federal de São Carlos Prof. Dr. Pedro Luis Navarro Barbosa Universidade Estadual de Maringá Prof. Dr. Álvaro Santos Simões Junior Universidade Estadual Paulista Profª. Dra. Ana Maria Carlos Universidade Estadual Paulista Prof. Dra. Maria Lídia L. Maretti (Orientadora) Universidade Estadual Paulista Comemos um europeu fantasiado de índio – o bom selvagem – e nos transformamos nele. [...] Uma identidade que se constitui na base de uma ficção é tão irreal quanto à própria ficção. Maria Helena Rouanet DEDICATÓRIA À Maria da Glória, que me ensinou o gosto pela ficção, à Leontina (in memoriam), que me deixou a coragem de insistir nos meus sonhos, à Aglaé (in memoriam), que me apresentou a magia do magistério, à Tata, porque sem ela muitas coisas não seriam possíveis, e ao Neil. que me incentivou nos momentos mais difíceis. AGRADECIMENTOS Em todos os caminhos que percorri, meus atos estiveram sempre ligados aos ‘outros’ de minha vida. A esses outros agradeço de modo especial porque somente com eles foi possível alcançar os objetivos pretendidos. Por isso, agradeço, especialmente, à minha querida orientadora Maria Lídia Lichtscheidl Maretti, que, com a docilidade dos mestres mais sábios, compartilhou comigo seu saber; incentivou-me quando esmorecia; estimulou-me a seguir contra as adversidades; indicou-me o caminho quando o perdi; e dividiu comigo seu conhecimento, seu tempo, seu carinho; à doutora Silvia Maria Azevedo por me orientar nos primeiros anos desta pesquisa e pela sugestão do corpus, o que me permitiu inúmeras reflexões do porquê de busca tão insaciável pela identidade do povo brasileiro; aos professores do programa de Pós-graduação da UNESP de Assis por compartilharem comigo seus conhecimentos, especialmente a Maria Lídia Lichtscheidl Maretti e Ana Maria Carlos; aos colegas de disciplinas que compartilharam comigo suas reflexões críticas, especialmente, Márcia, Valéria, Valquíria, Tom, Fleck, Ivan, Paulinho, Rosimeire, Aldora e Ana; às secretárias do programa Pós-graduação que sempre se mostraram tão solícitas aos meus pedidos e perguntas; ao Dr. Renilson José Menegassi, ao Dr. Edson Carlos Romualdo, à Dra. Maria Ângela Boer, por compartilharem comigo o “encontro” imprescindível com Bakhtin; aos colegas do departamento de Letras da UEM, em especial Ismara, Claudia, Edílson, Paulo, Fábio, Marlene, Hilda; ao professor Robespierre de Oliveira, por me apresentar os frankfurtianos; ao Pedro Luis e à Nádea, pelas preciosas indicações; aos cineastas Dácia Ibiapina, Andréa Glória, Érika Bauer, Iberê Cavalcanti e Julien Farrugia, pelas informações concedidas; à jornalista Evane Bertoldi, pelos importantíssimos contatos; à Lenira de Lima Duarte, da Agência Nacional de Cinema, por me disponibilizar uma cópia do roteiro do filme objeto deste trabalho; à Flávia Zanutto, por me socorrer inúmeras vezes; à Jeanette Cnop, pela dedicada revisão da tese; à bibliotecária Carmen pela normalização; à Viviane Poletto Lugli, Sandra Tondato Sentinello, Ana Paula Rodrigues e Silva, Ricardo Antônio Soler, Nilton Milanez e Brigitte pelas traduções e revisões dos resumos; ao Neil que esteve a meu lado em tempo integral; à minha família, Maria da Glória, Marisa, Tata, Cida, Marli, Nino, João Paulo, Murilo, Guigui, Igor, Gustavo, Fernanda, Milene, Mateus, Ari, Joshua, Nilson, Ytacir, Carol, Migu, Geni, Luzia, Luís, Fabiana e Poliana pela compreensão quanto à ausência, pelo silêncio carinhoso, pelos ensinamentos e pelo incentivo nos momentos difíceis; aos amigos Neuza, Ângela, César, Pedrito, Flávia, Helaine, Lucinéia, Sandra, Ludimila, Bruno, Jaqueline, Viviane, Tonico, Chicão, Kioko, Duroc, Lu, Zel, Adinho, Nil, Neide, Iv, Valmir, Elza, Cleber, Ítalo, Valter, Rosane, Zé, Roberta, Cleide, Marciano, Evely, Lenita, Alezinha e Fernanda, pela amizade e pelas palavras dóceis; a D. Vita, D. Nena, D. Nair e D. Joeli, pelo carinho; ao Edson José Gomes - colega que se tornou um amigo compreensivo e generoso; aos meus queridos professores, Adalberto, Álvaro, Bacelar, Miriam, Marino, Eliana, Edson e Renilson; à Aglaé e May, que me ensinarem a nunca desistir; à Clarice e Arnaldo; aos colegas da Área de francês; aos meus alunos que me compreenderam e incentivaram; aos colegas do grupo de pesquisa Interação e escrita no ensino e aprendizagem; a todos colegas da FAFIJAN, porque me incentivaram desde o princípio; à CAPES, por financiar o início desta pesquisa. RESUMO Neste trabalho, averiguamos em que medida a identidade nacional forjada pelo Romantismo de José de Alencar pôde ser retomada (ou ampliada) no filme O Guarani (1996), de Norma Bengell. Através de um discurso essencialmente verbal, o romancista apresenta um contexto sócio-histórico-ideológico da nação brasileira, tendo na descrição da paisagem e na composição dos perfis do colonizador e do indígena alguns dos elementos-chave para a constituição da identidade do país. No filme, dispondo de recursos áudio(verbo)visuais, Bengell retoma os elementos componentes da construção da identidade nacional proposta por Alencar, com a focalização abrangente das matas, da silhueta do indígena e dos colonizadores. A partir de conceitos da Teoria da Literatura, da Teoria Crítica e da teoria bakhtiniana sobre a enunciação, propomos uma análise das imagens verbais e verbo-visuais do texto cinematográfico O Guarani em comparação com o romance homônimo de Alencar (1857). Nessa investigação, pautada especialmente nas leituras de Bakhtin (1992; 1997; 1998) e Adorno (1991), averiguamos se a transposição da linguagem alencariana para o cinema retoma e/ou amplia os elementos constituintes da identidade nacional proveniente da posição ideológica dos românticos. A nossa proposta procura compreender o modo como se efetua essa adaptação do discurso verbal para o discurso áudio(verbo)visual, na descrição e interpretação desses textos. A fim de esclarecer o funcionamento dos mecanismos discursivos e imagéticos acionados pela composição cinematográfica, analisamos a relação entre os enunciados do filme e a retomada de elementos constitutivos da identidade nacional tal como foi concebida por Alencar, como uma existência projetada ideologicamente pelo outro. Assim, as oposições natureza-civilização, colonizado-colonizador, tanto no romance quanto no filme, representam um quadro amplo da natureza em contato com a civilização, em cujo conjunto interior agem o índio e o europeu. Nessa reunião de informações, o diálogo intertextual existente entre o filme e o romance conserva, com sutil ampliação no filme, o conceito de nacionalidade – baseado em um retrato sócio-histórico-ideológico do Brasil colonial –, sugerindo certa submissão ou filiação ao modelo de Alencar. Palavras-chave: O Guarani, José de Alencar, Norma Bengell, identidade nacional, dialogia. RÉSUMÉ Dans ce travail, on se demande dans quelle mesure l’identité nationale forgée par le Romantisme de José de Alencar a pu être reprise ou amplifiée dans le film O Guarani (1996), de Norma Bengell. Tout en utilisant un discours essentiellement verbal, le romancier présente un contexte socio-historique-idéologique de la nation brésilienne, apportant dans la description du paysage et dans la composition des profils du colonisateur et de l’indigène quelques éléments-clé pour la constitution de l’identité du pays. Dans le film, Bengell, disposant de ressources audio(verbo)visuelles, reprend les éléments qui composent l’identité nationale proposée par Alencar, à partir d’une focalisation comportant des bois, de la silhouette de l’indigène et des colonisateurs. À partir de concepts de la théorie littéraire, de la théorie critique et de la théorie bakhtinienne sur l’énonciation, on propose une analyse des images verbales et verbo-visuelles du texte cinématographique O Guarani en le confrontant au roman homonyme d’Alencar (1857). Dans cette recherche, appuyée sur les écrits de Bakhtin (1992; 1997; 1998) et Adorno (1991),

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