02. Flawless [Impecáveis]

02. Flawless [Impecáveis]

SARA SHEPARD TRADUÇÃO FAL AZEVEDO ROCCO JOVENS LEITORES Para JSW Título original FLAWLESS Pretty Little Liars Novel Copyright © 2006 by Alloy Entertainment e Sara Shepard Todos os direitos reservados; nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida sob qualquer forma sem autorização do editor. Direitos para a língua portuguesa reservados com exclusividade para o Brasil à EDITORA ROCCO LTDA. Av. Presidente Wilson, 231 - 8º andar 20030-021 - Centro - Rio de Janeiro - RJ Tel.: (21) 3525-2000 - Fax: (21) 3525-2001 [email protected] www.rocco.com.br Printed in Brazil /Impresso no Brasil preparação de originais AMANDA ORLANDO CIP-Brasil Catalogação na fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ. S553i Shepard, Sara, 1977- Impecáveis / Sara Shepard; tradução de Fal Azevedo Primeira edição. - Rio de Janeiro: Rocco Jovens Leitores, 2011. (Pretty little liars; v.2) - Tradução de: Flawless: pretty little liars novel Sequência de: Maldosas ISBN 978-85-7890-026-9 1. Amizade - Literatura infantojuvenil. 2. Segredo - Literatura infantojuvenil. 3. Conduta - Literatura infantojuvenil. 4. Ficção policial norte-americana. 5. Literatura infantojuvenil norte-americana I. Azevedo, Fal, 1971-. II. Título. III. Série 10-0981 CDD - 028.5 CDU - 087.5 O texto deste livro obedece às normas do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Olho por olho, e todos ficarão cegos. - GANDHI COMO TUDO REALMENTE COMEÇOU Você conhece aquele garoto que mora a algumas casas descendo a rua e que é simplesmente a pessoa mais esquisita do mundo? Quando você está na varanda da frente da sua casa, quase dando um beijo de boa-noite em seu namorado, você pode vê-lo do outro lado da rua, parado ali, olhando tudo. Que, de vez em quando, aparece do nada quando você está no meio da sua sessão de fofocas com suas melhores amigas — só que talvez não seja tão de vez em quando assim. Ele é o gato preto que parece conhecer seus caminhos. Se ele passa em frente à sua casa, você pensa: Vou me dar mal na prova de biologia. Se ele olha para você de um jeito engraçado, é melhor você se cuidar. Toda cidade tem um garoto-gato-preto. Em Rosewood, o nome dele era Toby Cavanaugh. —Acho que ela precisa de mais blush. — Spencer Hastings se afastou e deu uma boa olhada em uma de suas melhores amigas, Emily Fields. — Eu ainda consigo ver as sardas. — Tenho corretivo da Clinique. — Alison DiLaurentis saiu correndo para pegar sua nécessaire de maquiagem, de veludo azul. Emily se olhou no espelho apoiado na mesinha de centro da sala de visitas da casa de Alison. Virou o rosto para um lado, depois para o outro e fez beicinho com seus lábios cor-de- rosa. — Minha mãe me mata se me vir com tudo isso na cara. —Tudo bem, mas a gente mata você se tirar — advertiu Aria Montgomery, que estava, por motivos que só ela conhecia, se exibindo pelo quarto, metida num sutiã angorá, que tricotara recentemente. — É, Em, você está linda — concordou Hanna Marin. Hanna sentou de pernas cruzadas no chão, se virando para verificar se não estava pagando cofrinho em seu jeans Blue Cult, pequeno demais e de cintura baixa. Era uma noite de sexta-feira de abril e Ali, Aria, Emily, Spencer e Hanna estavam fazendo o que sempre faziam quando dormiam umas nas casas das outras, no sexto ano: maquiando-se exageradamente, se entupindo de batata frita sabor vinagre e sal e assistindo a Cribs na MTV, na televisão de tela plana de Ali. Naquela noite, o quarto estava ainda mais bagunçado, porque as roupas de todas estavam espalhadas pelo chão, já que elas haviam decidido trocar as roupas entre si pelo resto do ano escolar. Spencer ergueu um cardigã amarelo-limão de cashmere na frente do corpo. — Pega para você — disse Ali. —Vai ficar legal. Hanna colocou uma calça de veludo cotelê verde-oliva de Ali em volta de seus quadris, virou-se para Ali e fez uma pose. — O que você acha? Será que o Sean ia gostar? Ali gemeu e bateu em Hanna com uma almofada. Desde que elas haviam ficado amigas, em setembro, tudo sobre o que Hanna conseguia falar era do quanto ela amaaaaaava Sean Ackard, o menino da sala delas no colégio Rosewood Day, onde estudavam desde o jardim de infância. No quinto ano, Sean era apenas mais um menino baixinho e sardento, mas, durante o verão, ele crescera alguns bons centímetros e perdera sua gordura de bebê. Agora, todas as garotas queriam beijá-lo. Era incrível quanta coisa podia mudar em um ano. As garotas — todas, menos Ali — sabiam disso muito bem. No ano passado elas estavam apenas... ali. Spencer era a garota certinha, que se sentava nas carteiras da frente da classe e erguia a mão para responder a todas as perguntas. Aria era a maluquinha que inventava coreografias em vez de jogar futebol como o restante da turma. Emily era a nadadora tímida e bem classificada no ranking estadual, que tinha toda uma vida escondida sob a superfície — se você conseguisse chegar a conhecê-la. E Hanna podia até ser boba e espalhafatosa, mas estudava a Vogue e a Teen Vogue e, de vez em quando, dava alguns conselhos sobre moda, vindo sabe Deus de onde, mas que ninguém mais sabia. Havia algo de especial em cada uma delas, claro, só que elas viviam em Rosewood, Pensilvânia, um subúrbio a mais de trinta quilômetros da Filadélfia, e tudo era especial em Rosewood. O cheiro das flores era mais doce, a água tinha um gosto melhor, as casas eram maiores. As pessoas costumavam brincar dizendo que os esquilos de lá passavam a noite limpando tudo por ali e capinando os dentes-de-leão que nasciam por entre as pedras do calçamento para que Rosewood parecesse perfeita para os moradores. Num lugar onde tudo parecia tão impecável, era difícil manter-se à altura. Mas, de alguma forma, Ali conseguia. Com seu cabelo longo, seu rosto em formato de coração e seus enormes olhos azuis, ela era a garota mais linda da região. Depois que Ali as uniu e as fez ficarem amigas — algumas vezes parecia que ela as havia descoberto —, as garotas tinham mesmo algo a mais em suas vidas. De repente, elas tinham passe livre para fazer todas as coisas que jamais ousaram antes. Como vestir saias curtas no banheiro das meninas de Rosewood Day depois que desciam do ônibus escolar. Ou mandar bilhetinhos com marca de batom para os meninos da sala. Ou andar pelo corredor de Rosewood Day lado a lado, intimidadoras, ignorando os perdedores. Ali pegou um batom bem vermelho e passou em seus lábios. — Quem sou eu? As outras riram. Ali estava imitando Imogen Smith, uma garota da sala delas que gostava um pouco demais de seu batom Nars. — Não, espera aí. — Spencer apertou as bochechas dela e passou uma almofada para Ali. — Legal.—Ali colocou a almofada embaixo da camiseta polo, pink, e todas riram ainda mais. Corria o boato de que Imogen tinha ido até o final com Jeffrey Klein, um menino do décimo ano, e que ela estava grávida dele. —Vocês, garotas, são malvadas. — Emily ficou vermelha. Ela era a mais recatada do grupo, talvez por causa de sua criação supersevera... seus pais achavam que toda diversão era do mal. — O que foi, Em? —Ali ficou de braços dados com Emily. —Imogen está muito gorda. Ela deveria desejar estar grávida. As garotas riram de novo, mas um pouco sem jeito. Ali tinha talento para encontrar a fraqueza de uma menina e, mesmo que ela estivesse certa sobre Imogen, as meninas de vez em quando se perguntavam se Ali não falaria mal delas quando não estivessem por perto. Às vezes, era difícil ter certeza. Elas recomeçaram a vasculhar as roupas umas das outras. Aria amou de paixão um vestido Fred Perry, ultraelaborado, de Spencer. Emily estendeu a minissaia jeans sobre seu corpo e perguntou às outras se não era curta demais. Ali achou o jeans Joe, de Hanna, com um ar meio boca de sino demais e o tirou, mostrando seus shorts aveludados rosa claros, de menino. Quando estava passando pela janela para ir ligar o som, ela congelou. — Ah, meu Deus! — gritou ela, correndo para trás do sofá cor de amora. As meninas deram meia-volta. Toby Cavanaugh estava na janela. Ele estava... bem parado ali. Olhando para elas. — Ei, ei, ei! —Aria cobriu o peito. Ela havia tirado o vestido de Spencer e estava usando apenas o sutiã tricotado. Spencer, que estava vestida, correu para a janela. — Afaste-se de nós, pervertido! — gritou ela. Toby deu um sorriso malicioso antes de se virar e sair correndo. A maioria das pessoas mudava de calçada quando via Toby. Ele era um ano mais velho que as meninas, pálido, alto e magricela, e sempre vagava sozinho pela vizinhança, parecendo espionar a todos. Elas haviam ouvido rumores sobre ele: que fora pego beijando seu cachorro na boca; que era um nadador tão bom porque tinha guelras em vez de pulmões; que dormia em um caixão dentro de sua casa na árvore, no quintal dos fundos. Só havia uma pessoa com quem Toby falava: sua meia-irmã, Jenna, que estava no mesmo ano que elas. Jenna também era uma idiota sem salvação, apesar de muito menos assustadora — ela, pelo menos, era capaz de formular frases completas. E até tinha uma certa beleza, de um jeito monótono, com seu cabelo escuro e espesso, olhos verdes, grandes e intensos, e lábios vermelhos e grossos. — Eu sinto como se tivesse sido violada. — Aria torceu seu corpo naturalmente magro como se ele estivesse coberto de bactérias E. coli. Ela havia acabado de aprender sobre isso nas aulas de biologia.

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