Casimiro De Abreu Brasília

Casimiro De Abreu Brasília

BRASÍLIA BIBLIOTHECA NACIONAL DOS MELHORES ÀUCTORES ANTIGOS E MODERNOS PUBLICADA Sob os auspícios de S. M. I. o Sr. D. Pedro II CASIMIRO DE ABREU BRASÍLIA BIBLIOTHECA NACIONAL dos melhores auetores nacionaes, antigos e modernos, publicada sob os auspícios de S. M. o Sr. D. Pedro II. Já fazem parte desta interessante e monumental collecção as obras poéticas seguintes : GONÇALVES DIAS (Poesias de), 6a edição, 2 v. in-8» broch 4/000 Encadernado • 6/000 Eica encadernação, 8^000 e '• v 10/000 MANOEL IGNACIO DA SILVA ALVARENGA (Obras completas de) 2 vol. in-8° ene 6/000 Kica encadernação 8/000 IGNACIO JOSÉ DE ALVARENGA PEIXOTO (Obras completas de) 1 v. in-8oenc • •'• 3/000 Eica encadernação " 4/000 ALVARES DE AZEVEDO (Obras completas de), 3 v. in-8° ene 9/000 Kica encadernação 12/000 Ficam ainda alguns exemplares in-4° ene 15/000 Eica encadernação.. 21/000 A ASSUMPÇÃO, poema de Frei Francisco de S. Carlos, 1 v. in-8°enc. 3/000 Eicas encadernações 4#000 e 5/000 CASI.MIRO DE ABRETJ (Obras completas de), 1 v. in-8o broch 2/000 Encadernado 3/000 Ricas encadernações 4/000 e 5/000 JUNQUEIRA FREIRE (Obras completas de), 2 v. in-8' ene 6/000 Eica encadernação, 8/000 e 10/000 GONZAGA, poema por ***. 1 v. in-8° 3/000 Eica encadernação, 4/000 e 6#000 MARILIA DE DIKCEU, por Thomaz Antônio Gonzaga. 2 v. in-8» ene. 6/000 Eica encadernação, 8/000 e 10/000 LAURINDO EABELLO (Obras poéticas de), 1 v. in-8» broch 2/000 Encadernado '. 3/000 Eica encadernação, 4/000 e 6/000 LIVRARIA CLÁSSICA EXCERPTOS DOS PKINCIPAES ATJCTORES POETUGUEZES, seguidos de uma extensa noticia sobre a vida e obras do auetor, um juizo critico, apreciações de bellezas, defeitos e estudos de lingua, publicada sob os auspícios de S. M. F. el-rei D. Fer­ nando, obra collaborada por muitos dos primeiros escriptores da lingua portugueza, e dirigida pelo Visconde de Castilho (Antônio), e Conselheiro José Feliciano de Castilho. , ANTÔNIO FERREIRA. 3 v. in-4» ene. 15/000, in-8» 9/000 MANOEL BERNARDES. 2 v. in-4° ene. 10/(!00,-ín-8o 6/000 FERNÃO MENDES PINTO. 2 v. in-4° ene. I0/000,in-8° fi/000 MÁRCIA DE EEZENDE. 1 v. in-4» ene. 5/000. in-8° .' 3*000 BOCAGE. 3 v. in-4o ene. 15/000, in-8» ' gtfooo JOÃO DE LUOENA. 2 v. in-4» ene. 10#000, in-8 6/000 OBRAS COMPLETAS CASIMIRO J, I. Di ABREl1 COLLIGIDASj ANOTADAS PRECEliiDAS DE UM JTUIZO CRITICO DOS ESCREPTORES NACIONAES E ESTRANGEIROS E DE UMA NOTICIA SOBRE O AUCTOR E SEUS ESCRBTOS POR J. NORBERTO DE SOUZA S. QUINTA EDIÇÃO ORNADA COM O SEU RETRATO MAIS CORRECTA E AUGMENTADA RIO DE JANEIRO B, L. GARN1ER LIVREIRO-EDITOR DO INSTITUTO HISTÓRICO 65, Rua do Ouvidor, 65 PARIS. — E. BELHATTE, Livreiro, 14, rua de 1'Abbaye. PORTO : Ernesto Chardron | BBAGA Eugênio Chardron LISBOA .- Carvalho & C1» 1877 Ficam reservados todos os direitos de propriedade. Havre. — Typographia de A. LEMALE AtNÍ. — 2.6455. INTRODUCÇAO ADVERTÊNCIA SOBRE A PRESENTE EDIÇÃO Ha dez annos que a inevitável mão da morte, cortara em flor um dos mais esperançosos poetas brazilienses, e suas obras, segundo a legislação pátria, entram no domínio pu­ blico e fazem hoje parte da herança do povo, como um legado de seu auctor. Annuido á justa reclamação dos amantes da nossa moder­ na litteratura, abro-lhe um lugar de honra entre os seus irmãos mais velhos, os auctores nacionaes que formam e de­ vem formar com as suas antigas obras, esquecidas até aqui sob a poeira do tempo, pois que é elle bastante digno de figurar na Brazilia, bibliotheca nacional, cuja publicação se tem demorado por obstáculos de todo o gênero não obs­ tante a sua reconhecida importância e evidente utilidade, não sendo o menor d'estes obstáculos a carência de favores, aliás prodigalisados em tentativas menos valiosas á gloria litte- raria do nosso paiz. — 8 — As Primaveras de Casimiro de Abreu foram recebidas com enthusiasmo e lidas com avidezpelo publio e mormente pelo bello sexo não só do império,como da nossa antiga metrópole. O fim prematuro do illustre cantor augmentou-lhes o méri­ to, dando-lhes o realce que outorga o sello sagrado do túmulo e a sancção da morte,e a edição nitida e luxuosa,f eita sob as vistasdo próprio auctor, (1) esgotou-se para logo, e só seis a sete annos depois appareceram asnovas ediçõesportugue- zas do Porto (2) e de Lisboa, (3) com algumas novas pro- ducções do malogrado poeta. DifEere a presente edição das três anteriores. Não só é mais completa como menos confusa, pois evitei a reproducção de algumas poesias não já com differentes, mas sob os mesmos títulos apresentados debaixo da apparencia de novidade, taes quaes se vêem nas duas edições portuguezas. (4) O auctor, logo depois da impressão das suas obras, mostrou-se des­ contente da falta de ordem que guardara na distribuição de suas composições pelos três ou quatro livros (5) de que se compõem as suas Primaveras, e seu editor esperava o res­ tabelecimento de sua saúde para dar segunda edição mui­ to melhorada e augmentada a esse respeito ; ambos porém, auctor e editor, foram tolhidos nesse projecto pelo sopro da morte. No primeiro livro, a que o poeta consagra as suas poesias do exilio, (6) como chamava a sua forçada residência em Portugal, faltam muitas das poesias escriptas fora da pátria as quaes todavia se encontram derramadas pelos livros se­ guintes, (7) assim como também contêm outras feitas já na terra natal eque podem e devem ter melhor cabimento entre as suas Brazilianas. (8) O segundo livro que comprehende os cantos de amor, con­ tem poesias deslocadas do livro das composições diversas que é o terceiro, (9) assim como n'esteha producções inspi­ radas pelo amor, que pertencem indubitavelmente ao segun­ do, (10) afora as avulsas, que não são poucas. (11) Ao livro terceiro destinou o auctor as poesias diversas pelavariedade de seus assumptos, mas ainda assim deparam- se n'elle as poesias mais convenientes ao seu Livro negro, (12) as suas Canções do exilio e cantos de amor, fl4) sendo necessário supprir essas faltas com as poesias avulsas. (15) O Livro negro é composto de um pequeno numero de poe­ sias ; ha ahi muitas, porém, que se acham no caso de lhe pertencer pelo seu estylo repassado da mais pungente e acer­ ba melancolia e pelo seu colorido fúnebre, que só lhe podia fornecer o fei de que lhe impregnaram o coração ainda in­ fantil, pela contrariedade com que torceram as nobres vo­ cações da sua alma. (16) Alem das poesias insertas nas Primaveras, existem outras que por occasiâo do passamento do auctor ficaram derrama­ das emnumerode doze ou treze por varias revistas e gazetas. (17) Convém, pois, distribuil-as pelos diversos livros da sua preciosa collecção, deixando apenas de parte o pouco que escreveu em prosa (18) e o seu poema dramático, (19) rela­ tivo aos últimos momentos do grande cantor dos Luziadas. Ousei pois fazer o que faria o auctor ; conservei as suas divisões, mas transpuz de uns para outros livros as compo­ sições que pediam essatraslação, pelos seus assumptos e pelo seu estylo, junctando-lhes convenientemente as poesias avul­ sas, de modo a tornar a sua obra mais perfeita quanto á distribuição das matérias, collocando as poesias em harmo­ nia com o assumpto de cada livro. Essa nova classificação se devo assim chamar a essas pequenas modificações, em nada altera os pensamentos do poeta, antes apresenta as suas idéas mais facilmente ao exame e comprehensâo dos que lêem e meditam sobre as poesias, embora os homens positi­ vos ou dados unicamente ás sciencias, a tomem por littera- tma frivola. (20) Seguindo o plano adoptadopara as obras d'estacollecção, juntei-lhe o juizo critico dos auctores nacionaes e estrangei­ ros, sendo n'esta parte a presente edição mais completa do 1. que as portuguezas, onde faltam alguns pareceres não menos importantes, do que os publicados nas duas edições citadas. (21) Coroa a presente edição uma apotheosis poética ou collec­ ção de poesias tributadas á memória do auctor, pelos seus amigos e admiradores Bruno Seabra, Almeida Cunha, J. V. da Silva Azevedo, Ernesto Cibrâo, C. A Barbosa de Olivei­ ra, e Nuno Alvares e Eduardo de Carvalho ; guardada a precedência segundo a ordem chronologica da appariçâo,sen- do que para melhor uniformidade com o titulo geral, suppri- miostitulos de cada uma, dados por seusauetores, os quaes pouco ou nada differem entre si. (22) Havendo-se esgotado a ultima edição d'esta obra, poz-se todo o cuidado para que a presente, que é a quinta, sa- hisse mais completa, e mais correcta. II JUÍZO CRITICO DOS ESCRIPTORES NACIONAES E ESTRANGEIROS Nos dias de prosaico positivismo em que vivemos, acabam as letras brazileiras de receber mais um mimo. Casimiro dAbreu acaba de publicar as suas Primaveras. Cumpre ser moço, na verdade, para no meio da indiíferença que enregela a sociedade, no meio do borborinho metallico que sôa a todos os ouvidos, levantar a voz sonora e dizer a essa sociedade egoista — Attendei-me! —vou cantar os se­ gredos de ternura da alma humana ; vou expôr-vos na lin­ gua a mais doce e harmoniosa os sentimentos que estão nos vossos, como estão em todos os corações, mas de que tão accuradamente vos distrahis. — Cumpre ser moço para tental-o, e cumpre ter recebido do céo essa sublime inspira­ ção, que constitue a verdadeira arte poética, para conse- guil-o. Casimiro dAbreu o conseguiu; seus versos são fluen­ tes, rcios de melodia, apropriados ao assumpto, doces como elle.

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