Sebastião Elias Milani ALINGO Atlas Linguístico De Goiás: Léxico-Fonético

Sebastião Elias Milani ALINGO Atlas Linguístico De Goiás: Léxico-Fonético

Sebastião Elias Milani ALINGO Atlas Linguístico de Goiás: léxico-fonético 1 Sumário Apresentação 1) Pressupostos metodológicos 2) Íntegra do projeto do ALINGO 3) Aprendizado com as viagens 4) Relação entre a estrutura fonológica e os dados fonéticos 4.1) Fonemas do português 4.1.1) Sistema consonântico 4.1.2) Sistema vocálico 4.1.3) Alofones falados em Goiás Parte I Dados coletados através do Inquérito Questionário do inquérito do ACERVO do LABOLINGGO e respostas. 1. O espaço geográfico 2. Fenômenos atmosféricos 3. Nomes para os astros e o tempo 4. Os nomes para a comida e as coisas da cozinha 5. Os nomes para as coisas do campo 6. Os nomes para plantas e os animais 7. Os nomes das partes do corpo humano 8. Os nomes os relacionamentos e os comportamentos humanos 9. Os nomes para as fazes da vida 10. Os nomes para as coisas da religião 11. Os nomes para as bricadeiras infantis 12. Os nomes para o que tem nas casas 13. Os nomes das roupas do dia-a-dia 14. Os nomes para as coisas da cidade Parte II Estudos linguísticos sobre o ALINGO 1) A variante sincrônica e formação diacrônica da fala goiana Variação da forma orvalho Variação na forma do diminutivo Variação da forma almôndega 2) Fatos fonéticos e fonológicos constatados nas fronteiras de Goiás 2 Apresentação Todo esse trabalho foi iniciado quando o Professor Sebastião Elias Milani, inscreveu uma proposta em resposta a um edital universal de pesquisa lançado em 2010 pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Goiás – FAPEG. O edital contemplou o projeto proposto com 37.200 reais, quantia suficiente para comprar os equipamentos necessários e cobrir diárias para alojamento e alimentação dos coletadores de dados. Sem esse dinheiro, não haveria a possibilidade de implantação desse projeto, uma vez que esses equipamentos são caros para serem adiquiridos com recursos individuais. O dinheiro ficou retido por mais de um ano em função de se resolverem dificuldades técnicas dentro da FAPEG, por isso o projeto só começou a ser executado em 2012. As pesquisas do LABOLINGGO - Laboratório da língua de Goiás - não visam ao desenvolvimento de tecnologia em strito senso. O que se pretende é o desenvolvimento de novas metodologias de pesquisa na área de humanidades. Assim sendo, cada trabalho dentro do LABOLINGGO se propõe como uma nova visão do objeto: língua de Goiás. Em cada um, mobiliza-se um conjunto de metodologias existentes para criar uma que resolva as dificuldades encontradas, desse modo é que temos estudado determinadas produções vocálicas dos goianos para representá-las com formas preestabelecidas em outros estudos. A necessidade de apresentar os resultados de maneira conhecida visa a evitar o que acontece com trabalhos grandiosos da área da dialetologia que caem na impossibilidade de serem lidos porque, nas transcrições fonéticas dos dados, usaram-se variadas formas, num espectro muito amplo de representações simbólicas, e uma representação demasiadamente detalhada dos dados diatóticos nas cartas. Para que se tenha como leitores um público amplo, usam-se desenhos comuns às transcrições fonéticas, aqueles geralmente apresentados em livros de introdução aos estudos de fonética e de fonologia. A execução da pesquisa para o Atlas Linguístico de Goiás - ALINGO foi organizada em diversas etapas: treinamento da equipe, quanto à metodologia teórica e quanto às ações práticas; aquisição do equipamento para infraestrutura de coleta de dados; a coleta de dados; a transcrição fonética; organização das tabelas de respostas e das cartas léxico-fonéticas; implantação da página na Rede do LABOLINGGO contendo o Acervo audiovisual e o ALINGO e a implantação de subprojetos de mestrado, doutorado e iniciação científica dentro do projeto do Acervo. Nos meses de fevereiro e março de 2012, o professor Sebastião Elias Milani e a professora Tânia Ferreira Rezende Santos promoveram três cursos de 20 horas em que se leram livros de sociolinguística, geografia-linguística, etnolinguística, história de 3 Goiás, teses e dissertações sobre o falar goiano, teorias de transcrição fonética e de transcrição fonológica. Esse extenso programa foi desenvolvido como explicação em sala pelos professores e como leitura extrassala pelos participantes. Deve-se observar que os participantes eram alunos de Letras: graduação, mestrado e doutorado, portanto, todos tinham uma formação prévia sobre esses assuntos, alguns deles com ótima formação específica, uma vez que desenvolviam pesquisas sob a orientação desses professores nessas áreas metodológicas discutidas. Participaram e concluíram os cursos: Margareth de Lourdes Oliveira Nunes – professora da UFG – Letras, Anyelle Medanha – professora da UEG – Jussara, Karla Castanheira Mascarenhas – aluna do mestrado em linguística, doutor Daniel Marra da Silva – professor do IFTO – Palmas, Flaviana Mesquita Amâncio – aluna da graduação em Letras, Msc. Helda Núbia Rosa – professora de língua portuguesa, Isadora Massad Giani Pinheiro – aluna do mestrado em linguística, Msc. Janice Alves Gomes – professora do IFG – Uruaçu, Marta Pereira – aluna da graduação em Letras, Patrícia Verônica Moreira – aluna do mestrado em linguística, Msc. Paulo Henrique do Espírito Nestor – professor na FacLyons, Pedro Augusto Lino Silva Costa – aluno da graduação em Letras, Raquel Queiroz de Almeida – aluna do mestrado em linguística, doutora Raquel Veira Peixoto – professora de língua portuguesa e linguística, Rodolpho Gomes – aluno do mestrado em Letras, Msc. Rômulo da Silva Vargas Rodrigues – professor da PUC-Goiás, Msc. Sueli Lopes – Professora da PUC Goiás, Talita Alves Costa – aluna da graduação em Letras, Thais Elizabeth Pereira Batista – aluna do mestrado em Letras e Wildinara Karlane – aluna do mestrado em linguística. As teorias foram treinadas na perspectiva que o projeto se instituiu, como uma descrição léxico-fonética. Assim sendo, demandava demonstrar aos participantes quais as direções teóricas que orientariam a execução do projeto em todas as suas etapas, mesmo que eles não viessem a participar de todas. Foram lidos e debatidos os textos de geografia-linguística de Eugênio Coseriu e Silvia Figueiredo Brandão. Pesquisas anteriores com caráter de descrição de língua, como os trabalhos de Antenor Nascentes e Amadeu Amaral, O Atlas Linguístico da Paraíba, o Atlas Linguístico de Sergipe, o Atlas linguístico etnográfico da Região Sul etc. Textos teóricos metodológicos de sociolinguística, como os de Fernando Tarallo, a Dissertação de mestrado de Daniel Marra da Silva sobre a vida e a obra de William Labov. Foi feita uma revisão nos pressupostos teóricos da fonética e da fonologia, por meio dos livros de Joaquim Mattoso Câmara Junior, de Dinah Callou e Yone Leite e de Thais Cristóforo Silva. Posteriormente, promoveram-se discussões sobre o uso de 4 programas de computador na análise de dados fonético e sociolinguístico: como o PRAAT e o Goldvarb. A última etapa desses cursos foi a produção e discussão do inquérito com perguntas de todas as áreas da vida social, do convívio e da natureza. Eu, o professor Sebastião, fiz um levantamento dos objetos de perguntas em geral dos atlas, sobretudo, do ALiB. Todos juntos fizemos as perguntas, baseando-nos nas respostas possíveis em Goiás. A aquisição do equipamento aconteceu pela perspectiva que se tinha para o desenvolvimento do projeto em campo. A UFG como parceira do projeto prontificou-se a oferecer uma sala para instalação do equipamento, isso aconteceu no gabinete 46, onde está lotado o professor Sebastião, líder do projeto. De posse do equipamento de áudio e vídeo, a professora Margareth de Lourdes de Oliveira Nunes, parceira do projeto, que tem ótima formação em fotografia e filmagem, após um minucioso estudo dos equipamentos, ensinou os alunos e os professores participantes do projeto a manusearem os gravadores, as máquinas fotográficas e as filmadoras. Também orientou a compra de equipamento para armazenar as fotos e fazer as máquinas funcionarem plenamente. 5 1) Íntegra do projeto do ALINGO de 2010 Objetivos - Organizar um acervo audiovisual (digital) com a fala dos habitantes do Estado de Goiás e disponibilizá-lo para pesquisas linguísticas e educacionais. - Mapear fatos linguísticos de natureza fonético-fonológica e lexical, por meio do Atlas linguístico de Goiás - ALINGO. - Documentar e descrever a realidade linguística de Goiás, com enfoque na dimensão diatópica e, por extensão, fornecer dados também sobre a realidade linguística brasileira. - Fornecer elementos para a compreensão da língua falada em Goiás, em uma perspectiva sincrônica; - Identificar mudanças linguísticas em andamento, evidenciadas na fala dos informantes; - Fornecer dados linguísticos que poderão contribuir para o aprimoramento do ensino/aprendizagem da língua portuguesa. Metodologia Os fatos da língua, segundo Labov (1972), são condicionados por fatores extralinguísticos em constante estado de mudança. Sendo a língua heterogênea, a interação dos locutores dentro de situações específicas fixa-se como fator de relevância para determinar as variantes linguísticas de uma determinada comunidade. Nessa perspectiva, essa pesquisa será ancorada em procedimentos metodológicos da Geolinguística Pluridimensional que contemplam quatro elementos: a rede de pontos, o questionário linguístico, o perfil do informante e o inquiridor. Com relação à rede de pontos, Mouton (1996, p. 65) a define como o conjunto de localidades onde será realizada a pesquisa, que são escolhidas segundo diversos critérios e que devem representar todo o território estudado. Antenor Nascentes, dialetólogo

View Full Text

Details

  • File Type
    pdf
  • Upload Time
    -
  • Content Languages
    English
  • Upload User
    Anonymous/Not logged-in
  • File Pages
    274 Page
  • File Size
    -

Download

Channel Download Status
Express Download Enable

Copyright

We respect the copyrights and intellectual property rights of all users. All uploaded documents are either original works of the uploader or authorized works of the rightful owners.

  • Not to be reproduced or distributed without explicit permission.
  • Not used for commercial purposes outside of approved use cases.
  • Not used to infringe on the rights of the original creators.
  • If you believe any content infringes your copyright, please contact us immediately.

Support

For help with questions, suggestions, or problems, please contact us