O CENÁRIO DA VIOLÊNCIA E DA CRIMINALIDADE NO BRASIL E 2 NO CEARÁ ANÁLISE COMPARATIVA SUMÁRIO FICHA APRESENTAÇÃO DO GOVERNADOR 04 INSTITUCIONAL CAMILO SOBREIRA DE SANTANA ANTONIO IDILVAN DE LIMA ALENCAR 1. INTRODUÇÃO 06 Governador Secretaria da Educação ALINE BEZERRA OLIVEIRA LIMA 2. ÓBITOS POR AGRESSÃO E OS DADOS DO MARIA IZOLDA CELA DE ARRUDA COELHO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE MORTALIDADE 15 Vice-Governadora Secretaria Especial de Políticas sobre Drogas 2.1. Óbitos por Agressão: visão geral 16 JOSÉ ÉLCIO BATISTA JOSÉ EULER DE OLIVEIRA BARBOSA Gabinete do Governador Secretaria do Esporte 2.2. Óbitos por Agressão e características sociodemográficas 28 2.2.1. Óbitos por Agressão, segundo o sexo da vítima 30 FERNANDO ANTÔNIO COSTA DE OLIVEIRA CARLOS MAURO BENEVIDES FILHO 2.2.2. Óbitos por Agressão, segundo a faixa etária da vítima 32 Gabinete do Vice-Governador Secretaria da Fazenda 2.2.3. Óbitos por Agressão, segundo cor/raça da vítima 34 2.3. Óbitos por Agressão, segundo o meio utilizado 37 JOSÉ NELSON MARTINS DE SOUSA LÚCIO FERREIRA GOMES 2.4. Óbitos por Agressão, segundo o porte dos municípios 41 Casa Civil Secretaria da Infraestrutura REGISTROS OFICIAIS DE CRIMINALIDADE VIOLENTA 53 JUVÊNCIO VASCONCELOS VIANA MARIA DO PERPÉTUO SOCORRO FRANÇA PINTO 3. Procuradoria-Geral do Estado Secretaria da Justiça e Cidadania 3.1. Criminalidade Violenta contra o Patrimônio (CVP) 56 JOSÉ FLÁVIO BARBOSA JUCÁ DE ARAÚJO ARTUR JOSÉ VIEIRA BRUNO 3.1.1. Criminalidade Violenta contra o Patrimônio (CVP) Controladoria e Ouvidoria-Geral do Estado Secretaria do Meio Ambiente em Fortaleza 62 3.2. Criminalidade Violenta Letal Intencional (CVLI) 66 JOSÉ LINHARES PONTE FRANCISCO DE QUEIROZ MAIA JÚNIOR 3.2.1 Criminalidade Violenta Letal Intencional (CVLI) Conselho Estadual de Educação Secretaria do Planejamento e Gestão em Fortaleza 86 FRANCISCO JOSÉ COELHO TEIXEIRA EUVALDO BRINGEL OLINDA 4. CRIMINALIDADE VIOLENTA E INDICADORES SOCIOECONÔMICOS 90 Secretaria da Agricultura, Pesca e Aquicultura Secretaria dos Recursos Hídricos 4.1. A Vulnerabilidade Social no Brasil 92 JESUALDO PEREIRA FARIAS HENRIQUE JORGE JAVI DE SOUSA 4.2. A Vulnerabilidade Social no Ceará 97 Secretaria da Saúde Secretaria das Cidades 4.2.1. Criminalidade Violenta e Vulnerabilidade Social no Ceará 104 INÁCIO FRANCISCO DE ASSIS NUNES ARRUDA ANDRÉ SANTOS COSTA 4.3. Criminalidade Violenta e Indicadores Secretaria da Ciência, Tecnologia Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social e Educação Superior Socioeconômicos em Fortaleza 110 JOSBERTINI VIRGÍNIO CLEMENTINO FABIANO DOS SANTOS Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social 5. NOTA COMPLEMENTAR 116 Secretaria da Cultura ARIALDO DE MELLO PINHO 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 124 FRANCISCO JOSÉ TEIXEIRA Secretaria do Turismo Secretaria do Desenvolvimento Agrário BIBLIOGRAFIA 126 RODRIGO BONA CARNEIRO (RESPONDENDO) CESAR AUGUSTO RIBEIRO Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos ANEXOS E APÊNDICE 127 Secretaria do Desenvolvimento Econômico de Segurança Pública e Sistema Penitenciário t, Apresentação do Governador Garantir a segurança da população do Estado do Ceará é uma agenda prioritária do Go- parcerias interinstitucionais que resultou no Pacto por um Ceará Pacífico. Nesse proces- verno do Estado. O compromisso com a construção de uma sociedade justa e pacífica so, foram produzidos dois estudos que subsidiaram a elaboração de um Plano de Ação foi assumido no plano “Os 7 Cearás”, com suas diretrizes que contemplavam aspectos ancorado em um diagnóstico e em uma análise das melhores práticas no Brasil e no da segurança pública, da justiça e cidadania, da política sobre drogas e do desenvol- mundo. A presente publicação trata do diagnóstico da violência e da criminalidade foca- vimento urbano, e visavam a redução dos índices criminais e a construção de uma do especialmente nos crimes violentos letais intencionais, tendo em vista a centralidade cultura de paz no Estado. da proteção à vida no Pacto. O Pacto foi construído conjuntamente pelos diversos po- deres do Estado, envolvendo não apenas os diversos órgãos e secretarias do governo, Inúmeros progressos haviam sido consolidados na gestão anterior, mas vários desa- mas também, e fundamentalmente, o Poder Legislativo, o Poder Judiciário, o Ministério fios precisavam ser debelados como a ampliação das oportunidades de lazer, cultura Público e a Defensoria Pública do Estado, além de uma parceria com a sociedade civil por e esporte para os jovens cearenses, a transformação dos espaços públicos em arenas meio da organização não governamental Fórum Brasileiro de Segurança Pública. de convivência e sociabilidade, o fortalecimento institucional dos órgãos de segurança pública e o reforço às estruturas efetivas de combate à criminalidade, com a conse- O Pacto por um Ceará Pacífico objetiva, fundamentalmente, a redução dos índices cri- quente valorização dos profissionais de segurança pública. minais e o aumento da segurança da população cearense, através da implementação de ações intersetoriais e interinstitucionais que proporcionarão a construção de uma Cul- De 2015 para cá, muito foi feito. Delegacias passaram a funcionar 24 horas por dia, tura de Paz no Ceará. Essas ações englobam os aspectos da segurança pública no sen- o Batalhão Raio e a Coordenadoria de Operações Aéreas foram interiorizados, foram tido estrito, mas não se resumem a eles e estendem-se a iniciativas voltadas à melhoria criados novos núcleos de perícia forense e os planos de carreira das polícias foram re- do contexto urbano, ao acolhimento às populações mais vulneráveis e ao enfrentamen- formulados. Os profissionais de segurança pública foram valorizados com promoções e to à violência como um todo, a partir da atuação articulada, integrada e compartilhada aumento real de salários, além de terem seus esforços reconhecidos e estimulados por dos órgãos e entidades públicas estaduais, municipais e federais, e da sociedade civil. meio da instituição de um plano de metas, chamado Em Defesa da Vida, que conseguiu a redução sustentável dos índices de criminalidade no Estado. Assim, em 2015 conse- Como diz a canção, “se muito vale o já feito, mais vale o que será, e o que foi feito é guimos reduzir em 9,5% os crimes violentos letais intencionais do Estado, em compa- preciso conhecer para melhor prosseguir”. Prosseguiremos juntos e fortes, corrigindo ração com 2014, e em 2016 esta redução seguiu firme, possibilitando o fechamento erros e fortalecendo os acertos, na construção conjunta de um Ceará Pacífico para do ano com 15,2% menos homicídios do que em 2015. Isso significou a preservação de toda a população cearense. mais de mil vidas no Estado em apenas dois anos. Os avanços foram importantes, mas é preciso fazer ainda mais e foi nesse sentido que Camilo Santana desde 2015 começamos a construção de um importante processo de articulação de 4 5 As ciências sociais se dedicaram ao estudo do crescimento do crime e da violência na sociedade brasileira durante a transição para a democracia ao longo dos anos 1980. Apesar dos reduzidos estudos e dados criminais sobre o período do regime militar, So- ares (2005) demonstra que o crescimento das taxas criminais, sobretudo a taxa de ho- micídios, foi iniciado ainda durante o regime militar, mais intensamente a partir de 1979, tendo se estabilizado, em patamares mais altos, a partir de 1984. Este fenômeno atingiu seu pico nos anos 1990 e um exemplo nesse sentido é que o Jardim Ângela, na zona sul da capital São Paulo, foi considerado o bairro mais violento do mundo em 1999. Naquele contexto, as taxas de homicídio paulistas e cariocas apresentavam tendência de cresci- mento e as taxas regionais do Nordeste e Norte permaneciam relativamente estáveis em patamares bastante inferiores às do Sudeste. No entanto, o movimento das estatísticas de homicídios a partir da década de 2000 apresentou tendências inversas às observadas nos anos 1980 e 1990. Enquanto a taxa média de homicídios da região Sudeste se destacou nos anos 2000 pela sua redução acentuada, fortemente impactada pelos casos de São Paulo e Rio de Janeiro, a tendência inversa foi observada nos estados do Nordeste e Norte. Curiosamente, os estados que 1. mais reduziram desigualdades na última década apresentaram tendência de crescimento em suas taxas de homicídio. Este fenômeno ainda não foi suficientemente estudado e interpretações de suas possíveis causas e significados não são numerosos. INTRODUÇÃO Apesar dos limites de uma produção científica consolidada que interprete as transforma- ções recentes nas tendências dos homicídios no Brasil, é possível identificar esforços de alguns autores no sentido compreender os elementos mais importantes e que poderiam desempenhar papel determinante em sua dinâmica. Segundo Kahn (2013), em termos absolutos, o conjunto dos estados brasileiros apresen- tou crescimento socioeconômico na última década. No entanto, o ritmo do desenvolvi- mento foi mais intenso nos estados que apresentavam níveis socioeconômicos mais bai- xos. Assim, verificou-se a redução de desigualdades, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o incremento do comércio e da renda da população, de forma mais intensa nas regiões Nordeste e Norte. Sapori (2012) identifica a mudança na dinâmica socioespacial do fenômeno dos homi- cídios no Brasil: na década de 1990, os estados do Sudeste (especialmente São Paulo e Rio de Janeiro) eram decisivos para a elevação das estatísticas sobre violência no País; já a partir dos anos 2000, os estados do Nordeste assumiram a posição de protagonistas no fenômeno de elevação dos homicídios. Contudo, para
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