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Anais VII Simpósio da Amazônia Meridional em Ciências Ambientais: Resumos Expandidos I – Scientific Electronic Archives. Vol 11: 2018, Special Edition ANAIS VII SIMPÓSIO DA AMAZÔNIA MERIDIONAL EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS: RESUMOS EXPANDIDOS – VOL I. “Amazônia de transição: Origem, desenvolvimento e perspectivas futuras" Realização Apoio Sinop, MT, 2018 103 Anais VII Simpósio da Amazônia Meridional em Ciências Ambientais: Resumos Expandidos I – Scientific Electronic Archives. Vol 11: 2018, Special Edition UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CÂMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS NATURAIS, HUMANAS E SOCIAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS NÚCLEO DE ESTUDOS DA BIODIVERSIDADE DA AMAZÔNIA MATO-GROSSENSE COMITÊ CIENTÍFICO VII SIMAMCA ADILSON PACHECO DE SOUZA ANDERSON BARZOTTO ANDRÉA CARVALHO DA SILVA CRISTIANO ALVES DA COSTA DANIEL CARNEIRO DE ABREU DÊNIA MENDES DE SOUZA VALLADÃO DOMINGOS DE JESUS RODRIGUES EDJANE ROCHA DOS SANTOS FABIANA DE FÁTIMA FERREIRA FABIANO ANDRE PETTER FELICIO GUILARDI JUNIOR FLÁVIA RODRIGUES BARBOSA GENEFER ELECIANNE RAIZA DOS SANTOS JACQUELINE KERKHOFF JEAN REINILDES PINHEIRO JULIANE DAMBROS KLEBER SOLERA LARISSA CAVALHEIRO DA SILVA LEANDRO DÊNIS BATTIROLA LUCÉLIA NOBRE CARVALHO LÚCIA YAMAZAKI LUIS FELIPE MORETTI INIESTA MARLITON ROCHA BARRETO MONIQUE MACHINER RAFAEL CAMILO CUSTÓDIO ARIAS RAFAEL SOARES DE ARRUDA RAFAELLA TELES ARANTES FELIPE RENATA ZACHI DE OSTI ROBERTO DE MORAES LIMA SILVEIRA SHEILA RODRIGUES DO NASCIMENTO PELISSARI SOLANGE MARIA BONALDO TALITA BENEDCTA SANTOS KÜNAST URANDI JOÃO RODRIGUES JUNIOR WESLEY PISIN 104 Anais VII Simpósio da Amazônia Meridional em Ciências Ambientais: Resumos Expandidos I – Scientific Electronic Archives. Vol 11: 2018, Special Edition CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO ÓLEO DE MUNGUBA OBTIDO POR ULTRASSOM Aléxia Lorenzi Raiser1; Leonardo Gomes de Vasconcelos2; Carla Regina Andrighetti3; Elton Brito Ribeiro 3; Dênia Mendes de Sousa Valladão3, 4 1Discente do Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais da Universidade Federal de Mato Grosso; E-mail: [email protected] 2Docente do Instituto de Química da Universidade Federal de Mato Grosso; E-mail: [email protected] 3 Docente do Instituto de Ciências em Saúde da Universidade Federal de Mato Grosso; E-mail: [email protected]; [email protected] 4Docente do Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais da Universidade Federal de Mato Grosso - Líder do Grupo de Pesquisa: Pesquisa, Desenvolvimento, Produção e Controle de Qualidade de Fármacos, Medicamentos e Cosméticos; E-mail: [email protected] Resumo A munguba (Pachira aquática Aubl.) é utilizada como árvore ornamental e suas castanhas são consumidas cruas ou torradas. O interesse no seu estudo baseia-se no fato de apresentar elevado teor de óleo com propriedades promissoras para o desenvolvimento de produtos dos mais diversos setores industriais. A qualidade do óleo obtido é variável de acordo com as intempéries e injúrias enfrentadas pela planta e pelo método de extração utilizado. Dessa maneira, o objetivo foi analisar a qualidade do óleo de munguba obtido por extração por ultrassom. O controle de qualidade do óleo foi realizado através da determinação de acidez total, ácido oleico, iodo, peróxido, saponificação, refração, densidade e teor de umidade e cinzas. Pela análise cromatográfica foram identificados os principais ácidos graxos que constituem o óleo de munguba. O óleo obtido apresentou boa qualidade frente a rancidez oxidativa e hidrolítica quando comparado a outros autores e seus métodos de extração. Ainda, a análise de composição dos ácidos graxos mostrou que os principais ácidos graxos presentes no óleo são o palmítico e o oleico. O óleo obtido através de extração por ultrassom apresentou boa qualidade e potencial aplicação em diversos setores industriais. Palavras-chave: Controle de qualidade; Extração; Pachira aquatica Aublet. Introdução A família Bombacaceae apresenta espécies ricas em compostos fitoquímicos como os sesquiterpenóides, lignanas, triterpenóides e seus derivados, neolignanas e flavonóides. Alguns desses compostos apresentam ações terapêuticas como, por exemplo, atividade anti- inflamatória (CHENG et al., 2017). Dentre as espécies pertencentes a família Bombacaceae, a munguba (Pachira aquática Aublet) é uma árvore frutífera encontrada na Amazônia Meridional (CAMARGO, 2008) que pode alcançar até 12 metros de altura (LORENÇON et al., 2016) apresentando facilidade de se adaptar às diversas condições edáfoclimáticas (JORGE e LUZIA, 2012; SILVA et al., 2015). Os frutos produzidos apresentam castanhas que são consumidas cruas ou torradas (LI et al., 2009; OLIVEIRA et al., 2000), que são ricos em ácidos graxos (palmítico, oleico elinoleico) e proteínas (JORGE e LUZIA, 2012). Logo, tem despertado o interesse comercial, uma vez que suas propriedades podem ser empregadas em indústrias alimentícias, farmacêuticas, cosméticas e de biodiesel (JORGE, LUZIA, 2012; SILVA, 2011). Os óleos vegetais podem ser obtidos por diversos métodos de extração como por maceração, prenssagem e Soxhlet (MARAN et al., 2017; MORETTO et al., 1998), entretanto, 105 Anais VII Simpósio da Amazônia Meridional em Ciências Ambientais: Resumos Expandidos I – Scientific Electronic Archives. Vol 11: 2018, Special Edition o método de extração empregado pode interferir na qualidade do óleo obtido e na composição dos ácidos graxos (SZENTMIHÁLYI et al., 2002). Dessa maneira, a busca por novas metodologias de extração que permitam um bom rendimento e qualidade do óleo extraído vem aumentando (PERRIER et al., 2017). Ainda é desejado métodos de extração mais rápidos e que utilizem menor volume de solvente (AZMIR et al., 2013; MARAN et al., 2017). Neste sentido, a extração por ultrassom tem demonstrado ser eficiente na obtenção de óleos vegetais, além de possibilitar a otimização do tempo de extração, o baixo investimento e a utilização de menor volume de solvente (SCHONS et al., 2017; SICAIRE et al., 2016). Dentro desse contexto, o objetivo foi obter o óleo de munguba através de extração por ultrassom e realizar a caracterização físico-química do óleo. Metodologia Os frutos foram coletados no Parque Florestal da cidade de Sinop/MT e levados ao Laboratório de Controle de Qualidade da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Sinop. No laboratório, os frutos foram imediatamente colocados em estufa de circulação forçada à 40 °C, onde permaneceram por 48 horas para ocorrer a intumescência e possibilitar a retirada das sementes do interior dos frutos. As sementes foram mantidas na estufa por 24 horas para secagem e, então, foram trituradas em moinho de facas. O triturado foi misturado ao solvente hexano na proporção de 1:5 (m/v) e a mistura (munguba/hexano) foi submetida a extração por ultrassom durante 2 horas com frequência de 40 KHz com temperatura média de 35ºC. Após esta etapa, o extrato (óleo/solvente) foi filtrado e evaporado em evaporador rotativo a 40°C de modo a obter o óleo de munguba. A caracterização físico-química do óleo foi realizada seguindo as Normas do Instituto Adolfo Lutz (IAL, 2008) para a determinação de acidez total, ácido oleico, índice de iodo, índice de peróxido, índice de saponificação, índice de refração e densidade. Ainda, por análise termogravimétrica em equipamento da TA Instruments, modelo SDT 2960 obteve-se o teor de umidade e cinzas. Os ácidos graxos presentes no óleo de munguba foram identificados através de análise cromatográfica utilizando cromatógrafo gasoso (GC-17A – Shimadzu) acoplado a detector de massas (GCMS-QP5050A – Shimadzu). Resultados e Discussão O método de extração por ultrassom proporcionou um rendimento de 47,70% de óleo de munguba (Pachira aquatica) sendo próximo aos rendimentos de 47,56% e 38,39% obtidos por Camargo (2008) e Jorge e Luzia (2012), respectivamente, através de extração por Soxhlet. Os rendimentos são considerados altos e sofrem interferências como as intempéries da região, maturação dos frutos, solventes e métodos de extração utilizados. A caracterização físico-química permite determinar a qualidade do óleo através da análise de diversos parâmetros. Dessa maneira, o ensaio de acidez total do óleo é empregado para determinar a presença de ácidos graxos livres, os quais aceleram o processo de deterioração do óleo. O índice de acidez obtido foi de 4,10 mg NaOH/g, sendo superior ao limite máximo preconizado pela Anvisa (2005) de 4,00mg NaOH/g. Entretanto, a acidez obtida foi inferior às encontradas na literatura (LAGO et al., 1987; CAMARGO, 2008; JOERGE E LUZIA, 2012). O percentual de ácido oleico esta associado diretamente com o índice de acidez. O valor obtido foi de 2,06% sendo inferior ao encontrado por Silva (2011) que foi de 2,97%. O índice de iodo obtido foi de 53,75 g I2/100g demonstrando um baixo grau de insaturação, reduzindo o risco de ocorrer rancidez oxidativa do óleo. 106 Anais VII Simpósio da Amazônia Meridional em Ciências Ambientais: Resumos Expandidos I – Scientific Electronic Archives. Vol 11: 2018, Special Edition O limite máximo para o índice de peróxido preconizado pela Anvisa (2005) é de 15 mEq/Kg. O óleo analisado apresentou o valor de 3,75 mEq/Kg coincidindo com a maior presença de ácidos graxos saturados e menor risco de deterioração por oxidação na amostra. O valor de índice de saponificação encontrado foi de 181.68 ± 2.78 KOH/g evidenciando uma maior proporção de ácidos graxos de baixo peso molecular. O índice de refração permite medir o grau de saturação e verificar a manutenção da qualidade da amostra, sendo que quanto maior seu valor,

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