Revisão Taxonômica Do Gênero Stryphnodendron Mart

Revisão Taxonômica Do Gênero Stryphnodendron Mart

Viviane Renata Scalon Revisão Taxonômica do gênero Stryphnodendron Mart. (Leguminosae-Mimosoideae) São Paulo 2007 Viviane Renata Scalon Revisão Taxonômica do gênero Stryphnodendron Mart. (Leguminosae-Mimosoideae) Tese apresentada ao Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, para a obtenção de Título de Doutor em Ciências, na Área de Botânica. Orientador: Prof. Dr. Vinicius Castro Souza São Paulo 2007 Scalon, Viviane Renata Revisão Taxonômica de Stryphnodendron Mart. (Leguminosae- Mimosoideae) 264 p. Tese (Doutorado) - Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. Departamento de Botânica. 1. Stryphnodendron 2. Taxonomia 3. Neotropical I. Universidade de São Paulo. Instituto de Biociências. Departamento de Botânica. Comissão Julgadora: ________________________ _____ _______________________ Prof(a). Dr(a). Prof(a). Dr(a). _________________________ ____________________________ Prof(a). Dr(a). Prof(a). Dr(a). Prof(a). Dr(a). Orientador(a) À família Scalon e aos amigos “A ciência incha, mas o amor edifica. Se alguém pensa que sabe alguma coisa, de fato ainda não sabe tanto quanto deveria saber” Paulo (I Coríntios, 8:1-2) Agradecimentos O desenvolvimento deste trabalho só foi possível com a ajuda de inúmeras pessoas e, sem a ajuda de cada uma delas (seja pessoal ou profissionalmente), eu não teria chegado ao fim deste estudo. A todos que participaram de meus últimos quatro anos, citados aqui ou não, meu eterno “muito obrigada!”: Às instituições que forneceram condições financeiras ao desenvolvimento deste trabalho: FAPESP (que concedeu bolsa de estudo desde minha graduação na iniciação científica, no mestrado e no doutorado), IAPT (que tornou possível a viagem de coleta para a região de Manaus) e a KLARF – Kew Latin American Research Foundation (que financiou a visita à Londres e demais herbários europeus visitados). Ao Vinicius, meu orientador, que me acompanha a mais de dez anos. Obrigada por me indicar as “portas” da botânica e por respeitar minhas opções (mesmo não concordando sempre com elas), pela insistência, paciência e confiança. A todos os curadores e funcionários de herbários no Brasil e exterior em que estive, por ajudarem o máximo possível o desenvolvimento de meu trabalho, muitas vezes permitindo que ficasse nas coleções antes e depois do horário normal de funcionamento. Também agradeço aos curadores do Brasil e exterior que enviaram material como empréstimo de suas coleções. Ao Rogério Lupo por compartilhar sua inspiração nas belíssimas ilustrações de hábito (como sempre!). Ao Jefferson Prado por seu auxílio e excelentes conversas sobre questões nomenclaturais. Aos Leguminólogos do Brasil e exterior, sempre dispostos a conversar e a dar valiosos conselhos: Haroldo Lima e Vidal Mansano (Jardim Botânico/RJ), Luciano Queiroz (Univ. Federal de Feira de Santana/ BA), Ana Tozzi (Unicamp/SP), Toby Pennington (Royal Botanical Garden, E), ao “Leguminosae Team” de Kew, Lulu Rico, Brian Schrire, Terry Pennington e Gwilym Lewis (Royal Botanical Garden, Kew/Inglaterra) e a Enrique Forero (Univ. Fed. Bogotá/ Colômbia). Aos companheiros de trabalho e também amigos do Laboratório de Sistemática ESALQ/USP: Andrea, Aninha, Binho, Carol, Cláudia, Dani Sampaio, Fiorella, Gérson, Gisele, Juliana Souza (minha irmã da vida) e Julianinha, Marcela, Marcelo (Pinus), Paulinha, Renatinha Udulutsch, Rose, Samira, Tiago, Vera, Vinicius e Wellington. Aos funcionários do Herbário ESA: José Zandoval, Ony, Terezinha e D. Maria. Aos amigos que fiz em Juiz de Fora, que mesmo à distância continuaram a acompanhar meu trabalho, a todos meus ex-alunos da UFJF que sempre serão motivo de orgulho, e em especial às amigas que continuam em JF: Raquel (Quel) e Raphaela (Phaela), e àquelas que conheci em JF mas hoje estão no Rio de Janeiro: Rafa Forzza, Berenice, Valquíria e Adrianinha. Aos meus mais novos “velhos amigos” e companheiros de trabalho na UFOP/MG: Alessandra, Cris, Cristininha, Marco, Yasmine, Eneida, Hilde, Jorge e funcionários do DECBI. Em especial a todos meus alunos que me apoiaram na fase final de redação da tese. Aos colegas do Laboratório de Sistemática do IB/USP: Maria Ana, Lívia, Benoit e aos professores Pirani, Renato, Paulo e Lúcia que foram sempre prestativos e atenciosos. A todos os amigos do Laboratório de Biologia Molecular no IB/USP, em especial a Profa. Luiza e ao Prof. Salatino (mais que um exemplo profissional de ética, vocês são inspiração), a Mourisa e aos colegas Claudinha, Lucimar, Cris, Anari, Cíntia, Daniel e Carlos. Aos funcionários da Secretaria do IB/USP, principalmente aos pacientes Hélder e Érica, e aos funcionários da Secretaria do Departamento de Botânica, Norberto e Cesário. A todos os colegas em trabalhos de campo. Com cada um de vocês pude aprender algo novo. Obrigada pela paciência, confiança, alegria e gentileza sempre. Em especial ao Welly, Déia, Tsuji, Gérson, Paulinha, Pinus e Juliana. Ao mateiro Everaldo e ao Gélso, que nos auxiliaram nas coletas na Reserva Ducke. Aos colegas Alain Chautems e Gabi pela curta, mas extremamente edificante, companhia nas coletas do Brasil Central e pela carinhosa recepção em Genebra. Gostaria de agradecer também a Amélia Bacarat (Kew), que foi muito eficiente e atenciosa e tornou mais fácil e agradável minha permanência em Londres, e aos demais companheiros que conheci na mesma ocasião e que foram especiais em minha estadia em Kew: Rosane, Jovita, Ana Cláudia, Edgley, Alexia e Liliana. A todos os funcionários e colegas que conheci em Kew, sempre gentis e amáveis, dispostos a ajudar e conversar (com muita paciência) um pouco sobre nossa paixão comum, a botânica. Todos foram imprescindíveis para meu desempenho em Londres. Em especial, gostaria de agradecer ao pesquisador Gwylin Lewis, que aceitou a responsabilidade de acompanhar e orientar meu trabalho durante minha estadia em Kew, sempre disposto a dar atenção e ajudar, mesmo tendo que se desdobrar entre inúmeros compromissos. Agradeço muito pelo voto de confiança e estímulo à minha pesquisa. A todos meus familiares: minha mãe Sônia, meu pai Mário, Vô Zé, minhas irmãs Patrícia e Daniela, meus cunhados Ivan e Fernando. Vocês são a “fundação” da casa que hoje se edifica. A minhas irmãs de república em Piracicaba durante o doutorado: Alessandra Penha, Larissa Tops e Sil Vieira. Nunca vou me esquecer de vocês, nem conseguir expressar minha gratidão pela companhia e lições de como viver melhor. A todas as crianças que fizeram parte dessa fase de minha vida e que são o principal motivo da minha fé no futuro. Em especial aos meus sobrinhos Izabela, Tomás e Sofia, e aos eternos “afilhados” do laboratório de sistemática Carolzinha, Danielzinho e Victor. Finalmente, a todos os pesquisadores botânicos do Brasil e exterior com quem pude conversar e aprender mais um pouco sobre botânica, obrigada pela atenção e paciência. E a todos os grandes botânicos dos séculos passados que direta ou indiretamente colaboraram para o estudo das Leguminosas e de todas as plantas, grandes naturalistas que me inspiram a trabalhar com mais vontade a cada dia. Resumo Leguminosae - Mimosoideae possui cerca de 3300 espécies subordinadas a cerca de 80 gêneros, distribuídas principalmente nas regiões tropicais e subtropicais, com alguns gêneros se estendendo até áreas de clima temperado. O presente trabalho refere-se ao estudo taxonômico das espécies do gênero Stryphnodendron, que apresenta distribuição neotropical com limite norte de ocorrência a Nicarágua e como limite sul o Estado do Paraná no Brasil. A realização desse estudo foi baseada em levantamento bibliográfico, consultas aos acervos dos principais herbários brasileiros e do exterior, e em expedições de coleta em áreas de ocorrência natural dos táxons do gênero. Stryphnodendron reúne 36 táxons, dos quais cerca de 89% ocorrem no Brasil e aproximadamente 50% são exclusivos do território brasileiro, ocorrendo em diversos tipos de vegetação, mas principalmente em Cerrados e na Floresta Amazônica. Apenas quatro espécies não têm registro de coleta no Brasil: S. excelsum Harms (Nicarágua, Costa Rica e Panamá), S. levelii R.S.Cowan (Venezuela), S. moricolor Barneby & Grimes (Guiana Francesa) e S. porcatum D.A.Neill & Occhioni f. (Equador). Com base na morfologia externa, Stryphnodendron pode ser caracterizado por ser inerme, apresentar ápice dos ramos dotados de indumento ferrugíneo, folhas bipinadas (dotadas de nectários extraflorais), flores pentâmeras, sépalas e pétalas unidas, corola de 2-6mm de comprimento, dez estames livres ou unidos muito próximo à base, ovário curto-estipitado, flores reunidas em espigas, além de frutos tipo legume nucóide ou folículo, septados e sementes com endosperma e pleurograma do tipo apical-basal. Como resultado da revisão, foram definidos quatro padrões de distribuição das espécies, dezoito lectotipificações são aqui designadas, seis novas sinonimizações, duas novas combinações, um restabelecimento de espécie, uma mudança de status nomenclatural, três espécies excluídas e dois nomes mantiveram-se como nomes duvidosos. Foram ainda detectadas nove espécies novas: Stryphnodendron conicum, Stryphnodendron dryaticum, Stryphnodendron fasciatum, Stryphnodendron holosericeum, Stryphnodendron orinocense, Stryphnodendron procerum, Stryphnodendron riparium, Stryphnodendron velutinum e Stryphnodendron venosum. Abstract Leguminosae - Mimosoideae comprises 80 genera and about 3,300 species, mainly distributed in tropical and subtropical regions, although some genera can reach temperate areas. We reviewed species from Stryphnodendron, which presents Neotropical distribution

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