Universidade de Brasília Instituto de Ciências Humanas Programa de Pós-Graduação em História Área de Concentração: História Cultural Linha de Pesquisa: Identidades, Tradições, Processos Dissertação de Mestrado Orientadora: Eleonora Zicari Costa de Brito Taiguara: A volta do pássaro ameríndio (1980 - 1996) Maria Abília de Andrade Pacheco Brasília, abril de 2013. Universidade de Brasília Taiguara: A volta do pássaro ameríndio (1980 - 1996) Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Brasília, na área de Concentração de História Cultural, como requisito à obtenção do título de Mestre em História. Maria Abília de Andrade Pacheco Brasília, Abril de 2013. Banca Examinadora Profa. Dra. Eleonora Zicari Costa de Brito (UnB – Orientadora) Profa. Dra. Maria Thereza Ferraz Negrão de Mello (UnB) Prof. Dr. Edwar de Alencar Castelo Branco (UFPI) Prof. Dr. Emerson Dionísio Gomes de Oliveira – Suplente – (IdA/UnB) Ao Senhor do Amor que me ensinou a enfrentar a vida de peito aberto, desarmada e confiante – JC, o maior de todos os revolucionários Agradecimentos Este trabalho é fruto de muitos diálogos entabulados nos mais diversos cenários. Na esteira do idealismo de Taiguara, os interlocutores convocados são criaturas desinquietas e nômades que não se deixam seduzir por lugares-comuns e verdades absolutas. São seres humanos distintos, no duplo sentido da palavra, e têm nome e rosto. Adaptam-se a todos os mundos, porque não são conformistas: por onde passam, reorganizam as coisas a sua maneira e, quando mudam de endereço, deixam rastros de sonhos e edificações sólidas na saudade de quem ficou. Se atualmente não há mais lugar para os grandes projetos coletivos, de minha parte não vejo como produzir algo sozinha. Por isso começo agradecendo à própria História Cultural, que vem me permitindo dialogar de igual para igual com os teóricos que me embasam – a quem também agradeço. É preciso olhos para enxergar e coração para sentir. O cérebro agradece. Professora Eleonora: e que teria sido de mim sem ela? Com certeza, esta dissertação não teria sido finalizada não fosse o incentivo e jogo de cintura desta brava guerreira – tantos obstáculos! Professora Thereza: musa inspiradora – seus artigos e leituras recomendadas conversaram de perto comigo, sua sensibilidade me contaminou, e deu no que deu. Professor Edwar: talento que vem de longe, narrativa sem par. Bem-vindo! Professora Márcia Kuyumjian: realizadora. Envolvida em mil projetos, finaliza todos. Meu primeiro artigo saiu num livro organizado por ela e pela Professora Thereza Negrão. Muito grata. Professora Sara Almarza: eu precisava testar o diálogo da literatura com a história no solo da literatura e foi então que tive a sorte de encontrar alguém com uma visão privilegiada da realidade, desenvolvida na prática de muitas aulas e na leitura de grandes romancistas. Maravilhosa experiência. Professores Emerson Dionísio e Marcelo Reis: participaram de minha banca no curso de especialização e me deram preciosas orientações para trabalhos futuros. Colhi o seu incentivo e aqui estou. Mateus: aluno do doutorado, interlocutor imediato, conhecedor das condições de produção do meu discurso. Suportou com heroísmo o falatório de todo dia sobre a pesquisa. Valeska, Leidiane, Leandro, Marcelo Brito, Rafael, Kênia e Robervaldo: vê-los nas reuniões de fim de ano, ir a shows juntos, compartilhar as angústias da escrita, tudo isso vai deixar saudade. Beijo todos. Família de Taiguara: meu primeiro contato foi com Imyra, a primogênita do cantor, quando eu ainda cursava a especialização; à época Imyra estava empenhada em denunciar o fato de o disco Imyra, Tayra, Ipy, Taiguara ter saído no Japão e não no Brasil, tornando-se um lançamento inacessível ao público brasileiro. Depois, conheci Moína, outra filha de Taiguara, e o seu marido Marcello Pereira Borghí, que foram muito receptivos à pesquisa e me forneceram muitas informações sobre o cantor; também foi por meio deles que consegui uma entrevista com Ubirajara Silva, pela qual sou eternamente grata; Ana Lasevicius, última esposa de Taiguara, foi quem autorizou Alcides Martins Fontes Júnior, radialista da Rádio Metodista Online, o envio da gravação de um programa daquela rádio de que ela participara, contando a sua participação na vida do cantor. Meu muito obrigada a ela. Ao Alcides, agradeço de coração, inclusive pelos outros programas de rádio utilizados nesta pesquisa, enviados por correio sem nenhum ônus; Ubirajara Silva: nunca vou esquecer aquela tarde em que, junto com o Mateus, fui recebida pelo pai de Taiguara em sua casa; generoso e hospitaleiro, contou a sua história, mostrou os discos gravados e ainda nos brindou com uma apresentação memorável, tocando o seu bandoneón. Flávio Tiné: jornalista que disponibilizou na internet uma pesquisa sobre Taiguara num projeto de que participou ao lado de Ana Lasevicius, com dados inéditos sobre o cantor colhidos de depoimentos de Ana. Muito acessível, respondeu aos meus e- mails e só não consegui agendar por meio dele um encontro com Ana por obstáculos de minha parte. Ivan Vilela: tivemos um rápido contato por e-mail, suficiente para eu compreender que devia trazer para o texto escrito a minha própria experiência da escuta das canções, fazendo uso do instrumental que eu já possuía. Além de excelente tocador de viola caipira, Ivan é compositor, arranjador, pesquisador e professor de História da MPB na USP, onde busca desenvolver nos alunos uma escuta crítica. Saudou com entusiasmo a minha pesquisa: “Taiguara é um baita músico”. Cayê Milfont: operário da canção, apresentava no Feitiço Mineiro um show sobre Taiguara quando o conheci. De uma generosidade comovente, me concedeu uma longa entrevista em que falava também de sua carreira. O seu percurso musical me permitiu ver que há um universo por desvendar na história da música, confirmando para mim que a aposta no período contemplado pela pesquisa – o retorno de Taiguara nos anos oitenta – tinha tudo para dar certo. Mas Cayê me deu mais um prêmio: quando eu lhe apresentei o Mateus como estudante do doutorado que desenvolvia uma pesquisa sobre Milton Nascimento, o cantor lembrou-se de imediato de Novelli, músico que tinha tocado com Milton, e acenou com a possibilidade de conseguir dele uma entrevista. Por minha vez, eu sabia que Novelli tinha participado também do disco Imyra, Ipy, Tayra, Taiguara, inclusive havia composto junto com Taiguara algumas canções em outros discos. Foi assim que desencavamos mais uma entrevista. Obrigada, Cayê! Novelli: mais do que um baixista talentosíssimo, é também compositor e interlocutor privilegiado da história da música brasileira por ter participado de vários projetos musicais. Do seu relato percebi que há muito por conhecer sobre a participação dos músicos na arquitetura dos projetos musicais, o que, na maioria das vezes, é ignorado ou subestimado, dando-se destaque apenas aos intérpretes e compositores. Eis mais uma possibilidade de enveredar por outras trilhas da história: partir do princípio de que a música é um produto de várias parcerias. Ao Novelli, meu muito obrigada e o reconhecimento de fã. Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro: jamais esperaria encontrar aí o jornal Hora do Povo. E, encontrando-o, a surpresa foi ainda maior: era uma fonte muito rica, fundamental não só para a minha pesquisa, mas para a historiografia da música. À equipe que mantém este acervo e aos funcionários que me permitiram o acesso a ele, agradeço e dou os parabéns. Arquivo Nacional do Rio de Janeiro: pelo site da instituição foi possível adquirir todas as letras de Taiguara que solicitei, pagando apenas as despesas de envio. Serviço a distância muito prático e funcional, ferramenta indispensável. Centro de Documentação da Folha de S.Paulo: várias matérias trabalhadas nesta pesquisa foram obtidas por esta via mediante solicitação por e-mail. O banco de dados enviou reportagens de vários jornais. Tudo com muita competência e rapidez. Centro de Documentação do Jornal do Brasil: igualmente exemplar o serviço, também solicitado pela internet, com características semelhantes às do banco de dados da Folha. Jornal Inverta: a matéria disponibilizada no site do jornal foi muito importante para a pesquisa e a gentileza da equipe em responder aos meus e-mails me trouxe um pouco da atmosfera política vivenciada por Taiguara, quando o cantor se viu amparado por uma rede de solidariedade que o animou a retornar à música. Quando falei da pesquisa, fui saudada imediatamente como companheira e camarada. Agora é minha vez de retribuir: até a vitória, sempre! José Carlos Neves, o Magobardo: o material em vídeo que adquiri por seu intermédio foi imprescindível à pesquisa – o show da Bandeirantes e o show da Manchete, além de fragmentos de outras apresentações de Taiguara. Mercado Livre: fotos inéditas, LPs raros de Taiguara, a partitura da canção Hoje, tudo foi obtido neste site. É um canal importante para o historiador. Cabeça, tronco e membros: Carlos, marido-cúmplice, que compra todas as minhas brigas, acredita no que faço e tudo compreende; Douglas, “o menino dos cachinhos”, filho amado que me dá suporte técnico no computador e ainda brinda a todos com aquele sorrisão de tempo bom o tempo todo; Mayara, filhota que sempre me socorre nas traduções, dicas de leitura, escuta de lamúrias e otras cositas más; Glória, a quem entrego as chaves da casa nos períodos de confinamento para escrever ou nas viagens da família; Dona Cota e Seu João, sogros que também são pais e amigos, sempre presentes, no coração e na vida – amarro todos num
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