Em Todas As Copas 20 De Julho DO BRASIL 4X0 BOLÍVIA Local: Estádio Centenário, Montevidéu

Em Todas As Copas 20 De Julho DO BRASIL 4X0 BOLÍVIA Local: Estádio Centenário, Montevidéu

1930 2006 BRASIL DE TODAS AS COPASCAPA GUARDA GUARDA Antônio Carlos Napoleão O 1930 2006 BRASIL DE TODAS AS COPAS UM SÍMBOLO Nossa Seleção tornou-se, informalmente, um dos brasileiro símbolos nacionais, ao lado dos oficiais, como a Bandeira e o Hino Nacional Brasileiro. Motivo de orgulho para todo o país, a Seleção é a expressão da garra e do talento da nossa gente e, por isso mesmo é chamada muitas vezes de Brasil. Nas disputas, é o Brasil inteiro que se sente jogando e dando espetáculo. A Seleção sempre contribuiu para fortalecer a auto-estima dos brasileiros. Não apenas nos cinco campeonatos conquistados a partir de 1958, na Suécia, quando sepultamos o que Nelson Rodrigues chamava de complexo de vira-latas e demonstramos ao mundo que o Brasil tinha capacidade de sobra para ser o melhor entre os melhores. Mesmo nos momentos mais dolorosos, como na final da copa de 1950, no Maracanã, ou na derrota para a Itália no Estádio Sarriá, na Copa da Espanha, mostramos nosso talento e reunimos forças para superar a adversidade. Nosso selecionado tem o dom de fazer os corações de todos os brasileiros pulsarem no mesmo ritmo apaixonado. Quando está em ação, é capaz de promover o congraçamento, de unir na mesma onda de vibrações homens e mulheres, meninos, adultos e velhos, trabalhadores humildes e donos de grandes empresas, brancos, negros, índios e mestiços, ribeirinhos, camponeses e moradores das grandes metrópoles. Não há quem fique indiferente. É quando até quem não liga para o esporte no dia-a-dia torna-se um torcedor empolgado. Nossa Seleção é o traço de união de todos os brasileiros. Com a Seleção atuando, acontecem coisas impensáveis em tempos normais: torcedores de um clube vibram com as jogadas do atleta do time rival, porque está vestindo as cores brasileiras. Por seus méritos incontestáveis, a Seleção Brasileira tornou-se a mais bem-sucedida das seleções. É a que mais títulos mundiais conquistou, a única que participou das 18 Copas do Mundo realizadas até hoje e é também a única que, além da Copa deste ano, já tem participação garantida na próxima, de 2014. O Brasil despontou para o mundo com seu futebol encantador e hoje, vencido o complexo, assumiu a dianteira mundial em outros esportes, já se destaca como líder de competitividade em diversos setores da economia e se encontra na fronteira tecnológica internacional em vários outros. Recentemente, o enfrentamento da crise internacional projetou o Brasil como modelo de seriedade e de competência. E é com este currículo respeitável, tanto dentro de campo, quanto fora dele, que vamos sediar a Copa de 2014. É uma oportunidade rara que temos para avançar ainda mais na modernização do país, de demonstrar nossa capacidade de organização e de expor para todo o mundo as nossas potencialidades, as nossas belezas naturais, a nossa diversidade cultural, atributos capazes de nos tornar um dos principais destinos turísticos do mundo. Esta publicação primorosa mostra detalhadamente a saga do Brasil desde a primeira Copa do Mundo, realizada em 1930. Podemos aqui conhecer a escalação da Seleção em cada jogo de cada Mundial. Ricamente ilustrada com fotos de época, verdadeiros documentos históricos, ainda nos brinda com histórias dos principais personagens brasileiros de cada Copa. Por este trabalho, é possível compreender porque o Brasil tornou-se uma referência no mundo do futebol. Luiz Inácio Lula da Silva Presidente da República Federativa do Brasil Em 1930, quando a delegação brasileira chegou a Montevidéu, desembarcava com seus companheiros Fausto dos Santos. Na capital uruguaia, aquele negro esguio encantaria a torcida com seu extraordinário futebol. Fausto nasceu na cidade de Codó, em 28 de fevereiro de 1905. Esta cidade fica localizada no interior do Maranhão, ao longo da Estrada de Ferro São Luís–Teresina. Por conta das dificuldades enfrentadas pela família e por se tratar de uma região pobre, migraram para o Rio de Janeiro. Fausto iniciou sua carreira no Bangu como meia-direita e se destacou pela sua habilidade no trato da bola, mas também passou a ser conhecido pela sua vida levada na boemia. Em 1928 se transferiu para o Vasco da Gama. Por conta de suas grandes atuações, foi convocado para a Seleção Brasileira. Fausto seguiu com a delegação brasileira, e na capital uruguaia atuou contra a Iugoslávia e a Bolívia. Suas duas notáveis exibições extasiaram a crônica esportiva e o público uruguaios. Em 1931, durante uma excursão do Vasco à Europa, Fausto assinou contrato com o Barcelona. Dois anos depois se transferiu para o Young Boys, da Suíça, onde permaneceu apenas dois meses. Retornou ao Brasil e ao Vasco da Gama em 1935. No ano seguinte, ao lado de grandes craques como Domingos da Guia e Leônidas da Silva, seu maravilhoso futebol voltou a brilhar. Mas Fausto não se afastava da boemia e as gripes eram mais frequentes. Mesmo consciente do mal que o acometia, o jogador continuava a não seguir os conselhos médicos. Passou a fazer segredo da doença e a tocar a vida normalmente, mas o fôlego começou a faltar nos jogos. Ainda assim aceitou a proposta do Nacional e viajou para Montevidéu. Sua permanência não durou mais que sete meses. Fausto do Santos Quando retornou ao Brasil, vários clubes se interessaram em contratá-lo e o Vasco acabou liberando-o para o Flamengo, que lhe dava uma nova oportunidade na carreira. Agradecido à Diretoria do Flamengo, Fausto se afastou um pouco da vida boêmia. Mas alguns meses depois, num treino, sentiu profundo cansaço e forte dor no peito. Mesmo muito doente, participou da equipe reserva contra o América na decisão do título da categoria. Era sua despedida dos gramados. No dia seguinte, teve uma hemoptise. Insistente, Fausto se apresentou na Gávea para treinar. Veio o desmaio e nova hemoptise. Era o início do fim. Aconselhado pelo médico, viajou para Palmira, no interior de Minas Gerais. Lá ficou internado num sanatório até as 18h do dia 29 de março de 1939. Nesse dia, o futebol brasileiro perdia um dos maiores craques da sua história. A ideia de se organizar um campeonato mundial de futebol surgiu em maio de 1902, quando um comerciante holandês chamado Carl Wihelm Hirschmann redigiu um estatuto com o objetivo de reunir, numa só entidade, as federações de futebol de todo o planeta. A partir de 21 de maio de 1904, com a fundação da FIFA, o sonho ganhou força, mas nenhum dos países filiados à entidade quis A primeira assumir a responsabilidade de organizar a competição. Somente em 1919, quando Copa do o francês Jules Rimet foi eleito presidente da FIFA, o projeto da competição começou a ser posta em prática. Após os Jogos Olímpicos de Amsterdã, Holanda Mundo (1928), a FIFA aprovou, enfim, o novo torneio, que passaria a ser disputado de quatro em quatro anos. A primeira edição seria no Uruguai, dois anos depois. O país foi escolhido em função da conquista dos títulos olímpicos de 1924 e 1928, da comemoração do centenário de sua independência e pela garantia de que a Associação Uruguaia de Futebol (AUF) ficaria responsável pelas despesas com passagens, estadias e daria participação nos lucros da competição. Jules Rimet passou a providenciar a produção do troféu. Encomendou a tarefa ao escultor francês Abel Lefleur. Em 1930 abril de 1930, Jules Rimet recebeu a pequena estatueta, de um quilo e oitocentos gramas de ouro puro, cujo valor foi de cinquenta mil francos. Dois meses antes da Copa, ninguém tinha confirmado presença na competição. Tchecoslováquia, Alemanha, Itália, Áustria, Jules Rimet, Presidente da FIFA Hungria, Espanha e Suíça desistiram de forma definitiva, alegando que seus Uruguai jogadores eram amadores e não poderiam ausentar-se de seus empregos por mais de trinta dias. Após grande esforço pessoal, Rimet conseguiu garantir a presença da França, Bélgica, Iugoslávia e Romênia. Da América do Sul, confirmaram presença Argentina, Brasil, Paraguai, Chile, Bolívia, Peru e os donos da festa, os uruguaios; da América do Norte, Estados Unidos e México. O Brasil estava em condições de formar uma das melhores seleções de todos os tempos e fazer um belo papel na competição, com chances claras de conquistar o torneio. Mas a falta de bom senso marcou presença no nosso futebol. De um lado, a Liga de São Paulo, APEA, 9 sedenta pelo poder, criou um novo conflito, e do outro, a CBD – Confederação Brasilieira de Desportos, atual CBF, intransigente, estava disposta a mostrar quem mandava no futebol brasileiro. A desavença entre as entidades impediu a Seleção Brasileira de contar com os seus melhores jogadores para disputar o torneio. No dia 6 de maio, conforme ofício da CBD à APEA, foi comunicada a viagem dos membros da comissão técnica, sob a direção do Dr. Píndaro de Carvalho (técnico), a São Paulo, com o intuito de escolher os jogadores paulistas que fariam parte da delegação que iria ao Uruguai. No dia seguinte, Elpídio de Paiva Azevedo, então presidente da entidade paulista, respondeu o ofício dando o de acordo, mas com uma pequena ressalva: solicitava a inclusão de Jorge Caldeira, representante da Liga Paulista, na comissão técnica. Sem dar resposta à APEA, no início de junho a CBD enviou-lhe outro ofício informando a relação dos jogadores paulistas convocados para a disputa do torneio. Eram eles: Clodô (São Paulo), Athié (Santos), Grané (Corinthians), Del Debbio (Corinthians), Pepe (Palestra Itália), Filó (Corinthians), Amílcar (Palestra Itália), Araken (Santos), Friedenreich (São Paulo), Petronilho de Britto (Sírio), De Maria (Corinthians), Heitor (Palestra Itália), Luizinho (São Paulo), Nestor (São Paulo) e Serafini (Palestra Itália). O número de convocados demonstrava a força do futebol paulista. Do Rio de Janeiro, apenas oito jogadores haviam sido selecionados: Joel (América), Itália (Vasco), Fausto (Vasco), Russinho (Vasco), Carvalho Leite (Botafogo), Nilo (Botafogo), Preguinho (Fluminense) e Moderato (Flamengo).

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