Secretaria de Coordenação e Planejamento Fundação de Economia e Estatística evolução das desigualdades inter- regionais de renda interna no rio grande do sul 1939•70 José Antônio Fialho Alonso l 2? IMPRESSÃO PORTO ALEGRE, RS - N.9 - DEZEMBRO 1986 J _| J SECRETARIA DE COORDENAÇÃO E PLANEJAMENTO n "l "l FUNDAÇÃO DE ECONOMIA E ESTATÍSTICA evolução das desigualdades inter-regionais de renda interna no rio grande do sul 1939•70 José Antônio Fialho Alonso 2? IMPRESSÃO PORTO ALEGRE, RS - N.9 - DEZEMBRO 1986 A454 Alonso, José Antônio , t ho Evolução das desigualdades inter-regio- nais de renda interna no Rio Grande do Sul: 1939-70. 161p. ilust. (Teses, 9) 1. Renda interna. 2. TTtulo. CDU 339.32(816.5)"1939/1970" Tiragem: 150 exemplares Toda a correspondência para esta publicação deverá ser endereçada à: FUNDAÇÃO DE ECONOMIA E ESTATÍSTICA Rua Gen. Vitorino, 77 - 2Q andar 90.020 - Porto Alegre - RS O RIO GRANDE SOMOS NÓS. FAÇA A SUA PARTE. GOVERNO JAIR SOARES AGRADECIMENTOS Agradeço aos professores, colegas e à coordenação do Curso de Pós- -Graduação em Economia pelo constante apoio e estímulo durante a realização do Curso e deste trabalho e, em particular, à dedicada orientação do Prof. David C. Garlow, bem como à leitura, críticas e sugestões do Econ. Pedro Silveira Bandeira. Ambos estão isentos dos muitos equívocos que permanecem no texto e que são da minha inteira responsabilidade. Um agradecimento especial à Universidade Federal de Santa Maria, que permitiu a obtenção dos créditos na parte teórica do Curso, e à Fundação de Economia e Estatística, que patrocinou a elaboração desta disser- tação. Gostaria de agradecer também à dedicação de Arnildo Konzen do serviço de computação do IEPE, à Márcia Barbosa pelo empenho na datilografia do texto e à Valesca Marques Casa Nova pela especial atenção na cansativa tarefa de conferência dos originais deste trabalho. FinalmerMe, um especial agradecimento à Leonora Lund pela dedicação e orientação na apresentação formal deste trabalho. Para Loar, Maria Paula, André e Maria Gabríela. SUMÁRIO 1 - INTRODUÇÃO 9 1.1 — O problema de pesquisa 10 l .2 - Objetivos 12 1.3 - Hipóteses 13 1.4 — Metodologia 13 2 - MARCOS DE REFERÊNCIA CONCEITUAIS 17 2.1 — A questão da regionalização 17 2.2 - A regionalização do Rio Grande do Sul 21 3 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 29 3.1 — Modelo neoclássico 30 3.2 — Modelo sobre o aproveitamento dos recursos naturais no espaço . 34 3.3 — Teoria do dualismo estrutural 35 3.4 — Teoria do colonialismo interno 36 3.5 — Teoria da causação circular acumulativa 43 4 - AS ESTIMATIVAS DE RENDA INTERNA 47 4.1— Em torno de alguns conceitos . 47 4.2 — Os modelos de avaliação da renda 49 4.3 — A renda interna microrregional 72 5 - A EVOLUÇÃO DAS DESIGUALDADES REGIONAIS NO RIO GRAN- DE DO SUL 81 5.1 — Aspectos gerais da economia gaúcha até 1939 81 5.2 — A disparidade inter-regional da renda interna no Rio Grande do Sul e no Brasil: uma comparação 87 5.3 — A disparidade inter-regional da renda interna no Rio Grande do Sul 92 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 119 APÊNDICE 127 ANEXO ESTATÍSTICO 145 BIBLIOGRAFIA 157 ABSTRACT 161 RESUMO Este estudo tem como tema central a evolução das disparidades in- ter-regionais de renda no Rio Grande do Sul, no período 1939-70. O primeiro capítulo está dividido em quatro partes onde estão contidos o problema de pesquisa, os objetivos e as razões que justificaram o seu desenvolvi- mento, além da metodologia utilizada para o cálculo das desigualdades. O segundo capítulo consiste numa discussão sobre a questão da regiona- lização e do sistema de regiões adotado para o Rio Grande do Sul. No terceiro capítulo são apresentadas e discutidas as teorias que tratam do tema das desigualdades de renda entre as regiões. No quarto capítulo são discutidos alguns tópicos sobre a contabilidade da renda e apresentada a metodologia usada para estimar a renda interna microrre- gional. O quinto capítulo está constituído de três seções. Na primeira é descri- to em linhas gerais o modo de ocupação territorial e o tipo de desenvolvimento ocorrido no Rio Grande do Sul desde os primeiros tempos até 1939. Na segunda é feita uma comparação entre a evolução das desigualdades no Estado e no País. A úl- tima seção contém uma análise da evolução das disparidades de renda regional no Rio Grande do Sul. No capítulo final é feito um resumo do trabalho e alguns comentários sobre as principais constatações a que se pode chegar ao longo do estudo: A presente dissertação, orientada pelo Prof. David. C. Garlow, foi defendida no Centro de Estudos e Pesquisas Econô- micas (IEPE) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, para a obtenção do título de Mestre em Economia, no dia 25 de maio de 1983. A banca examinadora foi composta pelos professores Leo- degar Jost — presidente da banca —, Nali de Jesus e Souza, e David C. Garlow. l - INTRODUÇÃO Este trabalho consiste num estudo exploratório sobre a evolução das desigualdades econômicas regionais no Rio Grande do Sul, no perTo- do 1939-70. A preocupação maior é estimar a renda, medir o grau de de- sigualdade inter-regional em quatro anos do período, verificar a sua evolução e tentar explicar as causas ou identificar fatores que são responsáveis pelo quadro de disparidades regionais na economia gaúcha. Neste texto, as diferenças econômicas inter-regionais serão deno- minadas "desigualdades regionais", "desnTveis regionais" ou "dispari- dades regionais" indistintamente. O termo "desequilíbrio" regional, usualmente adotado em grande parte da literatura sobre este assunto, não será aqui usado por se julgar inadequado1 a questões dessa natureza. O trabalho divide-se em seis capítulos. No primeiro, expõe-se o problema de pesquisa escolhido, os objetivos, as hipóteses que norteiam o trabalho e a metodologia de investigação. No segundo capitulo, estuda-se alguns marcos conceituais que ser- vem de referência a um trabalho de economia regional dessa natureza, especialmente a questão da regionalização. No terceiro capítulo, é apresentada uma revisão da literatura que trata da questão das disparidades inter-regionais de renda. A revisão consta da exposição e da discussão das teorias sobre o assunto numa ten- tativa de aproxima-las, na medida do possível, ao estudo das dispari- dades num estado regional do tipo Rio Grande do Sul. Sobre a. inadequação do uso do termo "desequil íbrio" para economias ca- pitalistas subdesenvolvidas veja: MYRDAL, Gunar. Te,ofiÂa e.conÔmJ.C-0. e. Jie.gA.ou 'Au.bd&>e.nvol.vJ,d(i{,. Rio de Janeiro, Saga, 1968. p.33. ROFMAN, Alejandro. P&>-ÍQu.oI.da.dz& fLíQ-ionotu y conc.dntiacA.on é- ca: ei caso argentino. Buenos Aires, Siap, 1974. p. 65-71. 10 No quarto capítulo são discutidos os modelos utilizados para es- timar a renda interna regional, bem como se apresenta os resultados nu- méricos de tais estimativas. O quinto capítulo analisa, com base no material desenvolvido nos capítulos anteriores, a evolução dos desníveis regionais no Rio Grande do Sul. Primeiro, são estudados alguns aspectoshistorico-economicos da ocupação territorial do Estado, com a finalidade de ligar o período 1939-70 ao período anterior, o qual abriga as raízes de quase todas as transformações da economia rio-grandense. Em seguida, são apresentados os indicadores da evolução numérica das desigualdades regionais no Rio Grande do Sul e uma tentativa de explicar suas causas. Finalmente, o sexto capítulo é constituído de um resumo e algumas constatações obtidas ao longo da analise proposta. 1.1 — O problema de pesquisa A preocupação em estudar a forma como o desenvolvimento econômico e social se processa em vários países tem levado os cientistas sociais a vários tipos de abordagem. Um tipo de abordagem que se tornou fre- qüente nas últimas décadas é o exame da? formas como vem-se distribuin- do no espaço as atividades econômicas e os resultados delas decorren- tes. Neste sentido, os primeiros trabalhos tiveram como dimensão espa- cial comparativa países e até mesmo continentes. O crescente interes- se pelo assunto levou os estudiosos a investigarem o tema no interior dos territórios nacionais, isto é, considerando as regiões ou subespa- ços dos países. Em todos esses trabalhos, sempre houve algo em comum em suas conclusões, é o fato de o crescimento não se processar de ma- neira uniforme em todos os pontos do território, independentemente do nível de desenvolvimento de cada área estudada, isto é,sejam países ri- cos ou pobres. Assim sendo, as desigualdades regionais são inerentes a qualquer economia de mercado, o que varia entre as diversas áreas é a intensidade do fenômeno. A condição de país periférico no contexto internacional tem pro- porcionado ã economia brasileira um desenvolvimento industrial retar- dado em relação as nações mais avançadas, resultando um quadro onde con- 11 vivem setores que alguns denominam modernos2 e outros considerados atrasados, cujas características são o oposto das apontadas para as ati- vidades modernas. Esta situação é visível em qualquer classificação que se fizer das atividades econômicas, seja setorial (primário, secundá- rio e terciãrio), seja segundo o critério domiciliar (urbano e rural). Sob o ponto de vista espacial, o reflexo dessa situação gera um quadro de desigualdades econômicas e sociais entre os diversos subes- paços ou regiões do PaTs. Essas desigualdades estão consubstanciadas em acentuada concentração de recursos em alguns pontos do território, fa- zendo com que essas poucas regiões drenem parte do excedente gerado em outras áreas, geralmente recrudescendo as desigualdades.3 A economia do Rio Grande do Sul constitui parte dependente da eco- nomia brasileira e, como tal, tem-se adaptado a todos os movimentos ocorridos a nível nacional, especialmente originados na região hegemô- nica (eixo Rio de Janeiro/São Paulo). Esta forte ligação coma economia nacional leva a que se reproduza no território gaúcho fenômeno seme- lhante no que diz respeito ã configuração espacial do desenvolvimento.
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