! UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E BIBLIOTECONOMIA MESTRADO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL RISO, DESESPERO, EXÍLIO E LOUCURA: A CANÇÃO POPULAR BRASILEIRA EM TERRA ESTRANGEIRA E DURVAL DISCOS Goiânia 2012 ! UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E BIBLIOTECONOMIA MESTRADO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL RISO, DESESPERO, EXÍLIO E LOUCURA: A CANÇÃO POPULAR BRASILEIRA EM TERRA ESTRANGEIRA E DURVAL DISCOS GEÓRGIA CYNARA C. S. SANTANA Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Comunicaçao Social da Universidade Federal de Goiás para obtenção do grau de Mestre Orientador: Prof. Dr. Lisandro Nogueira Goiânia 2012 ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca da UEG de Goiânia Laranjeiras Bibliotecária: Jackellyne Nascimento da Costa CRB-1/1914 Santana, Geórgia Cynara Coelho de Souza. S232r Riso, desespero, exílio e loucura : a canção popular brasileira em Terra Estrangeira e Durval Discos [manuscrito] / Geórgia Cynara Coelho de Souza Santana. - 2012. 162 f. : il. Orientador: Prof. Dr. Lisandro Magalhães Nogueira. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Goiás, Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia, 2012. Bibliografia. Inclui lista de figuras. 1. Comunicação 2. Cinema 3. Música 4. Canção popular brasileira I. Título. CDU: 784.4:791.43(81) ! UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E BIBLIOTECONOMIA MESTRADO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL RISO, DESESPERO, EXÍLIO E LOUCURA: A CANÇÃO POPULAR BRASILEIRA EM TERRA ESTRANGEIRA E DURVAL DISCOS GEÓRGIA CYNARA C. S. SANTANA Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Comunicaçao Social da Universidade Federal de Goiás para obtenção do grau de Mestre Aprovada em 26 de junho de 2012. ________________________________________ Prof. Dr. Lisandro Nogueira (Orientador) Universidade Federal de Goiás ________________________________________ Prof. Dr. José Miguel Wisnik Universidade de São Paulo ________________________________________ Prof. Dr. Daniel Christino Universidade Federal de Goiás ! A Raimundo e Apolo, meu pai e meu filho, por todas as canções que unem nossas almas ! AGRADECIMENTOS Este trabalho não teria sido possível sem o apoio dos meus entes mais queridos, Apolo, Leonardo, Raimundo, Stella e Priscila; minha origem, abrigo e suporte, inspiração das minhas canções. A minha bisavó flautista, Maroquinha, que um dia me levou para o conservatório e me apresentou um mundo fora do qual não seria mais possível viver. Minha gratidão aos docentes e colegas do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Federal de Goiás, especialmente ao meu orientador, professor Lisandro Nogueira, pela paciência, confiança e incentivo alimentados desde a graduação, pela oportunidade de conhecer um cinema que me abriu caminhos, pela cumplicidade nas discussões sobre os rumos do Audiovisual em Goiás. A Laura e Fernando, com quem compartilhei meus melhores momentos ao longo do mestrado, as tardes mais longas, os chopes mais gelados, as mais frutíferas discussões. Agradeço aos professores do antigo Instituto de Artes da Universidade Federal de Goiás, Euler Amorim, Othaniel Alcântara, Eurípedes Fontenelle e Andrea Teixeira, com quem aprendi a me expressar por meio da música, aperfeiçoando o repertório adquirido no seio familiar; e aos professores do Programa de Pós-Graduação em Música da mesma instituição, Anselmo, Ângelo e Marília, que, juntamente com os colegas mestrandos, tão calorosamente me acolheram na disciplina Canção de Câmara Brasileira. Obrigada a todos os amigos e colegas de docência do curso de Comunicação Social/Audiovisual da Universidade Estadual de Goiás, sobretudo a Idiner Serradourada, Cida Queiroz e Joanise Levy, grandes entusiastas, admiradoras e incentivadoras desta pesquisa. Aos meus alunos, motor do meu entusiasmo em compartilhar conhecimento e indagações provocados pela linguagem audiovisual. Agradecimento especial aos professores Daniel Christino e José Miguel Wisnik, interlocutores preciosos desde a concepção desta pesquisa. Grata a Wisnik pela inspiração, generosidade e atenção a questões a mim tão caras. Este trabalho contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), a qual também agradeço. A todos os amigos amantes do cinema e da música que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho. E a todos aqueles que vierem a ler e refletir sobre as questões contidas nestas linhas. ! És um senhor tão bonito Quanto a cara do meu filho Tempo tempo tempo tempo Vou te fazer um pedido Tempo tempo tempo tempo... Compositor de destinos Tambor de todos os ritmos Tempo tempo tempo tempo Entro num acordo contigo Tempo tempo tempo tempo... Por seres tão inventivo E pareceres contínuo Tempo tempo tempo tempo És um dos deuses mais lindos Tempo tempo tempo tempo... Caetano Veloso, Oração ao Tempo ! RESUMO O objeto da presente pesquisa é a inserção da canção popular brasileira em dois filmes do cinema nacional contemporâneo, representantes do cinema de Retomada (década de 1990) e pós-Retomada (anos 2000) – Terra Estrangeira (Walter Salles e Daniela Thomas, 1995) e Durval Discos (Anna Muylaert, 2002). A partir da presença da canção em suas trilhas sonoras, pretende-se exercitar um modelo de análise fílmica embasada na aderência dela às estéticas e narrativas cinematográficas. Almeja-se estabelecer as aproximações entre os hibridismos de linguagem presentes na canção (linguagens musical e verbal tramadas em performance midiatizada) e no cinema (códigos sonoros e imagéticos), situando as canções presentes nos filmes tanto no período histórico em que foram concebidas quanto na zona de ressignificação dos filmes de ficção em questão; e valorizar a utilização funcional, orgânica e poética da canção popular brasileira no cinema nacional. Parte-se do conceito de canção popular brasileira elaborado por meio das contribuições de Wisnik (2004) e Tatit (2004) e das propostas de análise fílmica de Aumont e Marie (2004) e Bordwell (1991). Palavras-chave: Comunicação. Cinema. Música. Canção popular brasileira. ! ABSTRACT This research is about the behavior of Brazilian popular song in two pieces of nacional contemporary cinema, which represent Retomada (1990’s) and Pós-Retomada phases (2000’s) – Terra Estrangeira (Walter Salles e Daniela Thomas, 1995) and Durval Discos (Anna Muylaert, 2002). From considering song’s presence in these movies, the research aims to exercise a film analysis method based on its connection with films’ aesthetics and narratives. This project goals to stablish an approach between the hybridity revealed in popular songs (musical and verbal languages together in mediated performance) and in the cinema (audio and visual codes), placing Brazilian popular songs used in these movies in the historical period in which they were born and in the ficcional film ressignificance zone; and to value their functional, organic and poetic use in nacional cinema. It starts from the concept of Brazilian popular song based on Wisnik's (2004) and Tatit's (2004) contributions and Aumont and Marie's (2004) and Bordwell's (1991) film analysis proposals. Keywords: Communication. Cinema. Music. Brazilian popular song. ! LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Fragmento de partitura da canção Terra Estrangeira (WISNIK, 2004a, pp. 130-131) 51 Figuras 2 a 5 – A alegria da lambada e o mau-humor de Miguel 55 Figuras 6 a 11 – Paco conhece Igor, que conquista a confiança do rapaz, ao som de Pense em Mim 68 Figuras 12 a 21 – Paco, Igor, Kraft e Carlos em sequência tensa ao som do fado Estranha forma de vida 81 Figuras 22 a 25 – Paco e Alex aproximam-se durante a fuga, ao som de Vapor Barato (instrumental) 85 Figuras 26 a 28 – Relação sexual entre Paco e Alex, ao som de Vapor Barato (instrumental) 87 Figuras 29 a 32 – Canção Vapor Barato materializada em imagem (navio admirado por Paco e Alex) 89 Figuras 33 a 36 – Alex canta Vapor Barato enquanto come 91 Figuras 37 a 40 – Alex canta Vapor Barato para Paco ferido, enquanto fogem para San Sebastián 95 Figuras 41 a 45 – Apresentação dos personagens e pistas narrativas no início de Durval Discos, ao som da regravação de Mestre Jonas pelos Mulheres Negras 105 Figuras 46 a 49 – Julieta (Rita Lee) comenta sobre a canção Irene (Caetano Veloso), ao som de Xica da Silva 116 Figuras 50 a 53 – Câmera, Durval e Carmita rodeiam Kiki, ao som de Preta Pretinha 121 Figuras 54 a 58 – Durval fecha-se em seu mundo analógico, ao som de Back in Bahia 124 Figuras 59 e 60 – Théo e Fat Marley em seus cultos ao vinil, ao som de Alfômega 130 Figuras 61 a 64 – Durval e Kiki dançam ao som da gravação original de Mestre Jonas 132 Figuras 65 a 68 – Kiki pedala ao som de Que Beleza, que se entrelaça com a música original de Abujamra 139 Figuras 69 a 71 – Durval espera a polícia, enquanto ouve London London na vitrola 148 Figuras 72 a 76 – Sequência da demolição da casa/loja, ao som de Pérola Negra 151 ! SUMÁRIO INTRODUÇÃO 12 CAPÍTULO 1 A canção popular no cinema: elementos conceituais e metodológicos 24 1.1. A canção como lente perceptiva 25 1.2. Da percepção multissensorial à música no cinema 26 1.2.1. As funções da música na linguagem cinematográfica 29 1.3. Canção popular brasileira: um conceito em construção 32 1.3.1. Canção brasileira: um obra mestiça 34 1.3.2. O popular, a mídia e o pop 37 1.3.3. Oralidade e performance na canção das mídias 39 1.3.4. O conceito de canção popular brasileira a ser considerado no trabalho 41 1.4. Análise fílmica: opção metodológica para situar a canção na narrativa 43 CAPÍTULO 2 Terra Estrangeira: canções de partida, viagem e regresso 48 2.1. Terra Estrangeira: canção de exílio exilada do filme 50 2.1.1. “Há um lugar (onde está?)”: a errância de dois brasileiros em Portugal 54 2.1.2. “Sou ninguém ou alguém além da dor”: perdas e partidas no Brasil e em Portugal 58 2.2. Vapor Barato: canção revelada em camadas de imagem e som 65 2.2.1. “Talvez eu volte; um dia eu volto, quem sabe”: Paco e Miguel em trânsito 69 2.2.2. “Vou descendo por todas as ruas”: errância solitária de Paco e o encontro com Alex 73 2.2.3.
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