55 ano 12 Dezembro de 2009 Quadro a quadro DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Cinema no Rio: Mobilidade Urbana: Saúde Ambiental: cenas à beira personagens se políticas públicas do São Francisco aventuram pelas ruas ainda sem foco Quadro a quadro #55. ano 12 . Dezembro de 2009 S IA S GLE I OTO: DANIEL F Nelson Jacó Sua vida daria um filme 23 Logística reversa 5 Rebobine, por favor Informativo do Projeto Manuelzão UFMG e de suas parcerias institucionais e sociais pela revitalização da bacia hidrográfica Vazão ecológica 6 do Rio das Velhas. À espera do próximo capítulo Coordenação Geral: Marcus Vinícius Polignano [email protected] Meta 2010 e NuVelhas: Thomaz da Entrevista 15 Matta Machado Biomonitoramento: Marcos Adaptação do original Callisto, Carlos Bernardo Mascarenhas e Paulo Pompeu Recuperação vegetal: Maria Rita Muzzi Mobilização social e educação Parcerias 18 ambiental: Marcus Polignano e Rogério Sepúlveda Quem atua com o Manuelzão Comunicação Social: Elton Antunes Publicações: Eugênio Goulart e Letícia Malloy Centro de Informação e Documentação: Carolina Saliba Redação e Edição Elton Antunes (MTb 4415 DRT/MG), Anna Carolina Aguiar, Ártemis Brant, Filipe Motta, Gabriella Hauber, Jessica Soares, Pâmilla Villas Boas, Stéphanie Bollmann, Thais Marinho e Victor Vieira Diagramação e Ilustração Eduardo Felippe, Fábio Megale, Parcerias e colaboração Gabriela Silva, Rolf Elias Foto capa: André Fossati Patrocínio Projeto gráfico: Atelier de Publicidade do curso de Comunicação Social da UFMG, sob a coordenação de Bruno Martins. Equipe: Délio Faleiro, Filipe Alonso, Renata Romeiro e Stephanie Boaventura Impressão: Esdeva É permitida a reprodução de matérias e artigos, desde que citados a fonte e o autor. Os artigos assinados não exprimem, necessariamente, a opinião dos editores da revista e do Projeto Manuelzão. Universidade Federal de Minas Gerais Departamento de Medicina Preventiva e Social Internato em Saúde Coletiva Avenida Alfredo Balena, 190, 8º andar - sl. 51 municípios da Bacia do Rio das Velhas Comitê da Bacia do Rio São Francisco 813. BH - MG . CEP: 30130-100 (31) 3409-9818 www.manuelzao.ufmg.br [email protected] CARTA AO LEITOR MANIFESTAÇÕES Luz, câmera... A Morte do Velho Chico Onde está o Velho Chico? Caro leitor, Com seus navios a vapor? Acabou-se o turismo No cinema, aquilo que não aparece na tela, que não se vê, é condi- E o povo dispersou ção de sentido para o que se vê. Os quadros da cena e o fora de cena. Em busca de bom emprego De alguma forma, muitas coisas por detrás dos textos que aparecem na Pois aqui virou degredo revista também são condições para que eles estejam ali, para que você E a seca tudo acabou... possa interpretá-los. Como a experiência de duas de nossos repórteres, que trazem algu- Pacu, matrixã e curvina mas impressões dos dias que acompanharam o Cinema no Rio. Por dois Desapareceram do mapa; fins de semana, estiveram em cidades à beira do São Francisco, viven- Tantas aves ribeirinhas ciando encontros e reencontros de seus moradores com o cinema (p. 11). Nem se vê mais e nem acha Os roteiros que formam esta edição se debruçam sobre várias his- Muitos estão em extinção, tórias que dariam filmes. Em qual gênero se enquadraria a mobilidade Tudo aqui virou verão, urbana na capital? Drama, terror, comédia pastelão...? Bem, acompa- O sol quente é que se racha. nhamos as aventuras de alguns personagens de carne e osso pelas ruas de Belo Horizonte (p. 8). Se este rio morrer Já as conferências de saúde ambiental são verdadeiras trilogias, Morre o povo do sertão um filme para cada nível de governo. Estiveram em cartaz nas cidades, Tudo aqui vira deserto nos estados e uma versão está pronta pra estrear em Brasília, agora em Culpa da desmatação dezembro. O tempo está armado para as discussões (p. 16). Esgotos podres a jorrar Nos dias de chuva, uma estória que está mais para novela do que Tantos lixos a amontoar cinema é o lançamento de efluentes no Ribeirão Arrudas. Estaremos Sem nenhuma correção. próximos de um desfecho? (p 20). Estrelando nosso Perfil, uma homenagem ao mestre Nelson Velho Chico está morrendo Jacó, cuja despedida deixou saudades e uma obra valiosa na Bacia Este grande servidor do Rio das Velhas (p.23). Das três barragens tão ricas Pegue a pipoca e acompanhe quadro a quadro: a sessão já vai começar! Com suas turbinas-motor; Tudo fica no papel Empedurado no cordel “Há um incômodo legítimo da Sem justiça e sem amor. sociedade. Essa ida ao São Francisco Trecho de cordel de Honorato Ribeiro, morador da cidade de Carinhanha, Bahia, às margens em caravana caracterizou um ato de do São Francisco, divisa com Minas Gerais campanha” MARINA SILVA, SENADORA E prÉ-candidata À PresidÊncia da RepÚblica pelo Partido Verde, sobre A viagem de Lula E Dilma Roussef às Esquecemos OBRAS DA TRANSPOSIÇÃO Ao contrário do que aparece na nota “Entre Rios”, edição 54, não E M apenas o livro O Caminho dos Currais do Rio das Velhas - A Estra- IA KALU da Real do Sertão, de Eugênio Goulart, será doado para escolas RC da Bacia. O livro Resgate Histórico da Bacia do Córrego Navio/ OTO: MÁ F Baleia, de Mércia Inês, também será distribuido para escolas, para a Biblioteca Pública Luiz de Bessa e para a Associação dos Moradores e Amigos do bairro Pompéia, em Belo Horizonte. “Nessa questão ambiental que reflete na saúde, quem está mais em risco são sempre as populações mais vulneráveis, ou seja, as de menor renda” WANDA GÜNTHER, pesquisadora de SAÚde PÚblica O Projeto Manuelzão recebe cartas, músicas, poesias e mensagens da universidade de são paulo, sobre os fatores sociais A serem levados em conta na elaboração eletrônicas de vários colaboradores. Nesta coluna, você confere de polÍticas PÚblicas de saÚde ambiental, em trechos de algumas dessas correspondências. Envie também sua ENTREVISTA SOBRE O ASSUNTO contribuição. Participe da nossa revista! [email protected] 2/3 ARTIGO A degola do Rio das Velhas PROCÓPIO DE CASTRO Ambientalista e mobilizador do Projeto Manuelzão/UFMG m absurdo sem tamanho está para se con- co desde o lançamento do projeto da transpo- Usolidar nas barbas de Minas. O Rio das Ve- sição. O que há de real? Tudo tem soado tortu- lhas pode ser decepado por uma barragem em oso, pouco claro. Há cheiro de má fé no ar. sua calha principal, obra que só atende ao pro- A Meta 2010 tem como objetivo revitalizar jeto da transposição. A proposta é que ela seja o Rio das Velhas em seu trecho mais poluído. construída na calha do Rio das Velhas em San- O lema é navegar, pescar e nadar no Rio das to Hipólito, logo abaixo da foz do rio Paraúna/ Velhas até o ano de 2010. Recuperar o Rio em Cipó. E isto nos chega com o nome de revitali- suas funções de lazer, transporte e produção zação do São Francisco. Desde quando inter- de alimento. Já se investiram milhões e várias ferência em leito natural de um curso d’água estações de tratamento de esgoto (ETE) es- pode ser chamada revitalização? Para mim, o tão em construção. E os esgotos, sendo con- único verbete para isto é desnaturalização. duzidos até elas por interceptores. Só com o Naturalização, recuperação ou conserva- funcionamento da ETE Arrudas, que realiza o ção se faz criando condições para que um cur- tratamento secundário de 65% do esgoto da so d’água seja conduzido o máximo possível Bacia Arrudas, e o início de funcionamento da ao que era antes da interferência humana. Isto ETE Onça, os dois principais afluentes polui- só é possível não permitindo que cheguem às dores do Rio das Velhas, a melhoria foi sen- suas águas efluentes industriais, esgotos do- tida pela volta do peixe. É pouco, mas não é mésticos, produtos químicos da agropecuária, qualquer coisa. Estamos falando de um bio- assoreamentos provocados pela mineração... indicador, de um ser vivo que se desenvolve Para se renaturalizar ou revitalizar um rio, te- dentro das águas do Velhas e que tinha sumi- mos que impedir que as ressacas de nossas do. Alguns peixes que há anos não chegavam atividades o atinjam. Se queremos manter à grande Belo Horizonte já estão sendo pes- ou aumentar seu volume de água, temos que cados em Rio Acima. O dourado já alcança o recuperar nascentes, repor as matas ciliares, Ribeirão da Mata. reflorestar as áreas de recarga, criar bacias O que fará esta barragem além de acu- e vales de decantação para impedir seu as- mular água para regularizar a vazão do São soreamento. Além disso, tratar os esgotos e Francisco e ter excedente para a transposição? efluentes industriais, diminuir a velocidade e Adeus, pescarias... Devido ao grande número o fluxo das águas no meio urbano, evitando de dejetos e material orgânico em suas águas, a impermeabilização do solo e criando caixas o mais provável é que este vire um grande lago de contenção das águas de chuvas sob os pré- malcheiroso e infestado de cianofíceas, as fa- dios. Não é com uma barragem que a água vol- migeradas algas azuis produtoras de toxinas tará. É “tapar o sol com a peneira”. prejudiciais à vida humana e dos animais. Isto Aí me pergunto, onde está o Programa não é difícil de acontecer, pois nos últimos de Aceleração do Crescimento, o PAC, do sa- anos sua infestação foi tamanha que já colo- neamento? Qual política do Governo Federal cou o baixo Velhas em alerta. consistente para impedir o desmatamento de Minas permitirá isso? É o que queremos florestas nativas na Bacia do São Francisco, e para este nosso Rio, que já sofreu tanto em especificamente no Velhas, foi apresentada? seus 400 anos de exploração? Ouvimos falar em revitalização do São Francis- MANUELZÃO Dezembro de 2009 CAMINHOS DO MUNDO Vai e volta Logística reversa ainda é um desafio, mas alguns avanços em Minas mostram que é possível colocá-la em prática ISADORA MARQUES E JÚLIA MARQUES Estudantes de Comunicação Social da UFMG embra de quando as garrafas de refrige- Limpeza Urbana de Belo Horizonte disponibili- Lrante só eram feitas de vidro? Depois de za um galpão na BR 040, bairro Jardim Filadélfia, consumir, cada um levava a sua para comprar para guardar os pneus que vêm das borracha- outra cheia.
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