ENTERPRISE NX-01 Manual Técnico - Enterprise NX-01

ENTERPRISE NX-01 Manual Técnico - Enterprise NX-01

COLEÇÃO VOLUME 16 MANUAL TÉCNICO ENTERPRISE NX-01 Manual técnico - Enterprise NX-01 despeito de ser apenas ficção, Star Trek sempre primou pela verossimi- lhança. É uma atitude que remonta à Série Clássica. Reza a lenda que, A certa vez, um executivo da NBC se virou para a equipe de produção liderada por Gene Roddenberry e disse: “O problema com vocês, o pessoal de Star Trek, é que vocês acreditam que essa maldita nave está mesmo lá em cima.” Ao que Bob Justman, produtor associado, respondeu: “Ela está.” Após o cancelamento, nasceu o primeiro manual técnico, criado por um fã entusiasta, Franz Joseph. Desenhista técnico, ele produziu plantas baixas tão precisas da Enterprise que Roddenberry cedeu do- cumentação da própria série para a criação do Star Trek Star Fleet Technical Manual. A tradição foi elevada a um novo patamar com A Nova Geração e Deep Space Nine, em que os artistas Michael Okuda e Rick Sternbach tiveram a chance de produzir manuais técnicos da Enterprise-D e da Estação 9, chancelados pela Paramount. Para Voyager, eles chegaram a preparar um documento interno para a produção, mas não tiveram a chance de expandir o conteúdo para um livro. Enterprise nem isso teve. Este volume da Coleção Trek Brasilis tenta preencher essa lacuna, trazendo tudo que sabemos sobre a nave do capitão Jonathan Archer. Boa leitura. Os editores SUMÁRIO COLEÇÃO TREK BRASILIS Volume 16 (abril/2021) A história da Enterprise NX-01 4 Deck D 30 8 40 Editores: Salvador Nogueira e Fernando Penteriche Características básicas Deck E Editor-assistente: Gustavo Gobbi Deck A 12 Deck F 58 Projeto gráfico e diagramação: Will Deck B 24 Deck G 64 Revisão: Susana Alexandria Colaborou nesta edição: Salvador Nogueira Deck C 26 Referências 66 ASSINE A COLEÇÃO TREK BRASILIS EM trekbrasilis.org/colecao STAR TREK e todas as marcas relacionadas são marcas da CBS Studios, Inc. As informações aqui contidas são de cunho jornalístico e de inteira responsabilidade dos autores. Este livro não foi produzido, aprovado ou licenciado por nenhuma empresa envolvida na criação ou produção das séries de Star Trek - Jornada nas Estrelas. A história da história da Enterprise NX-01 se mistura com a pró- pria trajetória da humanidade rumo ao voo interes- Enterprise NX-01 A telar prático. É verdade que Zefram Cochrane foi o primeiro terrestre a demonstrar a tecnologia de dobra, em seu celebrado voo de 5 de abril de 2063. Mas a Phoenix era apenas um protótipo capaz de pequenos trajetos em A Enterprise NX-01 no lançamento, em dobra 1, o equivalente à velocidade da luz – muito pouco abril de 2151. para abrir as fronteiras da galáxia para os humanos. Coube a um protegido e colega de Cochrane, o en- genheiro Henry Archer, a chefia do projeto que enfim daria esse grande salto. Em 2119, em Bozeman, Monta- na, foi fundado o Complexo Dobra Cinco, responsável pelo desenvolvimento do motor destinado a equipar a Enterprise. Em sobrevoo da Terra. Em operação durante dez anos, entre 2151 e 2161, a nave capitaneada por Jonathan Archer elevou a Terra à condição de agente de primeira grandeza na política interestelar. POR SALVADOR NOGUEIRA 4 COLEÇÃO TREK BRASILIS COLEÇÃO TREK BRASILIS 5 A HISTÓRIA DA ENTERPRISE NX-01 lançada, às pressas, em abril de 2151, após comandados passaram a ser celebrados um incidente em que um klingon chamado como heróis. Em compensação, uma onda Klaang se acidentou na Terra e precisou ser de xenofobia se alastrou entre os humanos. levado de volta a seu mundo natal. Para co- Durante os anos 2154 e 2155, a mandar a nave, o escolhido fora Jonathan Enterprise se concentrou em reforçar laços Archer, filho do engenheiro Henry. com aliados e vizinhos da Terra e teve en- volvimento decisivo em uma reforma polí- PRIMEIROS CONTATOS tica vulcana após um ataque à embaixada Com um alcance até então sem pre- terrestre em Shi’Kahr. Archer e sua tripula- cedentes para naves humanas, a Enterpri- ção também foram fundamentais nas ne- se promoveu os primeiros contatos oficiais gociações de paz entre as quatro principais entre o governo da Terra Unida e diver- potências locais: Vulcano, Tellar, Andoria e a sas civilizações, a começar pelo Império própria Terra. Isso levou às primeiras con- Klingon. Entre 2151 e 2153, Archer e sua tri- versações para a formação da Coalizão de pulação interagiram com andorianos, su- Planetas. libans, telaritas e romulanos, além dos já O Império Estelar Romulano, em par- familiares vulcanos e denobulanos (repre- ticular, ficou preocupado que uma união sentados na tripulação da nave pela oficial interestelar pudesse enfraquecer sua po- Cerimônia de fundação da Federação Unida de Planetas: a última missão da NX-01, em 2161. de ciências T’Pol e pelo médico Phlox). Nem sição estratégica na região e iniciou ações Era como se os irmãos Wright ou Al- culdades de desenvolvimento, e o voo do sempre esses contatos foram amistosos, para desestabilizar as tratativas de paz. A berto Santos-Dumont tentassem desen- NX-Alpha, pilotado por Robinson, terminou e Archer se viu envolto em um misterio- tensão acabaria irrompendo em guerra volver um Boeing 747 logo após concluírem em explosão, em 2143. Mas, pela primeira so conflito descrito como uma Guerra Fria aberta contra a Terra em 2156. A Enterprise seus primeiros voos. Foi preciso muito es- vez, um veículo humano rompera a dobra Temporal, em que agentes enviados do fu- teve, mais uma vez, um papel fundamental forço, suor e tempo para que a tecnologia 2. O projeto quase foi encerrado após o turo tentavam mudar o curso da história no de liderança no conflito. progredisse. Nos anos 2140, a Frota Este- incidente, mas Archer, Robinson e Tucker século 22. A guerra prosseguiu até 2160 e, como lar estabeleceu o Projeto NX, destinado a identificaram o problema e realizaram com Em março de 2153, a missão da conflitos armados costumam fazer, esti- realizar os testes de protótipos que ante- sucesso um voo estável com o NX-Beta, Enterprise seria brutalmente modificada mulou o rápido progresso tecnológico, com cederiam a implementação do motor em demonstrando a viabilidade do motor. A por ocasião de um ataque xindi à Terra, que maior intercâmbio entre a Terra e seus alia- uma nave estelar. Supervisionado pelo barreira da dobra 3 foi rompida por Duvall matou 7 milhões de pessoas. Fontes de in- dos. Com isso, o até então revolucionário comodoro Maxwell Forrest, o programa de em 2145, no NX-Delta. E protótipos avança- teligência indicaram que se tratava apenas motor de dobra 5 acabou se tornando ob- testes tinha como pilotos os comandantes dos começaram a ser instalados, ainda em de um prelúdio para uma invasão total, que soleto. A última missão da Enterprise en- Jonathan Archer, A.G. Robinson, Gardner caráter experimental, em naves estelares pretendia erradicar a Terra, e a NX-01 foi volveu justamente a cerimônia de fundação e Duvall. O engenheiro-chefe da iniciativa, como a USS Franklin, que foi a primeira a despachada para a Expansão Délfica, a fim da Federação Unida de Planetas, em 2161. capitão Jefferies, tinha em sua equipe o te- romper a dobra 4. de localizar os xindis e usar quaisquer meios Depois disso, a nave foi convertida em um nente Charles Tucker III. Em 2149, a estrutura da Enterprise necessários para defender o planeta. A ini- museu, dedicado a relembrar o pioneirismo O programa passou por grandes difi- NX-01 começou a ser montada, e a nave foi ciativa foi bem-sucedida, e Archer e seus humano na comunidade interestelar. 6 COLEÇÃO TREK BRASILIS COLEÇÃO TREK BRASILIS 7 Enterprise NX-01 magnética para deixá-lo mais Organização: Frota Estelar (Terra) Características básicas resistente a impactos ou a ar- Classe: NX Comprimento: 225 metros mas de energia dirigida. A carga Largura: 136 metros eletromagnética precisava ser Altura: 33 metros mantida de forma ininterrupta, Decks: 7 (A a G) ou a resistência do casco voltava Tripulação: 83 (padrão) ao normal. Ao longo de seus dez Lançamento: abril de 2151 Descomissionamento: 2161 anos de operação, a nave passou Oficial comandante: Jonathan Archer por diversas reformas e aprimo- Velocidade subluz: 0,25 c* (impulso a toda força) ramentos, tanto em doca seca Velocidade de cruzeiro: dobra 3 (27 c*, ou 0,074 ano-luz/dia**) como por mobilização da pró- Velocidade de emergência: dobra 5,15 (136 c*, ou 0,373 ano-luz/dia**) Armamentos: canhões de fase, torpedos nucleares (2151) e pria tripulação, durante missões torpedos fotônicos (a partir de 2153) em espaço profundo. *c, a velocidade da luz, é de 299.972,5 km/s. **numa geometria quadrimensional plana, sem contar efeitos subespaciais que possam otimizar o tempo de viagem. P O centro de comando R Ponte - Estrutura na da nave estelar, onde ficam o Coletor Bussard - O ponta das naceles, o coletor Bussard capitão e seu estado-maior A aspira o plasma ultrarrarefeito durante a maior parte do tempo. presente no ambiente interestelar Os diversos sistemas de bordo são (média de 106 moléculas por m3) rotineiramente operados daqui. A primeira nave terrestre com real capacidade para uso no sistema de dobra. exploratória foi concebida primariamente para realizar observações científicas, mas teve de se Disco defletor de adaptar a um universo hostil. navegação - Sistema Domo dos sensores - Destinada à Tubos de lançamento responsável por proteger P investigação científica, a Enterprise NX-01 de torpedos - São quatro a nave de impactos com é dotada de um conjunto sofisticado de apontados para proa e dois para a meteoroides e detritos, OR ALVADOR OGUEIRA O instrumentos de varredura, abrigados aqui. P S N P popa. Eles permitem que a nave emanando um campo A se defenda com o lançamento de de deflexão capaz de Enterprise NX-01 foi o protótipo de sua classe, destinada a viabilizar de forma prática mísseis com ogivas explosivas e/ desviá-los.

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