UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA – DOUTORADO LINHA DE PESQUISA: CULTURA E MEMÓRIA “QUEM SE ASSOCIA SE AFIA”: HISTÓRIA(S) SOBRE A PROFISSIONALIZAÇÃO DOS ARTISTAS PLÁSTICOS EM PERNAMBUCO RECIFE 2017 JOSÉ BEZERRA DE BRITO NETO “QUEM SE ASSOCIA SE AFIA”: HISTÓRIA(S) SOBRE A PROFISSIONALIZAÇÃO DOS ARTISTAS PLÁSTICOS EM PERNAMBUCO Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), como parte dos requisitos para à obtenção do título de Doutor em História. Orientadora: Profª. Drª. Regina Beatriz Guimarães Neto Linha de Pesquisa: Cultura e Memória RECIFE 2017 Catalogação na fonte Bibliotecária Maria do Carmo de Paiva, CRB4-1291 B862q Brito Neto, José Bezerra. “Quem se associa se afia” : história(s) sobre a profissionalização dos artistas plásticos em Pernambuco / José Bezerra Brito Neto. – 2017. 274 f. : il. ; 30 cm. Orientadora: Profª. Drª. Regina Beatriz Guimarães Neto. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Pernambuco, CFCH. Programa de Pós-graduação em História, 2017. Inclui referências, apêndices e anexos. 1. História. 2. Artes. 3. Artistas. 4. Associações profissionais – Recife (PE). I. Guimarães Neto, Regina Beatriz (Orientadora). II. Título 981.34 CDD (22. ed.) UFPE (BCFCH2017-264) JOSÉ BEZERRA DE BRITO NETO “QUEM SE ASSOCIA SE AFIA”: HISTÓRIA(S) SOBRE A PROFISSIONALIZAÇÃO DOS ARTISTAS PLÁSTICOS EM PERNAMBUCO Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), como requisito parcial para à obtenção do título de Doutor em História Aprovada em 03/10/2017 BANCA EXAMINADORA: ___________________________________________________________________________ Orientadora- Profª. Drª. Regina Beatriz Guimarães Neto- UFPE __________________________________________________________________________ Prof. Dr. Francisco Cabral Alambert Júnior – USP __________________________________________________________________________ Prof. Dr. Flávio Weinstein Teixeira - UFPE __________________________________________________________________________ Profª. Drª .Joana D‟arc de Sousa Lima – UFPE ___________________________________________________________________ Prof. Dr. Pablo Francisco de Andrade Porfírio- UFPE A pesquisa que resultou neste trabalho contou com o apoio da CAPES, pelo período de quarenta e oito meses, e da FACEPE para realização de estágio de mobilidade na Universidade de São Paulo (USP), pelo período de seis meses. À Adelaide Azevedo, a Alexandre Augusto e à Ellen Amaral, pelo mais perto do incondicional. Aos amigos, pelo compromisso-irmandade- distância. AGRADECIMENTOS ESPECIAIS A minha orientadora Profª. Dr.ª Regina Beatriz, desde o começo, pelo acolhimento, ensinamentos, leituras, críticas e palavras de força, muito obrigado. Aos professores do PPGH – UFPE pelo compromisso com a formação de pesquisadores dedicados e apaixonados pela história. Aos arquivos e instituições de pesquisa de Pernambuco que me receberam com muito profissionalismo: Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ), Arquivo Público Jordão Emerenciano, Museu do Estado de Pernambuco (MEP), Arquivo Denis Bernardes da Escola de Belas Artes de Pernambuco. Às instituições de cultura do Estado de São Paulo que me proporcionaram um contato com uma documentação fascinante: Fundação Bienal de São Paulo, Arquivo Histórico Wanda Svevo, Museu do Estado de São Paulo (MASP), Museu de Arte Contemporânea – MAC da USP, em especial à amiga e arquivista Silvana Karpinscki, ao Instituto de Estudos Brasileiros (IEB-USP), em especial à Prof. Dr. Ana Paula Simione. Ao Prof. Dr. Francisco Alambert do PPGH – USP, por me receber na instituição para orientação no estágio de mobilidade discente e por suas ricas e descontraídas aulas de crítica de arte. Ao artista plástico Silvio Hansen, pelas entrevistas, conversas e pistas dadas para adentrar ao universo da AAPPE, e ao artista plástico Jobson Figueiredo, pelas entrevistas e por permitir realizar pesquisas em seu arquivo pessoal, muito obrigado. Aos amigos da vida: Humberto Miranda, Juliana Andrade, Pablo Porfirio, Helder Remigio, Karlene, Elisabet, Ieda, Manu Arruda, Raquel, Ana Luísa, Henrique Daniel, José Rodrigues, Hugo Coelho, Marcio Ananias, Marcelo, Alexandre e Carlos Bitencourt, Cristiane Feitosa, Larisa Cisne, Merces, Diomedes, Luis Henrique, Eduardo Sarmento, Gabriel Navarro, Monica, Joana D‟arc, Denise Nalini, Sylvia Couceiro, Lúcia Falcão, Ângela Grillo, Monalisa Rios, Emanuelle Albuquerque, Daiane Campos, Viviane Sarmento, Danielle da Silva, Marta Margarida, muito obrigado. Às minhas tias Raquel e Débora por financiarem meus estudos. À minha querida mãe pela sensibilidade, afetividade e amor, ao meu irmão e ao meu pai. E à Ellen Amaral, pela parceria repleta de amor, companheirismo, força e muita poesia, dedico à você este trabalho, muito obrigado. A todos os artistas plásticos citados, nesse trabalho, um Muitíssimo Obrigado! “Pensava-se está no porto, e de novo se é lançado ao alto mar” (Leibiniz apud Deleuze, 2008, p. 174). RESUMO A concepção de artista é construída de acordo com as operações de cada campo, momento e lugar. Esta tese tem como motivações analisar as condições históricas em que foram empreendidas uma série de debates em torno da profissionalização dos artistas plásticos em Pernambuco, na segunda metade do Século XX. A profissionalização dos artistas plásticos no Brasil partilhou seus múltiplos caminhos com os campos políticos e suas linguagens, a partir de um modus operandi que garantia o exercício profissional de uma atividade, que sempre foi marcada pelo diletantismo e uma espécie de autonomia cristalizada em representações culturais. Para isso, busquei analisar o debate sobre a profissionalização em múltiplos espaços que passaram a legitimar as práticas artísticas enquanto status de profissão. Como o caso de duas associações de artistas que atuavam no período pesquisado e que desenvolveram critérios para o reconhecimento profissional da categoria: a Associação Internacional de Artes Plásticas (AIAP), fundada em 1948, com sede na França, e com sócios no Brasil e em Pernambuco; além da Associação de Artistas Plásticos Profissionais de Pernambuco (AAPPE), criada em 1968, com sede em Recife. As associações de artistas plásticos investiram na criação de critérios práticos para identificar e atribuir o título de profissional para os artistas que faziam parte delas, elaborando um conjunto de temas a serem discutidos em torno das identidades profissionais: propriedade intelectual, indústria e desenvolvimento, previdência social, educação, políticas públicas, mercado, etc. Esta tese ainda analisa as relações e mediações estabelecidas pela Escola de Belas Artes de Pernambuco entre as áreas da arquitetura e artes plásticas, demonstrando como a profissionalização destes dois setores dialogou constantemente e instaurou disputas na formação de um campo cultural na cidade do Recife. O nosso recorte temporal adentra os anos de 1950 a 1970, recuando e avançando em alguns momentos, em busca de uma análise das práticas profissionais e apropriações do universo trabalhista feita pelos artistas plásticos recifenses. Ao tomar o momento político e social destas décadas como período que incorporava as discussões em torno do novo papel dos trabalhadores no Brasil a partir da “ideologia desenvolvimentista”, da migração de trabalhadores, consolidação do capitalismo industrial, podemos tentar compreender as novas relações da produção e função das artes plásticas na cultura brasileira. PALAVRAS-CHAVE: História da Arte e Política. Profissionalização. Associações de Artistas. ABSTRACT The artist‟s conception is built according to the operations of each field, time and place. This thesis is motivated to analyze the historical conditions that have undertaken a series of debates around the professionalization of artists in Pernambuco in the second half of the twentieth century. The professionalization of artists in Brazil shared its multiple paths with political fields and their languages, from a modus operandi that guaranteed the professional exercise of an activity, which has always been marked by dilettantism and a kind of crystallized autonomy in cultural representations. For this, I tried to analyze the debate on the professionalization in multiple spaces that became legitimate artistic practices as a profession status. As the case of two associations of artists who worked in the period surveyed, and developed criteria for professional recognition in the category: the International Association of Fine Arts (AIAP), founded in 1948, with headquater in France, and partners in Brazil and Pernambuco and the Artists Association Plastics Pernambuco Professionals (AAPPE), established in 1968, with headquater in Recife. The plastic artists associations invested in the creation of practical criteria to identify and assign the title of professional to the artists who were part of them, developing a set of topics to be discussed around the professional identities: intellectual property, industry and development, social security , education, public policy, market, etc. This thesis still analyzes the relations and mediations established by Escola de Belas Artes de Pernambuco between the arctiteture areas and plastic arts, demonstrating how the profissionalisation of these two sectors dialogued and established disputes in the formation of a cultural field in Recife. Our time frame enters the years of 1960 and 1970 in search of an analysis of professional practices and appropriation of the labor universe made by recifenses
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