UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA O UNIVERSAL, O LOCAL E A MEMÓRIA CULTURAL NA OBRA DE PEDRO WEINGÄRTNER (1853-1929) LUCAS GIEHL MOLINA PORTO ALEGRE, 2014 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA O UNIVERSAL, O LOCAL E A MEMÓRIA CULTURAL NA OBRA DE PEDRO WEINGÄRTNER (1853-1929) LUCAS GIEHL MOLINA Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Orientador: Prof. Dr. José Augusto Costa Avancini. PORTO ALEGRE, 2014 2 Lucas Giehl Molina O UNIVERSAL, O LOCAL E A MEMÓRIA CULTURAL NA OBRA DE PEDRO WEINGÄRTNER (1853-1929) Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Orientador: Prof. Dr. José Augusto Costa Avancini. Aprovado em: Banca examinadora: Prof. Dr. José Augusto Costa Avancini (orientador) – UFRGS Prof. Dr. Éder da Silveira – UFCSPA Prof. Dra. Daniela Pinheiro Machado Kern – UFRGS Prof. Dr. José Rivair Macedo – UFRGS PORTO ALEGRE, 2014 3 Para nós. 4 AGRADECIMENTOS Ao meu orientador, José Augusto Costa Avancini, por me acompanhar durante toda a trajetória de pesquisa com sabedoria e humanidade. Aos professores Francisco Marshall e Caleb Faria Alves pelas sugestões que fizeram durante a pesquisa, aos professores do Departamento de História e ao PPG-História UFRGS. Aos integrantes da banca avaliadora por me propiciarem esta oportunidade de aprendizado. À Universidade Federal do Rio Grande do Sul, à Capes e aos sistemas e instituições que incentivaram a produção desta pesquisa. Ao colega Cydne Losekann pelo apoio, companheirismo e lealdade do início ao fim, e aos demais colegas pela companhia e pelo esforço em crescermos juntos durante as aulas. Aos meus alunos e alunas por me inspirarem através de seu interesse pela História e me motivarem a aprender mais. À minha família por tudo. 5 Naturalmente que tudo isso era muito precário, mas quando a tinta começasse a craquelar e o pano se desfiasse, ele já estaria morto. E tudo seria atribuído ao tempo. Tempus edax rerum, ele sabia das Metamorfoses. De resto, ninguém teria visto algo melhor aqui no Rio Grande, terra tão inculta e provisória. E para demarcar sua nova existência, libertou-se de Il Libro dell'Arte, jogando-o num arroio de águas confusas: "Vai-te, petulante, que não tens nenhum valor nesta parte do mundo". Luiz Antonio de Assis Brasil (O Pintor de Retratos) 6 RESUMO Pedro Weingärtner (1853-1929) foi um pintor brasileiro. Sua arte figurativa, realista e acadêmica retratou temas bastante diferentes: tanto paisagens e costumes de camponeses e imigrantes no jovem Rio Grande do Sul quanto a mitologia greco-romana, parte dos cânones temáticos da Europa no século XIX. O artista pintou do agricultor pobre ao presidente da província, havendo em sua arte diversa uma homogeneidade pictórica: o estilo acadêmico herdado do Velho Mundo e aprendido com o mestre William-Adolphe Bouguereau (1825- 1905) em Paris. Pedro Weingärtner viveu entre o Brasil e a Europa representando as diferenças entre os dois continentes. Como se articula essa complexidade da obra de Weingärtner entre o local e o universal? Qual é o peso da cultura europeia em sua arte como memória cultural, e o quanto dela também o artista produziu, principalmente em relação à figura do imigrante alemão? São essas as questões que esta dissertação procura responder. Palavras-chave: História Cultural; História da Arte; Academismo; Arte Brasileira; Pedro Weingärtner 7 ABSTRACT Pedro Weingärtner (1853-1929) was a Brazilian painter. His figurative, realistic and academic art portrayed rather different themes: landscapes and customs of peasants and immigrants in Rio Grande do Sul as well as Greco-Roman mythology, part of 19th century European canons. The artist painted from the poor farmer to the president of the province, having in his diverse art one homogeneous pictorial aspect: the academic style inherited from the Old World and learned from the master William-Adolphe Bouguereau (1825-1905) in Paris. Pedro Weingärtner lived between Brazil and Europe representing the differences between both continents. How is this complexity between local and universal articulated in his work? What is the weight of European art as cultural memory in his art, and how much of it did the artist produce himself, especially relative to the image of the German immigrant? These are the questions that this dissertation tries to answer. Keywords: Cultural History; Art History; Academic art; Brazilian art; Pedro Weingärtner 8 SUMÁRIO LISTA DE ILUSTRAÇÕES ....................................................................................................... 9 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 10 1. PEDRO WEINGÄRTNER E SEU CONTEXTO HISTÓRICO .......................................... 24 1.1 Academismo e Modernismo ............................................................................................... 24 1.2 História e memória: o conceito de memória cultural ......................................................... 29 1.3 A carreira de Pedro Weingärtner do Brasil à Europa e sua inserção na arte acadêmica ..... 33 2 A OBRA DE PEDRO WEINGÄRTNER .............................................................................. 41 2.1 Pintura de Gênero na Obra de Weingärtner ........................................................................ 41 2.2 Chegou Tarde (1890) .......................................................................................................... 45 2.3 Cena de Guerra (1894) ....................................................................................................... 50 2.4 Tempora Mutantur (1898) .................................................................................................. 57 2.5 Rodeio (1908) ..................................................................................................................... 63 2.6 La faiseuse d’anges (1908) ................................................................................................. 65 3 MEMÓRIA CULTURAL NA OBRA DE PEDRO WEINGÄRTNER ................................. 73 3.1 Classicismo e Neopaganismo ............................................................................................. 73 3.2 A Modernidade em Weingärtner ......................................................................................... 84 3.3 Tempo e Trabalho ............................................................................................................... 89 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 96 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 103 ANEXOS ................................................................................................................................ 109 Cronologia da vida de Pedro Weingärtner e Lista de Obras .................................................. 109 Reproduções de Obras de Pedro Weingärtner ........................................................................ 113 9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Ilustração 1 – Pedro Weingärtner. Julio de Castilhos, Presidente Constituinte do RGS, 1905 (Roma) .............................................................................................................................. 39 Ilustração 2 – Pedro Weingärtner. Chegou tarde, 1890. ........................................................... 45 Ilustração 3 – Casamento de conveniência, 1909 (Roma). ...................................................... 48 Ilustração 4 – Pedro Weingärtner. Cena de Guerra, 1894. ...................................................... 50 Ilustração 5 – Pedro Weingärtner. A derrubada, 1894. ............................................................ 52 Ilustração 6 – William Etty. Britomart Redeems Faire Amoret, 1833. ..................................... 54 Ilustração 7 – John Everett Millais. The Knight Errant, 1870. ................................................ 55 Ilustração 8 – Edward Poynter. Andromeda, 1869. .................................................................. 55 Ilustração 9 – Pedro Weingärtner. Tempora Mutantur, 1898 (Roma). ..................................... 57 Ilustração 10 – Análise da composição de Tempora Mutantur. ............................................... 61 Ilustração 11 – Pedro Weingärtner. Rodeio, 1908 (Roma). ...................................................... 63 Ilustração 12 – Pedro Weingärtner. La faiseuse d’anges (tríptico), 1908 (Roma). .................. 65 Ilustração 13 – Análise do 1º quadro do tríptico La Faiseuse d’Anges. ................................... 67 Ilustração 14 – Análise do 2º quadro do tríptico La Faiseuse d’Anges. ................................... 68 Ilustração 15 – Análise do 3º quadro do tríptico La Faiseuse d’Anges. ................................... 69 Ilustração 16 – Pedro Weingärtner. Julgamento de Páris, sem data. ....................................... 74 Ilustração 17 – Lawrence Alma-Tadema. A Favourite Custom, 1909. .................................... 78 Ilustração 18 - Paul-Joseph Jamin. Le Brenn et sa part de boutin, 1893. ...............................
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