Poder Político E Lutas De Classes Na Venezuela: 1989 – 2009

Poder Político E Lutas De Classes Na Venezuela: 1989 – 2009

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP José Alfonso Klein Poder político e lutas de classes na Venezuela: 1989 – 2009 DOUTORADO EM CIÊNCIAS SOCIAIS SÃO PAULO 2010 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Setor de Pós-Graduação José Alfonso Klein Poder político e lutas de classes na Venezuela: 1989 – 2009 DOUTORADO EM CIÊNCIAS SOCIAIS Tese apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Doutor em Ciências Sociais: Política e Relações Internacionais, sob a orientação do Prof. Doutor Lúcio Flávio Rodrigues de Almeida SÃO PAULO 2010 Rua Monte Alegre, 984 – São Paulo/SP – CEP 05014-901 – Fone: (11) 3670-8000 – http://www.pucsp.br/ Termo de Aprovação José Alfonso Klein Poder político e lutas de classes na Venezuela: 1989 – 2009 DOUTORADO EM CIÊNCIAS SOCIAIS Tese apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Doutor em Ciências Sociais: Política e Relações Internacionais, sob a orientação do Prof. Doutor Lúcio Flávio Rodrigues de Almeida. Assinaturas dos professores participantes: Banca Examinadora ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ Dedicatória Dedico este trabalho à Simone, meu grande amor pela paciência e pela força nos momentos mais difíceis deste “parto de idéias”. Agradecimentos Agradeço ao Lúcio Flávio pelas “luzes do saber” – sua orientação de pesquisa foi a principal responsável pela realização deste difícil “parto de idéias”. À Célia Motta pelas importantes sugestões. À CAPES pela bolsa parcial de estudo, um apoio importante para realizá-lo. À Simone pela ajuda na organização do meu relatório de atividades, pastas, arquivos, livros, dvds, cds, digitação de textos com dedicação e amor. À Zefinha pela força nos meus muitos momentos de impaciência, além da comida na mesa, da roupa lavada e passada. Aos meus pais Ottmar e Alzira e, aos meus quatorze irmãos pela força e o aprendizado ético e cultural, orientado pelo ditado popular da roça: “É no andar da carroça que as abóboras se ajeitam”. Ao cristianismo revolucionário pela primeira influência teórico-prática na minha militância. Ao intelectual do milênio, Karl Marx e demais marxistas revolucionários, pelos instrumentos de análise da luta de classes e o imprescindível estudo do capitalismo para facilitar a luta do proletariado pela superação do sistema. Aos militantes da Alternativa Sindical Socialista e da Intersindical. Ao Toshio pelas muitas reflexões a respeito da luta de classes no Brasil. Aos pesquisadores do Núcleo de Estudos de Ideologias e Lutas Sociais e do Núcleo de Estudos Latino-Americanos, pelo aprofundamento teórico nas pesquisas e debates, em especial, ao Marcelo e a Cláudia que, além do mais, me indicaram para os estudos na PUC. Aos professores da PUC pela qualidade do ensino, e em especial ao Paulo Resende e ao Ramon Casas pela avaliação na Banca de Qualificação. Aos funcionários e á coordenação do Curso de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUC pelo suporte institucional. Ao Aroldo Silva pela revisão do Inglês. A todos os meus educadores desde a infância, do Ensino Primário, Médio, Graduação, Especialização e Mestrado. Aos militantes do Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba e aos consulados de Cuba e Venezuela que reforçaram minha paixão pelos estudos latino-americanos. Aos militantes dos núcleos de formação Espaço Che Guevara (em movimento) e o Núcleo de Estudos Populares -13 de Maio pelos estudos marxistas. Ao proletariado e demais revolucionários da Venezuela, que são os principais responsáveis pelas reformas pró-revolucionárias e a possível revolução na “Experiência Venezuelana”. E finalmente aos meninos: Ástor, Furão e Lobo, que fazem uma barulheira danada, mas também me ajudam a ser melhor com os seres humanos, ironia não? E é claro, “ninguém é de ferro”, ao Internacional de Porto Alegre pelas muitas alegrias que proporciona aos colorados apaixonados. Epígrafe Assim como Darwin descobriu a lei do desenvolvimento da natureza orgânica, Marx descobriu a lei do desenvolvimento da história humana: o fato tão simples, mas que até ele se mantinha oculto pelo ervaçal ideológico, de que o homem precisa, em primeiro lugar, comer, beber, ter um teto e vestir-se antes de poder fazer política, ciência, arte, religião, etc. ...Marx era, antes de tudo, um revolucionário. Cooperar de um modo ou de outro, para a derrubada da sociedade capitalista e das instituições políticas por ela criadas, contribuir para a emancipação do proletariado moderno, a quem ele havia infundido pela primeira vez a consciência de sua própria situação e de suas necessidades, a consciência das condições de sua emancipação: tal era a verdadeira missão de sua vida. A luta era o seu elemento. E lutou com uma paixão, uma tenacidade e um êxito como poucos (Engels, em seu discurso de despedida frente ao seu melhor amigo Marx, que foi embora para ficar na eternidade da real História, 17 mar 1883). Resumo Este trabalho de José Alfonso Klein tem como título: Poder político e lutas de classes na Venezuela: 1989 – 2009. Através da dialética das relações sociais, políticas e econômicas na Venezuela, com amplo referencial bibliográfico em estudo exploratório, analisou-se os resultados das medidas neoliberais e imperialistas, como determinantes conjunturais e históricas do período, com abrangência latino-americana e caribenha. Observam-se, inicialmente, os desdobramentos da imposição dessa modalidade de desenvolvimento capitalista: crise econômica, instabilidade política e insurgências populares. Na região latino-americana e caribenha, a Venezuela apresentou-se como principal campo de proliferação dos movimentos populares de luta contra o agravamento das condições gerais de vida da classe trabalhadora, produzido pela inconseqüente abertura econômica, a partir de 1989. A crise econômica suscitou os conflitos sociais, que despertou o embate político. O primeiro e crucial momento venezuelano de contestação das massas contra o neoliberalismo e o imperialismo (Caracazo ), definiu os rumos históricos das décadas seguintes. A organização política dos movimentos sociais segue orientações prático-teóricas, de acordo com a reflexão dos agentes históricos do momento, podendo conduzir a luta para o campo revolucionário ou conciliatório. No caso venezuelano, o conjunto das práticas e idéias definiu-se pela chamada Revolução Bolivariana, liderada pelo presidente Hugo Chávez, que sinaliza políticas de reformas sócio-econômicas estruturais. Conseqüentemente, a reação das antigas classes politicamente hegemônicas degenerou numa evidente luta de classes, que culminou no golpe contra o presidente da República - e no contra-golpe das massas e parte das forças armadas a seu favor (2002). Além da consideração sobre os propósitos políticos dos protestos da “política de rua” (de governistas ou de oposição), a avaliação desse processo requer a observação dos resultados sócio-econômicos do governo “revolucionário bolivariano” apresentados em levantamentos estatísticos (até 2009). Porém, um simples balanço da atual situação econômica do país certamente não responderá questões como: a dimensão dessa correlação de forças; o grau de forças revolucionárias acumuladas; a capacidade de ação ou reação das classes em defesa de seus interesses; o aprofundamento da luta de classes no país depende da continuidade das reformas que sugerem ser “pró- revolucionárias” devido às reações burguesas mais violentas que poderão ocorrer. A percepção da totalidade desse processo dependerá da capacidade das forças sociais em operar as transformações concretas e necessárias para a configuração de uma nova realidade venezuelana. Para tanto, não basta uma observação passiva, mas a participação ativa desse momento histórico – que é a finalidade maior deste trabalho. PALAVRAS-CHAVE: imperialismo; neoliberalismo; luta de classes; poder de Estado; reformas “pró-revolucionárias”; experiência venezuelana. Abstract This José Alfonso Klein’s research presents a theoretical reflection on Political Power and Classes Struggles in Venezuela: 1989 – 2009. Initially, it was considered whether the deployment of neoliberal policies as determinative for configuring economic, political and social history of that period, in Latin America. In parallel movement, it can be observed developments of the imposition of this new mode of capitalist development: economic crisis, political instability, popular insurgencies. In the region of Latin America and the Caribbean, Venezuela has presented as main field of proliferation of popular movements to combat the deterioration of life general conditions of the working class, produced by inconsequentional economical opening, since 1989. The economic crisis caused social conflicts, which awaken political arguing. In Venezuela, the first and crucial moment of contestation of the masses against neoliberalism and imperialism ( Caracazo ), defined the history direction. The political organization for social movements follow Practical and theoretical, according to the reflection of historical agents at the time, can lead to a struggle for the revolutionary field or conciliatory. In the Venezuelan issue, the actions and ideas was designed by the so called “the Bolivarian Revolution”, led by President Hugo Chávez, which signals policies related to structural socioeconomic reforms. Consequently, the reaction of the former politically

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