O Planejamento Desplanejado Do Governo Hélio Duque

O Planejamento Desplanejado Do Governo Hélio Duque

O planejamento desplanejado do governo Hélio Duque A desastrada “nova matriz econômica” que jogou o Brasil no precipício em que estamos vivendo teve três importantes autores: a presidente Dilma que se considerava ocupante do suposto Ministério da Economia; o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fiel cumpridor das determinações presidenciais; e, Nelson Barbosa, secretário executivo da Fazenda de 2011 a 2013. Anteriormente fora secretário de Acompanhamento Econômico, de 2007 a 2008, em seguida secretário executivo de Política Econômica, de 2008 a 2010. Foi também presidente do conselho do Banco do Brasil entre 2009 e 2013. Tendo integrado, de 2005 a 2006, o corpo diretivo do BNDES. O ministro Nelson Barbosa foi, como se vê, ativo partícipe da política econômica equivocada e um dos arautos do populismo irresponsável maquiador das contas públicas. Ao assumir, no governo Dilma II, o Ministério do Planejamento, ele continua resistente em reconhecer o atestado de incompetência do passado. Traduzido no encaminhamento ao Congresso do Orçamento para 2015. Nunca antes um governo encaminhou peça orçamentária deficitária, repassando na prática para o Legislativo a gestão das finanças públicas do País. Ao invés de reduzir os gastos públicos como defende o Ministro da Fazenda Joaquim Levy, transferiu para o Congresso a criação de receitas para equilibrar o buraco das contas públicas. O titular da Fazenda, ao defender o equilíbrio orçamentário pelo enxugamento e cortes, com redução da máquina pública, foi atropelado pelo próprio governo. Comprovando o dualismo econômico de um executivo que demonstra não ter condições de governabilidade. A presidente da República, resistente a cortar despesas e melhorar a eficiência dos gastos públicos, tem no ministro do Planejamento o seu porta voz. O irrealismo continua o mesmo do passado recente. É oportuno relembrar que na proposta orçamentária de 2015 encaminhada ao Congresso, a então ministra do Planejamento do governo Dilma I, Miriam Belchior (atualmente presidente da Caixa Econômica), assegurava que haveria crescimento econômico de 3% e um superávit primário (o que sobra da arrecadação para pagamento da dívida pública) de 2% do PIB. Serviria de suporte para as mentiras desfiladas na campanha da reeleição que logo depois se traduzia na tragédia que vivenciamos. A deterioração da economia brasileira tem, portanto, origem clara e responsabilidade definida, identificando os responsáveis pela imposição da desastrada “nova matriz econômica”. Reeleita, não pode mais esconder a realidade de uma crise econômica incontrolável. Maquiavelicamente, nomeou para a Fazenda, em guinada de 180 graus, um estranho ao ninho: Joaquim Levy. Ao assumir, anunciou programa de recuperação de credibilidade ancorado em um “forte ajuste fiscal e corte de despesas”. Foi atropelado duplamente, de um lado pelo próprio governo e do outro, pelo Congresso Nacional. A presidente Dilma Rousseff, despreparada e incompetente no conhecimento de política de Estado, não marchou na mesma direção, preferindo o caminho traçado pelo Planejamento, sustentado pelos economistas Nelson Barbosa e Aloízio Mercadante, chefe da Casa Civil. Fritando em fogo brando Levy e as suas metas de racionalidade para a política econômica. Nesse cenário surgiu, promovida pelo Planalto e senadores, uma lunática “Agenda Brasil”, enumerando dezenas de alternativas no enfrentamento da crise. Com sabedoria alguém definiu que a tal agenda trazia “boas e novas” propostas, mas as “boas não eram novas e as novas não eram boas”. Exemplo: uma delas objetivava cobrar o atendimento no SUS, ante o absurdo foi eliminada. E nesse contexto o governo enviou ao Congresso uma peça de Orçamento prevendo déficit de R$ 30,5 bilhões, fato inédito na história da República. Transferindo para senadores e deputados federais encontrarem a alternativa, certamente pela criação de impostos para equilibrar as despesas públicas. Inacreditável: um executivo que não tem competência para equalizar o binômio receita + despesa. Em síntese, os mesmos autores que no passado levaram a economia brasileira à recessão, desemprego e crise social resistem a cortar despesas. Os ministros Barbosa e Mercadante ao defenderem, com aprovação presidencial, o aumento de arrecadação com novos tributos, aprofundam a crise. Com isso, a instabilidade econômica aliada à instabilidade política transformam o governo Dilma Rousseff em autêntico “pato manco”. Helio Duque é doutor em Ciências, área econômica, pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Foi Deputado Federal (1978- 1991). É autor de vários livros sobre a economia brasileira. .

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