UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEMÓRIA: LINGUAGEM E SOCIEDADE JONATAN DOS SANTOS SILVA CAPOEIRA NÃO PEDE BÊNÇÃO A CORONEL: OS MESTRES E A MEMÓRIA DA DISSEMINAÇÃO DA CAPOEIRA EM VITÓRIA DA CONQUISTA - BA (1950-2000) VITÓRIA DA CONQUISTA - BA FEVEREIRO DE 2018 i JONATAN DOS SANTOS SILVA CAPOEIRA NÃO PEDE BÊNÇÃO A CORONEL: OS MESTRES E A MEMÓRIA DA DISSEMINAÇÃO DA CAPOEIRA EM VITÓRIA DA CONQUISTA - BA (1950-2000) Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Memória: Linguagem e Sociedade, como requisito parcial e obrigatório para obtenção do título de Mestre em Memória: Linguagem e Sociedade. Área: Multidisciplinaridade da Memória. Linha de Pesquisa: Memória, Cultura e Educação. Orientador: Prof. Dr. Felipe Eduardo Ferreira Marta. VITÓRIA DA CONQUISTA - BA FEVEREIRO DE 2018 ii Silva, Jonatan dos Santos. S586c Capoeira não pede bênção a coronel: os mestres e a memória da disseminação da Capoeira em Vitória da Conquista - BA (1950-2000). / Jonatan dos Santos Silva – Vitória da Conquista, 2018. 248 f. Orientador: Felipe Eduardo Ferreira Marta. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Memória: Linguagem e Sociedade – PPGMLS. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, 2018. Inclui referência F. 223 - 236. 1. Mestres de capoeira - Memória; 2. Capoeira – História - Vitória da Conquista - BA; 3. Tensões e disputas. I. Marta, Felipe Eduardo Ferreira. II. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Programa de Pós- Graduação em Memória: Linguagem e Sociedade. III. T. CDD 796.81098142 Catalogação na fonte: Juliana Teixeira de Assunção – CRB 5/1890 UESB – Campus Vitória da Conquista – BA Título em Inglês: Capoeira does not ask blessing for wealthy man: the masters and the memory of Capoeira in Vitória da Conquista - BA (1950-2000). Palavras-chaves em Inglês: Memory. Capoeira masters. Tensions and disputes. Oral history of life. Vitória da Conquista - BA. Área de concentração: Multidisciplinaridade da Memória Titulação: Mestre em Memória: Linguagem e Sociedade. Banca Examinadora: Prof. Dr. Felipe Eduardo Ferreira Marta (presidente); Prof. Dr. Cláudio Eduardo Félix dos Santos (titular); Prof. Dr. Luís Vitor Castro Júnior (titular). Data da Defesa: 27 de fevereiro de 2018. Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Memória: Linguagem e Sociedade. iii JONATAN DOS SANTOS SILVA CAPOEIRA NÃO PEDE BÊNÇÃO A CORONEL: OS MESTRES E A MEMÓRIA DA DISSEMINAÇÃO DA CAPOEIRA EM VITÓRIA DA CONQUISTA - BA (1950-2000) Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Memória: Linguagem e Sociedade, como requisito parcial e obrigatório para obtenção do título de Mestre em Memória: Linguagem e Sociedade. iv Aos Mestres de Capoeira, a todos que lutaram e aos que continuam resistindo em meio os conflitos na cidade de Vitória da Conquista-BA. A esses guerreiros e vencedores, como tantos outros (as), dedico este trabalho. v AGRADECIMENTOS Antes de tudo, a Deus que permitiu que tudo transcorresse da maneira que ocorreu, dentro do grau de permissividade que mereci até aqui. Aos mentores-luz, que se fizeram presentes e que me ajudaram por meio de tantas pessoas que se fizeram dispostas a ajudar na concretização deste sonho, dessa missão. Aos meus familiares, minha mãe, Maria de Lourdes, por ter estado presente, acompanhado todos os momentos e compreendido o sentido de tudo isso. Ao meu pai, João Lapa, que, mesmo em suas horas de leitura, buscou transmitir suas memórias daquilo que aprendeu. Aos meus irmãos, Joanne e Jefferson, disponíveis em todos os momentos de angústias durante a produção. Ao meu sobrinho, que mesmo pequeno, me ensinou muito. Ao meu orientador, Felipe Eduardo Ferreira Marta, por cada momento de discussão e debate, fazendo-me sempre seguir em frente e mostrando que não há empecilho quando se tenta lutar por aquilo que se almeja. Agradeço a ele por ter compreendido minhas dificuldades e por ser tão humano, em meio a um espaço regido de pressões, sofrimentos, angústias e dores, coisas pouco é compreendidas neste lugar. A Viviane Sales e família, pelo acompanhamento de tudo isso, bem de perto, ensinando a arte da liberdade de expressão do saber, transcrita em cada risada que simbolizava uma nova síntese de um novo aprendizado transmitido por esta sacerdotisa. Aos entrevistados, pela ânsia de contribuir de forma plena em cada momento de suas falas ao traduzir as riquezas de seus sonhos que puderam ser realizados, e vistos no brilho dos olhos e em cada lágrima que suas memórias ofereceram como presente para este trabalho. Ao mestre Pantera e ao Movimento Cultural Consciência Negra, que compreenderam todo esse processo como uma etapa de crescimento individual e coletivo sempre motivando a seguir e contribuindo com seus acervos pessoais. Aos meus colegas e amigos do Colégio da Polícia Militar, em especial o professor Antônio Carlos (Cal), por ter sido um grande incentivador nos últimos momentos da inscrição do processo seletivo. Aos meus queridos amigos e, também colegas de profissão, os professores, Jadilson Vilas Boas e Célia Cássia, pela atenção de forma íntegra nos momentos mais delicados e precisos, ao me receberem em suas casas, demonstrando tamanha competência, ao transmitirem seus conhecimentos sobre teoria da memória na essência de serem verdadeiros mestres e doutores. vi À Alantiara Peixoto, que incentivou e rememorou sua trajetória como estudante, mãe de família e professora, motivando ainda mais a não desistência do processo. A Alexandre Xandó, pelo acompanhamento e dicas importantes, pelos grandes aprendizados e terapia nos momentos iniciais. A Carla Cristiane, pelas aulas durante a etapa inicial, que serviram para toda vida. Também ao meu professor de Inglês, Bruno Sampaio, pela formação e dicas primordiais para que eu pudesse seguir as etapas de seleção. Ao professor Wagner Matias e sua esposa, Wilka Matias, pelo acolhimento em na cidade de Brasília-DF, durante o Simpósio Nacional de História, e também por ter proporcionado um grande passeio turístico. Aos colegas do MINTER do Maranhão - MA, José Carlos, Karlana, Adriana e Arlene pelos momentos de partilha das angústias. Aos queridos mineiros, Felipe Vilas Boas, a sua esposa Emanuelle e sua Filha Letícia, e toda sua Família de Minas Gerais e Alcobaça - BA, que, mesmo de longe, acompanharam cada etapa dessa caminhada. Ao amigo Gilvandro e familiares, pelas conversas e bate-papo nos momentos de trabalhos, que trouxeram grandes reflexões no seguimento espiritual ao trazer a ancestralidade e suas forças maiores que nos fizeram crescer nesta etapa evolutiva da vida. Aos amigos e colegas da Escola Ridalva, que mesmo estando afastado, proporcionaram grandes momentos de reencontros, fazendo-me sentir sempre integrante deste corpo pedagógico maravilhoso, assim como a pessoa de Italva. À Fabrício, Fabito Índio e Ronaldo Ros, que tanto nos prestaram seus serviços de manutenção de equipamentos e assistência nos dias que ocorreram as entrevistas, garantindo a existência e permanência dos arquivos colhidos nesta pesquisa, resumem-se em grandes talentos que dominam as novas tecnologias. À Juliana Sousa, pelas participações nas entrevistas e pelos dados fornecidos referentes à presença da Capoeira na cidade, pois tem uma significância e grandes contribuições enquanto capoeirista e historiadora na cidade. A todos os colegas e amigos (“As Robertas” e “Aos Robertos”) da turma de 2016 do Mestrado em Memória: Linguagem e Sociedade da UESB, que fizeram dos nossos momentos juntos, dias especiais, inesquecíveis. Memórias que irei carregar por toda minha vida. E a todos os mestres de Capoeira da cidade de Vitória da Conquista, em especial os mestres Donizete, Sarará, Bell, Zelito, Acordeon, Pantera. E àqueles que indiretamente contribuíram para esta pesquisa: Mestre Robério, Mestre Duda (Salvador), Mestre Bel (Feira de Santana). E a minha eterna orientadora, Isabele Pires Soller, pelo incentivo desde sempre. vii Venham para a beira. Não podemos. Temos medo. Venham para a beira. Não podemos. Vamos cair! Venham para a beira. E eles foram. E ele os empurrou. E eles voaram. Venham. Vamos, voar juntos. Guillaume Apollinaire viii RESUMO A Capoeira é uma construção realizada a partir das matrizes civilizatórias africanas. É uma prática que tem a Roda como elemento que se transforma em espaço da vida cotidiana e prepara o corpo para a vivência na sociedade. Historicamente, a capoeira é marcada por tensões geradas pelos conflitos e disputas existentes na sociedade, assim, ocorre a busca pela reivindicação de seu espaço na sociedade brasileira. A Capoeira, na cidade de Vitória da Conquista-BA, não se distancia deste contexto. A existência de tensões ocasionadas pelas disputas ao longo do processo de disseminação da Capoeira mostra-se como reflexo das lutas enfrentadas atualmente pelos Mestres. Diante dessa constatação, apresentam-se os seguintes questionamentos: Como a capoeira se disseminou em Vitória da Conquista enquanto possibilidade de vivência? Quais as tensões e/ou disputas foram geradas durante esse processo? De que forma os mestres de capoeira carregam a memória dessa disseminação e dessas possíveis tensões e disputas? Essas discussões nortearam a abordagem sistematizada neste trabalho cuja hipótese foi a de que o processo de disseminação da Capoeira enquanto possibilidade de vivência em Vitória da Conquista-BA foi permeado por tensões e disputas de cunho econômico, cultural, étnico-racial e social. Assim, esta pesquisa teve como objetivo investigar as tensões e disputas geradas durante o processo de disseminação da Capoeira
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