Senhor Presidente, Sras. Deputadas E Srs. Deputados, Minhas Senhoras

Senhor Presidente, Sras. Deputadas E Srs. Deputados, Minhas Senhoras

Senhor Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, Minhas Senhoras, meus Senhores. O SPORT CLUB DO RECIFE nasceu em 13 de maio de 1905, tendo como documento constitutivo ata assinada pelo presidente da reunião de fundadores, Boaventura Alves Pinho. No mesmo local, a Associação dos Empregados do Comércio de Pernambuco, realizou-se uma segunda reunião naquele mês de maio, na qual foram aprovados os estatutos e eleita a primeira diretoria, sendo o presidente Elysio Alberto Silveira Sobrinho, vice-presidente Boaventura Alves Pinho e primeiro secretário Mário Sette. Guilherme Aquino Fonseca, considerado o principal idealizador do clube foi eleito diretor de Esportes Terrestres. Ele, ainda jovem, estudou na Inglaterra por cinco anos e voltou entusiasmado com o futebol, no ano de 1903. Vale destacar que, dos três principais clubes de futebol do Recife, o SPORT foi o único que conservou o mesmo nome de sua fundação. Haroldo Praça, em seu livro “Gol de Haroldo”, cita o surgimento do Náutico, em 1896, com o nome de “Recreio Fluvial”, e do Santa Cruz, em 1914, com a denominação de “15 de Novembro”. Ele nos dá conta, ainda, de que o primeiro campeonato de futebol da Liga Esportiva Pernambucana aconteceu em 1915, com a participação de seis clubes: Santa Cruz, Torre, América, Centro Esportivo do Peres, Coligação Esportiva Recifense e Flamengo. No ano seguinte, 1916, entraram na disputa do campeonato, o SPORT, o Náutico, o Paulista e o Casa Forte. Ao se converter em clube centenário, o SPORT tem muitas conquistas a comemorar, dentre elas, trinta e quatro vezes campeão pernambucano, campeão norte-nordeste em 1968, campeão brasileiro em 1987, vice-campeão da Copa do Brasil em 1989, campeão brasileiro da série “B” em 1990, campeão da Copa Nordeste em 1994, pentacampeão pernambucano em 2000 e bi-campeão da Copa Nordeste, também em 2000. Outro feito a ser lembrado é de que o SPORT foi o primeiro clube de futebol pernambucano a construir o seu estádio, na Ilha do Retiro, cujo terreno foi comprado por oitenta contos de reis e teve sua inauguração em 4 de julho de 1937, com o jogo entre SPORT e Santa Cruz, placar de 6 x 5 favorável aos rubros-negros. Manoel Heleno, em seu livro “Memória Rubro-Negra II”, nos diz que até 1935 o patrimônio do clube consistia apenas em troféus. Nenhum imóvel. O campo da Av. Malaquias era alugado, assim como a sede. Ele considera três presidentes que chama de "construtores": José de Andrade Médicis, Adelmar da Costa Carvalho e Severino Pereira de Albuquerque, os responsáveis pela maior parte do patrimônio imobiliário do SPORT. O jornalista Fernando Menezes, que escreveu “O ESPORTE EM PERNAMBUCO”, presta um depoimento afirmando que desde 1928, Manoel Guimarães, Guilherme de Aquino Fonseca e os irmãos Loyo pensavam na criação e expansão do patrimônio do Clube, além de Francisco Cribari que chegou a fazer um empréstimo em 1936. 2-7 Mas, na realidade, são muitos os que contribuíram para a grandeza do SPORT. Tantos, que seria impossível nominar a todos. De qualquer forma, entendo que seria uma omissão não homenagear a todos aqueles que exerceram a presidência e cargos em sua diretoria, atletas, técnicos e orientadores nas várias modalidades de esportes, como basquete e vôlei e o remo, que no passado levou alegria às tardes do Capibaribe, no trecho ao longo da Rua da Aurora. Os conhecedores da história do nosso futebol costumam falar, com justa saudade, dos tempos do futebol ofensivo. No livro já citado de Haroldo Praça, há um levantamento de vários campeonatos − doze, para ser preciso −, em que não houve um só jogo sem a marcação de gols: 1916, 1925, 1928, 1930, 1932, 1936, 1937, 1941, 1945, 1951 e 1964. Hoje, com o futebol profissionalizado, atletas de tempo integral e o chamado futebol força, em que a tendência é priorizar a defesa, não seria possível a repetição de tantos gols. Cito um episódio interessante: Quando o conhecido Secretário de Estado americano, Henry Kinssinger, visitou Pernambuco em 1997, disse-me, num café da manhã no Palácio das Princesas, que não gostava do futebol italiano por ser muito defensivo, preferindo o futebol brasileiro e o argentino. Caros Rubro-Negros! São muitos os aspectos a serem considerados na história do nosso Clube. Acredito que os principais sejam a “garra” dos seus atletas e a paixão dos seus torcedores. 3-7 Eis um episódio de paixão e coragem pouco conhecido. Em 1933, numa tarde de maio, três remadores resolveram empreender uma proeza fantástica para homenagear o SPORT: Antenor Soares Avelar (patrão), José Falcão (voga) e Benício Dias (proa) deslizaram o barco MOEMA, da Ilha até a barra e daí, ganhando o mar aberto, remaram até Salvador! Em 1941, o time do SPORT era excepcional, pois nove dos seus titulares integravam a Seleção Pernambucana, e fez uma vitoriosa excursão ao Rio, São Paulo, Minas, Paraná e Rio Grande do Sul. Ganhou onze partidas, perdeu quatro e empatou duas, a maioria dos jogadores findou sendo contratada pelos grandes clubes do Sul, dentre eles o nosso Ademir Menezes. Como Prefeito, participei da entronização da estátua de corpo inteiro do inesquecível atacante pernambucano na Praça da Bandeira, cumprindo lei municipal proposta pelo Vereador Fred Oliveira e por mim sancionada. Mas a lembrança maior que deixo para o SPORT é o Túnel “Chico Science”, que não foi sugestão de engenheiro, arquiteto ou urbanista. Atendi ao convite insistente do então Vereador Heráclito Cavalcanti e vim olhar a situação terrível do trânsito entre a Av. Abdias de Carvalho, na interseção com a Praça da Bandeira e o trecho sobre a Ponte Prefeito Lima de Castro. Ao saber que transitavam mais de 70.000 veículos dia, afunilados pelo sinal de três tempos, decidi construí-lo, inserindo-o no Projeto Viário da Ilha Joana Bezerra. 4-7 Gostaria de prestar homenagem a cinco ex-presidentes e meus contemporâneos, que me deram grandes alegrias como rubro-negro: Sílvio Pessoa, que conheço desde o início de 1960 e que presidiu o SPORT de 1973 a 1974, reorganizando suas finanças, num trabalho de preparação do Clube para elevados vôos; Jarbas Guimarães, amigo desde a adolescência e que nos proporcionou o campeonato de 1975, após 12 anos de abstinência; Homero Lacerda, que conseguiu, com muita luta, o campeonato brasileiro de 1987 e a participação na Taça Libertadores da América; Luciano Bivar, pela conquista do pentacampeonato de 2000; e Severino Otávio, o "Branquinho", que nos legou o campeonato de 2003 e a alegria de ver o SPORT jogando no Rio, São Paulo, Minas e Brasília, de igual para igual, com os melhores times brasileiros. O Penta de 2000 teve para mim um significado muito especial, porquanto quatro dos cinco anos de vitórias corresponderam ao meu quatriênio como prefeito de Recife. É importante, nesta hora, não esquecer as raízes profundas do SPORT no coração e na alma dos pernambucanos. Na chamada nação rubro-negra todos são iguais, dos mais humildes aos mais abastados. Tanto que o SPORT fundou e mantém uma escola de ensino médio e fundamental para os seus sócios e simpatizantes carentes, bem como para aqueles da comunidade periférica do seu complexo desportivo que procuram estudar e progredir. São muitos, também, os jovens assistidos e treinados pelo Clube na iniciação como atletas. 5-7 Hoje é um dia de festa, de congraçamento, de união e sei que no SPORT não se albergam mágoas, questões menores, tristezas ou ressentimentos. Não cabe na Catedral rubro-negra, espaço para agruras, dissabores, diferenças circunstanciais, pois essas são logo superadas pelo acendrado amor ao Clube. Por isso mesmo, quero terminar esta fala com palavras escritas por um rubro-negro, e que me foram trazidas pelo meu dileto e caríssimo amigo Gilberto Marques Paulo. Refiro-me ao Dr. Gentil Porto, que inicia o seu livro "Porto Gentil" com a seguinte profissão de fé rubro negra: “Deus é sábio e justo! Fez o mundo e colocou o homem; Depois criou esta maravilha que é a mulher. Mas notou que faltava alguma coisa e determinou: faça-se o SPORT! Estava completa a obra do Criador. Amém.” (Discurso proferido pelo Deputado Federal Roberto Magalhães no dia 13 de maio de 2005, durante as comemorações do Centenário do Sport Clube do Recife) 6-7 Excelentíssimo Senhor .... Jarbas Vasconcelos - Governador do Estado de Pernambuco João Paulo - Prefeito da Cidade do Recife Do Sport Club do Recife: Luciano Caldas Bivar - Presidente Executivo Pedro da Silva Corrêa de Andrade Neto - Vice-Presidente Executivo Guilherme Severino Pereira de Albuquerque - Presidente do Conselho Ivo Dantas - Vice-Presidente do Conselho Severino Otávio Raposo Monteiro - Vice-Presidente de Futebol Aloysio Queiroz Monteiro Filho - Vice-Pres. de Esportes Olímpicos 7-7.

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