Navegantes Bandeirantes Diplomatas (08-06-15).Indd

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história diplomática NAVEGAnTES, BAnDEIRAnTES, DIPLOMATAS MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES Ministro de Estado Embaixador Mauro Luiz Iecker Vieira Secretário­‑Geral Embaixador Sérgio França Danese FUNDAÇÃO ALEXANDRE DE GUSmÃO Presidente Embaixador Sérgio Eduardo Moreira Lima Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais Diretor Embaixador José Humberto de Brito Cruz Centro de História e Documentação Diplomática Diretor Embaixador Maurício E. Cortes Costa Conselho Editorial da Fundação Alexandre de Gusmão Presidente Embaixador Sérgio Eduardo Moreira Lima Membros Embaixador Ronaldo Mota Sardenberg Embaixador Jorio Dauster Magalhães e Silva Embaixador Gonçalo de Barros Carvalho e Mello Mourão Embaixador José Humberto de Brito Cruz Embaixador Julio Glinternick Bitelli Ministro Luís Felipe Silvério Fortuna Professor Francisco Fernando Monteoliva Doratioto Professor José Flávio Sombra Saraiva Professor Antônio Carlos Moraes Lessa A Fundação Alexandre de Gusmão, instituída em 1971, é uma fundação pública vinculada ao Ministério das Relações Exteriores e tem a finalidade de levar à sociedade civil informações sobre a realidade internacional e sobre aspectos da pauta diplomática brasileira. Sua missão é promover a sensibilização da opinião pública nacional para os temas de relações internacionais e para a política externa brasileira. Synesio Sampaio Goes Filho HISTÓRIA DIPLOMÁTICA | 1 NAVEGAnTES, BAnDEIRAnTES, DIPLOMATAS Um ensaio sobre a formação das fronteiras do Brasil Edição revista e atualizada Brasília – 2015 Direitos de publicação reservados à Fundação Alexandre de Gusmão Ministério das Relações Exteriores Esplanada dos Ministérios, Bloco H Anexo II, Térreo 70170­‑900 Brasília–DF Telefones: (61) 2030‑6033/6034­ Fax: (61) 2030­‑9125 Site: www.funag.gov.br E­‑mail: [email protected] Equipe Técnica: Eliane Miranda Paiva Fernanda Antunes Siqueira Gabriela Del Rio de Rezende Alyne do Nascimento Silva Projeto Gráfico: Daniela Barbosa Programação Visual e Diagramação: Gráfica e Editora Ideal Mapa da primeira capa: “Capitanias Hereditárias”, Luis Teixeira, 1574. Mapa da segunda capa: “Brasília”, João Teixeira Albernaz, 1666. Impresso no Brasil 2015 G598 Goes Filho, Synesio Sampaio. Navegantes, bandeirantes, diplomatas : um ensaio sobre a formação das fronteiras do Brasil / Synesio Sampaio Goes Filho. – Ed. rev. e atual. – Brasília : FUNAG, 2015. 409 p. : il. – (História diplomática) ISBN 978­‑85­‑7631­‑544‑5 1. Colombo, Cristovão, 1451?-1506. 2. Tratado de Tordesilhas (1494). 3. Vespucci, Americo, 1451-1512. 4. Cabral, Pedro Alvares, 1467 - 1520. 5. Entradas e Bandeiras (1634-1728). 6. História - Brasil - Império (1822-1889). 7. História - Brasil - Primeira República (1889-1930). 8. Descoberta geográfica - América. 9. Navegação marítima. 10. Fronteira - aspectos históricos - Brasil. 11. História diplomática - Brasil. 12. Expedição exploradora. I. Título. II. Série. CDU 94(81).01/07 Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional conforme Lei n° 10.994, de 14/12/2004. APRESENTaÇÃO O livro do Embaixador Synesio Sampaio Goes Filho, que tenho o prazer de apresentar, possui uma gênese que se confunde, em alguma medida, com a própria evolução da disciplina das Relações Internacionais no Brasil1. A origem remota do trabalho é a tese Aspectos da Ocupação da Amazônia: de Tordesilhas ao Acordo de Cooperação Amazônica, aprovada pela Banca Examinadora do Curso de Altos Estudos (CAE) do Instituto Rio Branco (IRBr), em 1982. Ganhou o prêmio de sua publicação e foi editada pelo IPRI, em 1991, com o título de Navegantes, bandeirantes, diplomatas. Logo tornou­‑se uma das obras mais lidas entre as editadas pela Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) e referência bibliográ­ fica nos cursos de Relações Internacionais e de História do Brasil em todo o País. 1 Vide sobre o assunto FONSECA, Gelson. Academia e Diplomacia: um estudo sobre as análises acadêmicas sobre a política externa brasileira na década de 70 e sobre as relações entre o Itamaraty e a comunidade acadêmica. Brasília: FUNAG, 2011. Vide também LIMA, Sergio E. Moreira. Diplomacia e Academia: o IPRI como instrumento de política externa, in: Política Externa, vol. 22, n. 3, jan./fev./mar. 2014, IEEI, UNESP, GACINT, IRI, USP, p. 76­‑77. Em 1999, foi a primeira tese do CAE a ser publicada por uma editora comercial, a Martins Fontes, com o título de Navegantes, bandeirantes, diplomatas: um ensaio sobre a formação das fronteiras do Brasil. O autor abandonou então os temas de atualidade (o pacto amazônico) e desenvolveu a parte histórica, para incluir, junto com o Norte, informações valiosas sobre a formação territorial e a negociação dos limites do Oeste e do Sul do País. O interesse na obra levou a Biblioteca do Exército a publicar edição independente, em 2000. Apesar das reimpressões, todas as tiragens encontram­‑se esgotadas. Em 2013, partes do livro foram reescritas e publicadas sob o título As fronteiras do Brasil, na coleção “Em poucas palavras”, da FUNAG. Há anos Navegantes, bandeirantes, diplomatas tem sido presença constante nos estudos e pesquisas que tratam da formação territorial do Brasil e leitura favorita dos candidatos ao IRBr e de seus alunos. Para estimular a continuidade da tradição de estudos históricos de um livro já considerado um clássico da nossa História Diplomática, a FUNAG resolveu fazer nova e cuidadosa edição, revista pelo autor e um pouco redirecionada para manter o foco nas questões centrais, e que inclui novos mapas. Conservou­‑se o prefácio original, de 1999, do Professor Arno Wehling, Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, pelo seu valor intrínseco e para lembrar os fortes laços existentes entre o Itamaraty e o IHGB, que foi presidido também pelo Barão do Rio Branco. Creio que todo estudioso da História do Brasil conhece a obra do Embaixador Sampaio Goes. Talvez seja este o melhor tributo que se possa conferir a um diplomata e historiador. Sua produção acadêmica é resultado de pesquisa metódica, bem fundamentada e instigante sobre a formação do País, a consolidação de suas fronteiras e o papel da diplomacia nesse extraordinário esforço coletivo da nacionalidade. Os fundamentos no direito internacional e nas práticas diplomáticas tornaram a definição da linha de limites fator de estabilidade e de paz no continente e legado não apenas nacional, mas contribuição a princípios que acabariam consagrados na Carta das Nações Unidas. O trabalho de Synesio permite conhecer melhor essa narrativa e honra as tradições da historiografia diplomática brasileira e seus maiores, como Delgado de Carvalho, José Honório Rodrigues e Hélio Vianna. Sempre admirei em Synesio a cordialidade e a elegância, a inteligência e a objetividade, atributos que contribuíram para sua exitosa carreira diplomática. A circunstância da preparação de tese para o Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco (IRBr) acrescentou nova dimensão à sua fecunda atividade como diplomata. Abriu­‑lhe perspectiva na exploração de outros caminhos para promover o conhecimento do Brasil e de sua História e compartilhá­‑lo com seus alunos e leitores. Apesar da maneira amena e fácil no relacionamento e a modéstia na consideração do seu trabalho, Synesio se distingue pelo rigor e a coragem de suas análises, temperadas pela linguagem direta e sóbria de seus escritos, mas sempre provocativa. Seu juízo crítico não se impressiona diante de tabus e jamais perde a objetividade do profissional da diplomacia. Essas características também transparecem em seu mais recente ensaio Rio Branco, Inventor da História2, revelador de uma rebeldia intelectual que se mantém desafiadora dos mitos e das verdades, disposta a renovar, senão a revolucionar. Não poderia deixar de referir­‑me ainda a outra reveladora leitura de Synesio, desta feita sobre o patrono da FUNAG, o diplomata Alexandre de Gusmão, nascido em Santos, no Brasil­ ‑Colônia, que se notabilizou pelos serviços prestados à Corte de D. João V, em importantes negociações com a Coroa Espanhola. 2 In: PEREIRA, Manoel Gomes (org.). Barão do Rio Branco: 100 anos de Memória. Brasília: FUNAG, 2012, p. 620 a 650. Foi Gusmão o responsável por pesquisar no direito privado romano o princípio do uti possidetis e o transplantar para o direito internacional público no Tratado de Madri de 1750, que deu ao território brasileiro expressão mais próxima à que hoje ostenta, em comparação aos limites fixados no instrumento até então vigente, o Tratado de Tordesilhas. Alexandre de Gusmão não só desenhou o mapa do Brasil, na expressão de Synesio3, como também consagrou, num mundo onde prevalecia a força, os valores da pesquisa, da diplomacia e do direito, que viriam marcar o início do pensamento diplomático brasileiro. A presente versão de Navegantes, bandeirantes e diplomatas devolve o clássico às suas origens no Itamaraty e ao acervo bibliográfico da FUNAG. Estou certo de que continuará não apenas enriquecendo e inspirando diplomatas, acadêmicos e pesquisadores, mas, sobretudo, prosseguirá como fator de estímulo à vocação de novas gerações de jovens interessados na Diplomacia, nas Relações Internacionais e na História do Brasil. Embaixador Sérgio Eduardo Moreira Lima Presidente da Fundação Alexandre de Gusmão Maio de 2015 3 GOES FILHO, Synesio Sampaio. Alexandre de Gusmão: o Estadista que desenhou o mapa do Brasil, in: PIMENTEL, José Vicente (org.). Pensamento Diplomático Brasileiro: Formuladores e Agentes da Política Externa (1750­‑1964), p. 53 a 85. Brasília: FUNAG, 2013. SUMÁRIO Lista de mapas.................................................................. 15 Prefácio...........................................................................

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