CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS Nº 62 SESSÃO DE ABERTURA | GABRIELA FIGUEIREDO DIAS Presidente do Conselho de Administração da CMVM ORADOR PRINCIPAL | MÁRIO CENTENO – Ministro das Finanças do XXI Governo Constitucional MESA REDONDA | “O QUE É SUSTENTÁVEL EM FINANÇAS?” MESA REDONDA | “INVESTIR EM SUSTENTABILIDADE: O QUE GANHO COM ISSO?” ORADOR PRINCIPAL | DIRK SCHOENMAKER Investigador sénior, Bruegel; Professor de Banca e Finanças, Universidade Erasmus de Roterdão MESA REDONDA | “À PROCURA DE INVESTIDORES RESPONSÁVEIS PARA RELAÇÕES DE LONGO PRAZO” MESA REDONDA | “SUSTENTABILIDADE: REGULAR OU NÃO REGULAR?” CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS Nº 62 CONFERÊNCIA ANUAL CMVM 2018 SSAINABLE INANCE THE ROAD AHEAD CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS | Nº 62 Índice Editorial 5 Sessão de Abertura | GABRIELA FIGUEIREDO DIAS 11 Presidente do Conselho de Administração da CMVM Orador Principal | MÁRIO CENTENO 19 Ministro das Finanças do XXI Governo Constitucional Mesa Redonda | 26 “O que é sustentável em Finanças?” Moderador • RUI PERES JORGE Diretor, Gabinete de Comunicação, CMVM Participantes • COLIN MAYER Cátedra Peter Moore de Estudos de Gestão, Said Business School (Universidade de Oxford) • FILIPE SANTOS Professor Catedrático de Empreendedorismo Social, Católica Lisbon School of Business and Economics • JOSÉ DE MATOS Consultor do Conselho de Administração, Banco de Portugal • PETER KERNAN Diretor Executivo, S&P Global • TÂNIA DUARTE Cofundadora e Diretora de Operações, Conduct, Culture, People Research Foundation • UGO BASSI Diretor, Direção-Geral de Estabilidade Financeira, Serviços Financeiros e União dos Mercados de Capitais (FISMA), Comissão Europeia Mesa Redonda | “Investir em sustentabilidade: o que ganho com isso?” 45 Moderador • FILIPE SANTOS Professor Catedrático de Empreendedorismo Social, Católica Lisbon School of Business and Economics 3 cmvm.pt ÍNDICE CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS | Nº 62 Participantes • ANTÓNIO MIGUEL Diretor Executivo, Maze; Laboratório de Investimento Social • JORGE MOREIRA DA SILVA Diretor, Direção de Cooperação para o Desenvolvimento da OCDE • MARGARIDA COUTO Presidente GRACE - Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial • PAUL TANG Membro do Parlamento Europeu, Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas • WILL MARTINDALE Diretor de Políticas, UNPRI – Principles for Responsible Investment Orador Principal | DIRK SCHOENMAKER 63 Investigador sénior, Bruegel; Professor de Banca e Finanças, Universidade Erasmus de Roterdão Mesa Redonda | 78 “À procura de investidores responsáveis para relações de longo prazo” Moderador • RITA OLIVEIRA PINTO Diretora, Departamento Internacional e de Política Regulatória, CMVM Participantes • ANDRÉ FIGUEIREDO Sócio, PLMJ • ANTÓNIO CORREIA Partner, PricewaterhouseCoopers • CRISTINA CASALINHO CEO, Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública • JOÃO WENGOROVIUS MENESES Secretário Geral, BCSD - Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável • NANDINI SUKUMAR CEO, World Federation of Exchanges • PAULO RODRIGUES DA SILVA CEO, Euronext Portugal Mesa Redonda | 94 “Sustentabilidade: Regular ou não Regular?” Moderador • UGO BASSI Diretor, Direção-Geral de Estabilidade Financeira, Serviços Financeiros e União dos Mercados de Capitais (FISMA), Comissão Europeia Participantes • STEVEN MAIJOOR Presidente, Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA) • GABRIEL BERNARDINO Presidente, Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA) • GABRIELA FIGUEIREDO DIAS Presidente, Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) 4 cmvm.pt CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS | Nº 62 Editorial 5 Voltar ao índice cmvm.pt CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS | Nº 62 Editorial edição n.º 62 dos Cadernos do Mercado de Valores Mobiliários apresenta as comunicações efetuadas e os debates havidos no âmbito da Conferência Anual da CMVM 2018 dedicada ao tema das Finanças Sustentáveis. O programa da conferência Sustainable Finance: The Road Ahead inclui a apresentação de A três oradores principais e o debate em quatro mesas redondas. Na sessão de abertura, Gabriela Figueiredo Dias, Presidente do Conselho de Administração da CMVM, realça o contributo do debate com diferentes stakeholders das finanças sustentáveis para uma abordagem estruturada das oportunidades, dos riscos e do papel dos reguladores na transformação do sistema financeiro. Com efeito, o paradigma do investimento focado apenas no retorno e no risco financeiro está progressivamente a ser substituído por modelos que incluem também fatores de sustentabilidade (ambiental, social ou de governação) na tomada de decisão dos investidores, em paralelo com o retorno financeiro. Recentes desenvolvimentos no mercado português ilus- tram esta evolução, nomeadamente a emissão de obrigações ‘verdes’, a dis- ponibilização de relatórios de informação não financeira pelos emitentes e o registo pela CMVM em 2018 da primeira sociedade de empreendedorismo so- cial (que originou o primeiro fundo de empreendedorismo social português). Referindo o papel dos reguladores do sistema financeiro para a transformação em curso, Gabriela Figueiredo Dias considera que a sustentabilidade se ins- creve na interseção de dois pilares, a proteção dos investidores e o desenvol- vimento do mercado, e realça a importância da transmissão de informação rigorosa e credível ao mercado e da eliminação do risco de branqueamento de práticas negativas por via das finanças sustentáveis. A sessão de abertura contou igualmente com a intervenção do Ministro das Finanças, Mário Centeno. Referindo que a temática do investimento sustentá- vel marca atualmente a agenda europeia, Mário Centeno alerta para as conse- quências negativas do adiamento da transição para uma economia com baixas emissões de carbono e destaca os custos económicos associados ao crescimen- to do número de eventos extremos e as repercussões sobre o sistema financei- ro, designadamente o setor segurador. Por outro lado, defende a necessidade 6 Voltar ao índice cmvm.pt EDITORIAL CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS | Nº 62 de desenvolvimento de competências no setor financeiro para lidar com os novos riscos e para orientar o financiamento para investimentos sustentá- veis, de modo a tornar a economia mais verde e mais sustentável. Neste con- texto, salienta a importância do plano de ação para as finanças sustentáveis da Comissão Europeia no desenvolvimento da harmonização das definições do que são atividades sustentáveis, de modo a prevenir os riscos de utilização abusiva da marca “sustentável”. Mário Centeno destaca ainda a importância dos reguladores do setor financeiro na transição para uma economia susten- tável, concluindo que “devemos aspirar a tornar o investimento sustentável como o «novo normal» nos mercados”. primeira mesa redonda procurou responder á questão “O que é sustentá- vel em finanças?”. Nela foi referido que o sistema financeiro deve conside- rar para além do retorno ajustado ao risco, os interesses e os valores de todos os stakeholders nas decisões de investimento. Negócios socialmente respon- A sáveis e com propósitos claros geram mais valor para os acionistas e para a sociedade. A incorporação de fatores ESG influencia a notação de risco obti- da pelas sociedades cotadas na medida em que os riscos de crédito possuem um horizonte de avaliação de longo prazo. Na reflexão sobre a importância de cada fator ESG, o governo das sociedades (G) foi apontado como central para o processo de tomada de decisão com impacto na gestão dos restantes fato- res (E e S), tendo sido defendido que o decisor político deve promover uma mudança cultural usando o instrumento da transparência e deve abster-se de impor metas em áreas onde a escolha individual é imprescindível. Além dis- so, o debate destacou a importância de serem minimizados os riscos de green washing, tendo sido sublinhado o papel dos auditores internos e externos e das agências de notação de risco na criação de confiança nas informações de natureza não financeira que são divulgadas ao mercado. A segunda mesa redonda discutiu o tema “Investir em sustentabilidade: o que ganho?” Os participantes do painel referiram que o investimento de im- pacto é uma das principais oportunidades económicas atuais e que a sobrevi- vência no mercado no futuro dependerá da incorporação dos fatores de sus- tentabilidade. A adoção de fatores de sustentabilidade permite dar resposta a uma preocupação crescente da geração millennial, que considera aspetos de sustentabilidade nas suas decisões de consumo e valoriza os investimen- tos de impacto. Neste quadro, foi defendida uma abordagem às questões da sustentabilidade top-down, i.e., a necessidade de envolvimento da gestão de topo para que a incorporação dos fatores ESG tenha sucesso. No painel foram igualmente discutidos os riscos de incumprimento das metas de desenvolvi- mento sustentável da ONU e de fragmentação geográfica. Adicionalmente, foi analisado o papel do regulador no alinhamento do mercado com os objetivos 7 Voltar ao índice cmvm.pt EDITORIAL CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS | Nº 62 de desenvolvimento sustentável. Os participantes destacaram ainda os riscos de greenwashing e de socialwashing como uma ameaça para a credibilidade das políticas de sustentabilidade. ambém Dirk Schoenmaker defende que o desenvolvimento sustentável im- plica a integração de três elementos (financeiro, social e ambiental), em três etapas: primeiramente é criado valor para o acionista de forma modificada (i.e.,