
IV CONEPE Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável ANAIS DO IV CONEPE Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão 23 a 25 de Outubro de 2019 IV Mostra de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico da UFJ Realização: Apoio: UNIVERSIDADE FEDERAL DE JATAÍ ENVELHECIMENTO E SUICÍDIO: PERDA DE AUTONOMIA E DESVALORIZAÇÃO DO IDOSO NO CONTEXTO CAPITALISTA1 MACIEL, Alana2 Palavras-chave: Suicídio. Idosos. Envelhecimento. Autonomia. 1 INTRODUÇAO/JUSTIFICATIVA O suicídio é uma problemática atual com dados assustadores e preocupantes, ocupa uma das principais causas de morte no mundo todo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (2002), o comportamento suicida inclui os pensamentos suicidas, as tentativas e o ato de acabar com a própria vida. Segundo o Boletim Epidemiológico realizado pelo Ministério da Saúde (2017), o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) registrou 55.649 óbitos por suicídio no Brasil no período de 2011 a 2015, com uma taxa geral de 5,5/100 mil habitantes. Ainda de acordo com o boletim supracitado, comportamento suicida atinge a população de todas as idades. No que diz respeito à comunidade idosa, os índices são alarmantes, a faixa etária de 70 anos ou mais possui a maior taxa, com 8,9/100 mil hab., a faixa etária de 60 a 69 anos com 7,7/100 mil hab. São muitos os fatores determinantes para o suicídio na velhice, mas a presente pesquisa parte da hipótese de que a perda de autonomia e a desvalorização da pessoa durante o envelhecimento são fatores relevantes a serem analisados ao se tratar do suicídio na velhice. 2 BASE TEÓRICA Há várias perspectivas sobre o sentido do envelhecimento. Em uma experiência, Zimerman (2007) realizou a seguinte pergunta para dois grupos: “Quais são as características que definem a pessoa velha?”, sendo um grupo com a faixa etária de 18 a 21 anos e o outro com a faixa etária de 51 a 83 anos de idade. As respostas foram distintas. No primeiro grupo, o velho foi definido como uma pessoa chata, deprimida e solitária. Já o segundo, definiu a pessoa velha como alguém muito 1 Resumo revisado pela orientadora de Iniciação Científica, Dra. Cristiane Souza Borzuk, código PI03535-2019. 2 Bolsista do Programa de Iniciação Científica. Universidade Federal de Goiás (UFG). UAE REJ CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS. [email protected] vivido, com experiência, mais lento, tranquilo, com doenças e mais perto da morte. Portanto, percebe-se que o idoso sofre preconceitos e discriminações com base na idade pela sociedade (idadismo). A polução idosa é submetida a muitas discriminações: Como se realiza a opressão da velhice? De múltiplas maneiras, algumas explicitamente brutais, outras tacitamente permitidas. Oprime-se o velho por intermédio de mecanismos institucionais visíveis (a burocracia da aposentadoria e dos asilos), por mecanismos psicológicos sutis e quase invisíveis (a tutelagem, a recusa do diálogo e da reciprocidade que forçam o velho a comportamentos repetitivos e monótonos, a tolerância de má fé que, na realidade, é banimento e discriminação), por mecanismos técnicos (as próteses e a precariedade existencial daqueles que não podem adquiri-las), por mecanismos científicos (as "pesquisas" que demonstram a incapacidade e a incompetência sociais do velho) (CHAUI apud BOSI, 1979, p. 18). Entretanto, a sociedade está inserida no sistema capitalista, e “[...] o desenvolvimento do capitalismo transformou o corpo humano em um instrumento de produção. Adoecer nesse contexto significa deixar de produzir, o que significa vergonha da inatividade, que deve ser oculta do mundo social” (PITTA 2006, p.210 apud COMBINATO e QUEIROZ, 1999). O processo de envelhecimento não possui relação com a inutilidade e/ou exclusão social introduzida na comunidade idosa, haja vista que portar doenças ou disfunções orgânicas na maioria das vezes, não impossibilita a participação social (MORAES, 2012). A Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS, 2009) defende a necessidade do envelhecimento ativo, no qual se refere à participação contínua das pessoas em questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis, não limitando-se a atividades físicas ou a integração da força de trabalho. Em consonância a uma perspectiva marxista na qual diz que a base da sociedade, assim como a característica fundamental do homem, está no trabalho, pode-se dizer que a exclusão social e desvalorização do indivíduo idoso podem ser advindas da não adequação ao mercado de trabalho. Nesse contexto, vale ressaltar que os impactos são sentidos de formas distintas a partir da divisão social existente graças ao capitalismo. É principalmente a classe trabalhadora que sente os efeitos do envelhecimento dentro desse sistema (TEIXEIRA, 2009). 3 OBJETIVOS O objetivo desse trabalho é verificar se a perda de autonomia e a desvalorização oriundas do envelhecimento no contexto capitalista são fatores importantes e influenciadores para a ideação e o ato suicida entre pessoas idosas. 4 METODOLOGIA Será realizada um pesquisa bibliográfica com a finalidade de compreender a perda de autonomia oriunda do envelhecimento e a desvalorização dos indivíduos na velhice, proveniente da lógica capitalista, e assim avaliar a relação desses dois conceitos com o comportamento suicida em idosos. 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO / RELATO DE EXPERIÊNCIA A presente pesquisa encontra-se em desenvolvimento, por esse motivo, pode- se apenas apontar algumas tendências sobre o tema. É visível que o envelhecer tornou-se um processo difícil e doloroso. De acordo com Chauí (1979), envelhecer na sociedade capitalista é sobreviver sem projetos e sofrer com as adversidades de um corpo que se desfaz, viver com a imposição da velhice que existe mais para o opressor do que para si mesmo. A sociedade burguesa tem como característica a transformação de tudo e todos em objetos de mercadoria, para a obtenção de lucro. A concepção capitalista sobre a população idosa, é de uma mercadoria desvalorizada (GOLDMAN, 2009). Marx em sua obra “Sobre suicídio” (1846), aborda a relação entre o comportamento suicida e a opressão capitalista. Nesta obra, Marx nega o suicídio como um ato “antinatural”, colocando-o como um ato natural dentro da sociedade capitalista, um sintoma advindo de uma sociedade doente e opressora que necessita de uma transformação social e econômica radical. Desse modo, a crítica marxista enxerga a culpa do suicídio em questões sociais e econômicas, produzindo um sofrimento interno de cada indivíduo. Ademais, espera-se que essa pesquisa ainda em andamento consiga alcançar efetivamente seus objetivos a fim de contribuir com estudos posteriores, e também proporcionar um maior conhecimento e discussão sobre o tema. 6 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇOES FINAIS A população global está envelhecendo. Estima-se que em 2050 terão 2 bilhões de pessoas com 60 anos ou mais (GLOBAL AGE WATCH, 2014). No Brasil em 2050, calcula-se que esse número chegue a 64 milhões - quase 30% da população (IBGE, 2016). Em vista disso, a realização de estudos sobre temas que envolvam a população em questão torna-se imperiosa. Entre os temas importantes, tem-se o suicídio na velhice, pois é fundamental compreender os diversos fatores que influenciam na decisão do indivíduo de tirar a própria vida, para que seja realizada a prevenção e conscientização acerca do comportamento suicida. REFERÊNCIAS BOSI, E. Memória e Sociedade: lembranças de velhos. T. A. QUElROZ, EDITOR, LTDA: São Paulo, 1979. GLOBAL AGE WATCH INDEX. Global Age Watch Index 2015. [S. l.: s. n.], 23 ago. 2019. Disponível em: http://www.helpage.org/global-agewatch. Acesso em: 19 ago. 2019. GOLDMAN, S. N. As dimensões culturais, sociais e políticas do envelhecimento. In: JUNIOR, E. D. A. (org.). Envelhecimento e vida saudável. Rio de Janeiro: Apicuri, 2009. p. 27-42. IBGE. Projeção da população. [S. l.: s. n.], 23 ago. 2019.Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistic Acesso em: 19 ago. 2019. MARX, Karl. Sobre o suicídio. São Paulo: Boitempo, 2006. MORAES, Edgar Nunes de. Atenção À Saúde do Idoso: Aspectos Conceituais. 1. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 102 p. E-book. Organização Mundial da Saúde. Relatório mundial sobre violência e saúde. Genebra: OMS; 2002 [acessado em 6 dez 2017]. Disponível em: https://www.opas.org.br/wp- content/uploads/2015/09/relatorio-mundial-violencia-saude.pdf ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Plan de acción sobre la salud de las personas mayores incluido el envejecimiento activo y saludable. [49o Consejo directivo, 61a Sesión del Comité Reginal, Washington, D.C., EUA, del 28 de septiembre al 2 de octubre del 2009]. Washington: OPAS, 2009. PLANALTO. Lei no 8.842, de 4 de janeiro de 1994. Política Nacional do Idoso. [S. l.: s. n.], 4 jan. 1994. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8842.htm. Acesso em: 20 ago. 2019. SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE. Perfil epidemiológico das tentativas e óbitos por suicídio no Brasil e a rede de atenção à saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/21/2017-025-Perfil- epidemiologico-das-tentativas-e-obitos-por-suicidio-no-Brasil-e-a-rede-de-atencao-a- saude.pdf. Acesso em: 14 ago. 2019. TEIXEIRA. Solange Maria. Envelhecimento do trabalhador e as tendências das formas de proteção social na sociedade brasileira. ARGUMENTUM, Vitória, v1, n.1, p. 63-77, jul./dez. 2009. ZIMERMAN, Guite L. Velhice: Aspectos Biopsicossociais. Porto Alegre: ArtMed, 2007. ALERGIA ALIMENTAR EM CRIANÇAS1 SOUZA, Aline Alves2; ARRUDA, Camila Oliveira2; SANTOS, Thaís Freitas2; BARCELOS, Ivanildes Solange da Costa3 Palavras-chave: Alergia alimentar. Crianças. Hipersensibilidade. 1. INTRODUÇÃO As alergias representam imunopatologias e são caracterizadas pelo reconhecimento de antígenos ambientais, macromoléculas não infecciosas, pelo sistema imunológico que responde contra moléculas presentes em alimentos, cosméticos, pólen de flores de diversas plantas, pelos de animais, partículas provenientes de ácaros e outras (ABBAS et al., 2019). 2. BASE TEÓRICA Dentre as doenças alérgicas, destaca-se as alergias alimentares em crianças, que constituem foco de pesquisas e intervenções médicas visando garantir uma melhor qualidade de vida aos portadores dessas patologias.
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