ANAIS ELETRÔNICOS X Seminário do Museu D. João VI & VI Colóquio Coleções de Arte em Portugal e Brasil nos Séculos XIX e XX O________________________ Artista em Representação Coleções de Artistas Organizadores Alberto Martin Chillón • Ana Cavalcanti • Arthur Valle • Fernanda Pitta • Maria João Neto • Marize Malta • Sonia Gomes Pereira ANAIS ELETRÔNICOS X Seminário do Museu D. João VI & VI Colóquio Coleções de Arte em Portugal e Brasil nos Séculos XIX e XX O________________________ Artista em Representação Coleções de Artistas Organizadores Alberto Martin Chillón Ana Cavalcanti Arthur Valle Fernanda Pitta Maria João Neto Marize Malta Sonia Gomes Pereira Rio de Janeiro NAU Editora 2020 © 2020 EBA – UFRJ Produção Editorial Apoio NAU Editora CAPES Rua Nova Jerusalém, 320 CNPq CEP: 21042-235 – Rio de Janeiro (RJ) Programa de Pós Graduação Tel.: (21) 3546-2838 em Artes Visuais – PPGAV/EBA/UFRJ www.naueditora.com.br [email protected] Denise Pires de Carvalho Reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro Coordenação Editorial Simone Rodrigues Cristina Grafanazzi Tranjan Decana do Centro de Letras e Artes - CLA Revisão e Preparação de Textos Madalena Ribeiro Grimaldi Ana Paula Meirelles Diretora da Escola de Belas Artes - EBA Jéssica Martins Costa Vania Valente Carlos de Azambuja Rodrigues Coordenador do Programa de Pós Graduação Design Capa e Editoração em Artes Visuais Melanie Guerra Marize Malta Imagem Capa Coordenadora do Setor de Memória e Arthur Timóteo da Costa (1882-1922), Patrimônio EBA/UFRJ (Museu Dom João VI, Alguns colegas: sala de professores, 1921 Arquivo Histórico EBA, Biblioteca de Obras Raras EBA) (óleo sobre tela, 45,5 x 170,6 cm). Coleção Museu Nacional de Belas Artes/Ibram, Brasil. Organização Fotografia: Jaime Acioli. Alberto Martin Chillón, Ana Cavalcanti, Arthur Valle, Fernanda Pitta, Maria João Neto, Tratamento de Imagens Marize Malta, Sonia Gomes Pereira Estúdio Arteônica Preparação e Revisão de textos para produção editorial Alberto Martín Chillón, Arthur Valle, Flora Pereira Flor Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Tuxped Serviços Editoriais (São Paulo, SP) M379a Martín Chillón,Alberto (org.) et al. O artista em representação: coleções de artistas / Organizadores: Alberto Martín Chillón, Ana Maria Tavares Cavalcanti, Arthur Valle, Fernanda Pitta, Maria João Neto, Marize Malta e Sonia Gomes Pereira. Tradutores: João Ricardo Milliet e Natalie Lima. - 1. ed. - Rio de Janeiro : NAU Editora, 2020. 1.094 p.; il.; fotografias. E-Book: 138 Mb, PDF. Inclui bibliografia. ISBN 978-65-87079-03-5 1. Autorrepresentação do Artista. 2. Coleções de Arte. 3. Escola de Belas Artes – UFRJ. 4. Grupo Entresséculos. 5. Museu D. João VI. I. Título. II. Assunto. III. Organizadores. CDD 709 CDU 7.074:069 ÍNDICE PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO 1. Artes: História da arte / Museus. 2. Colecionadores de arte; museu. Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário Pedro Anizio Gomes CRB-8 8846 Os artigos e as imagens publicados nos anais são de inteira responsabilidade de seus autores. O QUE TINHA NO ATELIÊ DE PEDRO WEINGÄRTNER? Paulo César Ribeiro Gomes A obra de Pedro Weingärtner (Porto Alegre, 1853-1929), em que pese sua importância e extensão, ainda é objeto de muitas interroga- ções. À parte a biografia de Angelo Guido (1956)1 e o extenso ensaio de Athos Damasceno Ferreira (1971)2– trabalhos inaugurais da sua fortuna crítica –, os artigos acadêmicos e ensaios catalográficos,3 além dos trabalhos acadêmicos de peso, como as dissertações e teses, ainda não deram conta da diversidade de aspectos, temas e demais problemas inerentes a uma obra volumosa e, infelizmente, carente de um inventário sistemático e exaustivo. As abordagens elaboradas têm contornado aspectos pontuais de sua produção, a par de tentativas de instituir uma consistente narrativa biográfica. Ao longo dos últimos anos nos debruçamos sobre a obra desse artista de referência nacional e de elevada importância para o panorama local das artes plásticas. Durante seis anos, inventaria- mos sua produção pictórica e gráfica disponível em coleções locais e nacionais, além daquelas acessíveis em publicações, tais como catálogos de leilões e de exposições.4 As pesquisas na internet foram de grande valia para a consolidação de uma numerosa produção pictórica e gráfica que, infelizmente, carece de dados concretos sobre títulos, dimensões, técnicas, localização e propriedade. Essas pesquisas subsidiaram, de modo considerável, a consolidação do inventário a que nos propusemos a compor; mas repito, infeliz- mente esses dados coletados não podem ser publicados por causa 1. Pedro Weingärtner. Porto Alegre: Divisão de Cultura, 1956. 2. Artes Plásticas no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Editora Globo, 1971. 3. Destacam-se as seguintes exposições, com seus respectivos catálogos: Obra Gravada (Porto Alegre: Fumproarte/MARGS, 2006), Obra Gráfica (Porto Alegre: Funproarte/ MinC/MARGS, 2008) e Pedro Weingärner (1853–1929), um Artista Entre o Velho e o Novo Mundo (São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2009). 4. Inventário cronológico da obra pictórica e gráfica de Pedro Weingärtner, desen- volvido entre 01/12/2010 e 29/12/2016. 941 COLEÇÕES DE ARTISTAS VI COLÓQUio Coleções de Arte EM PortUGal E Brasil Nos SÉCUlos XIX E XX da carência de dados coerentes. Partindo de um universo reduzido liês. Neste ensaio vamos ainda mais adiante ao nos apropriarmos com quase duas centenas de obras, inventariadas por Guido (1956) de imagens (pinturas, principalmente) nas quais os ateliês, ou locais e Damasceno (1971), chegamos, hoje, a mais de quatro centenas de de trabalho de um artista ou de um amador, são o tema principal. pinturas, desenhos e gravuras, que demandam precisão de dados A estratégia proposta para este ensaio, obedecendo ao tema e atualização de propriedade. do colóquio a que se destina, é se valer como material de pesquisa A longa convivência com a obra do artista nos deixa relativa- de algumas pinturas, de fotografias de ateliês e de fotografias de mente confortáveis para avançar em indagações mais pontuais, modelos. Assim sendo, nos deteremos na “coleção” de objetos e para além daquelas como o estabelecimento de uma cronologia adereços do pintor Pedro Weingärtner (1853–1929) que aparecem de temas (paisagens, retratos, cenas de gênero, gravuras, desenhos nesses documentos. Anteriormente, já havíamos nos dedicado aos etc.), uma cronologia da vida e das viagens, da atuação profissional ateliês de Pedro Weingärtner,5 quando discorremos sobre seus locais etc. Dentro desse aspecto, produzimos alguns ensaios focados em de trabalho e suas implicações profissionais. Naquela ocasião, foi questões como o colecionismo institucional da obra de Weingärtner elaborada uma lista – não exaustiva – desses locais e de suas per- no Rio Grande do Sul (2003), a gravura e o desenho (2006-2009), a sonagens. Ainda no mesmo artigo, esclarecemos sobre a ausência presença da fotografia (2008), sua formação e obra (2009/2016), seu de registros textuais ou verbais sobre esses ateliês e seus recheios. enquadramento nacional (2009), sua trajetória na Europa (2012), A exceção é o texto de Carlos von Koseritz,6que escreveu: sua filiação ao naturalismo (2014), seus ateliês (2017), sua estrutura narrativa (2018) etc. O atelier (que é alugado e pertence a um lente de academia na Com essas considerações, à guisa de introdução, não se pre- Alemanha) representa uma casa da campagnadi Roma, com todo o romântico exterior d’essas casinhas. Penetrando, porém, pela tende uma revisão bibliográfica, mas tão somente delimitar o baixa porta no interior, acha-se o visitante, como por encanto, alcance do que se segue. Assim, o presente ensaio tem por objeto em região inteiramente diversa.É o ambiente da arte que alli o os “recheios” dos ateliês de Pedro Weingärtner. É necessário, aqui, cerca: Antigas drapéries de pezados estofos, trophéos d’armas, desdobrar essa proposta, esclarecendo seus termos e definindo estatuetas em bronze, bustos de mármore, festons de louro secco, seu alcance. mil bibelots e objectos d’arte, – emfim, um microcosmo de gosto Sobre o primeiro: “recheios” é termo recorrente na literatura artístico e a tudo isto uma excellente luz, que em ondas desce do telhado de Chrystal e um grande numero de quadros em via de acadêmica que trata de patrimônio e de Artes Decorativas para execução, de estudos, debuxos etc.O artista que nos recebe no nomear os bens móveis que ocupam um local, seja um palácio, uma solar, é o mesmo moço modesto e sympathico que Porto Alegre residência ou um ateliê de artista. São os objetos de toda ordem, tais conheceu há 8 annos como simples desenhador auxiliar d’uma como móveis, tapetes, adornos, equipamentos de trabalho, livros, litographia.O bigode cresceu um pouco, os hombros tornaram-se obras de arte etc., conforme utilizado por Clara Moura Soares, ao mais largos, mas pelo rosto é o artista, cujos quadros começam escrever: “[…] proceder à venda do edifício e dos seus recheios, (sic) a ter grande nomeada, o mesmo simples e modesto rapaz dos outros tempos, muito criterioso e pouco dado a extravagâncias são fontes essenciais para se poder caracterizar os recheios do palácio, artísticas. (KOSERITZ; 1887, p.359) determinar a importância […]” (2017, p.11). Por “ateliê” entende- se, naturalmente, um local próprio para a execução de trabalhos artísticos, um estúdio, um local de trabalho de um artista. Quando 5. Os ateliês de Pedro Weingärtner. Oitocentos – Tomo IV: O Ateliê do Artista. Rio de janeiro: CEFET/RJ, 2017. Disponível em: http://dezenovevinte.net/800/tomo4/ nos
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