MUNICÍPIO DE SÃO PAULO Situado a 760 m acima do nível do mar, o Município de São Paulo ocupa uma área de 1.522,986 km2, dividida em 31 Subprefeituras e 96 Distritos Municipais. Tem clima subtropical (temperatura média anual de 18,3° C, máxima de 23,5° C e mínima de 15,5 °C, com umidade relativa do ar de 72% a 85%). Conta, atualmente, com uma população estimada de 12.038.175 milhões de habitantes (IBGE 2016) e densidade demográfica de 7.398,267.398,26 hab/km2. Além disso, concentra mais de 50% da população da Região Metropolitana de São Paulo e pouco mais de 6% da população INTRODUÇÃO do Brasil. A distribuição da população, segundo sexo de acordo com o Censo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), para 2010, está apresentada na Tabela 1. A sua população é, predominantemente, urbana (99%) e seus habitantes apresentam as mais diferentes origens étnicas: italiana, portuguesa, japonesa, espanhola, libanesa, boliviana, haitiana, entre outras. No Município há o maior contingente de nordestinos fora do Nordeste. O município de São Paulo adota divisões pra facilitar sua administração, estabelecendo uma divisão municipal em 96 distritos (Figura 1). A distribuição da população segundo idade e sexo do Município de São Paulo, para 1980, 1995 e 2010, está na Figura 2, na qual constata-se o estreitamento da sua base e o alargamento do seu topo, demonstrando a transição demográfica deste Município. 1 Tabela 1: Distribuição da população segundo sexo e grupo etário. Município de São Paulo, Brasil, 2010. Sexo Grupo Etário Total Masculino Feminino 0-4 365.667 353.043 718.710 5-9 389.893 376.686 766.579 10-14 443.155 433.770 876.925 15-19 425.156 426.320 851.476 20-24 494.789 507.725 1.002.514 25-29 525.383 560.961 1.086.344 30-34 486.526 534.606 1.021.132 35-39 427.654 470.759 898.413 40-44 389.388 432.490 821.878 45-49 345.786 405.064 750.850 50-54 305.156 369.810 674.966 55-59 246.532 307.581 554.113 60-64 185.015 242.671 427.686 65-69 128.410 177.237 305.647 70-74 96.256 143.642 239.898 75-79 65.028 107.813 172.841 80+ 67.163 139.550 206.713 Total 5.386.957 5.989.728 11.376.685 Fonte: IBGE, 2010. 2 Figura 1: Distritos do Município de São Paulo segundo as zonas administrativas. São Paulo, 2016. Fonte: Baseado nas imagens de Encontra São Paulo, 2015 e São Paulo MesoMicroMunicip.svg, Raphael Lorenzeto de Abreu. 1 Figura 2: Distribuições da população segundo idade e sexo do Município de São Paulo, 1980, 1995 e 2010. 1980 1995 80 e + 80 e + 70-74 70-74 60-64 60-64 50-54 50-54 40-44 40-44 30-34 30-34 INTRODUÇÃO 20-24 20-24 10-14 10-14 0-4 0-4 8% 6% 4% 2% 0% 2% 4% 6% 8% 8% 6% 4% 2% 0% 2% 4% 6% 8% Masculino (4.151.209) Feminino (4.342.008) Masculino (4.892.625) Feminino (5.249.880) 2010 80 e + 70-74 60-64 50-54 40-44 30-34 20-24 10-14 0-4 8% 6% 4% 2% 0% 2% 4% 6% 8% Masculino (5.328.632) Feminino (5.924.871) Fonte: a partir dos dados do IBGE. 2 Paralelamente à transição demográfica, ocorreram mudanças na mortalidade proporcional por causas, do Município de São Paulo. Estas mudanças são classificadas como transição epidemiológica, que se entende como alterações ocorridas no tempo, nos padrões de morte, morbidade e invalidez. De acordo com Chaimowicz (1997) existe uma correlação direta entre os processos de transição demográfica e epidemiológica. De um modo geral, o declínio da mortalidade concentra-se nas doenças infecciosas, em especial, nos grupos mais jovens. Com isso, aumenta a expectativa de vida e cresce a proporção de idosos, com consequente aumento das doenças não-transmissíveis. No Município de São Paulo, de 1930 INTRODUÇÃO a 2000, o câncer apresentou um aumento nesta mortalidade de 300% e as mortes por doenças infecto-parasitárias decresceram 90% (MIRRA & LATORRE & VENEZIANO, 2007). As neoplasias malignas figuram como segunda ou terceira causa de morte no período de 1979 a 2013, tanto para o sexo masculino, quanto para o sexo feminino, no Município de São Paulo (Tabela 2). Em 1979, a mortalidade proporcional por câncer figurou em terceiro lugar para os homens (10,07%) e em 2º lugar para as mulheres (11,11%) precedida pelas doenças do aparelho circulatório em ambos os sexos e causas externas no sexo masculino. Em 2013, as mortes por neoplasis ocupou a segunda posição, tanto para os homens (17,45%), quanto para as mulheres (18,87%) precedido pelas doenças do aparelho circulatório (28,19% e 31,62%, respectivamente). Analisando-se apenas o sexo feminino, observa-se que a mortalidade proporcional por câncer tem sido crescente, juntamente com as doenças do aparelho respiratório, enquanto que a mortalidade por doenças do aparelho circulatório apresenta queda na porcentagem de óbitos e a mortalidade proporcional pelas causas externas mostra tendência à estabilidade (Figura 3). 3 Tabela 2: Mortalidade proporcional (%) segundo sexo e principais causas de óbito. Município de São Paulo, 1979 – 2013. Período Sexo Causas 1979 1983 1988 1993 1998 2003 2008 2013 Doenças do aparelho 30,16 31,01 30,32 28,51 27,24 27,08 28,49 28,19 circulatório Neoplasias (tumores) 10,07 10,94 11,07 11,98 13,27 14,75 17,06 17,45 Masculino Doenças do aparelho 9,84 9,87 10,88 10,86 10,08 10,70 11,05 12,86 respiratório Causas externas 12,61 15,88 17,08 17,43 19,86 18,93 13,65 12,47 Doenças do aparelho 35,32 37,74 38,00 36,67 36,08 34,24 33,64 31,62 circulatório Neoplasias (tumores) 11,11 12,46 13,12 14,37 15,85 17,45 18,49 18,87 Feminino Doenças do aparelho 9,74 10,17 11,02 11,90 11,57 12,56 12,39 14,13 respiratório Causas externas 4,78 5,24 5,31 5,46 4,91 4,70 4,22 4,03 Fonte: a partir dos dados do Sistema de Informação de Mortalidade – SIM. INTRODUÇÃO 4 Figura 3: Mortalidade proporcional (%) segundo as principais causas de óbito para o sexo feminino. Município de São Paulo, 1979 a 2013. ÇÃO INTRODU Fonte: a partir dos dados do Sistema de Informação de Mortalidade – SIM 5 REGISTRO DE CÂNCER DE BASE POPULACIONAL DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO O Registro de Câncer de Base Populacional de São Paulo (RCBP-SP) foi estruturado em 1º de janeiro de 1963 e, por 3 anos, teve características de inquérito piloto. Em 1º de janeiro de 1969, foi oficialmente implantado e integrado ao Departamento de Epidemiologia da SP Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. O RCBP-SP mantém convênio - com a Prefeitura do Município de São Paulo / Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo e recebe suporte financeiro da mesma. RCBP O RCBP-SP conta, em sua estrutura, com uma coordenadora geral, uma vice- coordenadora geral, uma coordenadora de base de dados, uma coordenadora de linkage, quatro digitadores, uma coordenadora de fontes de notificação, seis registradores e um analista de sistemas. Existe uma Assessoria Científica que é composta por um médico oncologista, duas estatísticas, dois epidemiologistas e duas graduandas em Saúde Pública. Há, também, o Comitê Técnico Assessor (CTA) que tem como objetivo assessorar a Coordenação Técnica do RCBP-SP na identificação de prioridades, formulação de diretrizes na área de informação sobre câncer e avaliação da metodologia utilizada para o processamento dos dados, com vistas à qualidade das informações produzidas. Esse CTA é formado por membros da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, da Fundação ONCOCENTRO e da Faculdade de Saúde Pública. No banco de dados são registrados todos os casos novos de neoplasias malignas com códigos de comportamento na morfologia 2 (in situ) e 3 (invasivo), tumores intracranianos e intra-espinais (sistema nervoso) e lesões clinicamente diagnosticadas como malignas, mesmo sem confirmação histológica. Para a classificação da topografia tumoral é utilizada a 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças – CID-10 e, para a morfologia, a Classificação Internacional de Doenças para Oncologia – CID-O 3a Edição. Os meios utilizados como bases de diagnósticos são os exames clínico, de imagem, macroscópico, citológico, histológico e autópsia. Os dados do RCBP-SP são coletados de forma ativa e passiva em 230 fontes de notificação. A coleta é efetuada em todos os hospitais, clínicas, serviços de verificação de óbito, laboratórios de anatomia patológica e Registros de Câncer de Base Hospitalar. Os dados provenientes dos Registros de Câncer de Base Hospitalar são fornecidos pela Fundação Onconcentro de São Paulo (FOSP). 6 O fluxograma da rotina seguida pelo RCBP-SP está descrito na Figura 4. Na coleta ativa, as coletadoras buscam os dados diretamente nas fontes de notificação, entre elas: hospitais, laboratórios, clínicas e Serviço de Verificação de Óbitos (S.V.O.). Estas fichas são levadas ao RCBP e, após a avaliação de todas as variáveis, realiza-se dupla digitação em SP software próprio, onde é verificada a consistência da digitação e os dados são enviados a um - “Banco Temporário”. A seguir, é feita a comparação do “Banco Temporário” com o “Banco Definitivo”, com o RCBP objetivo de verificar e excluir as duplicidades. Esta comparação é realizada mediante 28 combinações pré-determinadas. Ao encontrar-se um par de casos verdadeiros, é verificada se existe alguma nova informação.
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