Pontifícia Universidade Católica Do Rio Grande Do Sul Faculdade De Filosofia E Ciências Humanas Programa De Pós-Graduação Em História

Pontifícia Universidade Católica Do Rio Grande Do Sul Faculdade De Filosofia E Ciências Humanas Programa De Pós-Graduação Em História

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA JOSÉ ANTÔNIO DOS SANTOS PRISIONEIROS DA HISTÓRIA. TRAJETÓRIAS INTELECTUAIS NA IMPRENSA NEGRA MERIDIONAL Porto Alegre, 2011 JOSÉ ANTÔNIO DOS SANTOS PRISIONEIROS DA HISTÓRIA. TRAJETÓRIAS INTELECTUAIS NA IMPRENSA NEGRA MERIDIONAL Tese apresentada ao Curso de Pós- Graduação em História da Faculdadede Filosofia e Ciências Humanas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em História. Orientador: Prof. Dr. Charles Monteiro Porto Alegre, 2011 2 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) S237p Santos, José Antônio dos Prisioneiros da história. Trajetórias intelectuais na imprensa negra meridional. / José Antônio dos Santos. – Porto Alegre, 2011. 281 f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em História, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, PUCRS. Orientador: Prof. Dr. Charles Monteiro 1. Rio Grande do Sul - História. 2. Negros - Rio Grande do Sul - História. 3. Imprensa Negra - Rio Grande do Sul. 4. Intelectuais Negros. 5. Negros - Participação Política. I. Monteiro, Charles. II. Título. CDD 981.65 Bibliotecária Responsável Anamaria Ferreira CRB 10/1494 3 JOSÉ ANTÔNIO DOS SANTOS PRISIONEIROS DA HISTÓRIA. TRAJETÓRIAS INTELECTUAIS NA IMPRENSA NEGRA MERIDIONAL Tese apresentada ao Curso de Pós- Graduação em História da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em História. Aprovada em 12 de agosto de 2011. BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. Álvaro Nascimento – UFRRJ Profa. Dra. Angélica Zubaran – ULBRA Prof. Dr. Paulo Staudt Moreira – UNISINOS Profa. Dra. Margaret Marchiori Bakos – PUC-RS Porto Alegre, 2011 4 Dedico esta tese aos militantes da velha guarda Abdias do Nascimento (1914-2011) e Walter Calixto Ferreira (1926- 2011), o Mestre Borel, pelas vidas dedicadas às causas dos negros brasileiros. Também dedico para a Isabela, o Antônio e a Gabriela, a nova geração que chegou para tornar o nosso mundo melhor. 5 AGRADECIMENTOS Todas as pessoas que se aventuram para a construção de uma tese sabem, de antemão, que a dedicação e o exercício intelectual serão grandes, mas nenhuma consegue prever a dor e a delícia de se chegar ao final. A pesquisa e a elaboração do documento consumiram energias inauditas, para as quais contei com o apoio de uma ampla rede de familiares, amigos, colegas, e demais interessados na minha saúde e no resultado do trabalho. O agradecimento a todos, mais do que um ritual de boas maneiras, é um momento necessário e saboroso, onde relembrei a importância de cada um na minha trajetória e na construção da tese. Ao meu orientador, professor Charles Monteiro, pelo acolhimento do projeto, pelo estímulo intelectual continuado e pela confiança que sempre manifestou. Como ele é o atual Coordenador do Programa de Pós-Graduação em História da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, o agradecimento é extensivo aos demais professores e assistentes administrativos do Programa. Nem por isso, vou deixar de agradecer, especialmente, aos professores René Gertz, Núncia Constantino Santoro e Margaret Bakos, que contribuíram com suas considerações em sala de aula e alguns momentos de lazer. Também foi no Programa de Pós-Graduação em História da PUC-RS que tive a oportunidade de compartilhar novamente as carteiras universitárias com colegas tão ilustres como: o Caiuá, o Arilson, a Tavama, a Fernanda, o Márcio, a Júlia, e tantos outros parceiros de jornada na construção dos respectivos trabalhos acadêmicos. À Angélica Zubaran (ULBRA) e ao Flavio Heinz (PUC-RS), que participaram da minha Banca de Qualificação ao Doutorado, e que me auxiliaram na definição dos melhores caminhos para a finalização da pesquisa. 6 Aos colegas de trabalho do Departamento de Educação e Desenvolvimento Social da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rita Camisolão, Sinara Robin, Tânia, Patrícia, José Francisco e Oscar Moya. Às amigas, Íris Germano e Jane Mattos, pela troca de bibliografias e pelo incentivo intelectual contínuo ao longo de tantos anos, desde a graduação no Curso de História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Aos amigos de fé e irmãos de trajetória, André M. de Carvalho, Renata Brasil, Guilherme Pinz, Isabel Junqueira, Elmar G. de Assis, Maurício Nunes, Ricardo Kunrath, Renato Neves, Émerson Guimarães e Elaine Lucena. Aos meus familiares, Ana, Fátima, João, Jorge, Adriana, Elói e Davi. Especialmente, para a Simone e para a Kenia, por compartilharem comigo a grandeza do amor e da vida. 7 RESUMO A principal fonte de pesquisa da presente tese foram os jornais dirigidos para a população negra no estado do Rio Grande do Sul (Brasil), nos anos de 1892 a 1930. Reconhecida pela historiografia brasileira como imprensa negra, os periódicos nos deram a possibilidade de refletir sobre a participação política dos negros na história do Estado. Nessa direção, no primeiro capítulo, buscamos dialogar com as recepções das categorias de “pós-abolição”, “pós-colonialismo” e “diáspora africana” no Brasil, e a importância do Movimento Negro para a emergência da historiografia recente, que passou a definir outros lugares para os negros na história do país. No correr da tese, fizemos uso dos conceitos de etnicidade, memória social, “dupla consciência”, dentre outros, para entender como se deu o processo de inserção e mobilidade social dos jornalistas e redatores. Eles usaram os jornais como meios de comunicação com o que se passava no Estado, no país e nos Estados Unidos, e ocuparam os lugares sociais de lideranças étnicas que definiram as estratégias de superação do racismo e do preconceito. Palavras-chave: Imprensa Negra. Rio Grande do Sul. Intelectuais Negros. Participação Política. 8 ABSTRACT The primary sources used for the present thesis consisted of newspapers published between 1892 and 1930 that were intended for the afro-descendant population of Rio Grande do Sul state, Brazil. Known in Brazilian historiography as the Black Press, the periodicals gave us the possibility to reflect on the political participation of the afro- descendant population in the history of the state. Thus, in the first chapter we focused on a dialogue with the reception of the categories of “post-abolition”. “post-colonialism” and “African Diaspora” in Brazil, as well as on the importance of the Black Movement to the emergence of the recent historiography, which began to establish additional roles for the afro-Brazilians in the history of the country. Further along in the thesis, we used the concepts of ethnicity, social memory, and double consciousness, among others, to understand the process of social insertion and mobility of the journalists and editors. They used the newspapers as a means of communication with what was happening in the state, in the country and in the United States of America, received social recognition as ethnic leaders and set strategies for overcoming racism and prejudice. Keywords: Black Press. Rio Grande do Sul. Black Intelectuals. Political Participation. 9 LISTA DE FOTOGRAFIAS Figura 1 – Reprodução fotográfica da Irmandade de Nossa Senhora do Divino Espírito Santo. ..........................................................................................................167 Figura 2 – Reprodução fotográfica do “Pequeno Otelo”..........................................187 10 SUMÁRIO 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................ 12 2 ROMPENDO FRONTEIRAS DA ABOLIÇÃO E DA LIBERDADE ................. 27 2.1 Intelectuais negros e a construção do pensamento social brasileiro ........................ 28 2.2 Movimento negro e a renovação historiográfica ...................................................... 37 2.3 Centenário da Abolição e as disputas pela memória nacional ................................. 49 2.4 Problematizando as categorias de pós-abolição e pós-colonialismo ........................ 63 3 UMA ARQUEOLOGIA DOS JORNAIS NEGROS .............................................. 79 3.1 Imprensa negra. “Auto-retrato do negro por ele mesmo” ........................................ 79 3.2 “Na pena tosca dos jornalistas negros” do Brasil Meridional .................................. 90 3.3 Jornais negros: órgãos críticos e noticiosos ........................................................... 106 3.4 Combate à sombra da lei: leitores e jornalistas negros .......................................... 119 4 O PASSADO NOS CONDENA. INTELECTUAIS E POLÍTICA ..................... 142 4.1 “Estratégias étnicas” e trajetórias intelectuais ........................................................ 145 4.2 Lideranças negras e organizações políticas ............................................................ 169 4.3 “O negro civilizado na voz imparcial da História” ................................................ 190 4.4 Entre cartas, jornais e alfarrábios ou como inventar uma biografia ....................... 210 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 241 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 245 FONTES E LOCAIS DE PESQUISA ....................................................................... 267 ANEXOS 11 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Nos últimos quatro anos trabalhei com os periódicos produzidos por jornalistas

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