O Reitorado De João Alfredo Na Universidade Do Recife-Ur (1959-1964): Patrimonialismo Populista E Modernização Científica

O Reitorado De João Alfredo Na Universidade Do Recife-Ur (1959-1964): Patrimonialismo Populista E Modernização Científica

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO POLÍTICA EDUCACIONAL, PLANEJAMENTO E GESTÃO DA EDUCAÇÃO EDELSON DE ALBUQUERQUE SILVA JUNIOR O REITORADO DE JOÃO ALFREDO NA UNIVERSIDADE DO RECIFE-UR (1959-1964): PATRIMONIALISMO POPULISTA E MODERNIZAÇÃO CIENTÍFICA Recife - PE 2012 1 EDELSON DE ALBUQUERQUE SILVA JUNIOR O REITORADO DE JOÃO ALFREDO NA UNIVERSIDADE DO RECIFE-UR (1959-1964): PATRIMONIALISMO POPULISTA E MODERNIZAÇÃO CIENTÍFICA Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Educação, como requisito parcial para a obtenção do título de mestre em Educação. Orientador: prof. Dr. Evson Malaquias de Moraes Santos Recife - PE 2012 2 Catalogação na fonte S586r Silva Junior, Edelson de Albuquerque. O reitorado de João Alfredo na Universidade do Recife-UR (1959- 1964) : patrimonialismo populista e modernização científica / Irenice Bezerra da Silva. – Recife: O autor, 2012. 210 f. : il. ; 30 cm. Orientador: Evson Malaquias de Moraes Santos. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Pernambuco, CE. Programa de Pós-graduação em Educação, 2012. Inclui bibliografia e Anexos. 1. Educação Superior e Instituições. 2. Educação Superior e Instituições - Memórias. 3. Universidade do Recife. 4. Lima, João Alfredo G. da Costa. 5. UFPE - Pós-graduação. I. Santos, Evson Malaquias de Moraes. II. Título. CDD 378.4 (22. ed.) UFPE (CE2012-79) 3 4 Posso sair daqui para me organizar/ posso sair daqui para desorganizar1 1 Fragmento introdutório extraído da letra da música “Da lama ao caos”, do artista pernambucano Francisco de Assis França [Chico Science – 1966 – 1997]. 5 AGRADECIMENTOS Ciente de que poderei estar cometendo graves esquecimentos ao não citar aqui todos que, à sua maneira, contribuíram para e com a elaboração dessa pesquisa, procurarei fazer menção a quem nesse momento recordo, e se por ventura a minha lembrança não proporcionar o registro dos demais, peço-lhes a devida compreensão. Optei por conduzir esse registro de agradecimentos a partir de uma ordem alfabética crescente e não por ordem de lembrança ou eventual dimensão das contribuições para assim evitar julgamento de valores que pudessem favorecer ou desmerecer essas nobres contribuições. Sujeitos Aos adolescentes, educadores(as) e coordenadores que atuaram nas oficinas de Atualidades na Fundação de Atendimento Sócio-educativo – FUNASE do Estado de PE, entre os anos de 2006 e 2011; À Carla Cristina, apoio, coragem e carinho constantes; A Clodoaldo Gomes, Rejane Silva, Felipe Artur, Natanael Luna, Shênia Santos, Claudemir Sales, Wélligta Aragão e Talita Maria pelas contribuições durante a coleta e a organização dos materiais de pesquisa; Aos(às) companheiros(as) estudantes, professores(as) do período da graduação em Pedagogia, do Diretório Acadêmico (gestão Viramundo), da turma 28 (vinte e oito) do mestrado em Educação; Ao corpo de funcionários(as) da Biblioteca Central e Bibliotecas Setoriais do Centro de Educação- CE, Centro de Artes e Comunicação - CAC, Centro de Filosofia e Ciências Humanas - CFCH e Centro de Ciências Sociais e Aplicadas – CCSA; Às crianças, educadores(as) e coordenadores membros do projeto de Extensão Universitária, realizado no Alto do Capitão, em Recife; À Cybelle Montenegro, pela disponibilidade em resgatar materiais solicitados à Fundação Getúlio Vagas – FGV, na cidade do Rio de Janeiro; 6 À srª. Elzi Bezerra de Melo, por disponibilizar seu cotidiano em favor do desenvolvimento dessa pesquisa; Ao Dr. Ernesto Roesler, pela atenção e disponibilidade; À Hercília Melo, pela companhia durante as descobertas realizadas na cidade de Surubim-PE; Ao Historiador Dimas Brasileiro Veras, pela atenção e disponibilidade; À Letícia Medeiros, Lucila Silva e Luís Antônio Medeiros pelo apoio, depoimentos e disponibilidade; À Maria dos Prazeres Baracho, a Edelson de Albuquerque Silva, minha mãe e meu pai, respectivamente, ao meu irmão, Bruno, à minha sobrinha-afilhada, Evelyn, pela garra e confiança para além desse percurso acadêmico; À srª. Maria José Medeiros, pelo privilégio de conhecê-la diante de seus 101 anos; À Marina Roesler, que mesmo geograficamente distante, disponibilizou-se em contribuir nessa pesquisa; À Mariza Paula Barbosa, por possibilitar perceber novos aspectos de abordagem da pesquisa; Ao “povo” surubinense; Ao professor Almeri Bezerra e ao radialista Hugo Martins, que nos presentearam com seus depoimentos sobre as vivências no SEC; Ao professor André Ferreira, pelas discussões enriquecedoras envolvendo a trajetória da educação e do ensino no Estado de Pernambuco; Ao professor Antônio Neto, pela revisão desse texto; Ao professor Antônio Soares, pela atenção e disponibilidade; Aos professores Dr. Antônio Jorge de Siqueira, Dr. Alexandre Simão de Freitas e à professora Dr. Marilene de Oliveira Nunes, pela maneira dedicada na qual conduziram as análises da dissertação no momento de nossa defesa; 7 Ao professor Evson Malaquias, um ORIENTADOR profundamente compreensivo com quem tive (tenho) o privilégio e a honra de aprender; Aos professores Denis Bernardes, Flávio Brayner, Gutemberg Miranda pelas recomendações que se seguiram para alem das formalidades do momento da qualificação; À professora Márcia Ângela da Silva Aguiar e ao professor João Morais de Sousa por se disponibilizarem a compor a banca de examinadores e discutir nossa dissertação; À professora Márcia de Oliveira Melo, pela atenção e disponibilidade; À professora Nonete Barbosa Guerra, pela atenção e disponibilidade; Ao professor Roberto Motta, pela atenção e disponibilidade; Ao professor Rubem Eduardo, pela atenção e disponibilidade; À professora Silke Weber, pela atenção e disponibilidade; À professora Vera Regina Canuto, pela atenção e disponibilidade; Ao professor Xavier Uytdenbroek, pelo apoio permanente desde a graduação em Pedagogia, e pela elaboração do résumé dessa pesquisa; Ao Dr. Ruy de Lima Cavalcanti, pela atenção e informações disponibilizadas; Às senhoritas da secretaria do Programa de Pós-graduação em Educação, pela atenção e disponibilidade; Aos(às) servidores(as) Técnico-Administrativos(as) do Centro de Educação, como também os(as) trabalhadores(as) contratados(as); Aos vendedores de livros novos e usados do centro e dos subúrbios da cidade do Recife, por possibilitarem o acesso a materiais raros e a preços módicos, sobretudo, acompanhado de nossas conversas. 8 Instituições Ao Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano- APEJE; Ao Centro Paulo Freire – Estudos e Pesquisas; Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); À Fundação Getúlio Vargas – FGV; Ao Programa de Pós-graduação em Educação – PPGE; À Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. 9 RESUMO Esta pesquisa se propõe a analisar as significações imaginárias sociais do reitorado de João Alfredo (1959-1964) na Universidade do Recife (UR), visto quase que harmonicamente pelos autores analisados como um projeto político impedido pelo golpe civil-militar de 1964 de continuar suas mudanças e reformas internas e que teve um forte laço com o “povo” através do Serviço de Extensão Cultural (SEC-1962-1964) coordenado por Paulo Freire. Desse modo, buscou-se analisar possíveis rupturas ou a perpetuação de uma estrutura organizacional herdada do reitorado Joaquim Amazonas (1946-1959) ao investigar as bases políticas do reitor João Alfredo, as significações dessa estrutura organizacional e os fundamentos ideológicos que orientam a prática discursiva do SEC, além de elaborar uma breve narrativa política e profissional desse reitor. Percorremos uma abordagem histórica, social, política, cultural e educacional para que nos fornecesse elementos interpretativos do fazer político- cívico da sociedade brasileira. Estudos do próprio estatuto da UR como das atas das 39 (trinta e nove) reuniões do Conselho Universitário, além de seis boletins do SEC foram realizados. No conjunto dessas análises o que se verifica é que João Alfredo assumiu durante o reitorado um perfil de emissor do discurso de aproximação da UR com as problemáticas do “povo”, da “região”, que o próprio cenário populista exigiu, e uma prática de gestão que dava continuidade aos ritos, significações, dinâmicas e formalidades que a adoção do cargo de reitor demanda. Portanto, podemos afirmar que no sentido das relações internas de poder na UR, João Alfredo não representou um projeto “novo” de Universidade, primeiramente porque fazia parte dessa estrutura de poder desde o ano de 1948, e segundo por representar uma “oligarquia acadêmica” na Instituição. No entanto, o SEC assume um caráter de instrumento das mudanças sociais, enquanto a estrutura de poder do Conselho Universitário através dos catedráticos permanece rígida, demonstrando a anti poiésis como significação predominante desse colegiado, mesmo com o reitorado adotando um perfil desenvolvimentista. Palavras-chave: Universidade do Recife. Reitorado João Alfredo. Modelo organizacional. Imaginário social. 10 RÉSUMÉ Cette recherche se propose d´analyser les significations imaginaires sociales du rectorat João Alfredo (1959-1964) de l´Université de Recife (UR), vu pratiquement par tous les auteurs analysés comme un projet politique empêché par le coup d´État civil et militaire de 1964 de pouvoir continuer ses changements et ses réformes internes et qui aurait subi un lien fort avec le ‘peuple’ par le biais du Service d´Extension Culturelle (SEC 1962-1964) coordonné par Paulo Freire. En ce sens on a cherché non seulement à analyser des possibles ruptures ou la perpétuation d´une structure d´organisation héritée du rectorat de Joaquim Amazonas

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