i Ministério da Justiça e Segurança Pública Conselho Administrativo de Defesa Econômica Cadernos do Cade: Mercado de transporte aéreo de passageiros e cargas Departamento de Estudos Econômicos (DEE) – Cade SEPN 515 Conjunto D, Lote 4, Ed. Carlos Taurisano CEP: 70.770-504 – Brasília/DF ii Edição Guilherme Mendes Resende Pesquisa Gustavo Gouvêa Maciel Redação Gustavo Gouvêa Maciel Revisão Guilherme Mendes Resende Patricia Alessandra Morita Sakowski Planejamento Gráfico Assessoria de Comunicação Social iii Sumário 1. Introdução ............................................................................................. 6 2. O mercado de transporte aéreo de passageiros e cargas ..................... 8 2.1. Considerações gerais sobre concorrência no mercado de transporte aéreo ............................................. 8 2.2. A configuração do mercado brasileiro ............................................................................................ 12 2.2.1. A oferta por serviços aéreos ...................................................................................................... 13 2.2.2. A demanda por serviços aéreos ................................................................................................ 18 2.2.3. Capacidade ociosa no transporte aéreo ................................................................................... 23 2.2.4. Participação e concentração de mercado ................................................................................ 26 2.2.5. Composição de receitas e custos .............................................................................................. 42 2.3. Organização setorial e regulação ................................................................................................... 45 2.3.1. A administração pública do transporte aéreo ......................................................................... 46 2.3.2. A regulação dos serviços............................................................................................................ 48 2.4. Implicações concorrenciais ............................................................................................................. 49 2.4.1. Barreiras à entrada e à operação ............................................................................................... 49 2.4.2. Características gerais de concorrência no transporte aéreo ................................................. 51 3. Defesa da concorrência aplicada ao mercado de transporte aéreo no Brasil ........................................................................................................ 55 3.1. Análise crítica de aspectos gerais necessários para a defesa da concorrência no mercado de transporte aéreo sob a ótica do Cade ..................................................................................................................... 59 3.1.1. A evolução das discussões sobre a delimitação de mercado relevante no transporte aéreo de passageiros e cargas ........................................................................................................................... 59 3.1.2. Avaliação de exercício de poder de mercado, barreiras à entrada e eficiências ................ 69 3.2. Avaliação do histórico de julgamentos em atos de concentração no mercado de transporte aéreo de passageiros e cargas .............................................................................................................................. 72 3.2.1. A evolução da análise dos processos de Codeshare ................................................................. 76 3.2.2. Fusões, aquisições, constituição de joint ventures: posicionamentos relevantes do Cade .. 77 3.2.2.1. Avaliação dos atos de concentração aprovados sem restrições pelo Cade ......... 81 Posicionamento em casos de fusão/aquisição sem restrições no mercado de transporte aéreo de passageiros .......................................................................................... 84 Posicionamento em casos de fusão/aquisição sem restrições no mercado de transporte aéreo de cargas ................................................................................................... 89 Posicionamento em casos de metal neutrality com aprovação sem restrições ............ 93 3.2.2.2. Em busca de remédios: avaliação dos casos de aprovação, com restrição, de fusões/aquisições, JV e JBA ..................................................................................................... 95 Remédios adotados pelo Cade em casos de fusão/aquisição de empresas aéreas .. 96 iv Remédios em casos de criação de joint ventures para o uso de soluções de TI em vendas de passagens aéreas .............................................................................................. 107 Remédios para a constituição de acordos de metal neutrality ..................................... 110 3.3. Análise do histórico de apuração de práticas anticompetitivas na aviação civil comercial ............... 115 3.3.1. Condutas unilaterais: a prática de preços predatórios no transporte aéreo .................... 121 3.3.2. Cartelização de procedimentos no transporte aéreo brasileiro ........................................ 128 3.3.2.1. Combinação de preços de passagens aéreas ......................................................... 128 3.3.2.2. Discriminação de venda concertada....................................................................... 135 3.3.2.3. Divisão de mercado e redução de oferta de voos ................................................ 137 3.3.2.4. Práticas colusivas vinculadas ao adicional de combustível (Fuel Surcharge) ...... 139 3.3.3. Outras práticas anticompetitivas correlatas ......................................................................... 143 4. Conclusões ......................................................................................... 148 5. Referências ......................................................................................... 150 6. Anexos ................................................................................................ 153 v 1. Introdução O quinto número da série “Cadernos do Cade” concentra-se na avaliação de um dos mercados que mais cresceram no Brasil nas últimas décadas: o de transporte aéreo de passageiros e cargas1. Houve forte ampliação da demanda e significativa reestruturação da gestão pública nesse setor. A criação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) certamente representou um marco nesse processo. Outros atores institucionais contribuíram para que chegássemos onde estamos: a Secretaria de Aviação Civil, atualmente vinculada ao Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, e o Ministério da Defesa, sobretudo na figura do Comando da Aeronáutica e de seus respectivos órgãos subordinados. Além disso, a implantação de um novo modelo de gestão aeroportuária, mediante reestruturação da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) e da concessão da exploração de alguns dos principais aeroportos da rede doméstica2 à iniciativa privada, e a realização de eventos de grande porte – tais como a Copa do Mundo FIFA de Futebol 2014 e os Jogos Olímpicos Rio 2016 –, impulsionaram a atratividade de passageiros para o modal aéreo e dinamizaram o transporte de cargas. Nesse contexto de acentuadas mudanças, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) teve que se manifestar em 123 processos administrativos para a prevenção, apuração e repressão de infrações à ordem econômica relativos ao mercado de transporte de passageiros e cargas no período compreendido entre 1994 e 20173. Somente 1 De modo a primar pela objetividade, o presente caderno não contempla a análise de mercados inter- relacionados com o de transporte aéreo, tais como os de frete, de correio, de manutenção/reparo e de produção de peças/partes de aeronaves e de produção e venda de aeronaves. 2 Atualmente, os aeroportos concedidos à exploração por parte da iniciativa privada são: (i) o Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante e (ii) o Aeroporto Internacional de Brasília Presidente Juscelino Kubitschek, administrados pela Inframérica; (iii) o Aeroporto Internacional de Guarulhos André Franco Montoro, concedido à GRU Airport; (iv) o Aeroporto Internacional de Viracopos/Campinas, concedido à Aeroportos Brasil; (v) o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro Galeão Antônio Carlos Jobim, concedido à RIOgaleão; (vi) o Aeroporto Internacional de Confins Tancredo Neves, concedido à BH Airport; (vii) o Aeroporto Internacional de Fortaleza Pinto Martins e (viii) o Aeroporto Internacional de Porto Alegre Salgado Filho, concedidos à Fraport AG Frankfurt Airport Services; (ix) o Aeroporto Internacional de Salvador Deputado Luís Eduardo Magalhães, concedido à Vinci Airport; e (x) o Aeroporto Internacional de Florianópolis Hercílio Luz, concedido à Zurich. 3 Apenas foram considerados os processos decididos/julgados até 11 de setembro de 2017 no âmbito do Cade. 6 nos últimos três anos (2014-2016), foram iniciados 29 processos, perfazendo uma média anual de aproximadamente 10 processos abertos por ano sobre assuntos relacionados com empresas aéreas. Este caderno servirá então como ferramenta de disseminação das práticas do Cade nos assuntos relacionados ao transporte aéreo de passageiros e cargas, consolidando assim seu histórico relacionado a assuntos econômicos e detalhando seus posicionamentos acerca de temas sensíveis para todos aqueles interessados em defesa da concorrência. Para tanto, será feita, primeiramente, uma avaliação
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