OOURO BRASILEIRO EO COMERCIO ANGLO-PORTUGUES VIRGfLIO NOYA PINTO . <'--í1------A . J ~ r .......,_,__--...._ (L.__ ) brasiliana . \ í f volume371 ~ O OURO BRASILEIRO E O COMBRCIO ANGLO-PORTUGUE.S O autor d~ presente estudo é um mo­ delo da nova geração de -historiadores que assume a liderança das pesquisas históricas em nosso país. Com uma preparação ba­ seada em fontes das mais sérias da ciência histórica, após ·lidar com o problema peda­ gógico em grandes centros do país, enfren­ tou um dos mais graves e difíceis temas de nossa formação econômica: o surto da economia aurífera. - O estudo da influência da produção do ouro na economia luso-brasileira, em seus aspectos externos - possibilidade de re­ equilíbrio do comércio da metrópole - e internos - grande transposição da popula­ ção colonial e formação de densos núcleos urbanos no centro do país - tem sido objeto de muitos trabalhos, alguns da maior respeitabilidade. Falta-nos, porém, um co­ nhecimento sistemático dos dados estatísti• cos. Jazem eles no seio dos arquivos es­ trangeiros, divulgados assistemática e in­ fimamente. Neles, especialmente nos. fran­ ceses, lavrou o autor. Com todos esses obstáculos, o autor enfrentou o problema e encarou um dos seus aspectos mais graves: a influência da produção do ouro brasileiro nas relações comerciais anglo-portuguesas. As conclu­ sões a que chegou, após apurados e hones­ tos estudos em fontes documentais, repre­ sentam a mais importante contribuição para o conhecimento do assunto. Por isso me­ receu, por parte dos que o conhecem, os mais sinceros encômios. No momento em que _o Brasil está sen­ do animado por nova possibilidade de um surto aurífero, nada mais sensato do que um estudo da experiência anterior. Se ain­ da se admitir que a "Mestra da Vida" possa trazer alguma contribuição para a conduta dos responsáveis pela Nação, voltemo-nos para essa era longínqua para tirarmos dela algum proveito através de uma pesquisa séria e isenta. Confiamos em que os es­ forços do autor resultem num desdobra­ mento de novos esclarecimentos acerca do problema. Este trabalho, porém, permane­ cerá como marco de um avanço seguro em busca da verdade histórica. A. J. L. VIRGILIO NOYA PINTO Trata-se de um historiador represen­ tativo dos. novos pesquisadores, que não mais fazem História como um "hobby" ou um;i ocupação para as vantagens da apo­ sentadoria. Nascido em 1929 (Cachoeira, BA), licenciou-se em História pela USP em 1959, doutorando-se em 1972. Dedicou­ se ao magistério superior da Faculdade de Ciências e Letras de Assis (1963-1967), cujo Departamento de História chefiou (1963-64). Daí passou para o Departamen­ to de História da USP ( 1965), ao mesmo tempo que lecionava no Departamento de Humanidades do ITA. Desde 1967 é pro­ fessor no Departamento de Comunicações e Artes da Escola de Comunicações e· Ar­ tes da USP. Para esses encargos aperfei­ çoara-se no estrangeiro: de 1960 a 1962, através da CAPES, esteve na Europa. Foi bolsista ·do Centre National de la Recherche Scientifique para pesquisa em Portugal. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo permitiu-lhe pesquisas no Rio de Janeiro e Salvador (1964). De 1968 a 1970 chefiou o Departamento de Estt·dos Históricos e Filosóficos da Escola de Co­ municações e Artes (USP), ocupando um dos postos da Comissão de Pós-graduação (1972-1976), presidindo a Comissão Geral de Ensino desde 1975 e representando os doutores no Conselho Departamental. Em 1~79 conquistou o primeiro lugar no con­ curso para a cadeira de Cultura Brasileira. Escreveu numerosos artigos para as re­ vistas dos institutos em que ensinou e par­ ticipou, com Sérgio Buarque de Holanda, Carla de Queiroz e Sílvia Barbosa Ferraz, da elaboração da História do Brasil, em 2 tomos, publicada pela Companhia Editora Nacional. Colaborou ainda em uma publi­ cação da UNESCO: "Historical devel­ opment of mass communication in Brazil" (cap. I de extensa monografia organizada pela professora Dra. Nelly de Camargo). COMPANHIA EDITORA· NACIONAL INSTITUTO NACIONAL DO L_IVRO/MEC Preço de venda ao público, Cr$ 125,00 Este preço só se tornou possível devido à participação do Instituto Nacional do Li­ vro/MEC, que, em regime de co-edição, per­ mitiu o aumento da tiragem e conseqüente redução do custo industrial. O OURO BRASILEIRO E O COMÉRCIO ANGLO-PORTUGU~S 1 BRASILIANA volume 371 Direção: Américo Jacobina Lacombe VIRGlLIO NOYA PINTO Professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo O OURO BRASILEIRO, E O COMERCIO ANGLO-PORTUGUES (Uma contribuição aos estudos da economia atlântica no século XVIII) Em convênio com o INSTITUTO NACIONAL DO LIVRO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA COMPANHIA EDITORA NACIONAL/MEC Pinto, Vlrglllo Noya, 1929- P732o 0 ouro brasileiro e o comércio anglo-português : uma contribul­ ç/io aos estudos da economia atlântica no século XVIII / Vlrgíllo Noyn Pinto. - S!ío Paulo : Ed. Nacional ; (Brasilta) : INL, 1979. (Brasiliana ; v.371) Blb llografia. 1 . Brasil - Condições econômicas - Período colonial 2. Comér­ cio exterior - Brasil 3. Comércio exterior - Portugal 4. Ouro - Minas e mineração - Brasil I. Instituto Nacional do Livro. II. Tí• tulo. III. Série. CDD:382.4241098102! :330.981021 :338.27410981021 : 382. 09469042 : 382 . 09469081 :382.09810469 :382 .42410981032 CCP/CBL/SP-79-0624 CDU:382:553 .41(81)"17» lodices para catálogo sistemático (CDD): 1. Brnsll : Comércio luso-brasileiro 382.09810469 2. Brasil-colônia : Economia 330. 981021 3 Brasil-colônia : Ouro : Comércio exterior 382.42410981021 4. Brasll-coiõnia : Ouro : Produção : Economia 338.27410981021 5 . Portugal : Comércio exterior : Inglaterra 382. 09469042 6 Portugal : Comércio luso-brasileiro 382 . 09469081 7. Vice-Reino : Brasil : Ouro : Comércio exterior 382.42410981032 Proibida a reprodução, embora parcial e por qualquer processo, sem autorização expressa <lo Autor e da Editora. Direitos reservados COMPANHIA EDITORA NACIONAL Rua dos Gusmões, 639 01212 São Paulo, SP 197 9 Impresso no Brasil À DINORAH, minha mulher. Aos meus filhos LUIZ FERNANDO LUfS FELIPE LUfS AUGUSTO. AGRADECIMENTOS Não poderíamos deixar de registrar publicamente os nossos agradecimentos às pessoas e instituições cuja colaboração foi deci­ siva para a feitura deste trabalho. Porém, COijlO agradecermos ao Prof. Robert Henry Aubreton pela sua luta em mandar estudantes brasileiros para a França, entre os quais nos incluímos? Na Europa, como retribuirmos as atenções e o carinho de mestres como Femand Braudel, Pierre Chaunu, Frédéric Mauro, Ruggiero Romano, Jean Glénisson, Vitorino Magalhães Godinho? No Brasil, como agradecermos a mestres como Eduardo D'Oliveira França, que acedeu gentilmente em assumir a direção da presente tese; a Sérgio Buarque de Holanda, a Manuel Nunes Dias, a Luís Lisanti Filho e a Carlos Henrique Liberalli, a quem devotamos saudosa memória? Como retribuir a confiança em nós depositada pela CAPES (Campanha de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), ao CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique) e à FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo)? A todos, nomeados ou não, a única maneira de poder retri­ buir e agradecer é esperar não tê-los decepcionado. Também, não poderíamos deixar de mencionar aqueles que tanto nos incentivaram para a publicação deste trabalho, como Francisco Iglésias, José Roberto do Amaral Lapa e Laima Mes­ gravis. (V. N. P.) VII SUMÁRIO Apresentação, XI Introdução, XV 1. ECONOMIA E POL1TICA. 1 1 . 1 . Portugal e a recessão econômica do século XVII, 1 1. 2. Portugal e a sucessão da Espanha, 16 1. 3. As pressões diplomáticas e os tratados de Utrecht e de Methuen, 24 2. O OURO BRASILEIRO, 39 2. 1 . Do açúcar ao ouro, 39 2. 2. O ouro nas Minas Gerais, 51 2. 3. O ouro na Bahia, 81 2 .4. O ouro em Mato Grosso, 85 2. 5. O ouro em Goiás, 96 2. 6. Produção brasileira de ouro no século XVIII, 112 3. O COMERCIO LUSO-BRASILEIRO, 119 3 .1. As frotas, 133 3.2. As exportações brasileiras, 185 3.2.1. O açúcar, 190 3.2.2. O tabaco, 200 3.2.3. As madeiras, 203 3.2.4. Os couros, 205 3.2.5. Os diamantes, 212 IX 3. 3. As importações brasileiras, 222 3. 4. O ouro no comércio luso-brasileiro, 227 4. O COMÉRCIO ANGLO-PORTUGUf:.S, 255 4. 1 . A balança de comércio, 285 4. 2 . O ouro brasileiro no comércio anglo-português, 297 5. CONJUNTURA E ESTRUTURA, 317 5. 1 . A crise do ouro brasileiro, 317 5. 2. O ouro na conjuntura brasileira, 324 5 . 3. O ouro brasileiro na estrutura econômica mundial, 328 Pesos, medidas e valores utilizados, 335 Bibliografia e documentação, 337 Revistas e coleções consultadas e suas abreviaturas, 346 Arquivos e bibliotecas pesquisados, 346 X APRESENTAÇÃO O ouro brasileiro e o comércio anglo-português é obra que se impõe pelo tema, elaboração superior, metodologia severa, pesquisa ampla e original. E estudo do papel do ouro brasileiro no comércio anglo-português e contribuição ao conhecimento da economia atlântica no século XVIII. Pesquisas do gênero há inúmeras, desde que Femand Braudel publicou em 1949 o livro sobre o mar Mediterrâneo, na época de Filipe II, abrindo caminho que teve muitos seguidores na França e em outros países, até mesmo no Brasil. Na definição do que foi o comércio anglo-português no século XVIII, o autor destaca o papel representado pelo ouro brasileiro, cuja importância, como se sabe, está exatamente na primeira metade desse século. Assim que se descobre o ouro no Brasil, as relações comerciais de portugueses e ingleses se acentuam, em parte como decorrência do Tratado de Methuen, de 1703, entre os dois países. O Tratado já foi objeto de muita análise e tem aqui justa colocação, em que se evidenciam os lucros e desvantagens das duas partes. Portugal tem relativo florescimento, com decadência pronunciada no início da segunda metade do século, fato que coincide com o declínio da atividade mineratória, quando a produção de ouro em Minas, Goiás, Mato Grosso e Bahia cai sensivelmente.
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