UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E COMUNICAÇÃO DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO A DISTRIBUIÇÃO CINEMATOGRÁFICA EM PORTO ALEGRE: O PAPEL DAS PRODUTORAS Ana Paula Andrade Vieira Porto Alegre 2014 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL – UFRGS FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E COMUNICAÇÃO DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO Ana Paula Andrade Vieira A DISTRIBUIÇÃO CINEMATOGRÁFICA EM PORTO ALEGRE: O PAPEL DAS PRODUTORAS Monografia apresentada à Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação – UFRGS como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo. Orientadora: Prof André Luis Prytoluk Porto Alegre 2014 Ana Paula Andrade Vieira A Distribuição Cinematográfica em Porto Alegre: O Papel das Produtoras Monografia apresentada à Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Comunicação Social, habilitação Jornalismo. Aprovada em Julho de 2014. BANCA EXAMINADORA ___________________________________________________ Prof. Andre Luis Prytoluk ___________________________________________________ Jorn. Fatimarlei Lunardelli ___________________________________________________ Jorn. Luciano Alfonso da Silva Agradeço ao meu orientador, Andre Luis Prytoluk, pela força e conhecimentos transmitidos; aos pesquisadores, que através de suas pesquisas tornaram possível este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC); aos entrevistados pela disponibilidade e franqueza; e, finalmente, a minha família, em especial a minha mãe, pelo incentivo e amor incondicional, e a minha irmã Ana Carla, por todas as caronas. RESUMO O presente trabalho dedica-se ao estudo do papel desempenhado por produtoras na distribuição de longas-metragens no Brasil. Tendo em vista problemas como a hegemonia das grandes distribuidoras estadunidenses frente à exibição nacional, a dependência histórica do cinema brasileiro por parte do Estado, e a tardia consciência cinematográfica nacional, o objetivo central desta pesquisa é compreender como produtoras com recursos financeiros limitados trabalham para colocar seus filmes no mercado nacional. Para tanto, foi realizada consulta bibliográfica referente à história do cinema, com na evolução da indústria cinematográfica sobretudo nos Estados Unidos, e referente à história do cinema no Brasil, também com foco na indústria cinematográfica brasileira. Ainda, foram entrevistados representantes das produtoras Casa de Cinema de Porto Alegre, Panda Filmes e Prana Filmes, todas localizadas em Porto Alegre (RS), que se envolvem no processo de distribuição das suas produções. PALAVRAS-CHAVE: cinema, cinema brasileiro, indústria cinematográfica, distribuição cinematográfica. ABSTRACT This research is dedicated to the study of the role of producers in the Brazilian film’s distribution. Having in mind problems as the strong influence of Americans distribution companies over national exhibitors, the historical dependence of Brazilian cinema by the State, and the late national film consciousness, the central objective of this research is to understand how producers with limited financial resources work to place his films in the domestic market. For such, it was made a bibliographic reserach on film history, focusing on the development of film industry, and on the history of cinema in Brazil, also with a focus on the development of film industry in Brazil. Still, it was made a series of interviews with representatives of the production companies Casa de Cinema de Porto Alegre, Panda Filmes and Prana Filmes, all located in Porto Alegre (RS) and which produce low-budget films and are engaged in the process of distribution of their productions. KEYWORDS: cinema, brazilian cinema, film industry, film distribution. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 08 1. A DISTRIBUIÇÃO CINEMATOGRÁFICA .................................................. 13 1.1. A industrialização do cinema .................................................................... 14 1.1.1. Os primeiros anos e responsabilidade dos produtores ....................14 1.1.2. A industrialização do cinema e as majors .......................................18 1.2. A distribuição cinematográfica na atualidade ........................................... 23 1.2.1. Aspectos compartilhados pelos países latino-americanos .............. 24 2. A DISTRIBUIÇÃO CINEMATOGRÁFICA NO BRASIL............................. 28 2.1. Os problemas históricos ............................................................................. 29 2.1.1. A exibição ....................................................................................... 30 2.1.2. A consciência cinematográfica nacional e o Estado ....................... 35 2.1.3. A dependência por parte de ações do Estado .................................. 45 2.2. A legislação que envolve a indústria cinematográfica brasileira na atualidade ................................................................................................... 47 3. O PAPEL DAS PRODUTORAS NA DISTRIBUIÇÃO CINEMATOGRÁFICA EM PORTO ALEGRE ..................................................................................... 50 3.1. A Casa de Cinema de Porto Alegre ........................................................... 50 3.2. A Panda Filmes .......................................................................................... 54 3.3. A Prana Filmes ........................................................................................... 59 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 62 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 66 ANEXOS Anexo I - Entrevista com Ana Luiza Azevedo (Casa de Cinema de Porto Alegre) Anexo II - Entrevista com Luiz Alberto Rodrigues (Panda Filmes) Anexo II – Entrevista com Patrícia Barbieri (Prana Filmes) INTRODUÇÃO “Depois do filme pronto [...], um longo percurso deve ser cumprido: é necessário que o distribuidor se interesse pelo filme do produtor, que o exibidor se interesse pelo filme do distribuidor, que o espectador potencial se interesse pelo filme do exibidor” (BERNARDET, 1985, p.61). Nesse sentido, dentro da cadeia produtiva cinematográfica, os distribuidores atuam como agentes especializados responsáveis por negociar com as janelas de exibição (salas de cinema, canais de televisão, internet, home vídeo, etc.) e por definir os planos de lançamento, e divulgação dos filmes. O objetivo principal desses profissionais é trabalhar para que os filmes pelos quais são responsáveis sejam exibidos no maior número possível de canais e assistidos pelo maior número possível de pessoas. No entanto, apesar de desempenhar um papel importante, a distribuição é o ponto fraco da indústria cinematográfica brasileira. Tal observação se refere a uma série de problemas relacionados entre si que vem sendo enfrentados ao longo dos anos pelos profissionais do cinema no país. Como exemplo, podem ser enumerados: a emergência tardia de uma consciência cinematográfica nacional, o cinema de autor, a dependência do Estado, o relacionamento com o público e com a imprensa e, principalmente, à forte atuação das grandes companhias cinematográficas estadunidenses no mercado nacional. A fim de uma maior compreensão, toma-se como exemplo o último item. Devido à forma como essas estão estruturadas e ao capital do qual dispõem, as majors, como também são conhecidas essas distribuidoras, possuem um alto poder de contratação de profissionais para a elaboração de materiais promocionais dos filmes pelos quais são responsáveis assim como, principalmente, de negociação junto aos exibidores, liderando o setor no mundo desde a década de 1910. Até a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) as cinematografias europeias dominavam o mercado internacional. Após a Grande Guerra, os filmes produzidos nos Estados Unidos passam a penetrar de forma mais agressiva em diversos países através de grandes companhias cinematográficas que atuavam igualmente como distribuidoras, as majors. No Brasil, elas tornaram o seu produto predominante no mercado cinematográfico por meio da adoção de diversas estratégias, tais como o 8 estabelecimento de parcerias com exibidores (AUTRAN in, 2010, p.17). Um exemplo das táticas adotadas por tais empresas é o Sistema de Lote. Nele o exibidor é obrigado a adquirir um pacote com filmes os quais a distribuidora representa e não apenas um único. Em outras palavras, a fim de apresentar um filme específico, o grande sucesso do momento, o exibidor é obrigado a adquirir juntamente outros exemplares de menor potencial comercial (BERNARDET, 2009, p.25). Tendo em vista os fatores mencionados acima, algumas perguntas vêm à tona. Como as produções brasileiras são inseridas no mercado cinematográfico nacional? Quem as distribui? Quais estratégias são adotadas por quem as distribui? Como a legislação vigente interfere na sua distribuição? Como é estabelecida a relação com o público que as recebe? Assim, o presente Trabalho de Conclusão de Curso dedicar-se-á ao estudo da distribuição cinematográfica no Brasil. O objetivo central desta pesquisa é compreender como produtoras com recursos financeiros limitados trabalham para colocar seus filmes no mercado cinematográfico nacional tendo em vista problemas como a hegemonia das grandes distribuidoras estadunidenses frente à exibição nacional,
Details
-
File Typepdf
-
Upload Time-
-
Content LanguagesEnglish
-
Upload UserAnonymous/Not logged-in
-
File Pages104 Page
-
File Size-