INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA – INPA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA DE ÁGUA DOCE E PESCA INTERIOR – BADPI DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E PRESENÇA DE ESPÉCIES DE PEIXES NÃO NATIVAS EM PEQUENOS IGARAPÉS DE TERRA FIRME DE MANAUS, AMAZONAS PAULA CAROLINA PAES GUARIDO MANAUS – AMAZONAS ABRIL/2014 PAULA CAROLINA PAES GUARIDO DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E PRESENÇA DE ESPÉCIES DE PEIXES NÃO NATIVAS EM PEQUENOS IGARAPÉS DE TERRA FIRME DE MANAUS, AMAZONAS ORIENTADORA: Dra. CLÁUDIA PEREIRA DE DEUS COORIENTADOR: Dr. JANSEN ALFREDO SAMPAIO ZUANON Fonte Financiadora: CNPq Dissertação de mestrado apresentada ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas, área de concentração em Biologia de Água Doce e Pesca Interior. MANAUS – AMAZONAS ABRIL/2014 ii RELAÇÃO DE BANCA JULGADORA Dr. André Lincoln Barroso de Magalhães (PUC-MG) Dra. Fabíola Xochilt Valdez Domingos (INPA) Dr. Rosseval Galdino Leite (INPA) FICHA CATALOGRÁFICA G915 Guarido, Paula Carolina Paes Degradação ambiental e presença de espécies de peixes não nativas em pequenos igarapés de terra firme de Manaus, Amazonas / Paula Carolina Paes Guarido. --- Manaus: [s.n.], 2014. v, 57 f. : il. color. Dissertação (Mestrado) --- INPA, Manaus, 2014. Orientador : Cláudia Pereira de Deus. Coorientador : Jansen Alfredo Sampaio Zuanon. Área de concentração : Biologia de Água Doce e Pesca Interior. 1. Peixes de riachos. 2. Impacto antrópico. I. Título. CDD 597.0929 Sinopse Estudou-se a influência da degradação ambiental e das estratégias de vida das espécies nativas de peixes na ocorrência de espécies não nativas em pequenos igarapés de Manaus, Amazonas. Aspectos como coocorrência e substituição de espécies foram avaliados para se compreender o processo de invasão biológica nos locais estudados. Palavras-chave: Peixes de riachos, introdução de espécies, estratégias de vida, impacto antrópico e homogeneização biótica. iii Dedico este trabalho a todos os manauaras que (sobre)vivem às margens dos igarapés urbanos da cidade e que ainda não conhecem o potencial de mudança que carregam dentro de si. iv “Mas mesmo os mais compreensivos dos seus amigos notáveis compadeciam de sua paixão ilusória. Eram assim: passavam a vida proclamando o orgulho de sua origem, os méritos históricos da cidade, o valor de suas relíquias, seu heroísmo e sua beleza, mas eram cegos aos carunchos dos anos. Enquanto que o doutor Juvenal Urbino lhe tinha amor bastante para vê-la com os olhos da verdade.” Retirado do livro “O amor nos tempos do cólera”, de Gabriel García Márquez v Agradecimentos Gostaria de agradecer primeiramente aos meus orientadores Cláudia e Jansen por me proporcionarem a oportunidade de trabalhar com o que eu mais gosto hoje em dia: Peixes, invasão biológica e impacto antrópico. Aos amigos da turma BADPI 2012, que de tão diversa diversificou minhas ideias e meu modo de pensar a vida. Um agradecimento especial a Camila, Paulinho, Moema, Morena e Dani, por fazerem parte de várias das melhores lembranças que tenho dessa turma. A Carminha! Por fazer muito mais do que seria seu trabalho na secretaria em todo meu primeiro ano de mestrado e por nos receber com tanta alegria e carinho até hoje sempre que nos encontramos. Aos companheiros de campo: Hélio dos Anjos e Raicharles que caminharam muito comigo pela cidade atrás dos igarapés urbanos, que suaram muito usando os macacões de borracha mais quentes do mundo e sentiram os piores cheiros também. E aos amigos que se disponibilizaram a nos ajudar nos momentos em que mais precisamos: Bené, Layon, Livia, Moema, Morena e Daniela. A Doutora Elizabeth Gusmão Affonso, por ter cedido seu laboratório para a realização das análises limnológicas e à técnica Elenice que foi a responsável pela execução das análises. Aos professores e à coordenação do BADPI por serem sempre tão gentis e amigos. Por sempre escutarem nossas dúvidas, nossas reclamações e sugestões e por fazerem, portanto, que nos sintamos parte integrante desse curso de pós graduação. Ao Helder Espírito-Santo, Leando Juen, Fabricio Baccaro e Yuri Feitosa, por me ajudarem em algum momento a desvendar os mistérios da estatística multivariada. A Lorena Ribeiro, pela confecção do mapa da área de estudo. Ao CNPQ pela bolsa de pesquisa ao longo desses dois anos. Ao laboratório de Ictioplâncton, (principalmente à Morena forfinha) que sempre me recebeu com boas conversas, almoços esquentados no microondas e cafezinhos espetaculares pós-almoço. E por me acolherem na salinha de estudos quando eu me tornei uma “sem-mesa”. E falando nisso, Morenita, sua parceria e amizade vão ficar pra história! vi A Nayara e Julia, por me acolherem com tanto carinho quando cheguei aqui. Vocês foram minha primeira família manauara! Aos primeiros integrantes da república mais legal do Brasil: Layon, Yuri e Eveline, pela amizade que nasceu, cresceu e permaneceu. Sem vocês morar em Manaus não teria sido tão fácil assim. Ao Jack, que veio um ano depois para aumentar a grande família e a Ju que sempre esteve por perto e hoje completa a casa! A todas as (muitas) pessoas que passaram por nossa casa, que dormiram no cafofo e que não quiseram mais ir embora. As mascotes Pitomba e Cotoca que são o amor e forma de cachorras e a Kaya, a gata mais chata e linda do Brasil. Pra finalizar, um salve ao “purga”, nosso saudoso e duro sofá-cama. O mais aconchegante do mundo! Agora os agradecimentos especiais! Primeiro aos melhores: Evanil, Maria Amélia e Mariah, por me fazerem felizes simplesmente pela certeza de que estarão comigo pra sempre, por sempre apoiarem minhas escolhas e pensarem na minha felicidade. Sem esquecer a Luna Maria, a cachorra mais linda, querida e doida de todos os tempos. Eu amo vocês muito. Ao professor, orientador e amigo Jansen Zuanon, que deu todo um suporte material e psicológico para que eu levasse esse trabalho da forma mais leve possível. Vou sempre me lembrar das conversas no fim da tarde, dos conselhos e ensinamentos. Quero agradecer também a Deus por ser o responsável pelos meus momentos de reflexões noturnas sobre os dias que passavam. Pra quem eu já agradeci muito e pedi muita calma e força nessa etapa da minha vida. A todos que de alguma forma contribuíram para meu crescimento pessoal e com o desenvolvimento desse trabalho. vii RESUMO Vários fatores determinam a distribuição das espécies na natureza, e a importância de cada um depende da escala de análise. Em escala regional, os principais fatores que influenciam a distribuição das espécies são as interações com o meio onde vivem e com a biota local. O presente estudo investigou o processo de ocupação de igarapés de pequena ordem da área urbana de Manaus, Estado do Amazonas, por espécies de peixes não nativas. Para isso, foi testada a influência da degradação ambiental e das características de história de vida das espécies nativas como mecanismos facilitadores ou restritivos à invasão pelas espécies não nativas. Foram amostrados 28 igarapés, onde foram mensuradas diversas características ambientais (estruturais e limnológicas) e obtidas amostras da ictiofauna. As coletas de peixes foram realizadas em trechos de 50 m de comprimento, utilizando peneiras, puçás, malhadeiras e redes de cerco por aproximadamente duas horas em cada local. Foram registradas 49 espécies, sendo 33 nativas e 16 não nativas. As espécies não nativas foram pouco frequentes e pouco abundantes e habitaram locais com alterações ambientais moderadas a severas, mas não foram registradas nos igarapés íntegros. A perda de qualidade ambiental nos igarapés decorrente dos impactos antrópicos foi acompanhada pela substituição da maioria das espécies nativas por um pequeno número de espécies não nativas, restando somente aquelas que possuem estratégias de vida que as permitem sobreviver nesses locais degradados (por exemplo, capacidade de respiração aérea, ovoviviparidade e dieta baseada no consumo de detritos). Uma análise de regressão logística múltipla indicou que a perda de qualidade ambiental nos igarapés foi o principal fator influenciando a ocupação por espécies não nativas. O conhecimento acerca das estratégias de vida das espécies nos permite prever quais espécies nativas poderão suportar alterações ambientais severas nos igarapés e quais serão localmente extirpadas. Da mesma forma, essas informações nos permitem prever quais espécies não nativas têm potencial para ocupar ambientes fortemente descaracterizados e poluídos. A perda da maioria das espécies nativas observada na maior parte dos igarapés urbanos de Manaus, seguida pela substituição por poucas espécies não nativas, constitui um fenômeno de homogeneização biótica que resulta em uma evidente perda de biodiversidade. Medidas que reduzam ou mitiguem os impactos antrópicos sobre os igarapés de Manaus são necessárias, tanto para que se evite uma maior dispersão de espécies não nativas nesses ambientes, quanto para o bem-estar da própria população humana que vive às margens desses igarapés em Manaus. Palavras-chave: Peixes de riachos, introdução de espécies, estratégias de vida, degradação ambiental, impacto antrópico e homogeneização biótica. viii ABSTRACT Several factors determine the species distribution in the environment, and the significance of each depends on the scale analysis. In local scale, the main factors that influence the species distribution are the interactions with the environment they live in and with the local biota. The present study investigated the process of occupation of streams of the urban area of Manaus by non-native fish species.
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