Ediane Teles de Mattos A TRAJETÓRIA DAS PROFISSIONAIS MULHERES NO RADIOJORNALISMO ESPORTIVO EM SANTA CATARINA Dissertação submetida ao Programa de Pós-graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina para a obtenção do título de Mestre em Jornalismo. Orientadora: Profa. Valci Regina Mousquer Zuculoto, Dra. Florianópolis/SC 2019 AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, por toda proteção recebida, e ao meu anjo Caliel, que em momento algum me desampara. À minha querida mãe (in memoriam) que estará orgulhosa de me ver seguindo na realização dos sonhos. À minha orientadora, Querida Valci Zuculoto, por todas os ensinamentos, conselhos, incentivos, sempre de forma carinhosa de me orientar e puxar a orelha. Gratidão pela sua disponibilidade, mesmo em período de férias. As lições aprendidas guardarei para sempre e estarás eternamente em minhas orações. Aos membros da banca agradeço de coração. Fico feliz em poder contar com os acréscimos neste singelo trabalho. À Sandra de Deus, por aceitar prontamente meu convite. À professora Cárlida, sempre com as melhores frases para acalmar e os abraços mais cheirosos que já encontrei. Ao professor Eduardo Meditsch por toda a contribuição na minha vida acadêmica. À professora Leslie Sedrez Chaves, por me ensinar valores que levarei para a vida. À professora Flávia Guidotti, sempre tão gentil.. Ao professor Luciano Klöckner, pela solicitude e contribuição. À minha família, que sempre acreditou no meu potencial, mesmo quando eu duvidava. Ao Lucas dos Santos, meu companheiro, do latim "cum panis"; aquele com quem dividimos o pão. Gratidão por todos os momentos, anjo. À professora, amiga e eterna chefa, Maria José Baldessar, por me inspirar e ajudar inúmeras vezes. Em todos os momentos que precisei sempre esteve disposta a me socorrer. Ao meu time, formado por amigos e amigas, que colaboraram para a conclusão deste trabalho. Espero não ser injusta e esquecer de alguém, mas muito obrigada: Juliana Gobbi, Ingrid Assis, Dona Geni Benta, Maria Julia, Cíntia Kaufmann, Beatriz Clasen, Guilherme Longo, Karina Farias, Hendrick, Willi Braz, Janine Koneski de Abreu, Cristiane Fontinha e outros que, possivelmente, deixo passar. Agradeço imensamente por todos os pedidos de ajuda atendidos, os cafés na cozinha do curso, as risadas, o incentivo, mensagens de apoio, indicações de leituras. Ao meu querido GIRAFA - Grupo de Investigação em Rádio, Fonografia e Áudio. À família PPGJOR, pela aceitação e oportunidade de contribuir com o mundo científico. Agradeço também pelo financiamento recebido, via Capes, que possibilitou um caminho menos árduo na vida de pós-graduanda. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Jornal, O Imparcial, de 1941 ....................................................................................28 Figura 2 : Kátia Broleis deitada nas correspondências que chegavam para o seu programa na Rádio Difusora..........................................................................................................................49 Figura 3 : Foto de divulgação da escalação de Michelle Veiga, 20/07/2018…....................... 81 Figura 4 : Equipe do Futebol em Dobro, de 2014. Parceria entre Rádio Difusora AM 910, de Içara, e Rádio Band FM 89.1, de Criciúma…………………………………………….……..86 Figura 5 : Letícia Secchini, cobrindo o acesso da Chapecoense. 16/11/2013. Chapecoense 1 x 1 Bragantino, pela Série B……...……………………….…..……………………………….92 Figura 6 : Equipe Esportiva Sonora no Lance, da Rádio Sonora FM, 2018 ........................... 96 Figura 7 : Danuta Malavolta na função de Repórter da Galera……………………………..101 Figura 8 : Danuta Malavolta no Estádio Municipal dos Amaros, em Itápolis/SP na partida que deu acesso e título de Campeão da Série B ao Joinville. …..……………………………….103 Figura 9 : Danuta no Programa 103 Esportes……………………………...……………….103 Figura 10 : Danuta na função de repórter de campo em mais um jogo do JEC…………….104 Figura 11 : Danuta fazendo transmissão do jogo de futsal, entre JEC/Krona x Atlântico, pela Rádio Tchê Erechim (esquerda). Na função de repórter para a Rádio Globo de Juiz de Fora, na partida entre Joinville e Oeste (direita).……………….............................................……105 Figura 12 : Foto de divulgação da equipe de esportes da Rádio Clube 1590 AM, de Joinville…...............................................................................................................................106 Figura 13 : Viviane e os colegas da equipe esportiva da Rádio Clube de Joinville………....108 Figura 14 : Priscila Barbi, em um dos jogos pela Rádio Band FM, transmissão Futebol Show........................................................................................................................................114 Figura 15 : Fabiana de Liz, pela Rádio CBN Diário…………………………………….......117 Figura 16 : Carolina Corazza, pela Radio Guarujá AM 1420, Florianópolis……..………...121 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Participação feminina na delegação olímpica brasileira...........................................35 Tabela 2: O registro das profissionais do rádio esportivo no Estado, por Mesorregião...........81 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 11 1. CAPÍTULO - RÁDIO E JORNALISMO ESPORTIVO NO BRASIL 23 1.1. RÁDIO BRASILEIRO 23 1.2. O ESPORTE NA SOCIEDADE BRASILEIRA 26 1.3. O RÁDIO E O ESPORTE 32 1.3.1. A voz feminina no rádio e a participação das mulheres na produção do radiojornalismo brasileiro 44 1.3.2. As pioneiras do radiojornalismo esportivo 51 2 CAPÍTULO - O RÁDIO E O JORNALISMO ESPORTIVO EM SANTA CATARINA 62 2.2. AS MULHERES NA HISTÓRIA DO RADIOJORNALISMO E NO ESPORTIVO CATARINENSE 73 3 CAPÍTULO - EM CAMPO - A PRESENÇA DAS MULHERES NO RADIOJORNALISMO CONTEMPORÂNEO 78 3.1. O TIME FEMININO RADIOFÔNICO 78 3.2. OUSANDO BRILHAR, AS PROFISSIONAIS COMEÇAM A OCUPAR OS MICROFONES 81 CONSIDERAÇÕES FINAIS 128 REFERÊNCIAS 136 INTRODUÇÃO Abordar a participação da mulher no campo profissional do rádio em uma área popularmente conhecida pela massiva presença masculina é para mim um desafio. O amor pelo esporte, em especial pelo futebol, foi cultivado desde a infância. Não raros foram os domingos em que meu pai me levava para ver os jogos nos quais ele participava, um exímio goleiro no meu mais profundo conhecimento infantil sobre o esporte e sobre tal posição. Lembro-me que enquanto meu pai jogava, eu ficava sozinha, colada nas grades de arames que delimitavam o campo. Acredito que estava sendo supervisionada por alguém. Entre outras lembranças, que me remetem à origem desse amor e de tudo o que se relaciona ao futebol, esta a companhia do meu avô paterno. Sempre com seu radinho de pilha colado na orelha. Quando eu ousava falar algo, ele religiosamente colocava o dedo indicador ereto sobre o lábios me ordenando silenciar. No começo sentia raiva, ao poucos fui aprendendo com ele a ouvir o rádio. Uma narração rápida que eu mal entendia o que estava sendo dito. Tentava perguntar pro meu avô, mas o dedo dele era mais rápido. E eu tinha que esperar um tempo para ele poder falar. Hoje sei que ele esperava acabar o lance para então me responder. Meu avô me ensinou muita coisa do esporte e das narrações esportivas. Os lances, os times, para quem devia torcer, o porquê de muitas vezes ter que torcer para outro time, pois sua vitória beneficiaria o seu clube no campeonato, a necessidade de ouvir todo o lance para saber o autor do gol e, principalmente, para não comemorar gol do adversário porque deixou de ouvir em algum momento a transmissão. Com meus sete, oito anos, eu não entendia muito de futebol, mas com meu avô e por culpa dele aprendi a me emocionar, vibrar e ficar chateada com um clube de futebol. Aquela semente plantada ainda na infância criou raízes fortes e continua presente na minha vida. Sou apaixonada por esportes e as transmissões esportivas me acompanham ainda, também, na vida de torcedora. Em virtude da importância que tem o esporte na minha vida, optei por contar a trajetória das mulheres torcedoras de dois clubes rivais de Florianópolis no meu Trabalho de Conclusão de Curso, na graduação. Com a decisão de uma formação continuada, preferi 11 pesquisar a trajetória das mulheres enquanto profissionais do rádio esportivo no Mestrado. Meu interesse pelo tema veio da curiosidade em saber mais sobre o percurso feito para que elas tivessem a oportunidade de trabalhar nas redações de esportes e se mantivessem no desenvolvimento de suas funções em um ambiente hegemonicamente masculino. Por acreditar que, como em outros campos de trabalho com predominância masculina, a presença feminina fez diferença tanto no espaço profissional, como também no próprio entendimento social do direito da mulher em exercer atividades que sejam do seu interesse, busco contribuir, através deste trabalho, com o registro sobre a comunicação no Brasil, sobre a luta feminina nesse campo de trabalho, especificamente em Santa Catarina, e sobre as contribuições que a presença da mulher gerou no rádio esportivo. Resgatar a história de um lugar ou de pessoas exige uma busca interminável de histórias, documentos, registros escritos e orais que, somados, darão uma versão do que de fato aconteceu. Como afirma Benjamin (1994, p. 224), “[...] articular historicamente o passado não significa conhecê-lo ‘como de fato ele foi’. Significa apropriar-se de uma reminiscência, tal como ela lampeja no momento de um perigo”. Fazer um resgate do passado “exige antes de tudo a clareza de que será uma junção de pequenas peças de um quebra-cabeça que nunca será completo, e de que não se trata de buscar uma verdade dos acontecimentos, mas de interpretações subjetivas que ajudarão
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