A São Paulo Transporte – Sptrans

A São Paulo Transporte – Sptrans

A São Paulo Transporte – SPTrans Os números do transporte coletivo municipal em São Paulo são surpreendentes. O transporte por ônibus responde por cerca de 2/3 das viagens coletivas. São, em média, 6,5 milhões de passageiros/dia, que têm à disposição 15 mil ônibus, 1.300 linhas, 10 corredores, 28 terminais, mais de 8.700 veículos da frota acessíveis, mais de 380 veículos do Atende, 15 mil equipamentos de GPS e 500 câmeras no SIM – Sistema Integrado de Monitoramento. Além disso, a cidade tem uma das frotas mais novas do Brasil. Para gerenciar esse sistema, a Prefeitura de São Paulo e a Secretaria Municipal de Transportes contam com a SPTrans, empresa de economia mista, responsável pela gestão do transporte na cidade. Coletivo Revista Técnica da SPTrans Publicação da São Paulo Transporte S.A. – SPTrans, destinada a difundir informações e estudos sobre transporte público de passageiros, trânsito e mobilidade urbana. Responsável: Gerência de Marketing - SPTrans Editores: Alexandre Pelegi, Diana Sampaio e Fausto Barbaresco Concepção da Capa: Adorismar Costa e Fausto Barbaresco Foto Capa: Elisa Rodrigues Secretária de Edição: Fabiana Saraiva Martins Costa e Maria Palmira Mançano Edição Gráfica: José Eulálio Soares dos Santos e William Ramler Informações e contribuições: [email protected] Gerência de Marketing - SPTrans Rua Boa Vista, 236 – 7º andar Centro – São Paulo – SP – CEP: 01014-000 São Paulo, dezembro de 2012 Número Um Sumário Sumário 4 Apresentação Marcelo Cardinale Branco Secretário Municipal de Transporte de São Paulo e Presidente da SPTrans 6 A Prioridade para o Transporte Público Irineu Gnecco Filho 12 A Cidade, o Tempo e os Transportes Públicos Christina Maria De Marchiori Borges 18 O Papel dos Ônibus nos Transportes Públicos de São Paulo Ivan Metran Whately 34 Seccionamento de Linhas de Ônibus Pedro Luiz de Brito Machado 40 Agilização da Operação dos Corredores e Terminais de Ônibus em São Paulo Angelo Fêde, Gilberto Teixeira. Wilma Xavier dos Santos e Caio Vinicius de Melo Paiva Ferreira 48 Radial Leste – Composição das Matrizes de Origem e Destino e Utilização do Eixo José Aparecido Marques de Gouveia 64 Uma Cidade mais Colorida Marcio Rodrigues Alves Schettino 76 Sobrevida ao Trólebus a favor da Qualidade de Vida Simão Saura Neto 78 Resgate do Sistema Eletrificado de Transporte, Bonde e Trólebus, Para Mitigação da Poluição Atmosférica da Cidade de São Paulo Alferes Soares Alves 114 Convivendo com a Bicicleta Vera Lucia Wiezel Ban Sumário 120 Olho Vivo – Sistema de Informação On-line ao Usuário do Transporte Coletivo na Cidade de São Paulo Mauricio Lima Ferreira 146 O Bilhete Único no Celular – O Futuro cada vez mais perto José Aécio de Sousa 152 SPTrans na Era das Mídias Sociais Alexandre Pelegi e Lana Dias 162 Jornal do Ônibus como forma de Comunicação com o Usuário Cilene Cabral e Fausto Barbaresco 181 Referências Bibliográficas Apresentação A revista Coletivo chega a seu novo número. E apesar do prazo dilatado em relação à edição anterior, tal fato deve ser comemorado como uma nova conquista: conseguimos uma nova edição, com novos artigos e, com certeza, o mesmo sucesso alcançado pela edição inaugural. Resultado do trabalho árduo e cada vez mais especializado dos técnicos da SPTrans, esta edição garante aquilo que propunha ao ser lançada: divulgar e estimular o estudo técnico dos problemas que recorrentemente preocupam o setor de transporte público. Em janeiro de 2012 foi publicada a Lei 12.587, que instituiu a Política Nacional de Mobilidade Urbana. Garantindo os princípios, as diretrizes e os objetivos da mobilidade nas cidades, ela se tornou, mais que um desafio, uma direção para quem se aplica na gestão dos transportes municipais. Temas candentes como acessibilidade universal, equidade no acesso dos cidadãos ao transporte público coletivo, além da eficiência, eficácia e efetividade dos serviços de transporte urbano e da circulação urbana, passaram a pautar doravante o esforço dos técnicos em tornar realidade o espírito da Lei. Talvez um dos maiores dilemas seja tornar possível a equidade no uso do espaço público de circulação, vias e logradouros. Priorizar o transporte das pessoas, ao invés dos veículos. Tenho certeza de que esta revista, assim como a anterior e as outras que seguramente virão, trarão boas e criativas sugestões, além de soluções para a maior parte dos desafios propostos pela Lei 12.587. Minha convicção é a de que toda esta riqueza de proposituras advém de décadas de experiências de uma equipe técnica cujas conquistas são diretamente proporcionais ao tamanho dos problemas que a metrópole paulistana enfrenta diuturnamente. Não à toa, a SPTrans tornou-se paradigma para todos os que cuidam da gestão de Transportes Públicos no país. Marcelo Cardinale Branco Secretário Municipal de Transporte de São Paulo e Presidente da SPTrans 4 5 A Prioridade para o Transporte Público Irineu Gnecco Filho Companhia de Engenharia de Tráfego Diretoria de Planejamento e Educação de Trânsito Diretor Rua Barão de Itapetininga, 18 -12º andar –São Paulo SP – CEP 01042-000 Fone (11) 3396-8306 – [email protected] TRANSPORTE E A VIDA URBANA O transporte público contribuiu na evolução do tecido urbano desde o final do século 19. Existem notícias de que Luis XIV da França implementou carroções para o transporte de pessoas em Paris. O impacto crescente do transporte de massas no desenvolvimento econômico de áreas urbanas e a contribuição para a inclusão social é universalmente reconhecida. Simultaneamente, fatores sociais foram muito impactantes na mobilidade comportamental das pessoas e no papel do transporte público para as áreas urbanas. Em particular, o crescimento do uso do automóvel nos últimos 50 anos, alterando de forma radical a tessitura urbana e a mobilidade urbana, tem sido o grande desafio para administradores. O QUE É TRANSPORTE PÚBLICO Transporte público ou transporte de massas, designa todo e qualquer sistema de transporte no qual passageiros não viajam nos seus próprios veículos. Geralmente simplificamos para os serviços de ônibus e férreos, entretanto uma definição mais ampla inclui balsas, taxis, etc., em outras palavras, qualquer sistema que transporte membros do público em geral. O transporte público é geralmente regulamentado como um agente de transporte comum e normalmente é configurado para oferecer serviços regulares em rotas fixas. A maior parte das viagens realizadas pelos passageiros do transporte público é entre a residência e trabalho, lazer ou estudo. PORQUE ADOTAR O TRANSPORTE PÚBLICO O transporte público oferece muitas vantagens sobre os modos de transporte individual, como: 6 A Prioridade para o Transporte Público • Custa menos para a comunidade; • Necessita espaço público menor; • Tem menor intensidade-energética (a intensidade energética é um indicador da eficiência energética de uma economia. Se calcula como a relação entre o consumo energético e o produto interno bruto (PIB) de um país); • Polui menos; • É o modo mais seguro; • Aprimora a acessibilidade aos locais de trabalho, e oferece mobilidade a todos. O ÔNIBUS E A SUA HISTÓRIA Ônibus é um eficiente meio de transporte, barato, flexível e, em muitos casos, ajustável às necessidades dos usuários tanto em termos de capacidade como em tempo de percurso. Operam em vias de tráfego misto e são de fácil implantação. Podemos afirmar que 80% do transporte público mundial é realizado por ônibus e do ponto de vista econômico, ambiental e social, ele ainda permanece como a solução ideal para o desenvolvimento sustentável. O ônibus é o único modo de transporte para a maioria das cidades do planeta. Nas cidades com modo de transporte férreo, ou fluvial o ônibus atua com complemento essencial. O TRANSPORTE PÚBLICO EM SÃO PAULO Nas primícias temos a São Paulo Light and Power, conhecida simplesmente como Light, com os bondes e ônibus. Tempos depois foi fundada a CMTC para gerir o transporte público. A CMTC além de gerenciar as companhias de transporte também tinha a sua frota própria, sendo que os trólebus, propriedade e operação, eram exclusividade da companhia. A década de 1970 foi sem dúvida alguma o grande marco para o transporte público de massas na cidade de São Paulo. Em 1975 foi inaugurada a Cia do Metropolitano - METRÔ com a linha azul, um grande avanço no transporte de massas para a cidade, principalmente por ligar a Zona Norte ao centro da cidade de forma mais eficaz. Em 1976 durante a administração do prefeito Olavo Egydio Setúbal, foi criada a Cia de Engenharia de Tráfego – CET que desde então, é responsável pelo gerenciamento, planejamento, educação, fiscalização e operação do sistema viário da cidade. A partir desta década a gestão da prefeitura teve como prioridade o transporte de massas e reestruturação da cidade para promover à população um transporte público mais digno. 7 Coletivo - Revista Técnica da SPTrans - Edição nº 1 / dezembro de 2012 OS CORREDORES DE ÔNIBUS COMO PRIORIDADE Era necessário adotar alguma medida para ordenar e dar prioridade ao transporte coletivo público sobre pneus. Assim surgiu em 1977 o sistema COMONOR - Comboios de Ônibus Ordenados. A Av. Nove de Julho recebeu o primeiro projeto, que tinha como novidade a ampliação da capacidade de embarque/ desembarque de passageiros nos pontos de parada junto ao passeio. Outra inovação aconteceu em 1978, quando houve a conclusão da implantação de faixa exclusiva de ônibus no corredor da Av. Brigadeiro Luís Antônio iniciada em 1976, feito inédito com ônibus operando no contrafluxo dos automóveis. Tinha como premissa melhorar as condições operacionais, dando maior fluidez ao transporte coletivo garantindo os níveis de serviço existente no sistema viário principal. Ainda nesta década, foram ampliados e implantados o sistema COMONOR II que passou a operar no corredor das avenidas Rangel Pestana e Celso Garcia, onde circulavam 500 ônibus por hora e sentido, transportando cerca de 30 mil passageiros por sentido, no horário de pico. Na década de 1980 outros novos corredores foram implantados em São Paulo. São os corredores da Av. Paes de Barros, com 3,9 km de extensão, na região da Vila Prudente e o corredor Santo Amaro/Nove de Julho, implantado em 1987 com 14,8km de extensão com um terminal situado na Av.

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