PCN em Ação Olímpia - 17 a 19 de novembro de 1999 Relatório 1ª a 4ª - Antonia Terra Participaram educadores de várias secretarias municipais: Olímpia, São José do Rio Preto, Neves Paulista, Potiundaba, Uchoa, Severínia, Tabapuã, Nova Granada, Orindiúva, Pindorama, Urupês, Paulo de Faria, Palestina, Mendonça, Tanabi, Monte Aprazúvel, Jaci, Monte Azul Paulista, Bady Bassitt, Mirassol, Paraíso. * * * Foi a primeira vez que trabalhei com o PCN em Ação de 1ª a 4ª série. Estava um pouco insegura diante das novas oficinas. Mas, tentei seguir os conselhos das experientes e introduzi novidades na pauta. Para experimentar, resolvi ler textos literários para incentivar o gosto pela leitura e sensibilizá-los para que também sensibilizassem seus professores a lerem para seus alunos. Como nunca tinha criado tal situação, escolhi um texto pequeno para o primeiro dia: - "A criação" - GALEANO, Eduardo. Memória do fogo vol. I - Os nascimentos. Porto Alegre: L&PM, 1996. A idéia era ler todo dia no início do trabalho, antes de tudo. E apenas ler, sem comentar ou explicar a razão da leitura. Li, então, outro texto no segundo dia. Mas, desisti de ler no terceiro. Pensei que não estavam gostando. Mas, o professor, que anotou as estratégias didáticas, incluiu a leitura do texto entre as atividades desenvolvidas no encontro, com a observação de que eu havia esquecido de fazer a leitura no terceiro dia. Perguntei, então, se haviam gostado e disseram que sim. Tinham até criado a expectativa sobre o que eu leria no dia seguinte. * * * A mesma atividade de apresentação de 5ª a 8ª desenvolvi com a turma de 1ª a 4ª . Afinal, foi a equipe de 1ª a 4ª que a sugeriu. Os professores escreveram, então, o texto de memória. Exemplos: "Ler é poder Um fato que marcou demais minha vida escolar - e que talvez seja o motivo de ser como sou hoje - é que quando cursava a primeira série (antigo grupo escolar) minha professora, D. Glorinha, ao final do ano presenteou a cada um de nós, alunos, com um livro infantil, e o meu chamava-se O Lobinho Teimoso. O tema do livro é precedido pela fama, pois quando eu empacava e teimava ninguém me tirava a razão. Foi meu primeiro livro de leitura de verdade. Era colorido e contava mais ou menos a história de um lobinho, que por ter teimado com a mãe, sofreu várias infelicidades. A leitura me deixou maravilhada e de lá para cá nunca mais parei de ler, tornando-me uma leitora compulsiva e, veja bem, de qualquer coisa. Hoje, como professora, gosto de passar (e acho que é um dever) essa satisfação e prazer que sinto com a leitura para meus alunos, pois quem lê viaja e conhece coisas que nem imagina." Silvia Balente Cortes - Coordenadora Pedagógica - Tanabi - SP "A riqueza do amor A falta de recursos e simplicidade de vida foram a marca registrada da maior parte da minha infância, pelo menos a que mais marcou. Papai ganhando pouco e mamãe completando a renda familiar com costuras e a escassez de tudo. O amor pela escola era forte, a ponto de chorar e ficar doente se não pudesse ir. Mas, além da escola pública, nada mais era financeiramente possível. Papai havia terminado o ginasial e era uma pessoa até que culta para a época e condição de vida. Toda noite sentávamos após o jantar na varanda da casa. Ali ele contava das estrelas, dos planetas, dos problemas políticos, das situações problema do dia-a-dia. Comentava dos erros de português, etc. Apesar de ser pouco carinhoso, gastava horas contando tudo o que sabia, sobre todos os assuntos. Certa vez, começou a colecionar com sacrifício uma enciclopédia, em fascículos, que eu destruí de tanto ler e virar as páginas. Só que esta enciclopédia ficou registrada de maneira tal, assim como as aulas na varanda, que em muitos concursos foram aproveitadas. A conclusão que tiro dessa experiência é que a criança necessita de atenção, de diálogo, de amor. A falta de recursos é superada sem problemas quando o investimento é nessa área." Regina Maria Gonçalves de Souza - Olímpia - SP "Iniciei meus estudos na E.E. Prof. Joaquim Leme, no município de Rincão - SP, em 1976. Gostava da escola, das minhas professoras, principalmente da minha profa. da primeira série, a Dona Judite, que nos ensinou com a cartilha Caminho Suave a lermos e escrevermos e o sentido de se gostar de alguém. Em 1985 mudamos para Santa Fé do Sul, onde fiz o magistério, não por vocação, e sim por comodismo, pois era mais fácil fazer o magistério na época. Em 1990, cursei a faculdade em Catanduva, formando-me em prof. de Geografia e comecei a lecionar, mas por gosto. Hoje não vivo sem a escola e estou 10 anos na rede." Luis Wanderley Nicola de Souza - Coordenador - Pindorama - SP "Entrei para o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, dirigido pelas freiras salesianas, com apenas 4 anos de idade, freqüentando o maternal. Neste colégio, cursei do maternal até terminar o curso normal. Era um colégio de educação rígida, tinha horário para tudo. O que mais me marcou foi no 3º ano do primário, como diziam antigamente. Nesta série, todo aluno que tinha dificuldade na aprendizagem a freira, minha professora, separava de um lado da sala de aula, em duas fileiras, e colocava nelas os alunos que não aprendiam. Dizia que eram as fileiras negras. Isso me marcou muito. Tinha medo de perguntar se tivesse alguma dúvida, pois preferia chegar em casa e pedir ajuda dos meus pais, com medo de um dia ir para a fileira negra. (...)" Heloisa Perdiza Sandri - Coordenadora - Paulo de Faria - SP O envolvimento nesta atividade foi grande. Uma professora escreveu na avaliação final, na questão sobre o que foi mais relevante: "A atividade que fizemos de apresentação, pois escrevemos como foi a nossa infância escolar (o que mais marcou) e depois lemos o que escrevemos. Observei que em outras atividades isso também ocorreu. E para mim, esse instante comigo mesma, e o fato de ter que escrever meu pensamento, para depois expô-lo ao grupo foi muito gratificante. Muito melhor que simplesmente falar, pois envolveu os sentimentos e recordar e pensar como me sentia na infância". Luciane Suemi Nagasarva - Pedagoga e Matemática - Palestina - SP * * * Enquanto os coordenadores escreviam suas memórias, anotei na lousa a pauta de atividades dos três dias: - Atividade de apresentação - memória - Debate das funções dos coordenadores - Voluntários para anotações das estratégias didáticas e sugestões de encaminhamento do projeto - Leitura exploratória do material - por grupo - Discussão sobre a organização do material - Módulo 2 - Ser professor e ser aluno - Módulo 8 - História - Escolha de atividade para planejamento e apresentação - por grupo - Apresentação das atividades dos módulos preparadas pelos grupos - Apresentação das estratégias didáticas - Apresentação das sugestões de encaminhamento - Plenária Apresentei a pauta, retomei a finalidade do encontro, pedi para que lessem as funções dos coordenadores, depois retomamos as funções e tiramos as dúvidas. Pedi os voluntários para as anotações das estratégias e anotação dos encaminhamentos. Para que pudessem conhecer o material, cada grupo escolheu os módulos que queria ler, a partir de opções que coloquei na lousa, de acordo com a pauta da Rosaura: ® M4 Língua Portuguesa: 23 páginas (53 a 75). ® M5 Matemática: 11 páginas (79 a 89) ® M6 Arte: 7 páginas (93 a 99) + M11 Gestão: 7 páginas (147 a 153) ® M7 Geografia: 8 páginas (103 a 110) + M3 Ética: 5 páginas (45 a 49) ® M8 História: 12 páginas (113 a 124) ® M9 Ciências: 6 páginas (127 a 132) M1 Função da Escola: 5 páginas (19 a 23) ® M10 Educação Física: 9 páginas (135 a 143) M11 Gestão: 7 páginas (147 a 153) Nenhum grupo escolheu Educação Física. Assim, por conselho da Amábile, inclui este módulo como sendo um dos que seriam planejados e desenvolvidos por eles no final. Os grupos fizeram a leitura do módulo com a consigna de que deveriam apresentá-los para os demais grupos que não leram. Depois, fizeram a apresentação. Por indicação da Amábile, trabalhei no 2º dia a seqüência 3, do módulo 2, seguindo passo a passo. Para sistematizar os conteúdos do vídeo, fiz como ela sugeriu: montei um triângulo cujos vértices eram professor - aluno - conhecimento e fui preenchendo a partir das memórias dos professores sobre a escola tradicional (recuperando a atividade de apresentação - que na verdade foi tirada deste módulo 2) e dos conteúdos debatidos no programa exibido. Do meu ponto de vista, a atividade é interessante para discutir os diversos modos de trabalhar com vídeo. Todavia, acho que a discussão ficou um pouco teórica sobre as relações professor - aluno - conhecimento. Uma das professoras reclamou por ter sido o tema pouco aprofundado e ter ficado só no plano do discurso. Expliquei que a nossa intenção era apresentar o material do PCN em Ação, discutir formação de professores e estratégias metodológicas. Caberia aprofundar o assunto quando fosse realizado o trabalho junto aos professores. Naquelas circunstâncias, não era possível desenvolver todas as atividades do módulo. Só aí sim, seria possível aprofundar mais o tema. Na verdade, isto foi o que eu disse e que, no momento, foi importante dizer. Mas, eu também não gostei dos resultados. Desenvolvi, na seqüência, a atividade de História - Do chafariz à água encanada. Quando os grupos fizeram a leitura, permiti que todos lessem todos os textos. Mas, como tenho feito em outras oficinas, acho que cada grupo deveria ler apenas um texto, sendo um diferente do outro. No final, exibi o vídeo. * * * Para o planejamento, um grupo ficou com Educação Física e o outro com o de Arte - Guernica. As duas apresentações foram ótimas. Para ajudar as discussões de Educação Física, entreguei para todos um texto fornecido pela Amábile: João Batista Freire.
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