Cerambycidae (Coleoptera) Do Estado Do Maranhão, Brasil

Cerambycidae (Coleoptera) Do Estado Do Maranhão, Brasil

Volume 51(18):275‑293, 2011 CERAMBYCIDAE (COLEOPTERA) DO ESTADO DO MARANHÃO, BRASIL. III 1,4 UBIRAJARA R. MARTINS 2,4 MARIA HELENA M. GALILEO 3 FRANCISCO LIMEIRA-DE-OLIVEIRA ABSTRACT In this contribution 84 species are recorded to Maranhão State: one Prioninae, one Dis- teniinae, 49 Cerambycinae and 33 Lamiinae. The total number of species recorded to the state is now 367. Nine new species are described in Cerambycinae: Chlorida inexpectata sp. nov. (Bothriospilini); Jupoata germana sp. nov. (Cerambycini); Eburodacrys separatus sp. nov. and Eburodacrys cincora sp. nov. (Eburiini); Ectenessa affinis sp. nov. (Ectenessini); Minibidion bicolor sp. nov. (Ibidionini, Tropidiina); Compsibidion maculatum sp. nov. and Compsibidion ytu sp. nov. (Ibidionini,Ibidionina); Ideratus beatus sp. nov. (Ideratini). Three species are described in Lamiinae: Aerenea gibba sp. nov. (Compsosomatini); Mima- syngenes barbozai sp. nov. (Desmiphorini); Cacostola exilis sp. nov. (Onciderini). Color variation was observed in Adesmus paradiana Galileo & Martins, 2004. Corrigenda of Pi- ruana pulchra Martins et al., 2009 to Piruauna pulchra (Desmiphorini). Key-Words: Cerambycidae fauna; Neotropical; New records; New species. INTRODUÇÃO Gurupí (REBIO) que se situa na Floresta Equatorial, conforme mapa em Martins et al. (2009a). Esta é a terceira contribuição ao estudo da fauna ce- O material estudado pertence à Coleção Zo- rambicidológica do estado do Maranhão. Sobre esse tema ológica do Maranhão, Universidade Estadual do foram publicados dois trabalhos, Martins et al. (2009a, Maranhão, Caxias (UEMA). Além dessa coleção, o 2009b), com registro de 239 espécies, das quais 37 já ti- material-tipo será depositado no Museu de Zoologia, nham registro para o estado. Considerando-se as espécies Universidade de São Paulo (MZUSP) e no Museu de arroladas por Zajciw (1967) e Monné & Bezark (2009), Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio o total chega a 283 espécies citadas para o Maranhão. Grande do Sul, Porto Alegre (MCNZ). Várias espécies incluídas nesta contribuição fo- As referências, sob cada espécie arrolada, restrin- ram coletadas em Bom Jardim, na Reserva Biológica gem-se à descrição original. 1. Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo. Caixa Postal 42.494, 04218-970, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: [email protected] 2. Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1.188, 90001-970, Porto Alegre, RS, Brasil. E-mail: [email protected] 3. Departamento de Química e Biologia, Centro de Estudos Superiores de Caxias, Universidade Estadual do Maranhão, Praça Duque de Caxias, s/n, Morro do Alecrim, 65604-380, Caxias, MA, Brasil. E-mail: [email protected] 4. Pesquisador do CNPq. 276 Martins. U.R. ET AL.: Cerambycidae do Maranhão. III RESULTADOS 5. Chlorida inexpectata sp. nov. (Fig. 1) Os novos registros assinalados, no presente Etimologia: do latim, inexpectatus = não esperado. trabalho, totalizam 84 espécies: uma em Prioninae, uma em Disteniinae, 49 em Cerambycinae e 33 em Cabeça com tegumento castanho-avermelhado, Lamiinae. Doze espécies novas são descritas e figu- brilhante, sem pubescência. Lobos oculares superiores radas. Considerando as 283 espécies citadas ante- estreitos (largura 0,6 mm); pouco mais distantes entre riormente, ficam registradas, para o Maranhão, 367 si (1 mm) do que a largura de um lobo. Antenas dos espécies. machos atingem o ápice elitral na base do antenôme- ro VIII. Escapo castanho-avermelhado, densamente PRIONINAE pontuado na metade basal. Antenômeros III a IV MACROTOMINI avermelhados e enegrecidos no lado externo do ápice; antenômero V enegrecido com os dois terços basais da 1. Mallodon dasystomus baiulus Erichson, 1847 face interna avermelhada; antenômero VI preto com anel basal avermelhado; antenômeros VII-XI, pretos. Mallodon baiulus Erichson, 1847:138. Flagelômeros bicarenados; os basais com franja espar- sa de pelos amarelados, mais curtos que a largura dos Material examinado: Bom Jardim (REBIO), fê- artículos. mea, 17-15.I.2010, F. Limeira-de-Oliveira, J.T. Lados do protórax com espinho no terço pos- Câmara & J.C.A. Silva col., armadilha luminosa terior e tubérculo arredondado no nível do terço an- suspensa. terior. Pronoto com as depressões anterior e basal, preto-esverdeadas; região central largamente amarelo- DISTENIINAE -alaranjada; superfície fortemente irregular com pon- DISTENIINI tos de tamanho desuniforme e internamente micro- esculturados (32x). Partes laterais do protórax com 2. Abauba ericae (Martins & Galileo, 1994) pontuação semelhante. Prosterno avermelhado com pelos curtos e muito esparsos. Esternos meso- e meta- Paracometes ericae Martins & Galileo, 1994:80, fig. 2. torácicos alaranjados e pubescentes; mesosterno com tubérculo. Escutelo preto. Material examinado: Bom Jardim (REBIO), fêmea, Élitros brilhantes, amarelados com o dorso do 17-27.I.2010, F. Limeira-de-Oliveira, J.T. Câmara & terço basal esverdeado; friso da margem externa e es- A.A.T. Souza col., armadilha Malaise. pinhos apicais, pretos; pontuação densa e fina; ápices com dois espinhos aguçados. CERAMBYCINAE Fêmures avermelhados com dorso preto; abas ACHRYSONINI apicais dos meso- e metafêmures aguçadas. Tíbias e tarsos avermelhados. Urosternitos avermelhados e 3. Achryson quadrimaculatum (Fabricius, 1792) glabros. Callidium 4-maculatum Fabricius, 1792:328. Dimensões em mm: Comprimento total, 14,4; compri- mento do protórax, 4,3; maior largura do protórax, Material examinado: Caxias (Reserva Ecológica Inha- 7,1; comprimento elitral, 17,9; largura umeral, 7,1. mum), macho, 26-28.III.2009, F.J.L. Santos & H.M. Costa col., rede entomológica. Material-tipo: Holótipo macho, Brasil, Maranhão: Bom Jardim (REBIO, base), 05-15.VI.2010, J.C. Sil- BOTHRIOSPILINI va, J.A. Silva, A.A. Santos & T.T.A. Silva col., armadi- lha luminosa (MZUSP). 4. Chlorida curta Thomson, 1857 Discussão: Chlorida inexpectata sp. nov. assemelha-se Chlorida curta Thomson, 1857b:288. a C. costata Audinet-Serville, 1834 e difere pelos lo- bos oculares superiores estreitos; pelos flagelômeros Material examinado: Bom Jardim (REBIO), fêmea, apicais pretos; pelo disco do pronoto mais alaranjado 17-27.I.2010, F. Limeira-de-Oliveira, J.T. Câmara & que o restante; pelo escutelo preto, pelos élitros não A.A.T. Souza col., armadilha Malaise. amarelados na declividade basal, esverdeados no terço Papéis Avulsos de Zoologia, 51(18), 2011 277 basal e amarelados no restante e pela presença de tu- Cabeça, antenas, protórax e pernas, castanho- bérculo no mesosterno. Em C. costata: lobos oculares -avermelhados. Élitros mais avermelhados. Distância mais largos e tão distantes entre si quanto a largura de entre os lobos oculares superiores aproximadamen- um lobo; flagelômeros apicais amarelados com o ápice te igual a seis fileiras de omatídios. Antenas com preto; disco do pronoto unicolor, escutelo alaranjado; quase o dobro do comprimento do corpo. Escapo élitros amarelados na declividade basal e dorso inteira- engrossado para o terço apical, com superfície mi- mente esverdeado; mesosterno sem tubérculo. croesculturada e fortemente rugosa; lado inferior não projetado na ponta. Antenômeros III e IV com 6. Coccoderus novempunctatus (Germar, 1824) espinhos longos (comprimento igual a largura api- cal do artículo). Antenômero V com espinho agudo, Cerambyx (Stenocorus) novempunctatus Germar, mais curto. 1824:505. Lados do protórax com espinho central notável e tubérculo látero-anterior apenas indicado. Pubes- Material examinado: Carolina (Cachoeira Pedra Caída), cência do protórax branco-amarelada, esparsa. Prono- fêmea, 18-19.X.2009, F. Limeira-de-Oliveira, R.O. to com rugas transversais, regulares; entre a terceira e Souza & P.A.M. Moraes col., armadilha luminosa. a quarta ruga, a contar da base do pronoto, com uma rasa depressão central, transversal, retangular com la- CALLICHROMATINI dos arredondados. Úmeros apenas projetados anteriormente. Espi- 7. Mionochroma aureotinctum (Bates, 1870) nho externo das extremidades dos élitros muito curto. Pubescência elitral curta, densa e amarelada. Callichroma aureotinctum Bates, 1870:335. Aba interna dos meso- e metafêmures apenas projetada. Metatíbias curvas na metade apical. Material examinado: Bom Jardim (REBIO), fêmea, 17-27.I.2010, F. Limeira-de-Oliveira, J.T. Câmara & Dimensões em mm: Comprimento total, 37,5; com- A.A.T. Souza col., armadilha Malaise. primento do protórax 7,0; maior largura do protórax, 10,5; comprimento do élitro, 26,5; largura umeral, CERAMBYCINI 11,0. 8. Coleoxestia corvina (Germar, 1824) Material-tipo: Holótipo macho, Brasil, Maranhão: Carolina (Fazenda Cincorá), 17-22.X.2009, F. Limei- Cerambyx (Stenocorus) corvinus Germar, 1824:508. ra-de-Oliveira, R.O. Souza & M.B. Aguiar Neto col., armadilha luminosa (MZUSP). Material examinado: Carolina (Fazenda Cincorá), 10 machos, 8 fêmeas, 17-22.X.2009, F. Limeira-de-Oli- Discussão: Jupoata germana sp. nov. assemelha-se a veira, R.O. Souza & M.B. Aguiar Neto col., armadi- Jupoata robusta Martins & Monné, 2002, mas difere lha luminosa. pelos lobos oculares superiores mais afastados entre si; pelos espinhos dos antenômeros III e IV mais finos e 9. Hamaticherus bellator A.‑serville, 1834 mais longos; pela depressão retangular no centro das terceira e quarta rugas do pronoto, a partir da base e Hamaticherus bellator Audinet-Serville, 1834:15. pelos espinhos do ápice dos élitros curtos. Em J. ro- busta, os lobos oculares superiores são mais aproxi- Material examinado: Carolina (Fazenda Cincorá), mados entre si, os espinhos dos antenômeros III

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