UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA INSTITUTO DE CINCIAS HUMANAS BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CINCIAS HUMANAS Lvia Arcuri Paz A RELEVNCIA DO TURISMO DE EVENTOS EM PEQUENAS LOCALIDADES : Um estudo de caso do decln o das fest v dades de Santana do Deserto-MG Arti o apresentado ao Bacharelado Interdisciplinar em Ci*ncias Humanas, da Universidade Federal de Juiz de Fora, como re,uisito parcial para obten./o do rau de Bacharel 0Trabalho de Conclus/o de Curso1. Orientadora3 Prof.5 Mestre Tatiana Martins Montene ro. Juiz de Fora 2019 A RELEVNCIA DO TURISMO DE EVENTOS EM PEQUENAS LOCALIDADES : Um estudo de caso do decln o das fest v dades de Santana do Deserto-MG THE RELEVANCE OF EVENT TOURISM IN SMALL LOCATIONS3 A Case Study on the decrease of festivities in Santana do DesertoAMG Lvia Arcuri Paz 1 RESUMO Santana do Deserto F um pe,ueno municpio localizado na Zona da Mata mineira, popular por sua tran,uilidade e por apresentar aspectos rurais si nificativos. Essas caractersticas s/o retratadas nos eventos mais representativos do municpio, como o carnaval e a EDposi./o A ropecuHria, no entanto, estas tradicionais festividades tiveram um declnio notNrio no ,ue tan e C eDpressividade e ao nBmero de turistas, sobretudo no perodo de 2009 a 2019. A fim de compreender melhor as razGes pelas ,uais houve esse retrocesso, a pes,uisadora realizou investi a.Ges biblio rHficas, documentais e de campo, notando, sobretudo por meio das entrevistas, ,ue a est/o municipal pode ser considerada a principal responsHvel devido a falta de planeEamento, or aniza./o e investimentos no setor. PALAVRAS-C2AVE 3 Santana do Deserto. Turismo de Eventos. ABSTRACT Santana do Deserto is a small town in the Zona da Mata, popular for its tran,uility and for havin si nificant rural aspects. These characteristics are portrayed in the most representative events of the city, such as Carnival and A ricultural EDhibition, however, these traditional festivities had a marPed decline in terms of eDpressiveness and the number of tourists, especially from 2009 to 2019. In order to better understand the reasons why there was this setbacP, the researcher conducted biblio raphic, documentary and field research, notin , especially throu h the interviews, that the municipal mana ement can be considered the main reason, due to the lacP of plannin , or anization and investments in this sector. 3E45ORDS Santana do Deserto. Event Tourism. Introdu67o Santana do Deserto Q MG F um municpio de aproDimadamente 4.000 habitantes, localizado na Zona da Mata mineira. A cidade, ,ue pertence ao Circuito Turstico Caminho Novo, teve perodos de rande a ita./o turstica em certas datas devido aos eventos ,ue ocorriam em determinados perodos do ano, como por eDemplo, o Carnaval. O municpio, assim como rande parte das cidades mineiras de pe,ueno porte, possua tradicionais blocos carnavalescos. Esses e outros pe,uenos blocos contavam com shows no perodo da noite na Pra.a Mauro Ro,uete Pinto e eram responsHveis por levar inBmeras famlias e turistas para as ruas. AlFm do Carnaval, a EDposi./o A ropecuHria de Santana do Deserto, ,ue acontecia anualmente no final do m*s de Maio, era considerado um evento bastante relevante. Com ao menos um show de um artista reconhecido pela rande mdia, resultava num aumento acentuado do fluDo de turistas e automNveis. 1 Graduanda em Ciências Humanas pela Universidade Federal de Juiz de Fora Estes foram, portanto, os principais eventos ,ue, na opini/o eral, entre nativos e turistas, tiveram as mais notNrias ,uedas desde 2013. A partir deste ano muitos blocos foram cancelados e o mesmo ocorreu com a EDposi./o A ropecuHria, ,ue passou a ocorrer com menor ma nitude. Uma das hipNteses para tal fato F a troca da est/o pBblica municipal, ,ue deslumbra um olhar menos privile iado ao se mento de eventos. Atualmente, a est/o parece estar tentando reverter este ,uadro, EH ,ue em Outubro de 2014 or anizou a EDposi./o A ropecuHria, no entanto, em propor.Ges muito menores, convidando apenas artistas locais, o ,ue n/o atraiu o mesmo nBmero de eDpectadores. Em 2015 a mesma foi realizada atipicamente no m*s de Julho e teve como atra./o principal um Bnico show, do cantor SFr io Reis. O carnaval conse uiu manter apenas um dos t/o anti os e tradicionais blocos em 2014. Em 2015 os cidad/os santanenses conse uiram formar mais blocos, porFm sem o poder de atratividade ,ue era eDercido em anos anteriores. Por fre,uentar o municpio de Santana do Deserto e suas respectivas festividades com re ular fre,u*ncia a presente pes,uisadora motivouAse a identificar as razGes pelas ,uais ocorreram ,uedas si nificativas no se mento de eventos do municpio e, conse,uentemente, ,ueda no nBmero de turistas ,ue visitam a cidade. Deste modo, o obEetivo do estudo F pes,uisar os reais motivos ,ue ocasionaram tal retrocesso. Para isso, a metodolo ia utilizada baseiaAse em pes,uisas biblio rHficas, documentais e de campo, por meio de entrevistas com moradores, turistas, profissionais do ramo de turismo e responsHveis pela atividade turstica de Santana do Deserto QMG. O primeiro captulo aborda as bases conceituais do Turismo de Eventos. O captulo se uinte apresenta Santana do Deserto, municpio obEeto da pes,uisa. O terceiro e Bltimo captulo relata as percep.Ges dos envolvidos com a atividade turstica na cidade. Tur smo de Eventos: aspectos conce tua s Em 1993, a Confer*ncia Internacional do Turismo, or anizada em Roma sobre os prenBncios da ONU 0Or aniza./o das Na.Ges Unidas1, eDecutou a defini./o de visitante 0turista13 Ra pessoa ,ue vai a um outro pas por ,ual,uer raz/o menos a de eDercer uma profiss/o remuneradaS 0Holloway, 19T9, p.91. Desde ent/o, podeAse comprovar ,ue foi criada devido ao fato de haver um deslocamento ori inado por haver um evento. A importUncia dos eventos no turismo F verificada desde a sua ori em. Os eventos s/o um fenVmeno crescente lobalmente, desenvolvido em nBmero e popularidade e funcionam como produto turstico , tanto com me aeventos ou com pe,uenas festividades comunitHrias 0Small, 2007, p.211. Em nvel Nacional, os overnos e responsHveis procuram montar e eDecutar eventos ,ue tra am prest io, reconhecimento e divul a./o, inclusive mundialmente. Re ionalmente, os valores tendem a ser mais voltados para a economia, para o social e poltico, e o artstico ent/o ficaria em se undo plano, mas hH eDce.Ges 0IlczuP et al., 2007, p.101. Armstron e Wotler 02003, p.3731, definem eventos como acontecimentos ,ue s/o planeEados e ,ue levam mensa ens a pBblicosAalvos. Estes autores distin uem canais de comunica./o n/o pessoal e canais de comunica./o pessoal. S/o considerados canais de comunica./o n/o pessoal por,ue afetam diretamente os compradores, como por eDemplo em shows , eDibi.Ges, eDcursGes e outros acontecimentos. Os eventos s/o i ualmente uma forma ,ue as empresas de marPetin usam para propa arem determinadas situa.Ges, como aniversHrios de empresas, em feiras de ne Ncios, em eventos desportivos, espetHculos artsticos, etc. Para ,ue tudo saia perfeito, eDistem profissionais ,ue planeEam todos os detalhes necessHrios. 0Wotler, 2000, p.291. Watt 01994, p.2351 define o termo como Ral o ,ue acontece, e n/o al o ,ue simplesmente eDisteS. Se undo Wra 019T9, p.571 os eventos n/o ocorrem isoladamente ou essencialmente em fun./o da mdia, mas s/o uma oportunidade de contato direto com o pBblico e isso n/o deve ser es,uecido. PlaneEar eventos F um fenVmeno ,ue acontece em determinado tempo e espa.o, e cada um F Bnico, pelas intera.Ges entre ambiente, pessoas e aos sistemas de or aniza./o, envolvendo desi n e pro rama. Os eventos planeEados s/o criados com um intuito, e as a.Ges individuais e comunitHrias precisam de profissionais e empresHrios. Obviamente, os eventos s/o muito importantes e F preciso criar estratF ias satisfatNrias com obEetivos, o ,ue muitas vezes F peri oso para ser realizado por ineDperientes. Para um evento especial ou um rande evento, F fundamental um profissional de rela.Ges pBblicas, um turismNlo o ou promoter, para arantir ,ue o evento seEa um sucesso. 0Wotler et al., 2003, p.4041. No Brasil, o se mento de Eventos possui elevada ma nitude por conta da diversidade cultural encontrada no pas. Y possvel destacar as tradicionais Festas Juninas de Campina Grande A PB e Caruaru Q PE; a manifesta./o folclNrica de Bumba Meu Boi, no Norte, as festas coloniais tpicas baseadas na cultura europeia como a OPtoberfest, em Blumenau QSC e os desfiles das escolas de Samba de S/o Paulo e do Rio de Janeiro. Minas Gerais F marcado pelos tradicionais carnavais de rua. Entre os mais conhecidos est/o o de Ouro Preto, Diamantina e Mar de Espanha. As EDposi.Ges A ropecuHrias tambFm tem for.a em todo o Estado de Minas Gerais, pois apresentam toda a representatividade rural e a cultura caipira local por meio dos shows e eDposi./o de alimentos e animais. Na re i/o da Zona da Mata F possvel destacas as EDposi.Ges A ropecuHrias Bicas e Juiz de Fora, ,ue acontecem tradicionalmente todos os anos, sobretudo no perodo de inverno por ser um perodo de chuvas menos intensas. 2- Apresentando Santana do Deserto . Santana do Deserto F uma cidade situada na Zona da Mata Mineira, mais eDatamente prNDima a divisa com o Estado do Rio de Janeiro 2. Se undo o site da prefeitura municipal 3; RSantana do Deserto nasce oficialmente pelo arti o 3: da lei provincial n:T75 de 4 de Eunho de 1T5T, mas EH em 1T52 eDistia pela doa./o de terras feitas por CUndido Ferreira da Fonseca e pela futura baronesa de Juiz de Fora, Camila Francisca Ferreira de Assis, sua esposa.
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