A EMPAREDADA DA RUA NOVA E OUTRAS HISTÓRIAS: Práticas E Representações Da Mulher Na Cidade Do Recife (1870-1909)

A EMPAREDADA DA RUA NOVA E OUTRAS HISTÓRIAS: Práticas E Representações Da Mulher Na Cidade Do Recife (1870-1909)

1 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA REGIONAL MESTRADO EM HISTÓRIA TEREZA CRISTINA LOPES DE ALBUQUERQUE A EMPAREDADA DA RUA NOVA E OUTRAS HISTÓRIAS: Práticas e representações da mulher na cidade do Recife (1870-1909) RECIFE- PE 2014 2 TEREZA CRISTINA LOPES DE ALBUQUERQUE A EMPAREDADA DA RUA NOVA E OUTRAS HISTÓRIAS: Práticas e representações da mulher na cidade do Recife (1870-1909) Dissertação apresentada como requisito para obtenção parcial do grau de Mestre no Curso de Pós Graduação em História Social da Cultura Regional, na Linha de Pesquisa: Política, Instituição e Identidade, da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Orientadora: Profª. Dra. Alcileide Cabral do Nascimento RECIFE- PE 2014 3 Ficha catalográfica A345e Albuquerque, Tereza Cristina Lopes de A emparedada da Rua Nova e outras histórias: práticas e representações da mulher na cidade do Recife / Tereza Cristina Lopes de Albuquerque. – Recife, 2014. 214 f. : il. Orientadora: Alcileide Cabral do Nascimento Dissertação (Mestrado em História Social da Cultura Regional) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de História, Recife, 2014. Referências 1. Gênero 2. Literatura 3. Recife I. Nascimento, Alcileide Cabral do, orientadora II. Título CDD 306.09 4 5 A todas as mulheres cujo passado busco recordar. 6 AGRADECIMENTOS “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”. Inicio a minha fala e os meus agradecimentos utilizando um verso do poeta português Fernando Pessoa, por isso nesse primeiro momento agradeço, antes de tudo e de todos, a Deus e às pessoas que me proporcionaram sentir o grande espetáculo que é a vida: meu pai Orlando e minha mãe Dona Zeza. Sei que agradecer não é tarefa fácil- como elogiar ou criticar irresponsavelmente- então, por um recurso de memória e através de um processo cronológico, tentarei em poucas linhas me lembrar das pessoas que fizeram com que esse trabalho pudesse existir. Ressalvo que aquelas as quais por descuido e relapso eu esqueci, também agradeço. Primeiro quero agradecer ao meu querido professor de cursinho Tomaz Maciel, ele foi o primeiro a mostrar para mim o quanto era mágico o mundo das palavras e da literatura. Ele me fez abandonar supostos propósitos que na realidade nunca existiram em minha vida. Em decorrência da presença de Tomaz, quero agradecer a todos os meus professores de Literatura no curso de Bacharelado em Crítica Literária oferecido pela Universidade Federal de Pernambuco, em especial ao professor Anco Márcio Tenório Vieira, Aldo Lima, Sonia Ramalho, Clarissa Loureira, Lourival de Holanda, Fábio Andrade, Luzilá Gonçalves, Esman Dias, vocês me fizeram pensar e sentir a literatura. Em segundo lugar quero agradecer a todas pessoas que se circunscrevem na minha vida; a presença delas fizeram com que essa caminhada rumo ao sonho da realização do mestrado fosse mais suave, são elas: Carlos Andrade Júnior, o meu eterno companheiro, pela paciência, compreensão, amor que sempre devotou a mim e a minha filha; a Pepeu, Maria Elizabeth, minha filha, pois escrevi cada linha dessas esperando que um dia você leia este trabalho; Flávio por dividir comigo responsabilidades e por isso me ajudar a ter tempo de escrever esta dissertação; minha irmã Tânia que, na minha ausência, soube ser uma mãe ditosa e carinhosa para minha filha; os meus alunos do curso de Fernandinho e Cia, em especial Emerson, paciente em me escutar, quando lia este trabalho para ele; Carol que com palavras me impulsionava a terminá-lo e que com a sua capacidade de organização sempre buscou ordená-lo; Anne, por amar apenas as ideias que eu tinha em mente; Bruna, pela paciência e admiração por mim; Aline, pelas palavras doces e meigas. Em terceiro lugar, quero agradecer ao meu amado sobrinho Josué, Juninho, que me incentivou e sempre acreditou no meu potencial. Por incentivo dele entrei no curso de História da UFRPE, prestei seleção para o mestrado e travei relações com pessoas, dentro e fora da academia, não menos importantes para a consecução deste sonho. Agradeço a todas elas: a 7 querida pesquisadora Noêmia Luz, por te me apresentado à obra de Carneiro Vilella; o meu amigo Rômulo Oliveira Júnior, o primeiro a nortear as minhas ideias quando elas ainda não passavam de um projeto e apoio durante o curso; a professora Alcileide Cabral por não apenas direcionar minhas leitura e minha escrita, mas por me revelar questões de Gênero fundamentais; a professora Ângela Grillo por confiar na minha ideia e se mostrar muito interessada, aqueles olhos verdes faiscantes fizeram com que eu entendesse que trazer o texto da Emparedada da Rua Nova para as discussões de gênero era importante para a academia; a professora Suely Almeida, não pelas suas orientações, pois elas não existiram, mas pela escrita da professora que, na sua tese de doutorado, “O sexo devoto”, me fez ver que, por sua linguagem simples, comovente, mas não menos acadêmica, o exercício historiográfico interdisciplinar seria possível; o professor Wellington Barbosa, por me mostrar, com sua paciência e dedicação, que sem as fontes este trabalho de nada serviria; Rafael da secretaria do mestrado, por suportar a minha pouca aptidão para o imediatismo da vida, nisso incluem- se os prazos; os meus companheiros de sala e de disciplinas, em especial Renata, por me orientar sobre a importância de se fazer um trabalho na área de história, Rivelino, Wal, Érica, Nuno, Pollyana Calado, ao meu amigo e professor de História Vilmar Victor e tantos outros que me apoiaram. Em quarto lugar, especialmente, quero agradecer a Hilton, sem você- amigo, ex-aluno, companheiro de copo e de cruz- certamente eu faria o texto, mas não tão belo e convincente. Sei e tenho plena convicção de que tudo o que você fez por mim nessa caminhada foi por amor e respeito a minha pessoa e aos meus ideais. Você não vacilou em nenhum momento, você foi completo, responsável, atencioso, nada do que você me trouxe exagerou ou excluiu, para você o meu eterno OBRIGADO. Por fim, quero agradecer a todos os funcionários do Café São Braz do Shopping Tacaruna, meu reduto de trabalho. Eles, por dois anos, me aguentaram quase que diariamente naquele café, são eles: Dona Letícia, a proprietária, que como os funcionários nunca se incomodaram por eu passar horas a fio escrevendo e lendo à mesa; pelas meninas Alexandra, Aparecida, Claudilene, Elizângela, Érica, Patrícia, Emmanuelle, Elildes, Flavia, Gleice, Isabel, Rizia, Zenilda, Socorro, pela atenção, e por fim, Francisco, o barista, que com arte fazia o meu café. Grande parte do processo de criação desta dissertação foi realizada nesse espaço. Todos os funcionários, sem exceção, me trataram com amor, carinho e respeito. Não sei por que, mas esse café, para mim, parece o espaço privilegiado para quem quer iniciar ou findar uma vida de leituras. Nele, sempre li belos textos, ao sabor do forte café, sempre pude refletir sobre as minhas leituras e as dos outros. MUITO OBRIGADO POR TUDO. 8 A EMPAREDADA DA RUA NOVA E OUTRAS HISTÓRIAS: Práticas e representações da mulher na cidade do Recife (1870-1909) RESUMO Na cidade do Recife, para a consecução de uma cidade civilizada, a mulher passou a ser peça importante na construção de uma cidade dentro dos propósitos da civilização, por isso a mulher foi moldada conforme o interesse de grupos sociais que as forjavam. Aliado a esse desejo de progresso, as transformações urbanísticas ocorridas na cidade do Recife e suas consequências possibilitaram uma modificação do perfil da mulher na sociedade. Em diferentes momentos históricos nos oitocentos- apesar de setores conservadores da sociedade- nos jornais, nas revistas, na tribuna, as discussões sobre a emancipação feminina geravam polêmicas e apontavam novos espaços os quais as mulheres iriam ocupar no século XX. A literatura incorporou essas transformações, e, em todos os períodos literários, o romance passou a ser questionado. Na sua obra, a Emparedada da Rua Nova, o escritor pernambucano Carneiro Vilella se ocupou dessa mulher dos fins do século XIX e nos apontou um perfil feminino transgressor para a época, definindo para cada falta dessas mulheres o castigo social e moral que cabia a elas. Palavras chave: Gênero, Literatura, Recife. 9 A EMPAREDADA DA RUA NOVA AND OTHER STORIES: Practices and representations of women in the city of Recife (1870-1909) ABSTRACT In Recife, to achieve a civilized city, the woman turned into an important part in building a city along with the lines of civilization. In the matter of that, the woman was shaped according to the interest of social groups that forged her. Allied with this desire for progress, the urban transformations that have occurred in the city of Recife and its consequences allowed a modification of the profile of women in society . In different historical moments in 1800 - in spite of conservative sectors of society, in newspapers, in magazines, on the rostrum moments, discussions about female emancipation controversy and generated new pointed spaces which women would occupy in the twentieth century. The literature has incorporated these changes, and in all literary periods, the novel came to be questioned. In his work, "A Emparedada da Rua Nova" a writer from Pernambuco called Carneiro Vilela engaged this woman of the late nineteenth century and made us an offender profile female for the time, setting for each of these women lack the social and moral punishment that fit them. Key words: Gender, Literature, Recife. 10 LISTA DE FIGURAS NÚMERO FONTE PÁGINA N.1 Anúncio da Maison Chic publicada no Jornal Diário de Pernambuco no dia 13 de setembro de 1887. Imagem consultada no APEJE. 47 N.2 Anúncio de venda de máquina de costura da marca Singer. Publicada no Jornal do Recife no dia 9 de janeiro de 1897. Imagem consultada no APEJE. 49 N.3 Ilustração da modista Leonor Porto publicada na capa do Jornal Ave Libertas do dia 8 de setembro de 1886.

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