Colecionismo De Arte Moderna E Contemporânea No Brasil: Um Estudo

Colecionismo De Arte Moderna E Contemporânea No Brasil: Um Estudo

1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ADRIANO CÉLIO GOMIDE COLECIONISMO DE ARTE MODERNA E CONTEMPORÂNEA NO BRASIL: UM ESTUDO BELO HORIZONTE 2014 2 ADRIANO CÉLIO GOMIDE COLECIONISMO DE ARTE MODERNA E CONTEMPORÂNEA NO BRASIL: UM ESTUDO Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Artes da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em Artes. Área de Concentração: Arte e Tecnologia da Imagem Orientadora: Profa. Dra. Maria Angélica Melendi de Biasizzo BELO HORIZONTE ESCOLA DE BELAS ARTES DA UFMG 2014 3 Dedico este trabalho aos colecionadores que, nas entrevistas, me ensinaram uma outra perspectiva sobre sua atividade, e que, com suas aquisições e coleções mantêm uma importante parte do sistema de arte brasileiro funcionando. Gomide, Adriano Célio,1963- Colecionismo de arte moderna e contemporânea no Brasil [manuscrito] : um estudo / Adriano Célio Gomide. – 2014. 2 v. : il. Orientadora: Maria Angélica Melendi de Biasizzo. Tese (doutorado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Belas Artes. 1. Arte – Coleções particulares – Brasil – Teses. 2. Colecionadores e coleções – Brasil – Teses. 3. Arte – Comercialização – Brasil – Teses. I. Biasizzo, Maria Angélica Melendi,1945- II. Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Belas Artes. III. Título. CDD: 790.132 4 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, À Piti – Dra. Maria Angélica Melendi de Biasizzo – pelo acolhimento do meu projeto de pesquisa, pela orientação e pela amizade, Aos meus pais Eglé e Célio e ao meu irmão Rodrigo, Ao Diogo, pela amizade constante, À minha avó Neném, a André Bandeira, a Romeu Scarioli, a Antônio Scarioli, a Regina Barroso, a Priscila Freire, a Hélio Nunes, a Olímpia de Souza, a Janaína Melo, a Márcio Vasconcellos, a Tânis Parasin, a Rosângela Rennó, a Eduardo Reis, a Consuelo Salomé, a Noeme e Ricardo da Biblioteca da Escola Guignard e a Cristina, Néia e Symon da Biblioteca de Inhotim. Aos Drs. Ana Tavares e Mário Azevedo, pela leitura atenciosa e sugestões durante o exame de qualificação; A Nilcéa Moraleida e Sílvia Santiago por livros que vieram em momentos cruciais da pesquisa; Aos meus alunos da Escola Guignard, Às Instituições: Escola Guignard/UEMG, nas pessoas de Ana Cristina Brandão e Carlos Wolney Soares; à Escola de Belas Artes/UFMG, onde realizei a pesquisa e ao Instituto Inhotim, nas pessoas de Jochen Volz, María Eugenia Salcedo Repolês e Mariana Gabarra; À FAPEMIG, à CAPES e ao contribuinte brasileiro pelo financiamento parcial da pesquisa; A todas as pessoas que colaboraram para que esta pesquisa pudesse ser realizada. E finalmente a todos os colecionadores entrevistados que, com seus depoimentos, engrandeceram nossa pesquisa sobre colecionismo de arte no Brasil. Abaixo eu os nomeio na ordem em que foram entrevistados: Ricardo Giannetti, Carlos Perktold, Neuber Siqueira, Manfred Ernst Leyerer, João Carlos de Figueiredo Ferraz, Oswaldo Corrêa da Costa, Pedro Paulo Filgueiras Barbosa, Delcir Antônio da Costa, Fátima Pinto Coelho e Ângela Gutierrez. 5 Uma coleção, da mesma forma que uma obra de arte, só pode ser feita à mão. Diferentemente do artista, porém, o colecionador jamais conclui aquilo que começa: sempre há algo a conquistar, a modificar, a aprimorar. Gilberto Allard Chateaubriand 6 RESUMO A presente pesquisa foi motivada pelo interesse de estudar o papel dos colecionadores de arte moderna e contemporânea no sistema de arte brasileiro. O trabalho tem como objeto o colecionismo de cunho privado, exercido por indivíduos sem qualquer relação ou envolvimento oficial com os órgãos públicos, e cuja aquisição de obras de arte baseia-se em escolhas e interesses pessoais. Ao longo dela, verificou-se que o sistema de arte brasileiro nos últimos 25 anos se tornou cada vez mais complexo, e que definições de termos como colecionador e colecionismo não comportavam mais ideias fixas ou o significado que lhes foi atribuído. A reavaliação dos conceitos já estabelecidos e das definições preexistentes se fez necessária para uma correta adequação dos termos ao atual cenário de arte nacional. Levamos em consideração as obras de arte adquiridas através de relações de trocas voluntárias entre agentes econômicos – sejam eles artistas, colecionadores, galeristas, marchands ou leiloeiros –, as quais foram matéria de nossa atenção ao longo dos capítulos, como elementos envolvidos na relação estudada. Os trabalhos foram desenvolvidos através da caracterização dos vários modos de se adquirir e de se acumular obras de arte: mecenato, entesouramento e colecionismo, sendo este último o verdadeiro foco da pesquisa. Foram feitas entrevistas a dez colecionadores que, convidados, se dispuseram a compartilhar suas experiências em colecionismo. A contribuição de cada um deles permitiu conhecer suas motivações, estratégias e ideias relacionadas ao ato de colecionar obras de arte. 7 ABSTRACT This research was motivated by the interest in studying the role of contemporary and modern art collectors in the Brazilian fine art system. The subject of this work is private art collecting, carried out by individuals unrelated or not officially tied to any public institution and who acquire art works based on personal choices and interests. Throughout the research, it was verified that the Brazilian art system has become increasingly complex in the past 25 years, and also that definitions of the terms art collector and art collecting no longer admit fixed ideas or the meanings that had been attributed to them. The revaluation of the concepts already established and existing definitions was necessary for proper adjustment of the terms to the current scenario of national art system. We consider the works of art acquired through voluntary exchange relationships between economic agents – be them artists, collectors, gallery owners, art dealers, or auctioneers - , which were the object of our attention throughout the chapters, as elements involving the studied relationship. The works were developed through the characterization of several ways of acquiring and accumulating art works: patronage, treasure gathering or true art collecting, the latter being the true focus of this research. Ten interviews were made with ten art collectors who were willing to share their experiences. The contribution of each of them allowed us a better understanding of their motivations, strategies and ideas related to the act of collecting art. 8 VOLUME I 9 ÍNDICE DAS ILUSTRAÇÕES Figura 1 Meu irmão Rodrigo Célio Gomide, de conjunto amarelo, e eu, de conjunto azul, nos jardins do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Circa 1970. Foto: Célio Orlando Gomide. ..................................................................................................................................................... 21 Figura 2 Medalhão em metal que ficava afixada à porta da residência do Sr. Orlando Nogueira Gomide em Belo Horizonte. Circa 1935. ................................................................................... 22 Figura 3 Exposição de pintura. Circa 1950. Belo Horizonte. Fotógrafo ignorado. .................... 23 Figura 4 Capa do Segundo Caderno do Jornal O Globo. Edição de 200/11/1995. Rio de Janeiro. Fonte: http://acervo.oglobo.globo.com/consulta-ao-acervo ........................................................ 28 Figura 5 Fotografia da pintura El gabinete de um aficionado, (1981) de Isabelle Vernay- Lévêque tirada durante exposição Pere(t)c, Fundación Luis Seoane, A Coruña, Espanha, outubro/2010 a janeiro/2011. Carlos Fernández Pello, 2011 ...................................................... 36 Figura 6 Reprodução da capa do livro El gabinete de um aficionado: Historia de um cuadro, de Georges Perec pela Editora Anagrama, Barcelona, 2008 ........................................................... 36 Figura 7 Cozinha do Palácio Nacional da Pena, Sintra, Portugal. Foto: Adriano C. Gomide, 2010 ............................................................................................................................................. 38 Figura 8 Ilustração arqueológica da tumba de Tutancâmon como encontrada em 1922 com os objetos mortuários representados in situ, Vale dos Reis, Egito. Garth A. Denning, 2001 .......... 39 Figura 9 The Collectors de Michael Elmgreen & Ingar Dragset, Pavilhão Nórdico Bienal de Veneza 2009. Foto de Riccardo Slavik ....................................................................................... 41 Figura 10 Detalhe da Tumi (faca cerimonial) Chimu, costa norte do Peru, circa 1100-1450 d.C. Ouro e turquesa. 34 x 12.7 cm The Art Institute of Chicago. Foto: Mary Harrsch .................... 43 Figura 11 Defesa vazada – CBF se descuida e ladrões carregam a taça. Revista Veja, edição de 28/12/1983 p. 39. ........................................................................................................................ 45 Figura 12 Árvore da família Babenberg. Hans Part, 1492. Klosterneuburg, Áustria. Detalhe: Adalberto na batalha contra os húngaros, com Melk ao fundo. © IMAREAL, ÖAW ............... 52 Figura 13 Coroação de Dom Pedro II óleo sobre tela de François Moreaux 1842 Museu Imperial Petrópolis ...................................................................................................................... 57 Figura 14 O Jardim das Delícias Terrenas Hieronymus Bosch 1500-1505 (Detalhe do painel esquerdo) - Museu do Prado, Espanha ........................................................................................ 61 Figura 15 Hieronymus Bosch O Jardim das Delícias

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