Confluencia 31.Pmd

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CONFLUÊNCIA ISSN 1415-7403 Per multiplum ad unum “As armas e padrões portugueses postos em África, e em Ásia, e em tantas mil ilhas fora da repartiçam das três partes da terra, materiaes sam, e pode-as o tempo gastar: peró nã gastará doutrina, costumes, linguagem, que os portugueses nestas terras leixarem.” (JOÃO DE BARROS, Diálogo em Louvor da Nossa Linguagem) N.o 31 – 1.º semestre de 2006 – Rio de Janeiro LICEU LITERÁRIO PORTUGUÊS CORPO DIRETIVO – 2005/2006 DIRETORIA Presidente: Francisco Gomes da Costa Vice-presidente: Henrique Loureiro Monteiro 1.º Secretário: Arnaldo de Figueiredo Guimarães 2.º Secretário: Francisco José Magalhães Ferreira 1.º Tesoureiro: Manuel Lopes da Costa 2.º Tesoureiro: Jorge Manuel Mendes Reis Costa 1.º Procurador: Carlos Eurico Soares Félix 2.º Procurador: Manuel José Vieira Diretor Bibliotecário: Maximiano de Carvalho e Silva Diretor Cultural: Carlos Alberto Soares dos Reis Martins Diretor Escolar: Evanildo Cavalcante Bechara Diretor de Divulgação: João Manuel Marcos Rodrigues Reino CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: Manuel Paulino 1.º Secretário: Maria Lêda de Moraes Chini 2.º Secretário: Bernardino Alves dos Reis CONSELHO FISCAL Membros Efetivos: Albano da Rocha Ferreira Ronaldo Rainho da Silva Carneiro Antonio da Silva Correia Suplentes: José Gomes da Silva Paulo Valente da Silva Carlos Jorge Airosa Branco DIRETOR DO INSTITUTO DE ESTUDOS PORTUGUESES AFRÂNIO PEIXOTO Acadêmica Rachel de Queiroz (in memoriam) DIRETOR DO INSTITUTO DE LÍNGUA PORTUGUESA Prof. Evanildo Bechara DIRETOR DO INSTITUTO LUSO-BRASILEIRO DE HISTÓRIA Prof. Arno Wehling DIRETOR DA REVISTA CONFLUÊNCIA Prof. Evanildo Bechara SUPERINTENDENTE Albino Melo da Costa CONFLUÊNCIA REVISTA DO INSTITUTO DE LÍNGUA PORTUGUESA LICEU LITERÁRIO PORTUGUÊS Presidente: Francisco Gomes da Costa CENTRO DE ESTUDOS LUSO-BRASILEIROS Diretor: Antônio Gomes da Costa DIRETORIA DO I.L.P. CONSELHO CONSULTIVO Francisco Gomes da Costa (Presidente) Adriano da Gama Kury Evanildo Bechara (Diretor Geral) Amaury de Sá e Albuquerque Maximiano de Carvalho e Silva (Diretor Executivo) Carlos Eduardo Falcão Uchôa Antônio Basílio Rodrigues Fernando Ozório Rodrigues Horácio Rolim de Freitas Jayr Calhau Rosalvo do Valle José Pereira de Andrade Ricardo Cavaliere CONFLUÊNCIA Walmírio Macedo Diretor: Evanildo Bechara Comissão de Redação: Antônio Basílio Rodrigues Horácio Rolim de Freitas Rosalvo do Valle Produção Gráfica Editora Lucerna Cx. Postal 32054 CEP 21933-970 – Rio de Janeiro – RJ Internet: www.lucerna.com.br Pede-se permuta Pídese canje On demande l’échange Si chiede lo scambio We ask for exchange Man bitte um Austausch Endereço para correspondência: Liceu Literário Português Rua Senador Dantas, 118 – Centro CEP 20031-201 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil Tel.: (021) 2220-5495 / 2220-5445 – Fax: (021) 2533-3044 E-mail: [email protected] – Internet: www.liceuliterario.org.br A matéria da colaboração assinada é da responsabilidade dos autores. Confluência 31 5 SUMÁRIO Pág. Editorial (A. GOMES DA COSTA) ........................................................................ 7 Professor Ernesto de Faria Júnior (ROSALVO DO VALLE) ................................................................................. 11 O Prof. Ernesto Faria e sua importância para os estudos de latim HORÁCIO ROLIM DE FREITAS ........................................................................ 49 Partes Orationis: notas sobre a tradição greco-latina (LUIZ M. M. DE BARROS / TEREZINHA BITTENCOURT) .................................. 59 Uma obra preciosa ao romanista: a Lateinische Umgangssprache de Johann Baptist Hofmann (EVANILDO BECHARA) ................................................................................. 83 ARTIGOS Sobre o gerúndio e “gerundismo”: uma análise de um assunto emotivo e polêmico (JOHN ROBERT SCHMITZ) ............................................................................ 87 Filosofia da linguagem e terminologia ecdótica (BARBARA SPAGGIARI)................................................................................111 Gramaticalização das formas estar, ser, andar, ir, vir + Gerúndio. Breve percurso por textos dos séculos XIII a XVI – usos, sentidos e valores (CARLA A BREU VAZ)................................................................................ 127 Afinal, quem é a mulher de verdade? – um estudo lexical, antes do mais (MARIA EMÍLIA BARCELLOS DA SILVA) ........................................................ 167 A saudade na Língua Portuguesa (NELLY CARVALHO) .................................................................................. 183 Câmara e Câmera (RICARDO CAVALIERE)............................................................................... 193 Aspectos lexicais do português do Brasil no século XIX (CASTELAR DE CARVALHO) ........................................................................ 203 6 RESENHA CRÍTICA SILVA, Amós Coêlho da & MONTAGNER, Airto Ceolin. Dicionário latino-português. (MARIZA MENCALHA DE SOUZA) ................................................................ 223 COLABORADORES DESTE NÚMERO ........................................... 227 Confluência 31 7 EDITORIAL O LIVRO PORTUGUÊS NO BRASIL Dr. Antônio Gomes da Costa Há poucos dias, no Real Gabinete Português de Leitura, estiveram reuni- dos professores universitários brasileiros e portugueses a discutir o problema do livro nas relações culturais entre os países lusófonos e, de modo especial, entre o Brasil e Portugal. O tema é complexo e não tem sido fácil encontrar soluções, por maior que seja o empenho de todas as partes envolvidas – autores, casas editoras, livrarias e os próprios governos. Os impasses vêm de longe, desde o tempo das edições “piratas’ que já irritavam o Eça de Queiroz e o Ramalho Ortigão, na altura em que publicavam “As Farpas”, até à controvérsia criada em torno das traduções de obras estrangeiras que, em muitos casos, são negociadas, em caráter de exclusividade, ora para o espaço português, ora para o espaço brasileiro. Apesar das diversas vicissitudes do “senhor mercado”, houve época, lá pelos meados do século XX, em que o livro brasileiro era vendido regularmente em Portugal – as obras de Jorge Amado, de Érico Veríssimo, de Gilberto Freyre, de Manoel Bandeira, de Josué Montello, de João do Rio, de Álvaro Moreira e de muitos outros estavam nas prateleiras não apenas das livrarias da “baixa” lisboeta, mas também nas de qualquer loja da província. Da mesma forma que o livro português chegava ao Brasil com pontualidade, vindo nos navios da Cia. Nacional de Navegação ou da “Mala Real” inglesa, sobretudo ao Rio de Janei- ro e a São Paulo, destinado às livrarias especializadas em autores portugueses, como era o caso da “Livros de Portugal”, dirigida por Antonio Pedro Martins Rodrigues, da “Morais” ou da “Acadêmica”, tendo a elas se juntado, numa fase seguinte, a Livraria Camões, extensão da “Casa da Moeda” de Lisboa, que primava pelas edições excelentes de autores clássicos. Esse foi um período em que tivemos de um lado e do outro do Atlântico uma geração de intelectuais e de mestres universitários, de escritores e de jornalistas, de acadêmicos e de Ho- mens de pensamento, que em sintonia com políticos influentes, procurou enri- quecer e dar corpo a uma comunidade de raiz lusíada em todos os domínios. E 8 o livro, nessa arquitetura, era uma lançadeira importante. Nas pautas de impor- tação e exportação, ainda que medíocres no volume e centradas em meia-dúzia de artigos de sobremesa, ou da saudade, o intercâmbio do livro, revistas e jor- nais ocupava um dos lugares cimeiros, juntamente com os vinhos e os azeites. Nas últimas décadas do século passado, entretanto, tivemos reflexos mui- to negativos que afetaram esse comércio, sobretudo a importação do livro por- tuguês. Primeiro, vieram as razões de natureza econômica: era impossível fixar um preço razoável para a venda do livro importado com as desvalorizações de um câmbio descontroladamente variável e o empate de capital a juros exorbi- tantes. Depois, as profundas mudanças políticas, culturais, sociais e no ensino ocorridas nos dois países (no Brasil chegou-se a acabar com os cursos de Literatura Portuguesa numa altura em que bons especialistas implicavam com eles) cortaram o fascínio recíproco que existia antes pelos autores de um e de outro país e não se chegaram a conhecer os escritores mais novos salvo raras exceções. Coincidiram com essa fase os espasmos das crises econômicas, os pe- quenos investimentos dos governos para criar focos de difusão da cultura na- cional no estrangeiro, o desprezo dos currículos na apreciação dos conteúdos gerados no outro país, as perdas no hábito da leitura e assim por diante. O resultado de tudo isso fez com que nos últimos anos a solução para o problema do livro português no Brasil e do livro brasileiro em Portugal passasse a ser uma só: a edição no Brasil de autores portugueses e a edição em Portugal de autores brasileiros. Estão aí os casos bem sucedidos de José Saramago ou de Miguel Sousa Tavares, deste lado do Atlântico, ou de Paulo Coelho e Nélida Piñon do lado de lá. É claro que esta solução é facilitada quando se trata de autores conheci- dos em que o risco das editoras é pequeno, ou nulo. No entanto, quando estão em causa obras de escritores pouco conhecidos, ou mesmo de outros que ape- sar do prestígio interno, resistem à edição, tudo se paralisa de novo. E nem o apoio que vem sendo dado pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas a algumas editoras brasileiras tem sido suficiente para estimular o lançamento dos novos valores

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