Universidade Federal De Minas Gerais Faculdade De Letras Programa De Pós-Graduação Em Estudos Linguísticos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE LETRAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS Mônica Emmanuelle Ferreira de Carvalho Língua e cultura do norte de Minas: a toponímia do município de Montes Claros Belo Horizonte 2010 Mônica Emmanuelle Ferreira de Carvalho LÍNGUA E CULTURA DO NORTE DE MINAS: A TOPONÍMIA DO MUNICÍPIO DE MONTES CLAROS Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Estudos Linguísticos da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Linguística Teórica e Descritiva. Área de concentração: Linguística Teórica e Descritiva Linha de Pesquisa: Estudo da Variação e Mudança Linguística Orientadora: Profª. Doutora Maria Cândida Trindade Costa de Seabra Belo Horizonte Faculdade de Letras da UFMG 2010 Dissertação aprovada em 16 / 04 / 2010 pela Banca Examinadora constituída pelos Professores Doutores: ____________________________________________________________ Profa. Dra. Maria Cândida Trindade Costa de Seabra – UFMG Orientadora _____________________________________________________ Profa. Dra. Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick – USP _______________________________________________________________ Profa. Dra. Evelyne Jeanne Andrée Angèle Madeleine Dogliani – UFMG A meus pais Maria de Lourdes Ferreira de Carvalho (in memoriam) e Carlúcio Santos de Carvalho. Agradecimentos A Deus, que sempre iluminou os meus passos, dando-me força para seguir nos momentos difíceis. Agradeço à minha orientadora Profª. Dra. Maria Cândida Trindade Costa de Seabra, pelo acolhimento, dedicação e estímulo constante para a realização deste trabalho. À minha família, pela compreensão e suporte durante esses anos de difícil caminhada. Ao Christiano, companheiro em todos os momentos, pelo incentivo e ajuda técnica. À Grazielle Ferreira e Emanoela Lima, que me prestaram grande ajuda com a revisão. À Gisele, amiga querida a quem eu admiro, pela amizade desde os tempos de coleta de dados no IBGE, pelos livros emprestados, incentivo e confidências nos momentos difíceis. Ao Acervo de Escritores Mineiros da UFMG, Arquivo Público Mineiro e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Aos meus familiares montesclarenses, especialmente Antônia, Maria Natividade, Geraldo, José Reinaldo, Pedro, Liliane, Wellington e Janete. Aos informantes de Montes Claros, por nos receberem em suas casas, pela contribuição, sem a qual este trabalho teria sido inviável. Enfim, a todos aqueles que, de alguma forma, colaboraram para a realização deste trabalho. É indispensável distinguir as Minas, das Gerais; os mineiros dos geralistas. São duas mentalidades absolutamente diversas, duas épocas, duas formações históricas diferentes, duas áreas geográficas. Agora, sim, aparece o contraste: a montanha e o campo. (VASCONCELLOS, 1968, p. 193) Resumo Esta pesquisa tem como objetivo o estudo dos topônimos do município de Montes Claros, situado no norte de Minas Gerais, região que mantém importância histórica por sua localização estratégica durante o período de desbravamento do sertão mineiro nos séculos XVIII e XIX. A toponímia, além de evidenciar marcas da história social (formação étnica, processos migratórios, sistema de povoamento de uma região administrativa), perpetua características do ambiente físico (vegetação, hidrografia, geomorfologia, fauna, etc.) de uma região. O estudo discute, assim, a relação entre língua, cultura e sociedade, resgatando a memória refletida nas motivações toponímicas levantadas. O referencial teórico-metodológico está embasado nos conceitos de Dauzat (1926) e Dick (1990a, 1990b e 2004); e nos conceitos sobre ambiente, segundo Sapir (1969). Sob a luz da sociolinguística, segundo o modelo laboviano, parte-se do presente e volta-se ao passado. Primeiramente, observaram-se dados de língua falada coletados em entrevistas orais, em seguida, consultaram-se mapas e outros documentos antigos para coletar dados da língua escrita e, finalmente, foram cotejados presente e passado, objetivando observar casos de variação, mudança ou retenção linguísticas. Os resultados obtidos por meio da pesquisa mostram a predominância dos nomes de natureza física, dentre eles os nomes de plantas, destacando-se, desse modo, a influência do ambiente físico na geração dos designativos. A pesquisa também revela um índice pouco significativo de casos de variação e mudança linguísticas, mostrando que a toponímia na região é bastante conservadora. Destaca-se, ainda, a importância da coleta de topônimos em entrevistas orais, o que expandiu consideravelmente os dados da região estudada. Palavras-chave: Toponímia, ambiente, cultura, Linguística, Minas Gerais. Abstract This research deals with toponyms from the City of Montes Claros, located in the Northern region of the State of Minas Gerais, Brazil. This region is historically important due to its strategic location during the period of Backland colonization in the 18th and 19th centuries. Besides pointing out marks of social history, such as ethnic formation, migratory processes, and settlement systems in administrative regions, toponymy also perpetuates physical characteristics (i.e., fauna, flora, hydrography, geomorphology) of a given region. This study discusses the relationship between language, culture, and society, by retrieving the memory reflected in the toponyms obtained. Theory and methodology of this work are in agreement with Dauzat (1926) and Dick (1990a, 1990b, 2004); the concept of environment used is from Sapir (1969). According to the labovian model, under a sociolinguistic perspective, inquiry on toponyms extended from present time to the past. Firstly, vernacular language data was collected in oral interviews. Next, maps and other old documents were referred to for written language data. Past and present data were then compared for variations, changes, or linguistic retentions. Results show predominance of toponyms of physical nature, like plant names. Therefore, physical environment greatly influences the generation of designation in this context. Moreover, toponymy in this region is conservative, since there were scarce variations and linguistic changes. Oral interviews for collection of toponyms were of great value to this research, expanding considerably data from the studied region. Key-words: toponym, environment, culture, Linguistic, Minas Gerais. ABREVIATURAS E SIGLAS A – Antroponímia ADJ – Adjetivo ADJpl – Adjetivo plural ADJsing – Adjetivo singular ADV – Advérbio Apl – Artigo plural Asing – Artigo singular Cf. – Confira IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística l. – Linha N – Nome Simples NC – Nome Composto NCf – Nome Composto feminino NCm – Nome Composto masculino n/e – não encontrado Nf – Nome feminino Nm – Nome masculino p.– Página Prep – Preposição Pron – Pronome Qv – Qualificativo S – Substantivo Spl – Substantivo plural Ssing – Substantivo singular T – Toponímia ∩ – Intersecção LISTA DE TABELAS Tabela 1- Quadro comparativo de topônimos. ...................................................................... 177 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Normas adotadas para a transcrição das gravações .............................................. 61 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Identificação percentual dos topônimos em relação aos aspectos físicos e antropoculturais ..................................................................................................................... 164 Gráfico 2 – Distribuição numérica dos topônimos – taxionomias de natureza Física .......... 165 Gráfico 3 – Distribuição percentual dos topônimos - taxionomias de natureza Física ......... 165 Gráfico 4 – Distribuição numérica dos topônimos - taxionomias de natureza Antropocultural...... 166 Gráfico 5 – Distribuição percentual dos topônimos - taxionomias de natureza Antropocultural .... 166 Gráfico 6 – Identificação numérica dos topônimos em relação a sua taxionomia ................ 167 Gráfico 7 – Identificação percentual dos topônimos em relação a sua taxionomia .............. 167 Gráfico 8 – Identificação numérica dos topônimos em relação à origem ............................. 170 Gráfico 9 – Identificação percentual dos topônimos em relação à origem ........................... 170 Gráfico 10 – Identificação dos topônimos em relação ao gênero. ......................................... 172 Gráfico 11 – Identificação numérica dos topônimos em relação ao registro em documentos escritos. .................................................................................................................................. 182 Gráfico 12 – Identificação percentual dos tipos de variações ............................................... 184 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Onomástica. ............................................................................................................ 21 Figura 2 – Triângulo de Odgen e Richards (1923) .................................................................. 27 Figura 3 – Ficha lexicográfica. ................................................................................................ 62 LISTA DE FOTOS Foto 1 – Morro Dois Irmãos. ................................................................................................. 14 Foto 2 – Igreja Morrinhos, Montes Claros, M/G. .................................................................. 18 Foto 3 – Catedral Nossa Senhora Aparecida, Montes Claros, M/G. ..................................... 37 Foto 4 – Matriz de Nossa Senhora da Conceição – Matias Cardoso - Mg ............................ 49 Foto 5

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