VERSÃO RESUMIDA LEIA O RELATÓRIO COMPLETO EM WWW.INCID.ORG.BR PARCERIA: Indicadores da Cidadania Vivida REALIZAÇÃO: www.incid.org.br [email protected] Junho 2012 INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS Av. Rio Branco, 124 / 8º andar 20040-916 • Rio de Janeiro• RJ Tel: (21) 2178-9400 Fax: (21) 2178-9402 Site: www.ibase.br PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Mórula Oficina de Ideias PUBLICADO SOB LICENÇA CREatiVE COMMONS. ALGUNS DIREITOS RESERVADOS: projeto Indicadores da Cidadania (Incid), desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) em parceria com a O Petrobras, apresenta neste caderno os indicadores da cidadania vivida. Este é o primeiro conjunto de indicadores do sistema Incid, que avalia o exercício da cidadania nos 14 municípios do chamado Leste Fluminense: Cachoeiras de Macacu, Casimiro de Abreu, Guapimirim, Itaboraí, Magé, Maricá, Niterói, Nova Friburgo, Rio Bonito, Saquarema, Silva Jardim, São Gonçalo, Tanguá e Teresópolis. Este caderno é uma apresentação destes primeiros indicadores, um aperitivo para a análise completa, publicada no relatório Indicadores da Cidadania Vivi- da, disponível na íntegra e de forma gratuita no site do Incid (www.incid.org.br). O objetivo dos indicadores da cidadania vivida é identificar situações de exclu- são e possibilitar a percepção de diferentes graus de acesso aos direitos. O Incid elabora outros três conjuntos de indicadores: cidadania garantida (as políticas públicas em prol da cidadania), cidadania percebida (a percepção da população sobre a sua condição cidadã) e cidadania em ação (a organização social), que serão divulgados nos próximos meses. Os quatro grupos de indicadores correspondem às quatro dimensões da cidadania ativa, conceito-chave do projeto. A partir dos primeiros dados levantados e aqui apresentados, é possível concluir que os municípios da área de atuação do Incid têm perfis bastante distintos, alguns deles com carac- terísticas (e problemas) mais próximas às da região metropolitana, e outros com aspectos mais associados ao meio rural e aos seus conflitos específicos. A região do Incid, como um todo, teve crescimento populacional acima da média do Estado do Rio de Janeiro entre 2000 e 2010, além de aumento da área urbanizada. Em 2010, a proporção da população residente em “aglomerados subnormais” era bastante elevada em Niterói, Tere- sópolis, Cachoeiras de Macacu, Magé e Maricá. O indicador de nascidos com baixo peso subiu em sete dos municípios estudados. Esses são exemplos de informações expostas neste caderno que permitem diagnosticar a necessidade de medidas para garantir na região o acesso a direitos básicos de cidadania. Ao todo, este caderno apresenta 18 indicadores que ajudam a delinear as condições da cida- dania vivida nos mais diversos campos, como saúde, educação, acesso à terra, água, desigual- dades de gênero e racial e etc. Foram cruciais na elaboração deste conjunto de indicadores os diálogos com lideranças so- ciais dos municípios do projeto, que ocorreram principalmente durante o 1º Seminário do Incid, em dezembro de 2011, e encontros menores, em cada município, nos primeiros meses deste ano. Destaca-se mais uma vez que este caderno é uma versão resumida do relatório “Indicadores da Cidadania Vivida”, disponível na íntegra e de forma gratuita no site do Incid (www.incid.org.br). No mesmo site, também pode ser acessada a publicação “Introdução aos Indicadores da Cidadania”. INDICADORES DA CIDADANIA VIVIDA INDICADOR 01 Áreas comuns O Incid chama de áreas comuns parques, UNIDADES DE CONSERVAÇÃO florestas, cascatas, montanhas, nascentes, ria- MUNICIPAIS E RESERVAS PARTICULARES chos e rios, reservas particulares do patrimônio DO PATRIMÔNIO NATURAL (RPPN) natural, unidades de conservação, territórios As unidades de conservação municipais e indígenas, territórios quilombolas, praças, jar- RPPNs constituem 2,5% do território do Esta- dins, ruas, estradas e áreas de pesca. do do Rio de Janeiro, ou 110.436 hectares. No Para analisar a situação da cidadania vivida conjunto dos 14 municípios do Incid, estão (ou violada) relacionada a áreas comuns, este 9% deste total. Ao todo são 9.982 hectares indicador está sendo construído com informa- protegidos por unidades de conservação de ções de diferentes procedências, que, por terem responsabilidade municipal ou privados. Essa sido coletadas em diferentes momentos e apre- área corresponde a 1,4% da área total dos 14 sentarem abrangências distintas, ainda não municípios. Ou seja, a proporção do território foram sistematizadas satisfatoriamente. protegida por unidades de conservação muni- A seguir as fontes de informações: cipais e RPPNs na área do Incid é menor do que a de todo o Estado. Os municípios com maior extensão de áreas protegidas munici- pais e RPPNs são Teresópolis, com 4.416 hec- tares, e Rio Bonito, com 3.199 hectares. 5 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO TERRITÓRIOS DE POPULAÇÕES ESTADUAIS E FEDERAIS E RPPNS TRADICIONAIS De acordo com os dados apresentados Os atrasos na regularização das terras indígenas pela Agenda 21 Comperj, São Gonçalo é o no Brasil tornam as comunidades cada vez mais município com menor quantidade de áreas vulneráveis, sem políticas públicas efetivas. O comuns do tipo Unidade de Conservação. cenário no Estado do Rio de Janeiro não difere Em Silva Jardim, a expressiva criação de do nacional. Em Niterói, por exemplo, temos RPPNs nos últimos anos permite supor a Tekoá Itarypu, área reivindicada por índios que haja relação entre a criação dessas re- Guarani Mbya, cujos limites se sobrepõem ao servas e uma estratégia de determinados Parque Estadual da Serra da Tiririca. A região é proprietários na disputa pela terra, uma alvo ainda de disputas imobiliárias. Em relação vez que a luta pela reforma agrária é bas- às comunidades quilombolas, a partir do final tante ativa no local. Dados de iniciativa da da década de 1990 temos um crescente número Petrobras, da Universidade Federal Flumi- de grupos reivindicando reconhecimento étni- nense (UFF) e do programa Habitat, que se co. A Fundação Cultural Palmares (FCP) reco- referem a 11 dos 14 municípios estudados nhece 26 comunidades quilombolas no Estado pelo Incid, mostram que em 2000 a região do Rio de Janeiro, dentre as quais uma na região tinha 4,3% de áreas protegidas por uni- do Incid, em Magé, o quilombo de Maria Conga. dades de proteção integral. Este valor era inferior ao minímo desejável de 10%. Em ÁREAS DE PESCA ARTESANAL 2006, o percentual subiu para 9,5%, graças à implantação da Estação Ecológica da Os dados mais recentes são fornecidos por rela- Guanabara e do Parque Estadual dos Três tório do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente Picos. Em 2007, mantiveram-se os 9,5%. Os e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de municípios com os piores resultados foram 2002, que relaciona os 36 principais pontos de São Gonçalo (0,2%) e Rio Bonito (0,1%). desembarque pesqueiro da Baía de Guanabara. 6 INDICADORES DA CIDADANIA VIVIDA INDICADOR 02 Acesso à terra Este indicador relaciona a proporção de O Incid considerou pequenas proprieda- pequenas propriedades com o total da área des os empreendimentos de até 50 hectares. ocupada por estabelecimentos agropecuários Assim, a proporção da área ocupada por esse em cada um dos municípios em estudo. Para tipo de propriedade na região em estudo é, analisar os dados, levamos em conta também em média, 25,1%, maior do que média do Es- o percentual da área do município ocupada tado do Rio de Janeiro (22,8%). O percentual por esse tipo de estabelecimento. A reflexão da área de pequenas propriedades em rela- aqui parte do pressuposto de que a pequena ção ao total ocupado por estabelecimentos propriedade é um fator de fixação do homem agropecuários varia de 6,6% em Guapimirim no campo, fortalecimento da agricultura fa- a 54,3% em Nova Friburgo. miliar e redução da desigualdade social. Tabelas e mais informações deste in- dicador podem ser acessadas no relatório A proporção da área ocupada por empre- integral, em www.incid.org.br endimentos agropecuários em relação às áreas de 13 dos 14 municípios do Incid variou de 11,9% em São Gonçalo a 56,3% em Casimiro de Abreu. Em Niterói, os estabelecimentos rurais repre- sentam apenas 1% da área do município. 7 INDICADOR PROPORÇÃO DE DOMICÍLIOS COM ABASTECIMENTO DE ÁGUA INADEQUADO (2010) (%) FONTE: IBGE – CENSO DEMOGRÁFICO 03 TERESÓPOLIS 16 362,5 332,9 317,0 MAGÉ 14 Acesso à água CACHOEIRAS DE MACACU 11 canalizada NOVA FRIBURGO 11 159,5 167,0 148,1 ITABORAÍ 11 Este indicador apresenta o percentual de 85,2 GUAPIMIRIM 10 domicílios com abastecimento de água inade64,6 - 64,7 65,4 34,8 37,5 quado. Foi considerado19,6 25,5 inadequado o abaste- RIO BONITO 7 cimento classificado pelo Instituto Brasileiro SÃO GONÇALO 7 de Geografia-17,0 e Estatística (IBGE) como “outras formas”, ou seja, casas sem água canalizada, MAGÉ MARICÁ TANGUÁ -86,3 ITABORAÍ CASIMIRO DE ABREU MARICÁ RIO BONITO 7 água de poço ou nascente fora da propriedade, DE MACACU GUAPIMIRIM CACHOEIRAS SILVA JARDIM SILVA TERESÓPOLIS ESTADO DO RJ ESTADO SÃO GONÇALO SÃO ÁREA DO INCID de carro-pipa, armazenada da chuva. FRIBURGO NOVA TANGUÁ 6 EntreNITERÓI 2000SAQUAREMA e 2010, houve crescimento do percentual de domicílios que recebem água de SAQUAREMA 6 forma inadequada na região do Incid, de 6% 109,6 100,5 SILVA JARDIM 4 para 8%. Dos 14 municípios, 12 registraram 96,4 essa tendência de aumento. Destacam-se Te- 83,3 CASIMIRO 81,5 DE ABREU 2 resópolis, Nova Friburgo e Cachoeiras de Ma- 72,2 65,0 cacu. Niterói e Saquarema foram as exceções. 58,8 60,0 NITERÓI 1 50,3 51,1 52,9 46,6 40,6