UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FRANCISCO ROBSON ALVES DE OLIVEIRA A CIRCULAÇÃO DO CONHECIMENTO PEDAGÓGICO ANARQUISTA ENTRE BRASIL E PORTUGAL (1900 A 1930) FORTALEZA 2019 FRANCISCO ROBSON ALVES DE OLIVEIRA A CIRCULAÇÃO DO CONHECIMENTO PEDAGÓGICO ANARQUISTA ENTRE BRASIL E PORTUGAL (1900 A 1930) Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Educação da Universidade Federal do Ceará, como parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Educação. Área de concentração: Educação Brasileira. Orientadora: Profa. Dra. Maria Juraci Maia Cavalcante. FORTALEZA 2019 FRANCISCO ROBSON ALVES DE OLIVEIRA A CIRCULAÇÃO DO CONHECIMENTO PEDAGÓGICO ANARQUISTA ENTRE BRASIL E PORTUGAL (1900 A 1930) Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Educação da Universidade Federal do Ceará, como parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Educação. Área de concentração: Educação Brasileira. Aprovada em: 30/07/2019. BANCA EXAMINADORA _____________________________________________ Prof.ª Dra. Maria Juraci Maia Cavalcante (Orientadora) Universidade Federal do Ceará (UFC) _____________________________________________ Prof.ª Dra. Adelaide Maria Gonçalves Pereira Universidade Federal do Ceará (UFC) _____________________________________________ Prof.ª Dra. Patrícia Helena Carvalho Holanda Universidade Federal do Ceará (UFC) _____________________________________________ Prof. Dr. Gisafran Nazareno Mota Jucá Universidade Federal do Ceará (UFC) e Universidade Estadual do Ceará (UECE) _____________________________________________ Prof.ª Dra. Fátima Maria Leitão Araujo Universidade Estadual do Ceará (UECE) _____________________________________________ Prof. Dr. Rogério Humberto Zeferino Nascimento Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) A todos os oprimidos, que tentam diariamente resistir, transformar-se e sonhar um mundo novo; mais livre, mais justo e mais solidário. À Sandra Alves, que me ensinou e me ensina as melhores lições, e que me anima ser um Ser melhor em todos os instantes. AGRADECIMENTOS Agradeço, em primeiro lugar, à Mainha, Sandra Alves. Fonte de tudo que crio e animo neste mundo, de natureza indecifrável. Por ter me ensinado os valores da solidariedade, dos sentimentos, da liberdade, da vida e do amor, enfim, da Anarquia – ainda que intuitivamente, sem grandes teorias, mas pelo exemplo diário. À Alana Alencar, por compartilhar esses dezesseis anos de companheirismo, amor, paciência e liberdade. Por fazer dançar a vida! Sem ela, penso que pouco ou nada deste estudo teria se tornado realidade. À Emanuelly e Roberta Alves, minhas irmãs de sangue e de coração, em nome da Família Alves, por incentivarem e acreditarem nos meus projetos. À Maria Juraci Maia Cavalcante, por ter acreditado desde o início em nosso projeto de pesquisa e por tê-lo orientado, com paciência e sabedoria e liberdade. Também pelo exemplo de sinceridade, de escuta e por todas as palavras, todos os conselhos sobre a arte da vida. Por fazer enxergar o prazer do conhecimento nas viagens e a beleza da conexão das culturas. À Adelaide Gonçalves, por também ter contribuído de maneira singular na orientação e como examinadora desta pesquisa, por me escutar e por ser uma das referências de dedicação ao pensamento libertário nestas terras. Também a todos que fazem o Plebeu Gabinete de Leitura, pela dedicação para com o livro, o conhecimento e a propaganda libertária. À Patrícia Holanda, por ter sido sempre amiga e exemplo de uma intelectual com afeto e de engajamento acadêmico. Gratidão pelos dias nas disciplinas de Estágio e, especialmente,pelo ombro e pela sua dedicação na reta final deste trabalho. Aos examinadores externos, Professora Fátima Maria Leitão Araújo (UECE) e Professor Rogério Humberto Zeferino Nascimento(UFCG), pelas preciosas apreciações e sugestões dadas ao meu estudo, como integrantes da banca examinadora na defesa final. Ao Professor Gisafran Nazareno Jucá (UECE-UFC) também presente na banca final de defesa e sem dúvida uma das peças mais marcantes da minha formação em nível de doutorado, com aulas impecáveis e sempre com uma energia estimulante. Ao Programa de Pós-graduação em Educação Brasileira da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará, pela possibilidade de realizar este projeto de pesquisa e pelos conhecimentos compartilhados, mas também por me possibilitar conhecer pessoas admiráveis na área da Educação. Um agradecimento especial ao Sérgio Ricardo Magalhães Martins, em nome dos funcionários da nossa Secretaria da Pós, que me ajudaram prontamente em todos os momentos que precisei. À Professora Lis de Maria,bem como aos colegas, Cícero Edinaldo, Ana Uchôa, Vanessa Pinto, Jarles Lopes e Roberto Dias, em nome de todos que compõem a Linha de História e Educação Comparada (LHEC-FACED), onde recebi acolhimento e incentivo constante para este estudo. À Alexandrina Rabelo e Rita Teixeira, parceiras de passeios e viagens em Lisboa e arredores, por terem me apresentado as belezas da sua terra, pela ternura e pelo cuidado que dispensaram a mim, no período de pesquisa em Portugal. Ao Alexandre Samis, meu irmão mais velho, pelas conversas de pesquisa sobre Anarquismo, pelo companheirismo nos mais variados projetos e pela firme convicção ideológica; por ser exemplo do homem de luta e de sentimento. À Thalia Tavares, por existir. Pelo ouvido, por compartilhar a experiência, o ombro e o afeto nos momentos mais difíceis desse trabalho e da vida. Por escolher ser sensível neste mundo em decomposição. Aos amigos, Dorenildo Matos, Sergiano Silva, Ribamar Jr., Evilásio Oliveira e Victor Pereira, por serem grandes irmãos. Por viverem a luta diária do magistério e por compartilhar sonhos e projetos há vários anos. Aos amigos, Felipe Canuto, Kátia Adriano, Isadora Machado, Natalia Andrade, Camila Queiroz, André Ramos e Gerson Galo Ledezma Menezes, em nome de todos que compuseram e compõe o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a América Latina e Caribe (NEPALC), no ambiente universitário e nos brindes à Vida. Aos estudantes da Escola de Ensino Fundamental e Médio Antonieta Siqueira, meus atuais companheiros de ensino e de aprendizado coletivo. Eles são, objetivamente, uma das maiores motivações da pesquisa que tenho realizado. Ao Plínio Augusto Coelho, pelo imenso esforço na publicação de centenas de edições anarquistas neste país. Sem dúvida nenhuma, a formação política anarquista é tributária do seu empenho nas últimas quatro décadas. Meu agradecimento pelas edições, e também pelas inúmeras conversas que travamos durante esta pesquisa. Aos funcionários da Biblioteca Nacional de Portugal, Biblioteca do ISCTE-UL e Biblioteca Municipal do Porto, por terem sido atenciosos e prestativos no atendimento às minhas demandas como pesquisador estrangeiro. Por fim, agradeço, especialmente, às agências de fomento, CAPES/CNPQ pelo apoio financeiro dado a esta pesquisa, que foi imprescindível para a sua realização. “No meio deste século de um sórdido materialismo, acotovelado incessantemente pelos que disputam, numa luta feroz, o pão de cada dia, uma só ambição me consome: ser professor. [...] Deixei voar a imaginação pelo espaço largo do pensamento, e sonhei uma Escola, linda como palácio encantado de conto de fadas. Olhei depois em minha volta, rememorei as escolas da minha juventude, tristes como conventos, frias como cárceres. E senti-me na obrigação de alguma coisa tentar pela geração de amanhã” (Aurélio Quintanilha). “El mañana, nuestro mañana, no afirma rencillas, ni crímenes, ni mentiras; afirma vida, amor, ciencia, trabajemos para apresurar ese día ” (Kurt Gustav Wilckens). “Não tememos dizê-lo: queremos homens capazes de evoluir incessantemente; capazes de destruir, de renovar constantemente os meios e de renovar a si mesmos; homens cuja independência intelectual seja a força suprema, que não se sujeitem a mais nada; dispostos sempre a aceitar o melhor, felizes pelo triunfo das ideias novas e que aspirem a viver vidas múltiplas em um única vida. A sociedade teme tais homens: não pode, então, se esperar que algum dia queria uma educação capaz de produzi-los ” (Francisco Ferrer y Guardia). RESUMO A tese investiga a circulação do conhecimento pedagógico anarquista entre Brasil e Portugal, dos anos 1900 a 1930. O estudo tem como campo de reflexão, portanto, a Educação Libertária e está inserido no amplo conjunto de pesquisas sobre os movimentos sociais, visando contribuir com novos elementos para a História da Educação Popular no Brasil e em Portugal.Investigou-se os modos de circulação e as práticas de intercâmbio sobre o conhecimento pedagógico anarquista no circuito Brasil-Portugal-Brasil, tendo como ponto de partida o exame das práticas de Educação Libertária debatidas na imprensa libertária, nos diversos projetos editoriais anarquistas e no permanente fluxo de militantes entre os dois países. O trabalho também buscou entender as concepções de Educação debatidas via imprensa anarquista, nos diversos lugares sociais da experiência educacional libertária (como as Escolas libertárias, os Centros de Cultura e Estudos Sociais, Ateneus e Bibliotecas) e nas diversas práticas sociais vinculados aos espaços educacionais anarquistas e associativos (como os cursos, conferências e as "leituras comentadas"). Os aportes metodológicos da pesquisa têm como base a perspectiva da história social e da educação comparada e referencia-se como um estudo de base qualitativa, privilegiando a análise das teias multidirecionais dos discursos sobre a educação, com imersão específica na imprensa operária, compreendida
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