UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INSTITUTO DE ESTUDOS SOCIOAMBIENTAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA DENIS RILK MALAQUIAS MÚSICA CAIPIRA DE CONCERTO: Territorialidades e trajetórias da viola e violeiros no âmbito caipira GOIÂNIA 2019 DENIS RILK MALAQUIAS MÚSICA CAIPIRA DE CONCERTO: Territorialidades e trajetórias da viola e violeiros no âmbito caipira Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Geografia, do Instituto de Estudos Socioambientais da Universidade Federal de Goiás como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Geografia. Orientador: Prof. Dr. Alecsandro (Alex) J. P. Ratts GOIÂNIA 2019 Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do Programa de Geração Automática do Sistema de Bibliotecas da UFG. Malaquias, Denis Rilk MÚSICA CAIPIRA DE CONCERTO [manuscrito] : Territorialidades e trajetórias da viola e violeiros no âmbito caipira / Denis Rilk Malaquias. - 2019. 240 f. Orientador: Prof. Dr. Alecsandro José Prudêncio Ratts . Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Goiás, Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa), Programa de Pós-Graduação em Geografia, Goiânia, 2019. Bibliografia. Anexos. Apêndice. Inclui siglas, mapas, fotografias, tabelas, lista de figuras, lista de tabelas. 1. Território Caipira. 2. Territorialidades. 3. Trajetórias socioespaciais. 4. Viola Caipira. 5. Violeiros Neocaipiras. I. , Alecsandro José Prudêncio Ratts, orient. II. Título. CDU 911 Dedico este trabalho a toda minha família, que são minhas fundações e maior motivação, em especial ênfase à nova geração que semeia esperança, meu filho Heitor (o melhor de mim) e aos meus sobrinhos Luiz Fellyp e Augusto. Dedico ainda aos progenitores, meus pais, Neri e Elizete (meu porto seguro) e meu irmão Alan. Agradecimentos Antes de tudo eu gostaria de agradecer a Deus por mais esta oportunidade, pela inspiração, e por ser sempre o meu amparo frente aos muitos desafios e dificuldades que sobrevieram no decorrer de minha trajetória. Agradeço imensamente ao meu orientador, Alex Ratts, este que com receptibilidade me acolheu e com muita dedicação e maestria me guiou em todo processo de construção deste trabalho, seus apontamentos e reflexões foram de fundamental importância. Sou grato também pela confiança e amizade construída ao longo desse percurso acadêmico. Meu sincero respeito e admiração. À professora Juliana Ramalho, pela oportunidade de fazer estágio em disciplina ministrada pela mesma, pelas contribuições feitas na ocasião da qualificação, pela amizade e pelo apoio oferecido em momentos diversos. Ao professor Eguimar Felício Chaveiro, pelas preciosas contribuições feitas na banca de qualificação. À professora Valéria Pereira Cristina da Silva, pelas valorosas sugestões na fase de escrita. À professora Nilceia Protásio, pelas primorosas contribuições e sugestões feitas no período de estruturação do projeto. Ao meu amigo e violeiro, João Paulo Bartholo Favilla, pelas ricas prosas sobre viola e por ceder gentilmente transcrições de obras que foram de grande valia para esse trabalho. Aos violeiros Roberto Corrêa, Ivan Vilela, Fernando Deghi e Paulo Freire que gentilmente se dispuseram a participar desse pesquisa e sanar questionamentos. À todos(as) colegas do LaGente, pela acolhida fraternal e os ricos debates feitos nos encontros que muito me ajudaram a expandir perspectivas. À minha família, pelo apoio incondicional de sempre e a compreensão nas ocasiões em que estive ausente por conta das atividades de curso. Agradeço às minhas amigas Hérika e Rúbia pelo companheirismo, confidencialidade e apoio em diversas circunstâncias. Não poderia deixar de citar também outras amizades construídas ao longo do curso, tais como: Rita, Leonardo, Caio, Dóris, Jéssica, Valney, Marlene, Carlos e todos demais colegas de turma na disciplina Identidades, território e territorialidades, ministrada pela professora Maria Geralda. Ainda ao meu amigo Rodolfo Pimentel Oliveira pela fotografia (2016) que foi utilizada na capa desse trabalho. Aos professores e colegas do PPGeo/UFG, pela convivência e pela troca de experiências. Meus agradecimentos à Luz Marina e toda equipe Ciranda da Arte/SEDUCE-GO, por toda experiência vivenciada nessa instituição e pelas oportunidades que tive de apresentar com a viola um pouco da música e cultura caipira nas escolas goianas. Enfim, à todos os caipiras, campesinos ou urbanizados, violeiros ou não, saudosistas ou contemporâneos, e que de uma forma ou de outra contribuem(iram) com a territorialização dessa cultura. A nação compõe a música, o compositor só arranja. Béla Bartók A viola vai muito além de um simples instrumento, ela carrega o sertão dentro dela. Paulo Freire Violeiro Tudo é sertão, tudo é paixão, se o violeiro toca. Almir Sater/Renato Teixeira Resumo No presente trabalho o objetivo é identificar e analisar os processos de constituição do território caipira, por meio da trajetória socioespacial da viola e violeiros, com foco em músicos chamados de concertistas ou neocaipiras. A despeito dessa música problematizou-se o seguinte: Que territorialidades e/ou representações espaciais evidenciam? Qual o papel dessa música no âmbito da música caipira atual? Ainda sobre o elo afetivo entre os violeiros urbanos e o território caipira, esse seria influenciado pelo fazer musical ligado à essa cultura? Quais as relações que os violeiros concertistas têm com o universo caipira e não somente com a música? Como procedimentos metodológicos, foram utilizados: levantamento bibliográfico, com ênfase em estudos da música caipira; consulta a fontes secundárias e entrevistas acerca da trajetória musical, instrumental e socioespacial de quatro violeiros concertistas. A tese traz uma análise dos processos de consolidação de uma identidade caipira, passando pelas variadas facetas musicais vinculadas a esse campo de produção cultural, sobretudo, os violeiros neocaipiras e suas obras que evidenciam hibridismo e/ou reterritorialização cultural. As práticas musicais dos violeiros neocaipiras evidenciam justaposições de sonoridades de culturas distintas, sobretudo, uma aproximação com a música erudita e/ou de concerto, bem como interações em espaços urbanos peculiares a este cenário e mantém referências musicais, culturais e espaciais com o universo caipira. Palavras-Chave: Território Caipira; Territorialidades; Trajetórias socioespaciais; Viola Caipira; Violeiros Neocaipiras. Abstract In the present work, the objective is to identify and analyze the processes of constitution of the caipira territory, through the socio-spatial trajectory of guitarrists and the brasilian ten-strings guitar, with a focus on musicians known as concertgoers or neocaipiras. Concerning this music, the following questions were discussed: What territorialities and / or spatial representations do evidence? What importance of music in the context of the current caipira music? Still on the affective link between the urban guitarrists and the caipira territory, would this be influenced by the musical making linked to that culture? What are the relationships that the concert performers guitar players have with the caipira universe and not only with the music? As methodological procedures, the following were used: bibliographical survey, with emphasis on studies of caipira music; consultation with secondary sources and interviews about the musical, instrumental and socio-spatial trajectory of four guitarrists. The thesis presents an analysis of the processes of consolidation of a caipira identity, passing through the varied musical facets related to this field of cultural production, above all, the neocaipiras guitarrists and their works that show hybridity and/or cultural reterritorialization. The musical practices of the neocaipiras guitarrists show juxtapositions of sonorities of distinct cultures, above all, an approach to classical and/or concert music, as well as interactions in urban spaces peculiar to this scenario, and maintains musical, cultural and spatial references to the caipira universe. Keywords: Caipira Territory; Territorialities; Socio-spatial trajectories; Brasilian ten-strings guitar; Neocaipira Guitarrists. Lista de Ilustrações Figura 1:Representação cartográfica dos estados que abrangiam a região da Paulistânia. ...... 37 Figura 2: Mapa da trilha de Bandeirantes no século XVIII. ..................................................... 38 Figura 3: Viola Machete. .......................................................................................................... 42 Figura 4: Machete usado por Seu Zé de Lelinha, violeiro afamado no samba de roda do recôncavo. ................................................................................................................................. 42 Figura 5: Machete de construção mais contemporânea. ........................................................... 43 Figura 6: Viola de cocho .......................................................................................................... 44 Figura 7: Viola de Buriti. .......................................................................................................... 46 Figura 8: Viola Branca ............................................................................................................. 47 Figura 9: viola de cabaça feita por Levi Ramiro. ..................................................................... 48 Figura 10: violas de cabaça feitas por Levi Ramiro. ............................................................... 48 Figura 11: Alaúde ....................................................................................................................
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