Universidade Federal De Ouro Preto Instituto De Ciências Humanas E Sociais Departamento De História No País Dos Bauretz

Universidade Federal De Ouro Preto Instituto De Ciências Humanas E Sociais Departamento De História No País Dos Bauretz

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA RENATA MARQUES CORDEIRO NO PAÍS DOS BAURETZ Dimensões políticas do deboche dosMutantesà luz da teoria bakhtiniana (1966 – 1973) Mariana 2017 RENATA MARQUES CORDEIRO NO PAÍS DOS BAURETZ Dimensões políticas do deboche dosMutantesà luz da teoria bakhtiniana (1966 – 1973) Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Ouro Preto, como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em História. Área de concentração “Poder e Linguagens”, linha de pesquisa “Ideias, Linguagens e Historiografia”. Orientador: Prof. Dr. Mateus Henrique de Faria Pereira Mariana Instituto de Ciências Humanas e Sociais/ UFOP 2017 C794p Cordeiro, Renata Marques. No País dos Bauretz [manuscrito]: dimensões políticas do deboche dos Mutantes à luz da teoria bakhtiniana (1966 – 1973)/ Renata Marques Cordeiro. – 2017. 134f. il. Orientador: Prof. Dr. Mateus Henrique de Faria Pereira. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Instituto de Ciências Humanas e Sociais. Departamento de História. Programa de Pós- graduação em História. Área de concentração: Poder e Linguagens. 1. Grupos de rock. 2. Tropicalismo (Movimento musical). 3. Contracultura. I. Pereira, Mateus Henrique de Faria. II. Universidade Federal de Ouro Preto. III. Título. CDU: 94(81):78 Catalogação: [email protected] À memória de meu pai por ter ele me ensinado a amar a música além dos rótulos. À minha mãe por me ensinar a ler e a ser. À amiga e à irmã, Suzana e Fernanda, por se lembrarem de mim toda vez que encontravam algum texto em prosa ou poema que pudesse compor com outros essa dissertação. AGRADECIMENTOS Agradeço a todos os professores do Departamento de História da UFOP pelos dois anos e meio de intenso aprendizado que me proporcionaram. Em espe- cial ao professor Mateus Pereira, pela orientação, por ter continuado acreditando em mim e me incentivado mesmo nos momentos em que minhas próprias limita- ções me fizeram quase desistir. Ao professor Marcelo Abreu (Dehis) pelas críticas que fez ao meu projeto e pelas dicas de leitura que me deu no início dessa emprei- tada. Ao professor Emílio Maciel (Delet), pelos livros que me emprestou e pelas aulas na disciplina Arquivo, Memória e Representação nas quais não deixou faltar comentários sobre rock’n’roll, cultura jovem, indústria cultural e, através desses temas, sobre o objeto de pesquisa de que me ocupei. Aos professores Luísa Rauter (Dehis) e Mateus Fávaro (Dehis). Ao colega Vinícius de Souza que no início de nossa jornada como mestrandos tornou-se leitor e comentarista do texto que foi o embrião dessa dissertação. Ao casal de amigos Drielly e Bruce Portes por sempre me apoiarem e ajudarem, mesmo que para isso tivessem que deixar de lado planos mais promissores de diversão para fins de semana. Ao professor Marcelo Rangel (Dehis) por ter me despertado outra vez para a pesquisa com suas aulas inspirado- ras que frequentei como aluna especial. À professora Míriam Hermeto (UFMG) pelos muitos apontamentos e críticas que dirigiu ao texto apresentado para a banca por ocasião da qualificação e pelo cuidado amoroso de me mandar tudo por es- crito algumas semanas depois. Ao professor Daniel Farias (UNB), por entender com perfeição minhas pretensões não alcançadas na qualificação e por ter me in- dicado o caminho. A todos os professores, funcionários e alunos da Escola Estadual Dom Sil- vério, cujo carinho e compreensão foram imprescindíveis em cada passo na difícil tarefa de conciliar magistério em educação básica e pesquisa acadêmica. Aos es- tagiários e bolsistas do PIBID que me acompanharam durante os duros dias de trabalho e com quem pude trocar impressões sobre a vida depois do expediente. A meus familiares e ao Deus de minha fé, Jeová. “... non si può tentare nulla di più se non stabilire il principio e la direzio- ne di uma strada infinitamente lunga. La presunzione di qualsiasi completezza sistematica e definitiva serebbe, come minimo, un’illusione. La perfezione può essere qui ottenuta dal singolo studioso solo nel senso soggettivo in cui egli co- munichi tutto ciò che è stato capace di vedere.” Georg Simmel “É mais fácil dizer a um repórter a palavra tropicalismo do que explicar, com detalhes, o que queremos fazer. Tenho a impressão de que a principal carac- terística do nosso tropicalismo é a ironia que introduzimos em todas as formas musicais acabadas. Essa ironia as embeleza. E nós, Mutantes, queremos fazer uma música, acima de tudo, bela e alegre.” Arnaldo Dias Baptista Resumo Cordeiro, Renata Marques. No país dos bauretz: dimensões políticas do deboche dos Mutantes à luz da teoria bakhtiniana (1966 – 1973). Renata Marques Cordeiro – 2017. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal de Ouro Preto. Instituto de Ciências Humanas e Sociais. Departamento de História. Programa de Pós- Graduação em História. Este trabalho analisa o período clássico da banda de rock brasileira Mutantes, com início em 1966 e término em 1972, objetivando demonstrar a existência de uma dimensão política no tipo de humor praticado por eles. Antes, porém, buscamos inserir nosso objeto de estudo no escopo dos acontecimentos nacionais e mundiais de meados da década de 1960 e início da de 1970. Analisando fontes históricas tais como revistas publicadas pela Editora Abril intituladas Realidade (1966 – 1976) e Intervalo (1963 – 1972), nós pudemos descrever a trajetória da banda, entendendo-a como um dos protagonistas do encontro entre as guitarras e um sub- texto social, cultural e político no Brasil. A partir de então, vimos suas participa- ções em festivais da canção e pudemos perceber a constituição de uma política alternativa baseada na participação subjetiva através da experiência sensorial. Além das duas revistas da grande mídia, tivemos acesso também a duas entrevis- tas concedidas pelos Mutantes a uma publicação da imprensa alternativa denomi- nada O Bondinho. Mediante declarações de Arnaldo Baptista e Rita Lee, compa- rando-as às premissas tropicalistas e contraculturais, percebermos a postura Mu- tante tanto como uma resposta à realidade política do Brasil que atravessava um período ditatorial, como a adesão a um movimento mundial de contracultura. Por fim, lançamos mão da teoria de Mikhail Bakhtin e pudemos assim observar a es- trutura do riso Mutante sob a luz da cultura cômica popular, encontrando e desta- cando na trajetória Mutante – letras, músicas, performances – dois princípios típi- cos dessa cultura, a carnavalização e o realismo grotesco conforme descritos pelo pensador russo. Palavras-chave: rock, tropicalismo, contracultura, cultura cômica popular. Abstract Cordeiro, Renata Marques. The country of Bauretz: political dimensions of mu- tant debauchery in light of the mikhail bakhtin theory (1966 – 1973). Renata Mar- ques Cordeiro – 2017. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal de Ouro Pre- to. Instituto de Ciências Humanas e Sociais. Departamento de História. Programa de Pós-Graduação em História. This paper analyzes the classic period of the Brazilian rock band called Mutantes (1966 – 1972), aiming to demonstrate the existence of a political dimension in the type of humor practiced by them. Before, however, we seek to insert our object of study in the scope of events and worldviews of the mid-1960s and early 1970s. Analyzing historical sources such, like magazines published by Editora Abril enti- tled Realidade (1966 - 1976) and Intervalo (1963 - 1972 ), we could describe the trajectory of the band, understanding it as one of the protagonists of the encounter between electric guitars and a kind of Brazilian social, cultural and political sub- text. From that point on, we analized their participations in song festivals and we could notice the constitution of an alternative policy based on a subjective e par- ticipation through a sensory experience. In addition we also had access to two interviews given by the Mutantes in an alternative magazine called O Bondinho. By the statements of Arnaldo Baptista and Rita Lee and comparing them to the “tropicalistas” and countercultural assumptions, we perceive the Mutantes posture as a response to the Brazilian political reality, which that was going through a dictatorial period, also as an adhesion to a global counterculture movement. Fi- nally, we used the theory of Mikhail Bakhtin to study the structure of Mutantes laughter in the light of the popular comical culture, finding and highlighting in the Mutantes trajectory - lyrics, music, performances - two typical principles of this culture, the carnivalization and Grotesque realism as explained by the Russian thinker. Keywords: rock, tropicalism, counterculture, popular comical culture. LISTA DE FIGURAS FIG. 1 The Real Reason Why “Je Suis Charlie” Signs Were All Over the Golden Globes Red Carpet. ................................................................................................. 9 FIG. 2 Je Suis Charlie: Vigils held around the world after Charlie Hebdo attack in Paris. IBTimes. 30 de Dez. 2015. ...................................................................... 10 FIG. 3 Thoughts on #CharlieHebdo and the White Privilege of Free Speech. Reappropriate. ....................................................................................................... 11 FIG. 4 Os memes da crise política. Época. 11 de Mai. 2016. ............................... 12 FIG. 5 O’Seis/ Six Sided Jazz sem o baterista Pasturra que se atrasou para a sessão

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