MINISTERIC, PUBLICO FEDIRAL ProcuradorÎa-Geral da Republica TERMO nE DEPOIMENTO N" 2 que presta JOE5LEY MENDON<,:A BATISTA Aos 7 dias do mes de abril de 2017, na eidade de BrasiliaJDF, eom vistas a prestar declara90es no bojo do aeordo de eoiabora9ăo premiada celebrado • entre o declarante e a Procuradoria-Geral da Republi,ea, presentes o procurador da Republica Pedra Jorge Costa, os procuradores regionais da Republica Ronaldo Pinheiro de Queiroz, Eduardo Pelella e o promotor de justi,. Sergio Bruno Cabral Femandes, integrantes do Grupo de Trabalho instituido pelo Procurador-Geral da Republica atraves da Portari a PGRlMPU de n° 3, de 19/112015 e respectivas atualiza,;5es, e o colaborador JOESLEY MENDON<,:A BATISTA, brasileiro, casado, Empresario, portador da Codul. de Identid.de RG n° 54.852.547-X SSP/SP ou RG 967,397-SSP/DF, e inscrito no CPFIMF sob o n° 376.842.211-91, residente e domiciliado na Avenida Marginal Direita • do Tiete, 500, Vila Jaguara, Saa Paulo/SP, devidamente assistido por seu advogado constituido FRANCISCO DE AS SIS E SILVA, OABIPR 16.615. corn endereyo profissional na Rua Marginal Direita do Tiete, 500, Vila Jaguara, Sao Paulo/SP, conforme determina o §15 do art. 4", d. Lei n° 12.850/2013, manifesta a sua espontânea vontade de contribuir de fonna /Î efetiva e integral corn as in\' estiga~6es e corn a instruyăo de processy I criminais, mediante a prestayâo de infonnayoes e fornecimento de documentos e outras fontes de prova que pennitam: a) a identifica~âo dos demais coautores e participes da organiza~ăo I;riminosa e das infra~5es penais por eles praticadas; b) a revela~ăo da estrutura hierarquica e da divisăo"de tarefas da ,'''''''''''''''",,,,,,~,,,,, ""F""""" d 4 ~ MIN1STIRI(J PUBLICO fEDElt".t..l Procuradoria-Geral da Republica organizavâo criminosa; c) a preveniţao de infraiţoes penais decorrentes das atividades da organizayăo criminosa; d) a recuperavăo total ou parcial do produto ou do proveito das infra,oes penais praticadas pela organiza,ao criminosa (art. 4°, 1, II, III e IV, da Lei 12.850/2013). Nesse sentido, o declarante colaborador renuncia, na presenya de seus defensores, o direito ao sih~ncio e o direito de nao se autoincriminar, bem como firma expressamente o • compromisso legal de dizer a verdade, nas termos do §14 do ar!. 4° da Lei n° 12.850/2013, passando a preslar as seguintes informa,oes: que sobre as grava90es que ora fomece ao Ministerio Publico, tem a explicar que conheceu MICHEL TEMER ha cinco 01.. seis anos; que a primeira grava<;ăo tem ele coma interlocutor; que o conbeceu por meio de WAGNER ROSSI, Ministro nomeado por ele; que sempre teve rela,ilo direta corn TEMER, falando corn ele por mensagens, em escritorio deste em Silo Paulo; que GEDDEL VIElRA UMA O procurou apos TEMER se tamar Presidente em razăo da agenda deste; que as demandas deie foram atnves de GEDDEL ao TEMER; que depois que • GEDDEL saiu do cargo de Ministro năo falou mais corn ele; que por Îsso procurou RODRlGO ROCHA LOURAS, ,uplente de Deputado do Mini,tro da Justi,a SERRAGUO; que RODRlGO passou a ser Deputado quando SERRAGUO se tomou Ministro; que falou corn RODRlGO sobre a neces,idade de falar corn MICHEL TEMER; que RODR[GO chegou a ligar para o depoente informando 'lue MICHEL TEMER tinba Ihe telefonado /l naquela mesma tarde; que no dia seguinte se encontrou corn RODRlGO nr I Hotel FASANO do centro de Silo Paulo •.ls 12:[5 no lobby do hotel; que apenas pediu para falar corn TEtvffiR porque nao sabia o que poderia conversar corn RODRIGO; que no dia seg Llinte, uma te:nr~a fi noi te, faIou corn TEMER no )~~. MINTSnnI(1 PUBLICO FEDERAL Procuradoria-Geral da Republica JABURU; que nesse dia no encontro com RODRIGO năo talou sobre o que seria o assunto do encontro ja que nâo contlava em RODRIGO; que RODRIGO tentou descobrir o assunto; que falou ao telefone 4/3/l7, tendo o encontro ocorrido corn RODRIGO em 6/3/l7 e corn TEMER no dia 7/3/17; que RODRIGO disse que que depois disso se encontrou corn RODRIGO mais duas vezes, dias 13/3 e 16/3; que falou corn TEMER sobre FUNARO e • CUNHA; que EDUARDO CUNHA, TEMER e outros membros compoem o esquema do PMDB da Cârnara; que paga mensalidade para o FUNARO ate hoje; que depois que CUNHA foi preso pagou R$ 5 milMes de "saldo da propina"; que R$ 20 milMes devia pela tramital'ao de lei sobre a desoneral'ao tributaria do setor de frango; que falou a TEMER sobre o fim do pagamento a CUNHA e que pagava ainda R$ 400 mU a FUNARO de mensalidade e TEMER disse que era importante continuar; que a propina do FI-FGTS ja tinha sido paga a CUNHA atraves de FUNARO, na chamada planilha do LUCIO; que continua pagando ao FUNARO R$ 400 mii para garantir o • sih~ncio deie e de CUNHA; que sempre recebeu sinais claros que era importante manter financeiramente ambos €: as familias, inîcialmente por GEDDEL VIEIRA UMA e depois por MICHEL TEMER para que eles ficassem "calmos" e nao falassem em colaboral'ao premiada; que TEMER disse que EDUARDO CUNHPc o fustiga, o que o depoente entendeu como recado de que pagasse; que TEMER disse '1ue poderia ajudar CUNHA no A Supremo Tribunal Federal com 2, mas que com 11 seria complicado; 7' ( , segunda parte da conversa perguntou a TEMER quem seria o interlocutor; que apos a saida de GEDDEL e TEMER disse que seria RODRIGO ROCHA LOURES, o qual, segundo TE\1ER, e de' 'ma mais estrita cont7an9a; que o C(j ,:\ (j f f: (,J' !'r,d!M",\,; \ ,; [,f, If )1 1 \ " "-../ B d MINISrERI(' PUBLlCO FEDER:\L Procuradoria-Geral da R,~publica depoente adiantou os assuntos que trataria sobre CADE, CVM, BNDES; que sobre o BNDES TEMER int"rcedeu pessoalmente a favor do grupo do depoente. segundo ele afinnoll, tendo falado corn a Presidenta, o que foi infrutifero; que no CADE tentOl. falar sobre a importância de ter um presidente aliado ao governo; que a presidi:ncia do CADE esta aberta; que TEMER falou que teria uma pessoa corn a qual pode ter "conversa franca"; que na CVM • tambem havera troca de presid,.,nte e o depoente disse da importăncia de ter alguem aliado corn o govemo; que o depoente tambem perguntou sobre a Receita Federal e HENRIQUE MElRELLES; que ja teve oportunidade de reivindicar assuntos a HENRIQUE MElRELLES, que nâo o atendeu em nada; que disse a TEMER que <ieveria ter algum modo de HENRIQUE MElRELLES atender a seu pedido; que TEMER disse que poderia falar corn HENRIQUE MElRELLES e lhe comunica!' depois do assunto, que TEMER faria ser atendido o pleito; qu'! basicamente foram esses assuntos; que foi atendid() no porao do Palâcio do Jaburu, sem precisar dar o nome para registro, • tendo apenas falado que era o "RODRIGO"; que gravou essa reuniao corn TEMER e corn RODRIGO, mas nao imaginava ter q[ue usar; gue se encontrou corn RODRIGO dia 13/3, na segunda-f<:ira, em sua residencia no Jardim Europa, as 15:00 hs; que come'iou as trat.tiv.s corn RODRIGO; que falou a lista de assuntos; que o mais iminente era a questăo do CADE; que quis resolver logo essa em razao da. pendencia de reuniăo para a nomeayăo do ~ president,e do CADE; que depob disso esteVt~ corn RODRJGO dia 16/3 na cas/ ( .' deste; que os assuntos agora fc'ram mais detalhados, sobre CADE e Receifa Federal; que a questâo do CAD,o e do gas boliviano .. que a PETROBRAS tem monop61io, o que nilo e do interesse do depo',nte por querer usar ° ~bmb'1tivel U(jY ~ MINISTIRI(j PUBLICO FEDERAL Procuradori:t-Geral da Rl;!publica em tennoeletrica no Mata Grosso; que RODRIGO falau em viva-voz corn um conselheiro do CADE salva engano de nome GILVANDRO; gue ficou clara para o depoente que a questâo andaria; que essa questâo do CADE sena relevante economicamente para o depoente por poder implicar o nâo• funcionamento da tennoeJetrica de Cuiaba ou gerar ate 3 milMes por dia; que RODRIGO se esfor90u e "ntendeu a questâo; que nâo precisa da • PETROBRAS, apenas que esta nâo comprasse tode o gas boliviano; que ja tem ate contrato de compra com os bolivianos; que ralou para RODRIGO que deveria ter mais negocios para poder pagar a planilha do LUCIO FUNARO e a planilha do EDUARDO CUNHA, que ja tinham pagado; que prometeu pagar 5% do lucra da tennoeh!trica se o CADE decidisse favoravelmente aos interesses do depoente; que a PETROBRAS revende por vezes o gâs a preyos exorbitantes; que RODRIGO elltendeu que os 5% eram propina e concordou corn o pagamento; que tarnbem explic:ou o potencial da planta da tennoeletrica; que a planta e de US$ 1 bilha", e era de um grupe americano, e • ora licou fechada ora foi arrendada para a PETROBRAS a pre,o viI; que o projeto e para 25 anos; que em ,,.lor presenle e negocio de R$ 3 ou 4 bilh5es; que isso foi para explicar a RODRIGO que e1es poderiam ganhar bastante dinheiro corn isso; que autra problema do depoente e o dos creditos fiscais de PIS e COFINS; que tem acumulo de credito:; para pagar dividas de INSS, mas Îsso e por meio de liminar na justi~a; que, por isso, pediu algum ato normatiVf1 para regulamentar isso; que se tiver em dinheiro o INSS pega, mas restitui~ăo ?, o inverso nao e verdadeiro, pois o INSS nao aceita os creditos; q e ultimamente ha grande criayao de ditlculdades para vender f1-lida~~s; gue RODRIGO ja sabia desse ass Imto e dissc que existia alg~ra a U~:,Hi [,1': CO;,,\f:C)!{'\:;i\O \" 2.
Details
-
File Typepdf
-
Upload Time-
-
Content LanguagesEnglish
-
Upload UserAnonymous/Not logged-in
-
File Pages10 Page
-
File Size-