UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO RODRIGO BARCHI PODER E RESISTÊNCIA NOS DIÁLOGOS DAS ECOLOGIAS LICANTRÓPICAS, INFERNAIS E RUIDOSAS COM AS EDUCAÇÕES MENORES E INVERSAS (e vice-versa) CAMPINAS 2016 RODRIGO BARCHI PODER E RESISTÊNCIA NOS DIÁLOGOS DAS ECOLOGIAS LICANTRÓPICAS, INFERNAIS E RUIDOSAS COM AS EDUCAÇÕES MENORES E INVERSAS (e vice-versa) Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas para obtenção do título de Doutor em Educação, na área de concentração de Filosofia e História da Educação. Orientador: Silvio Donizetti de Oliveira Gallo O ARQUIVO DIGITAL CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA TESE DEFENDIDA PELO ALUNO RODRIGO BARCHI, E ORIENTADA PELO PROF. DR. SILVIO DONIZETTI DE OLIVEIRA GALLO CAMPINAS 2016 Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): Não se aplica. Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas Biblioteca da Faculdade de Educação Rosemary Passos - CRB 8/5751 Barchi, Rodrigo, 1977- B235p Poder e resistência nos diálogos das ecologias licantrópicas, infernais e ruidosas com as educações menores e inversas (e vice-versa) / Rodrigo Barchi. – Campinas, SP: [s.n.], 2016. Orientador: Silvio Donizetti de Oliveira Gallo. Tese (doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação. 1. Poder. 2. Resistência. 3. Ecologia. 4. Educação. 5. Música extrema. I. Gallo, Silvio Donizetti de Oliveira, 1963-. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação. III. Título. Informações para Biblioteca Digital Título em outro idioma: Power and resistance in the dialogue of ecologies lycanthropic, hellish and noisy with minors and reverse educations (and vice versa) Palavras-chave em inglês: Power Resistance Ecology Education Extreme musical Área de concentração: Filosofia e História da Educação Titulação: Doutor em Educação Banca examinadora: Silvio Donizetti de Oliveira Gallo [Orientador] Marcos Antonio dos Santos Reigota Alexandre Filordi de Carvalho Renata Pereira Lima Aspis Marta Bastos Catunda Data de defesa: 17-02-2016 Programa de Pós-Graduação: Educação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO TESE DE DOUTORADO PODER E RESISTÊNCIA NOS DIÁLOGOS DAS ECOLOGIAS LICANTRÓPICAS, INFERNAIS E RUIDOSAS COM AS EDUCAÇÕES MENORES E INVERSAS (e vice-versa) Autor: Rodrigo Barchi COMISSÃO JULGADORA: Prof. Dr. Silvio Donizetti de Oliveira Gallo (orientador) Prof. Dr. Marcos Antonio dos Santos Reigota Prof. Dr. Alexandre Filordi de Carvalho Profa. Dra. Renata Lima Aspis Profa Dra. Marta Bastos Catunda 2016 Jean Delville - Les Trésors de Sathan (1895) Àqueles que puderam descansar após verem os filhos finalmente alcançarem os caminhos que, por tanto tempo, foram almejados... Ao Taco, à Lene e ao Badih... (In memorian) The wolf, the wolf I feed Outweighed, policed and rationed The wolves, the wolves I feed Our liberties seized and blackened. (Napalm Death) https://www.youtube.com/watch?v=el5ewJxBASo Nosso anarquismo não precisa nem de desculpa, nem de explicação. (Eduardo Viveiros de Castro) É que o saber não é feito para compreender, é feito para cortar. (Michel Foucault) A educação do “eu me maravilho” e não apenas do “eu fabrico”. (Paulo Freire) AGRADECIMENTOS Ao som de Animal Boy, tanto na versão original dos Ramones, quanto na sonzeira do Agathocles, o primeiro agradecimento é para minha querida companheira, Ana Paula Aduan Rached, cuja paciência, compreensão, apoio e constante incentivo foram vitais para que esse trabalho fosse possível, além da inestimável, festiva e calorosa companhia em todos os momentos. Ao orientador e amigo, Prof. Dr. Silvio Donizetti de Oliveira Gallo, que sempre acreditou no trabalho que foi desenvolvido, enriquecendo-o com suas preciosas intervenções e colaborações, além de me propiciar a honra de compartilhar, por todos esses anos, a possibilidade de ser seu aluno orientando. Ao amigo, companheiro de lutas, incentivador e constante mentor intelectual, Prof. Dr. Marcos Antonio dos Santos Reigota, que desde o início desta caminhada acadêmica potencializou meu pensamento e minha militância, e a quem considero responsável direto pela maior parte das conquistas profissionais e acadêmicas que consegui até o momento. Agradeço também pela participação no processo de avaliação dessa pesquisa, enriquecendo-a com suas preciosas intervenções. Ao Prof. Dr. Alexandre Filordi de Carvalho, pois além de ter aceitado participar da avaliação desse trabalho, contribuiu com suas esclarecedoras observações para diversos textos encaminhados para publicações. Às Profas. Dras. Renata de Lima Aspis e Marta Catunda, que também aceitaram em participar da avaliação dessa tese, fortalecendo ainda mais a vitalidade do meu texto. Às Profas Dras. Alda Regina Tognini Romaguera e Luciana Aparecida Palharini, além do Prof. Dr. Leandro Belinaso Guimarães, em aceitarem participar da conclusão desse trabalho como suplentes na banca de defesa. À Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas, tanto pelo espaço aberto ao debate que essa pesquisa propõe, quanto pelas valorosas contribuições dadas pelo corpo docente, cuja qualidade inquestionável permitiu um enriquecimento ainda maior desse trabalho. Faço ressalvas a todo corpo de funcionários e funcionárias, em especial da biblioteca e da secretaria, pessoas sempre atentas e prestativas às minhas solicitações. À Professora Vera Alice Aduan Rached, pelo apoio e incentivo dessa empreitada, pelas inúmeras traduções de abstracts feitas para eventos e artigos, por ter apostado alto na formação do genro, propiciando a possibilidade de levar o debate feito nessa tese para além das fronteiras. Aos colegas transversais André Camargo, Glaucia Figueiredo, Aline Bagetti, Laisa, Alex Sgoblin, Ronaldo Alexandrino, Celso Chinaski que, em diversos momentos de nossas conversas cotidianas e on-line, contribuíram para o enriquecimento dessa pesquisa. À Profa. Ma. Isabel Cristina Caetano Dessotti, pela preciosa colaboração e ajuda proporcionada nos momentos mais tortuosos dessa jornada, além das numerosas contribuições dadas ao meu trabalho durante nossos debates e conversas nas caronas entre Sorocaba e Campinas. Às Professoras Mestres Erica Maldonado, Maria Regina Vannucchi Leme e Daniela Galvão Vidoto, por terem possibilitado, de uma maneira ou outra, que eu pudesse levar alguns dos questionamentos desenvolvidos nessa tese às minhas aulas na Uniesp-Sorocaba, na Uniso e na Unisepe-Registro. Ao Professor e Mestre Cervejeiro Edgar Domingos de Albuquerque, pelas excelentes conversas e contribuições maltadas e lupuladas no decorrer desse trabalho. À Professora Ma. Soraya Marinho Helaehil, pela disponibilidade e dedicação na correção ortográfica e gramatical dessa tese, assim como à Professora Ma. Paula Paques, pela tradução do resumo. À Professora Doutora Maria Angélica Lauretti Carneiro, coordenadora institucional do PIBID-UNISO, cujo apoio e compreensão em momentos de apertos de horários e prazos contribuíram de modo fundamental para que esse trabalho fosse concluído em tempo hábil. Do mesmo modo, devo agradecer à Professora Maria José Godoi, e aos professores Donizete Ramos e Murilo Casare, diretora e coordenadores do Colégio Santa Escolástica, pela paciência, compreensão e colaboração. E por fim, aos companheiros cotidianos Bianca (in memorian), Godofredo, Sofia, Teobalto, Bruce “Faísca”, Lincelot, Abigail, “Missy” Maila, Martinha “Blue Eyes” e Claudete (in memorian), pela paciência nos meus longos momentos de ausência, e pela alegria constante proporcionada em cada minuto de suas companhias. Resumo Na perspectiva das filosofias da diferença, principalmente no pensamento de Nietzsche e Foucault, o poder não precisa ser compreendido somente sob os auspícios da dominação e do controle, mas principalmente como um exercício nas relações de forças. Porém, ao tornar-se uma obsessão, a adoração e obstinação pelo exercício do poder acabam por descambar em uma atividade fascista, seja ela na dimensão macro ou micropolítica. Utilizando os conceitos de poder e resistência presentes no trabalho de Foucault, e em alguns intérpretes do pensamento libertário contemporâneo e das filosofias da diferença, esta tese busca realizar uma série de diálogos entre a educação e a ecologia, sem necessariamente estabelecer princípios ou fundamentos de uma educação ambiental. A proposta deste trabalho, inversa e disjuntiva às propositivas oficialistas e normalizadoras em educação ambiental, é levantar algumas possibilidades de promover relações entre a educação e a ecologia que resistam à imposição de uma lógica unívoca, condutiva e policialesca. Na primeira parte, o conceito de poder é utilizado para discutir a promoção da unificação, da homogeneização e da cristalização das práticas cotidianas sob a égide da Educação Ambiental institucionalizada nas políticas públicas, destacando as discussões sobre as relações entre o poder e o saber, a normalização, a pastoralidade, a governamentalidade e o exercício policial. Na segunda parte, são abordadas possibilidades de resistências que buscam inverter (no sentido de inversão nietzscheana-deleuziana da filosofia) e tornar menor (como condição insubmissa e rebelde do pensamento e da prática cotidiana) a ecologia e a educação, assim como a relação entre as duas. Os aspectos licantrópico (de “monstruosidade” mestiça e híbrida), infernal (de rompimento com o Uno e multiplicador das diferenças) e ruidoso (do incômodo ao pensamento e a uma ilusória harmonia) dessas relações menores e inversas entre a educação e a ecologia estão presentes, nessa
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