UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ INSTITUTO DE CULTURA E ARTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO JULIO PIO MONTEIRO NOMADISMO SENSÍVEL: ESTÉTICA DO VIDEOCLIPE E TENSIONAMENTOS EM STONEMILKER E BLACK LAKE FORTALEZA 2017 JULIO PIO MONTEIRO NOMADISMO SENSÍVEL: ESTÉTICA DO VIDEOCLIPE E TENSIONAMENTOS EM STONEMILKER E BLACK LAKE Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de mestre em Comunicação. Área de concentração: Fotografia e Audiovisual. Orientador: Prof. Dr. Osmar Gonçalves dos Reis Filho FORTALEZA 2017 ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ JULIO PIO MONTEIRO NOMADISMO SENSÍVEL: ESTÉTICA DO VIDEOCLIPE E TENSIONAMENTOS EM STONEMILKER E BLACK LAKE Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de mestre em Comunicação. Área de concentração: Fotografia e Audiovisual. Orientador: Prof. Dr. Osmar Gonçalves dos Reis Filho Aprovada em: ___/___/______. BANCA EXAMINADORA ________________________________________ Prof. Dr. Osmar Gonçalves dos Reis Filho (Orientador) Universidade Federal do Ceará (UFC) _________________________________________ Prof. Dr. Henrique Codato Universidade Federal do Ceará (UFC) _________________________________________ Prof. Dr. Thiago Soares Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) A meus pais, Francisca e Júlio. Ao meu sim-fim de corações, minhas irmãs. Aos meus amigos. A cada adolescente estranho no mundo. AGRADECIMENTOS Obrigado aos meus amigos que estiveram comigo durante esta jornada tão complicada. Obrigado por morarem em mim. Eu não posso numerar todos. Sou bom com afetos, não com palavras. Obrigado aos meus pais. À minha mãe, matriarca forte que soube me dar carinho e força. À meu pai, para que eu nunca esqueça de quem ele é. Para que resistam ao tempo. Ao meu orientador, Osmar. Me desculpe as falhas. Agradeço imensamente a paciência e a dedicação. Obrigado a Björk. Aos membros da banca, Thiago e Henrique pela generosidade imensa. Ao PPGCOM e seus professores, por me abrir um caminho novo para ver o mundo. “Moments of clarity are so rare – I better document this.” – Björk RESUMO Esta pesquisa investiga como o videoclipe se estabelece como um gênero audiovisual híbrido que transita nos diversos dispositivos de exibição e fruição da imagem, sob o espectro das teorias modernas sobre arte e imagem e dos estudos do videoclipe dentro do seu contexto midático - o universo de discursos e imagens que determinam seu posicionamento histórico na produção cultural. Para tal, colocamos em diálogo dois videoclipes da cantora Björk “Black Lake” e “Stonemilker”. A partir disso, mapearemos quais elementos constituem a imagem midiática de Björk e que implicações esta tem na constituição estética das obras estudadas e no trânsito do gênero entre televisão, ciberespaço e o espaço museológico. Tais reflexões se articulam com os estudos sobre territórios e nomadismo de Gilles Deleuze e Felix Guattari (2002); sobre história da arte, da imagem e da cultura de Aby Warburg (2015) e sobre a sensorialidade dentro da imagem em movimento de Laura U. Marks (2000); além das teorias sobre televisão e análise midiática dos videoclipes de Thiago Soares (2009), Andrew Goodwin (1992) e Arlindo Machado (2000).. Palavras-chave: Videoclipe, Estética, Björk. ABSTRACT This research investigates how the music video establishes itself as an hybrid audiovisual genre which moves between in a sort of image’s exhibition and fruition devices, under the spectrum of modern theories about art and imagens and the videoclipe studies in their mediatic context – the universe of discourses and imagens that determine their historial place in the cultural production. For such proposition, we put in dialogue two music videos from the singer Björk “Black Lake” and “Stonemilker”. From that, we’ll map wich elements constitute the mediatic image of Björk and what sort of implications it has in the aesthetic constitution of the analised works, and the transit of the genre between television, cyberspace and museum spaces. That reflections articulate with the studies about territories and nomadism from Gilles Deleuze and Felix Guattari (2002); Warburg (2015) art, imagem and culture history studies and the moving image sensory in Laura U. Marks (2000); the television studies and mediatic analysis of the music videos proposed by Thiago Soares (2009), Andrew Goodwin (1992) and Arlindo Machado (2000). Keywords: Music video, Aesthetics, Björk. LISTA DE FIGURAS Figura 1 − Tríptico “O Jardim das Delícias Terrenas”, de Bosch, aberto ............... 33 Figura 2 − Composição VII, de Kandinsky ............................................................. 34 Figura 3 − Fotograma de “It’s Oh So Quiet”, de Björk e dirigido por Spike Jonze 35 Figura 4 − Capturas de tela do site YouTube dos vídeos para a faixa “I Never Learn” de Lykke Li ................................................................................ 40 Figura 5 − Fotograma de “All is Full of Love” ...................................................... 49 Figura 6 − Captura de tela do ‘webeo’ de “I’ve seen it all” .................................. 51 Figura 7 − Fotogramas do videoclipe “Pagan Poetry” .......................................... 52 Figura 8 − Fotogramas do videoclipe “Where is The Line” …………………….. 53 Figura 9 − Fotogramas do videoclipe “Mutual Core”, durante a estrofe ............... 55 Figura 10 − Fotogramas do videoclipe “Mutual Core”, durante o refrão ............... 55 Figura 11 − Fotogramas de 1 - Björk ao vivo no programa Top of The Pops em 1995 / 2 – Videoclipe “Hyperballad” .................................................... 58 Figura 12 − Os três atos de “Solipsist” ..................................................................... 60 Figura 13 − Cores e texturas em “Solipsist” ............................................................ 61 Figura 14 − Catarse em “Solipsist” ........................................................................... 62 Figura 15 − Cores e texturas em “Before Your Very Eyes” ....................................... 63 Figura 16 − Encarte do álbum “Vespertine” ............................................................. 70 Figura 177 − Detalhe do Trípitco “Jardim das Delicias Terrenas”, de Bosch ............. 71 Figura 18 − Fotograma do teaser de “Black Lake” .................................................. 76 Figura 19 − Björk-Vulnicura em sua forma pétrea .................................................... 78 Figura 20 − Transformação de Björk em “Family (Moving Album Cover)” ............ 78 Figura 21 − Fotogramas do videoclipe “Lionsong” .................................................. 79 Figura 22 − Fotografia do participante da exibição entrevistado para esta pesquisa, na ocasião da exibição de “Black Lake” ................................................ 80 Figura 23 − As telas de Black Lake em comparação pautada na montagem ............ 83 Figura 24 − Fotograma com a tela estendida de “ Black Lake” ................................ 85 Figura 25 − Movimentos de Björk na caverna em “ Black Lake” ............................. 86 Figura 26 − Mudança de paisagem em “ Black Lake” .............................................. 87 Figura 27 − Exemplos dos gestos da língua na iconografia de Björk ....................... 88 Figura 28 − Fotograma de “Black Lake” e a repetição dos gestos com a boca ......... 89 Figura 29 − Fotogramas do ponto catártico de “Black Lake” ................................... 91 Figura 30 − Caminhada e Lava em “Black Lake” ..................................................... 92 Figura 314 − Björk deitada na ravina em“Black Lake ................................................ 93 Figura 32 − O rito final de cura em“Black Lake” ..................................................... 94 Figura 33 − Imagem do espaço expositivo da instalação de Black Lake .................. 98 Figura 34 − Captura de tela no Virtual Boy ............................................................... 108 Figura 35 − Fotografias do modelo de headset utilizado na pesquisa ....................... 113 Figura 36 − Captura de tela do celular ao utilizar o aplicativo “Stonemilker” ......... 120 Figura 37 − Visão esférica observada sem headset na tela do celular ...................... 122 Figura 38 − Gesto de cruzar os dedos em “Stonemilker” ......................................... 123 Figura 39 − Paisagem sem Björk em “Stonemilker” ................................................ 125 Figura 40 − Duas imagens da cantora em simultaneamente em “Stonemilker” ....... 127 Figura 41 − Múltiplas Björks em “Stonemilker” ...................................................... 129 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 13 2 HIPERBALADA - VIDEOCLIPE, NOMADISMO E SENSIBILIDADE ... 23 2.1 Caçador – videoclipe e o panorama da cultura visual ................................... 23 2.2 Tudo em Neon – O percurso do videoclipe ...................................................... 30 2.3 Constelações desejadas – o videoclipe e o corpo midiático ............................ 41 2.3.1 Quem é? - Mapeando Björk Guðmundsdóttir ................................................... 47 2.3.2 Uníssono – Experimentações em Andrew Thomas Huang .............................. 58 3 BLACK LAKE - MERGULHO
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