Imagens De Alunos Do Ensino Médio Sobre a Escravidão. Negra No

Imagens De Alunos Do Ensino Médio Sobre a Escravidão. Negra No

SIMONE CALIL RAMOS CAMPOS Representações e ensino de História: imagens de alunos do ensino médio sobre a escravidão negra no Brasil. Belo Horizonte 2009 2 Simone Calil Ramos Campos Representações e ensino de História: imagens de alunos do ensino médio sobre a escravidão negra no Brasil. Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Minas Gerais.; como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Educação. (Linha de pesquisa: Educação escolar: instituições, sujeitos e currículos). Orientadora: Prof. Dra. Lana Mara de Castro Siman Belo Horizonte 2009 3 Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, em 29 de maio de 2009, e submetida à banca examinadora composta pelos seguintes professores: ____________________________________________ Profa. Dra. Lana Mara de Castro Siman – Orientadora ____________________________________________ Profa. Dra. Thaís Nívia de Lima e Fonseca ____________________________________________ Prof. Dr. Marcus Vinícius Corrêa Carvalho ____________________________________________ Profa. Dra. Júnia Sales Pereira - Suplente 4 AGRADECIMENTOS O trabalho de pesquisa é, muitas vezes, considerado solitário. Não vejo desta maneira. Nesta minha caminhada precisei mobilizar muita gente. Atrapalhei rotinas e demandei gentilezas especiais. Não poderia deixar de agradecer àquelas pessoas que, de alguma forma, fizeram o mestrado comigo. Agradeço ao meu marido, Rodrigo, meu grande incentivador, que tantas vezes me deu o ombro nas horas difíceis. Agradeço pelo seu amor, carinho, compreensão, pelo apoio, pelas tarefas de casa realizadas antes mesmo que eu pedisse, pelos lanches levados a frente do computador, pela paciência, pela tolerância e pelo empenho de ler cada um dos textos, em suas diferentes etapas de criação, mesmo sem entender do assunto, para dar sua opinião. Sem você eu não teria conseguido! Não poderia deixar de mencionar meus pais, Jessé e Elizabeth, pessoas que me inspiraram e que me ensinaram a não desistir quando o caminho parece árido demais. Agradeço pelo apoio sem o qual, com certeza, não poderia ter terminado este trabalho. Vocês também são responsáveis por esta conquista. Ao meu pai, em especial, pelas discussões, pela troca de idéias, pelas críticas e pelo incentivo. À minha mãe, pelos aconchegos e carinhos nas horas difíceis. Agradeço também às minhas irmãs Juliana e Ana Cristina, que torceram por mim, me incentivaram e se preocuparam. Às minhas fiéis amigas, amigas-irmãs, Marina e Alessandra, que souberam entender meu momento, que fizeram de tudo para que eu não ficasse sozinha nos períodos em que minha dedicação era tão intensa, pelas visitas rápidas à minha casa quando, por causa de tanto trabalho, não podia sair para encontrá-las. À minha orientadora e amiga, Professora Lana Mara de Castro Siman, a quem devo tanto, obrigada. Sou grata por sua dedicação, atenção, pelos conselhos, pelo incentivo e estímulo, pela paciência, por tornar mais suave minha caminhada, pelas importantes reflexões a que me levou, pelos debates, pelas críticas feitas com tanta profundidade, mas sem abrir mão da delicadeza. Enfim, por sua gentileza em compartilhar sua experiência e conhecimento comigo sempre de forma tão afetuosa. Sou grata, também, a minha companheira de mestrado, Nayara Carie, pela amizade, pela troca de experiência, pelas críticas, pelas idéias, pelos telefonemas que me incentivaram tanto. 5 Um agradecimento especial ao professor Frederico Alves, que me abriu as portas sem nenhuma restrição, que me permitiu entrar em suas turmas e que me doou suas aulas para a realização da pesquisa. Obrigada pela disponibilidade, pelo interesse em ajudar e pelo apoio. Sou igualmente grata à direção e coordenação do Colégio Estadual Central, que me permitiram realizar a pesquisa com seus alunos durante o horário de aula. Não posso deixar de lembrar dos meus colegas do LABEPEH. Agradeço pelas discussões sobre o projeto e pelo incentivo. Foi uma honra trabalhar no Laboratório durante a graduação, um dos lugares mais importantes na minha formação, que me despertou o interesse pela pesquisa e me introduziu verdadeiramente no meio acadêmico. Agradeço à Neusa Rocha, diretora da escola onde trabalho, e à Márcia Viana, coordenadora pedagógica, que me permitiram afastar, mesmo que por um período pequeno, do trabalho em sala para me dedicar à pesquisa. Agradeço ao Caetano, que com atenção e dedicação fez a revisão dos originais. Obrigada pela prontidão em me atender. 6 Resumo Este trabalho teve por objeto as representações sociais de alunos do ensino médio sobre a escravidão negra no Brasil em suas possíveis relações com os contextos sócio- econômicos e culturais aos quais pertencem. Concepções e conceitos da Nova História Cultural, tais como o de imaginário e representação social, assim como os de apropriação e práticas culturais balizaram a construção deste objeto e sua análise. No que diz respeito ao tema da escravidão negra no Brasil, buscamos apresentar o essencial do debate historiográfico desde o século XIX, assim como as principais imagens da escravidão difundidas por outros meios e instrumentos presentes na nossa sociedade. Para realizar a pesquisa foram selecionadas quatro turmas do 1º ano do ensino médio do Colégio Estadual Central, em Belo Horizonte, sob a responsabilidade de um mesmo professor de História e pertencentes a um universo sócio-cultural e econômico bastante heterogêneo. Estes alunos participaram de aulas sobre a escravidão africana no Brasil, em consonância com as novas concepções surgidas, sobretudo, a partir dos anos 80 e que, em muitos aspectos, se valeram de elementos de renovação do ensino de História. Para a identificação e análises das representações, adotamos um conjunto de procedimentos metodológicos e de instrumentos de coleta de dados. Os alunos foram convidados a realizar uma atividade que constituiu na produção individual de uma história fictícia com base em imagens da escravidão negra no Brasil selecionadas por eles dentre um universo de 38 imagens que lhes foram disponibilizadas para análise. Além disso, os sujeitos também responderam a um questionário sócio-econômico e cultural. Junto ao professor das turmas foi realizada uma entrevista. A partir da perspectiva metodológica da análise de conteúdos e da análise textual realizamos as leituras e o exame das narrativas dos alunos para construírmos um “mapa conceitual”. Este mapa nos serviu de guia para a realização de nossa análise, permitindo-nos identificar semelhanças e diferenças entre as representações e criar categorias de análise a partir da identificação dos campos de nucleação das histórias narradas. A partir das categorias criadas buscamos caracterizar os grupos sociais que faziam parte de cada uma delas. Nossas análises, dentre outras conclusões, permitiram-nos identificar, entre a maioria dos alunos, a perpetuação de uma visão vitimizadora do escravo e, em um número reduzido de alunos, a presença de elementos que apontam para uma visão mais crítica, que 7 considera a complexidade da vida escrava no Brasil em consonância com a nova historiografia sobre a o tema. Nosso estudo também permitiu-nos identificar a presença da variedade de representações entre todos os grupos sócio-econômicos e culturais. Nossos resultados apontam para a necessidade de novas investigações no que se refere à relação entre representações e práticas sociais e aos instrumentos difusores de representações do conhecimento histórico. PALAVRAS CHAVES: Ensino de História, representação social, imaginário, escravidão negra no Brasil. 8 Abstract The object of this work is the social representations of high school students on black slavery in Brazil in its possible relations with the socio-economic and cultural contexts in which they belong to. New ideas and concepts of the New Cultural History, such as the imaginary and social representation, as well as the cultural appropriation and practices guided the construction of this object and its analysis. Concerning the issue of black slavery in Brazil, we present the bulk of the historiographical debate since the nineteenth century, as well as the main slavery images broadcasted by other means and existing instruments in our society. In order to conduct the research, four classes of the 2nd year of high school of “Colégio Estadual Central”, in Belo Horizonte, on the responsibility of the same History teacher and belonging to a very heterogeneous socio-economic and cultural context were selected. These students participated in classes on African slavery in Brazil, consonantly with the new emerged concepts, mostly from the 80s in Brazil, and in many aspects based on innovation elements of history teaching. We adopted a set of methodological procedures and data collection instruments for the identification and analysis of representations. The students were asked to perform an activity which consisted in the production of a fictional story based on images of black slavery in Brazil selected by themselves from a universe of 38 images which were available for analysis. Moreover, the subjects answered a socio-economic and cultural questionnaire and the class teacher was interviewed as well. From the methodological perspective of content and textual analysis we performed reading and examination of the student‟s narratives to build a “conceptual map”. This map served as a guide for our analysis, allowing us to identify similarities and differences between the representations and create categories of

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